A Organização Mundial da Saúde (OMS) calcula que, no mundo, cerca de 50 milhões de pessoas apresentem o quadro de sepse. Trata-se de um conjunto de manifestações graves no organismo produzido por uma infecção causada por vírus, bactéria ou fungo. No Brasil, são registrados, aproximadamente, 670 mil casos, com taxas de óbito de 50% anualmente. No mundo, o número de mortes relacionadas a esse quadro infeccioso é de 11 milhões.
A maioria dos pacientes que apresentam sepse se concentra em países de baixa e média renda (85%) e as crianças são as mais afetadas, com 40% dos casos e com 2,9 milhões de mortes por ano. Nas UTIs, o índice para esse quadro é de 50% em função das infecções adquiridas nas instituições de saúde, levando ao óbito, em média, 42% destes pacientes.
É preciso estar atento e com a realização de exames sempre em dia, pois mesmo os pacientes que sobreviveram ao quadro infeccioso não estão fora de perigo. Isso porque, a saúde fica fragilizada e, ao longo dos anos, há o risco de ter incapacidade física.
Diversos fatores contribuem para o desenvolvimento da sepse: extremos de idade, gravidez, doenças crônicas, como cirrose ou diabetes, uso de corticoides ou quimioterápicos, câncer, HIV, distúrbios imunológicos, uso de drogas injetáveis ou álcool, história de colocação de próteses cardíacas ou ortopédicas, entre outros.
Entre os sintomas que sugerem o quadro de sepse estão: febre, taquicardia, dificuldade para respirar, hipotensão e alterações funcionais de órgãos associados a um quadro de infecção, comumente pulmonar, urinária, abdominal ou de pele.
As medidas de prevenção e redução da mortalidade englobam a infraestrutura adequada de saúde, vacinação segura e efetiva – sendo que no Brasil temos o Programa Nacional de Imunizações (PNI) – fornecimento de água potável e rede de esgoto à população, nutrição balanceada, especialmente para as crianças, otimização da rede de assistência à saúde materna, prevenção das infecções relacionadas à assistência à saúde e prevenção e tratamento das doenças crônicas, tais como diabetes, cardiopatias e doenças pulmonares.
É importante ressaltar sobre a elaboração de protocolos das instituições de saúde para o diagnóstico e tratamento da sepse, reduzindo o impacto socioeconômico destas infecções.
Dr. Marcos Antonio Cyrillo é médico infectologista do Hospital IGESP