Os benefícios dos Programas de Apoio aos Empregados nunca foram tão bem-vindos e fundamentais. Isso porque, nunca se falou tanto em saúde mental. Nunca estivemos tão preocupados com o equilíbrio emocional e financeiro. Nunca se leu tanto sobre prevenção. Nunca a assistência social esteve tão em voga. Nunca a solidariedade se fez tão necessária. São várias barreiras de “nuncas” sendo quebradas com a pandemia do novo Coronavírus.
De acordo com estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da ISMA (International Stress Management Association), o Brasil é o segundo país do mundo com o maior nível de estresse relacionado ao trabalho. Além disso, as pesquisas indicam que nove em cada dez brasileiros no mercado de trabalho apresentam sintomas de ansiedade, do nível mais leve ao mais incapacitante.
E um fato ficou mais do que evidente: cabe às empresas um importante papel no cenário de zelar pela saúde física, mental, emocional, financeira e assistencial de seus colaboradores e familiares. O que necessariamente passa por iniciativas de prevenção e promoção da saúde, considerando não apenas o funcionário, mas toda a sua família e a comunidade em que ele está inserido.
O assunto está em pauta cada vez mais nas empresas também devido ao aumento de sinistros relacionados a planos de saúde – o segundo maior custo das companhias. O objetivo, portanto, é criar uma relação sustentável e o uso racional de recursos. E nisso o EAP e uma aliado fundamental, pois permite oferecer ao colaborador uma orientação especializada, com foco em apoio emocional, suporte social, orientação jurídica e financeira.
O EAP é pautado em quatro pilares de assistência: jurídica, social, financeira e psicológica. As três últimas são de longe as mais procuradas atualmente. Os benefícios são muitos, tanto para o colaborador quanto para a empresa. Para o primeiro, demonstra o quão importante é para a corporação, permite que cuide de sua família nesse momento de tantos receios, oferece uma sensação de pertencimento e de ser acolhido diante das incertezas atuais e futuras.
Para o gestor de RH, representa uma ferramenta a mais para conhecer e auxiliar seu colaborador, fornecendo a ele condições para que desempenhe suas funções de forma plena. E, ao integrar as várias áreas de atendimento do EAP com outros sistemas de gestão da empresa, garante ainda que medidas preventivas possam ser tomadas em nível organizacional – respeitando-se sempre o sigilo da relação médico-paciente.
Outros benefícios são: redução de custo equivalentes ao números de usuários, que dependendo da empresa pode chegar a sete dígitos, queda do nível de absenteísmo, melhora no clima organizacional e maior adesão a tratamentos, entre outros.
Ou seja, o EAP é um investimento sustentável, uma relação ganha-ganha, que traz benefícios para todos os players – colaboradores (e familiares), gestores e empresas. É ainda um alicerce para ajudar nesse desafio que o ambiente corporativo mundial enfrenta.
Francisco Vignoli, MD, sócio-diretor da Carelink, empresa especializada na logística de informação de saúde