O significado de cooperar é atuar por meio do conjunto de duas ou mais pessoas para que possam, juntas, alcançar uma finalidade comum. Por consequência, a cooperação internacional é considerada ato de mútua ajuda entre dois ou mais Estados (países) cuja a finalidade é um objetivo em comum. Este pode ser das mais diversas espécies: político, cultural, estratégico, humanitário, econômico. Destarte, a cooperação (internacional) faz inferência as interações para ascender objetivos comuns quando as preferências dos atores não são idênticas nem irreconciliáveis.
A cooperação internacional trata da forma com que os atores internacionais se relacionam para que possam coordenar esforços com objetivos em comum. Visa coligações temporárias que tenham temas específicos. A saúde segue a mesma vertente, reciprocidade entre nações e evidencia uma preocupação comum, a saúde da comunidade de um determinado local ou global, dependendo da situação. Os Estados (países); Organizações Internacionais Intergovernamentais (OIGs); Organizações Internacionais Não-Governamentais (OINGs) e Empresas multinacionais estreitam as relações de coordenação e intercâmbio com as autoridades sanitárias, promovendo mecanismos institucionais de consulta entre o setor da saúde e das relações exteriores, fortalecendo a função das autoridades sanitárias e fortalecendo a capacidade institucional dos governos para a gestão da cooperação em saúde.
A cooperação técnica é considerada um processo horizontal e mútuo no qual dois ou mais países passam a trabalhar em conjunto para que ocorra a construção de capacidades individuais e coletivas por meio do intercâmbio de conhecimentos, habilidades, recursos e tecnologias.
Hodiernamente existe uma pluralidade no que se relaciona com as formas com que estão ocorrendo ações de cooperação internacional no Brasil e no mundo. Existem muitas articulações que são apontadas como parcerias, que podem estar vinculadas a financiamento ou intercâmbios de técnicas, conhecimentos, pessoas qualificadas, entre outros e também é possível encontrar em todo o mundo diversas iniciativas que são denominadas de “ajuda internacional”, abarcando organizações não governamentais (ONGs), universidades, igrejas de diferentes credos, entre outros.
Assim, podemos afirmar categoricamente que o tema saúde está sendo tratado nas mais diversas organizações internacionais intergovernamentais (Organização das Nações Unidas (ONU), Organizações Internacionais Intergovernamentais (OIGs), Organização Mundial da Saúde (OMS), Organização Mundial do Trabalho (OIT), Agência da ONU para Refugiados (ACNUR); e organizações internacionais não-governamentais.
Na área da saúde, para as organizações internacionais não-governamentais, citamos aqui três exemplos:
- Vital Strategies que atua no controle do tabagismo, prevenção à obesidade, consumo de alimentos ultra processados e melhoria da qualidade do ar. Consequentemente reduz o aumento das doenças crônicas não transmissíveis mais prevalentes.
- Cruz Vermelha Internacional que visa a proteção humanitária e a assistência às vítimas de conflitos armados, promove iniciativa em detrimento as situações de emergências, promove o respeito ao Direito Internacional Humanitário (DIH) e a sua implementação na legislação nacional de um país.
- Médicos sem Fronteiras cuidados de saúde a pessoas afetadas por graves crises humanitárias.
Assim, é possível denotar que a saúde apresenta forte importância no cenário internacional e como elemento primordial na cooperação internacional entre países, pois essas ações perpassam da melhoria da qualidade de vida até atendimento em ações emergenciais relacionadas a catástrofes.
Cristiano Caveião é enfermeiro, doutor em Enfermagem, professor e coordenador da área da saúde do Centro Universitário Internacional Uninter
José Benedito Caparros Junior é internacionalista, mestre em Educação e Novas Tecnologias e professor-tutor dos cursos de pós-graduação lato sensu nas áreas de Relações Internacionais, Ciência Política e Negócios do Centro Universitário Internacional Uninter