Artigo – As principais tendências para o mercado de saúde em 2023

É notório que o desenvolvimento de inovações voltadas especialmente para o mercado de saúde tem tido grande destaque nos últimos anos. A adoção de novas tecnologias cumpre um papel crucial ao aprimorar o atendimento médico, bem como garantir aos profissionais do setor acesso a informações confiáveis para proporcionar aos pacientes uma melhor experiência de cuidado. Neste contexto, soluções como telemedicina e atendimento com base em informações baseadas em evidências tem ganhado um espaço significativo no setor.

De acordo com a pesquisa TIC Saúde 2022, divulgada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CBI.br), a teleconsulta foi utilizada por 33% dos médicos e 26% dos enfermeiros. Os dados do comitê apontam ainda que, se comparado ao período anterior à pandemia de Covid-19, cada vez mais os profissionais da saúde têm acessado informações dos pacientes disponíveis de modo eletrônico. Com relações às anotações de enfermagem, houve um aumento de 52% em 2019, para 81% em 2022. Para os médicos, foi registrado um crescimento de 74% em 2019, para 85% em 2022 na disponibilidade de listas de medicamentos prescritos aos pacientes.

Tendo em vista a adoção exponencial de serviços digitais no segmento da saúde, a expectativa é que soluções tecnológicas mantenham-se como atores centrais dentro dos consultórios, laboratórios e demais espaços clínicos.

Revolução no atendimento clínico além dos consultórios tradicionais

O aumento da adesão tecnológica tem ocupado um espaço de destaque nas instituições de saúde. Entre as principais alternativas que contribuem para o fomento deste cenário estão os modelos de telemedicina e cuidados virtuais, que foram adotados por sistemas de saúde com o objetivo de potencializar o cuidado ao paciente.

No entanto, com a crescente adoção desta modalidade de consulta, também há uma preocupação maior com a qualidade do atendimento virtual, bem como com os dados utilizados para a tomada de decisões clínicas. Neste sentido, é preciso que os próprios provedores de saúde estejam atentos em fortalecer e formalizar o treinamento para pesquisar e promover as melhores práticas de telessaúde baseadas em evidências para suas equipes clínicas.

Além disso, para garantir a melhor experiência no ambiente digital, os profissionais do setor devem atentar-se à disponibilidade de conteúdos educacionais personalizados. Isso tornará a comunicação com o paciente mais acessível e o ajudará a trilhar a sua própria jornada de saúde.

Treinamento e educação virtual para aprimorar o atendimento clínico

Na medida em que há um aumento na disponibilidade de informações científicas e soluções tecnológicas para apoiar o setor, também é necessário preparar todo o corpo clínico na forma de lidar com esses dados, para que, assim, médicos e enfermeiros possam atender seus pacientes com base em conteúdos ricos e precisos.

Para que isto funcione de modo efetivo, espera-se que provedores e instituições de ensino se apoiem na tecnologia para fornecer recursos baseados em evidências e alcançar mais alunos, estabelecer-se na transformação digital e, consequentemente, reter mais médicos e profissionais no corpo de enfermagem, aprimorando assim o atendimento clínico.

De encontro com o aperfeiçoamento de conhecimento científico, estão as aulas virtuais e o aprendizado online, práticas que tendem a serem cada vez mais comuns no processo de formação médica.

A utilização destas ferramentas permite ao aluno uma aprendizagem mais imersiva proporcionando a simulação de práticas que aparecerão rotineiramente no consultório. Sendo assim, como uma vivência prévia, os profissionais chegam ao mercado de trabalho melhores preparados para as tomadas de decisões clínicas.

Integração de dados e aceleração de soluções clínicas baseadas em evidências nas instituições de saúde

Ferramentas de aprendizagem de máquina, como processamento de linguagem natural e mineração de dados textuais, podem ajudar os sistemas de saúde a revelarem valiosas percepções de equidade de saúde escondidas em dados clínicos não estruturados que são difíceis de armazenar, pesquisar, analisar e compartilhar através dos sistemas de saúde.

Outro fator destacável para melhorar a experiência clínica, é a interoperabilidade entre os sistemas de saúde, com o propósito de integrar todas as informações relacionadas ao paciente. A integração de toda a documentação ajudará a aumentar a eficiência do provedor de saúde e, consequentemente, melhorar o atendimento baseado em evidências.

Indo ao encontro com a tendência de explorar informações científicas entre os decisores do mercado de saúde, existe um interesse crescente por ferramentas e soluções especificamente projetadas para encurtar o ciclo entre a identificação de problemas clínicos e a implementação de soluções baseadas em evidências. Neste sentido, iniciativas de pesquisa de melhoria da qualidade são fundamentais para melhores resultados dos pacientes e desempenho financeiro e operacional.

Desta forma, o cenário vislumbrado para 2023 é de um ecossistema de saúde ainda mais digital pautado no acesso a informações confiáveis e pesquisas sólidas. No entanto, existem muitos desafios no que tange abordagens inovadoras para aprimorar o atendimento clínico, mas é preciso explorar cada vez mais as alternativas disponíveis no mercado de saúde, para que, assim, médicos e pacientes saiam ganhando com um atendimento mais personalizado, atencioso, efetivo e seguro.

 

Matheus Barbosa é Gerente Comercial e de Alianças para Medi-Span Clinical na Wolters Kluwer, empresa líder global no fornecimento de informações profissionais, soluções e serviços para médicos e enfermeiros

Redação

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