Artigo – IBM vende o primeiro computador quântico a uma instituição privada

Sabe-se que a computação quântica será uma ferramenta revolucionária para a saúde, viabilizando inúmeras novas aplicações na área, de pesquisas a registros sofisticados em prontuários médicos.

Em plena pandemia de Covid-19, a IBM faz a primeira venda de um computador quântico a uma organização privada; a compradora é a Cleveland Clinic, uma instituição de saúde voltada ao ensino e à pesquisa e que administra uma rede de hospitais, clínicas e escolas da área de saúde, reunindo cerca de 4,5 mil médicos e cientistas. No ano passado, realizou quase 8 milhões de atendimentos.

O negócio foi feito no âmbito do Discovery Accelerator, um projeto que reúne as duas instituições e que prevê a utilização de ferramentas de computação quântica combinadas com inteligência artificial e tecnologias de nuvem. O projeto prevê a compra de outro computador quântico da próxima geração para instalação em um data center da Cleveland Clinic. Essa máquina, com mais de mil qubits, será muito mais poderosa que os computadores quânticos ora em operação.

Os pesquisadores planejam usar essas ferramentas de ponta para processar enormes quantidades de dados que podem ajudar em pesquisas na área de saúde, a partir da obtenção de insights gerados pela análise de volumes extraordinariamente altos de dados estruturados e não estruturados, cujo processamento não é possível com os computadores hoje disponíveis.

As máquinas quânticas aproveitam os princípios da teoria quântica para terem poder de processamento imensamente maior do que o dos computadores atuais; dessa forma podem ser usados em situações em que estes não são de grande utilidade.

O Discovery Accelerator servirá como base tecnológica para o novo Centro Global de Pesquisa de Patógenos e Saúde Humana da Cleveland Clinic. Durante a próxima década, os pesquisadores usarão as tecnologias de nuvem, robótica e computação quântica da IBM para impulsionar o desenvolvimento de medicamentos e protocolos de tratamento e prevenção de doenças.

Nas palavras de Tom Mihaljevic, CEO da Cleveland Clinic, “com essa parceria inovadora, temos uma oportunidade única de dar vida ao futuro. Essas novas tecnologias de computação podem ajudar a revolucionar as descobertas nas ciências da vida. O Discovery Accelerator permitirá que nossas equipes construam uma infraestrutura digital voltada para o futuro, ajudando a transformar a medicina e a treinar a força de trabalho do amanhã”. Tomara que ele esteja certo.

Vivaldo José Breternitz é Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie

Redação

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