Artigo – Farmacêuticos: setor de manipulação ainda tem muito potencial para expansão

No início de 2020, a pandemia de Covid-19 abalou o mundo e mostrou mais do que nunca a importância dos profissionais de saúde. Nos meses seguintes, milhões de pessoas ao redor do globo se arriscaram na linha de frente com o propósito de combater os danos causados pelo vírus e salvar vidas. E dentre as diversas categorias que estiveram nesta batalha, o farmacêutico teve papel fundamental.

Com mais de 120 áreas de atuação, o farmacêutico desempenhou seu papel em várias frentes ao longo da crise sanitária, indo desde a realização de testes rápidos para auxiliar no diagnóstico e tratamento dos infectados até a participação ativa em todas as fases do desenvolvimento das vacinas que possibilitaram ao mundo, pouco a pouco, retomar suas atividades.

Por isso, neste dia 20 de janeiro, data em que se comemora o Dia do Farmacêutico no Brasil, é essencial lembrarmos a importância da categoria para a nossa vida e destacar todo o potencial deste mercado.

Segundo o Conselho Federal de Farmácia (CFF), são mais de 298 mil profissionais e quase 90 mil farmácias e drogarias comerciais no país. Conforme apontam os dados da consultoria IQVIA, apenas em 2021, o setor movimentou mais de R$ 88 bilhões, um crescimento de 14,21% na comparação com o ano anterior.

Já em relação ao consumo de medicamentos, o país também se destaca pela grande evolução no comparativo com outras nações. Se em 2010 ocupamos apenas a décima colocação no ranking do IMS Institute for Healthcare Informatics, que avalia o uso global de medicamentos, dez anos depois passamos para a posição de número cinco, deixando para trás França, Reino Unido, Itália, Espanha e Canadá.

Todo esse crescimento vem sendo impulsionado principalmente pelo processo de envelhecimento pelo qual passa a população do Brasil. Para ter uma ideia, a participação do público maior de 60 anos no total de brasileiros, que foi de 4% em 1940 para 8% em 1996, saltou para 14,6% em 2017 segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua).

Já a expectativa de vida no país passou de 65,3 anos em 1990 para 77 anos em 2022, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Como o fenômeno deve se acelerar ainda mais nos próximos anos, é esperado que cresça também a necessidade de consumo de medicamentos por essa parcela da população, o que deve ampliar ainda mais o mercado nacional.

Quando somamos isso à grande biodiversidade brasileira, capaz de fornecer matérias-primas para todos os tipos de produtos da indústria farmacêutica, desde cosméticos até medicamentos, temos um cenário extremamente favorável para a profissão no país.

Por isso, não faltam motivos para celebrarmos mais esse Dia do Farmacêutico, mas o setor também deve se preparar para enfrentar todos os desafios que estão no horizonte e, assim, aproveitar da melhor forma cada uma das oportunidades que teremos para desenvolver ainda mais o nosso mercado.

Aumento de vagas e contratações

Os efeitos do aumento da preocupação com a saúde pela população brasileira já podem ser observados no mercado de trabalho com o aumento da procura por farmacêuticos. No ano passado, o setor teve saldo recorde de mais de 41 mil novas vagas, uma alta de 32% em relação a 2021, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Os cinco estados que mais abriram vagas foram São Paulo (8.440), Minas Gerais (4.807), Rio Grande do Sul (3.371), Rio de Janeiro (3.068) e Paraná (2.566).

As farmácias de manipulação também são um nicho de mercado que deve ser destacado. De acordo com um levantamento do Ministério do Trabalho e Previdência, em 2021 o Brasil teve saldo positivo de 2.730.597 vagas de emprego com carteira de trabalho assinada e muitas delas foram criadas no setor de farmácias de manipulação. Os dados do “Panorama Setorial 2022”, elaborado pela Associação Nacional dos Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag), apontou que o número de profissionais empregados por farmácias aumentou de 7,2 em 2020 para 7,5 em 2021. No período avaliado tivemos o melhor saldo da série em seis anos, quando as unidades tiveram de se reestruturar diante da alta demanda por produtos manipulados.

No total, o setor de farmácias de manipulação fechou o ano de 2021 empregando 63 mil pessoas. Além disso, o segmento contribuiu com a geração de outros 350 mil empregos indiretos em todo o Brasil, o que evidencia sua importância econômica e sua relevância para os cuidados com a saúde da população. Como é o caso da Farmácia Artesanal, um dos maiores grupos de farmácia de manipulação do Brasil.

Na rede observamos um aumento de contratações. Em 2022, o número de colaboradores em todas as unidades da rede cresceu, em média, 18% com relação a 2021. O mercado está crescendo, principalmente depois que o consumidor passou a olhar com mais cuidado para a saúde, e isso impacta diretamente na expansão do negócio. Consequentemente, estamos em busca de mais profissionais para integrarem o quadro de colaboradores. A rede também expandiu sua atuação em todo o território nacional. Com foco em pessoas e no bem-estar de seus colaboradores a Artesanal possui mais de 70 unidades. Nos últimos dois anos o grupo registrou crescimento de 86% e a expectativa é chegar a 200 lojas até 2025.

Evandro Tokarski é CEO do Grupo Artesanal, e Naiana Tokarski é diretora-executiva do Grupo Artesanal

Redação

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