O ano de 2021 foi de muitos desafios para a economia brasileira. A pandemia ainda ditou as regras e impactou diretamente nos índices. O país registrou 14 milhões de desempregados, perda de 10% no rendimento médio da população e disparada da inflação. Porém, apesar do cenário econômico pouco favorável, foi possível encontrar um caminho para o crescimento das healthtechs.
Essa trilha nem sempre é fácil ou simples, mas o primeiro passo é analisar exatamente o que a empresa já construiu em relação a clientes, produtos e serviços. Antes de fazer prospecção de novos públicos ou carteiras, a pergunta é: como podemos aproveitar ao máximo os usuários que já temos? Afinal, essa é uma conexão única, com um cliente com o qual, muitas vezes, já se estabeleceu uma relação duradoura e de confiança. Além disso, ele costuma ser um profundo conhecedor dos gaps e pontos de melhoria da companhia, com um feedback altamente qualificado.
Então, promover uma escuta ativa dos clientes para incrementar e aprimorar produtos e serviços é um bom ponto de partida. Eles ajudam a identificar quais as dores, tendências e demandas iminentes. Essas conversas e pedidos de feedbacks também ajudam a reter ainda mais esse público e a identificar caminhos para, posteriormente, ampliar a carteira. Para isso, também é essencial reforçar e preparar o departamento comercial, para que seja ágil, atento e que trate cada projeto de forma personalizada. É importante compreender o orçamento e o objetivo daquele cliente e qual a forma de atendê-lo e fazê-lo alcançar os melhores resultados e performance.
Pode parecer clichê ou até impossível em um período de pandemia, mas conseguir manter uma equipe competente é outro ponto fundamental, já que são os profissionais que fazem o resultado da empresa. Para isso, eles precisam ter clareza das metas e desafios, inclusive a longo prazo. Para manter todos na mesma página, alinhados e engajados, a gestão colaborativa é uma ferramenta muito efetiva. Assim, a equipe participa ativamente das decisões, metas e coordenação das ações. Uma pesquisa da Pulses, empresa especializada em medição de clima organizacional, feita com 120 mil funcionários de organizações de diferentes portes e segmentos, apontou que reconhecimento, justiça e desenvolvimento são os fatores mais importantes para a motivação. E esses aspectos estão, diretamente ou indiretamente, relacionados à gestão colaborativa.
Como resultado, é possível ter um desempenho mais satisfatório, além do comprometimento e da apresentação de soluções inovadoras por parte dos colaboradores. Esse modelo de gestão também costuma atrair os profissionais mais qualificados — altamente concorridos —, já que podem dedicar seu talento e tempo às empresas que recebem e valorizam suas ideias. Outros benefícios da gestão colaborativa são permitir mais agilidade nas mudanças, conhecer habilidades e forças do time e aumentar o senso de propósito.
E, por fim, outro passo fundamental para que o negócio se desenvolva é investir na gestão e governança nos setores primordiais da empresa. Isso garante sinergia entre os diversos profissionais e equipes, além de comprometimento, já que cada time sabe qual a sua responsabilidade por meio de orientações de sua liderança direta. Com esses processos funcionando e em sintonia, todos saem ganhando. A healthtech pode crescer, mesmo em meio a desafios e cenário econômico pouco favorável; o colaborador pode desenvolver novas skills e crescer dentro da companhia, e, por consequência, o cliente fica satisfeito com o produto e serviço oferecido.
Renan Vieira Lemos é Gestor de Controladoria e Finanças da healthtech Zitrus