Apenas 2 em cada 10 cardiologistas fazem exame simples que aponta risco de amputações em diabéticos tipo 2

Uma pesquisa de percepção com 654 médicos aponta que 84% dos endocrinologistas e cardiologistas entrevistados não realizaram no último ano o índice tornozelo-braquial em pacientes com diabetes tipo 2. Este é um procedimento não invasivo, auxiliar no diagnóstico da doença arterial obstrutiva periférica (DAOP) dos membros inferiores (pernas). Essa investigação é importante para determinar o risco de amputações em diabéticos. Nessa condição, é recomendado também avaliar a possibilidade de problemas nas artérias do coração, o que representaria risco cardiovascular mais elevado.

Os dados fazem parte da pesquisa de percepção “RECEITA DE MÉDICO: o que pensa quem cuida de diabetes, obesidade e doenças cardiovasculares”. Neste survey, que é liderado pelo endocrinologista Carlos Eduardo Barra Couri, pesquisador da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto (SP), são apresentadas outras 22 perguntas elaboradas por um setor de inteligência composto também pelo DIACORDIS, ENDODEBATE e Editora Clannad.

O endocrinologista Barra Couri aponta que, em geral, os médicos falam muito de coronárias e se preocupam com a ameaça de um acidente vascular cerebral (AVC), mas se esquecem da possibilidade de obstrução em uma artéria periférica das pernas e, como consequência, negligenciam o índice. “Nós sabemos que esse índice obtido a partir de um exame com doppler portátil, medindo a pressão nos braços e nas pernas, acusa um eventual entupimento das artérias no membros inferiores e, mais do que isso, quando está alterado, acusa o risco de o indivíduo morrer do coração”, reforça.

PERFIL DOS ENTREVISTADOS – O questionário foi aplicado durante o Congresso ENDODEBATE 2022 e, em menos de 30 dias, teve a adesão de 654 respondentes de 17 especialidades, que atuam nas cinco regiões do país. A análise quantitativa e qualitativa contemplou as categorias geral, endocrinologistas e cardiologistas. Nesta amostra, a maioria dos médicos atende principalmente pacientes das classes A e B, sendo que 401 (61,3%) atuam exclusivamente na rede privada (particular e convênio) e apenas 36 médicos (5,5%) atuam exclusivamente no SUS. Os demais (217/33,2%) conciliam o SUS com atendimento aos pacientes de convênios e particulares. Este perfil da amostragem é considerado no momento de interpretação do resultado.

Os dados completos serão apresentados em encontro exclusivo para a imprensa no dia 26 de outubro, véspera do DIACORDIS 2022, evento que acontece de 27 a 29 de outubro no Hotel Bourbon Convention Ibirapuera, em São Paulo (SP). A análise trazida no relatório RECEITA DE MÉDICO passa também por temas como diabetes, obesidade, doença gordurosa do fígado, hipertensão, dislipidemias e doenças cardiovasculares. “Perguntamos também sobre temas frequentes no nosso dia-a-dia, como doença renal crônica, climatério e compulsão alimentar”, ressalta Carlos Couri.

DIACORDIS 2022/HÍBRIDO – Coordenado pelo endocrinologista Carlos Eduardo Barra Couri, o DIACORDIS 2022 tem “Obesidade e coração, eu cuido!” como tema central. Inovador e altamente tecnológico, o DIACORDIS traz mais do que a atualização científica necessária para o dia a dia clínico, promovendo uma verdadeira experiência interdisciplinar que marca, de forma única, a rotina de especialistas de todo o Brasil. Programação: www.diacordis.com.br.

Redação

Redação

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.