Artigo – 17 de outubro: Dia Mundial de Combate à Dor

Neste 17 de outubro, Dia Mundial de Combate à Dor, lembramos daquela que, quem tem, não se esquece jamais. A dor, principalmente a crônica, é perene, incômoda e limitante. Em muitos casos traz angústia e até depressão.

A dor decorre do sistema nervoso e uma das terapias de confronto a essa terrível sensação é a Neuromodulação, um tratamento totalmente individualizado. Ela recorre a estímulos elétricos, magnéticos ou medicamentosos em pontos específicos do cérebro e da medula para trazer alívio.

Existem técnicas invasivas e outras não. As técnicas de neuromodulação não invasiva têm o objetivo de promover alteração no padrão cortical (“melhorar o percurso das sinapses neuronais”) e volta da ativação regular desses centros da dor.

A Estimulação Magnética Transcraniana (EMT), que traz resultados bastante eficazes. Ela utiliza um aparelho capaz de produzir um campo eletromagnético, o qual atravessa o crânio e estimula uma área cortical próxima. Esse campo eletromagnético gera uma estimulação elétrica nos neurônios, fazendo com que haja uma movimentação de cargas através da membrana neuronal. Esse processo é indolor. Aprovado para uso no Brasil em 2012, o recurso ainda é pouco conhecido e com disponibilização restrita.

Estudos mostram eficácia nos tratamentos de fibromialgia, por exemplo. Nas dores neuropáticas e dores osteoarticulares crônicas, como cervicalgia ou lombalgia, os resultados ainda variam bastante.

O alívio prolongado da dor pode ser obtido por sessões repetidas ao longo de dias ou semanas.

Para cada doença neurológica tratada pela EMT há parâmetros de estimulação, direção de posicionamento do equipamento no crânio, intensidade do estímulo magnético e tempo médio de sessões e tratamento, entre outras regulações para a aplicação.

Na EMT, uma bobina similar a um capacete é disposta na cabeça do paciente. Esse aparelho emite pulsos magnéticos que atuam sobre o cérebro de forma dirigida, sem necessidade de corte e sem causar outro tipo de dor. Durante a aplicação, o paciente fica acordado e pode voltar para casa assim que a sessão terminar.

O paciente é submetido a sessões diárias com duração aproximada de 20 minutos cada, por quatro semanas. A primeira sessão leva mais tempo, cerca de 30 minutos, para que faça as medidas e marcações para estimular a área correta. Os dados são registrados numa touca que será usada pelo paciente até o fim do tratamento.

O que diferencia a aplicação do tratamento para as diferentes doenças é principalmente a área do cérebro de interesse e se o intuito será o de estimular ou inibir a função cerebral, dependendo da frequência dos pulsos.

O sucesso da terapia é medido pela redução ou pelo desaparecimento dos sintomas.

Crédito: Matheus Campos

Dra. Juliana Zuiani é neurocirurgiã em Campinas (SP), Coordenadora da Divisão de Neurocirurgia Funcional do Hospital da PUC Campinas. Formada em Medicina pela Unicamp, onde também fez Residência Médica em Neurocirurgia; Especialização em Neurocirurgia Funcional na Universidade de Toronto – Canadá, e aperfeiçoamento na Cleveland Clinic – EUA; Especialização em microcirurgia no ICNE – SP com o Prof. Dr. Evandro de Oliveira; Título de especialista em Neurocirurgia; Membro da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia e da Sociedade Brasileira de Estereotaxia e Neurocirurgia Funcional

Redação

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