É enorme o impacto positivo que as mudanças de regras na Telemedicina, anunciadas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), terá na saúde do Brasil. O médico especialista, com as novidades, continua sendo a pedra fundamental no exercício da medicina, mesmo que ela se utilize da tecnologia para alcançar mais longe. Afinal, hoje, o médico se concentra nos grandes centros, mas agora vai estar a distância do próximo dispositivo com acesso à internet. Nesse cenário, multiplica-se sem precedentes a capacidade de atendimento básico por meio da teleconsulta.
O que é importante de se ter em mente é que a Telemedicina foi feita pra diminuir distâncias e dar acesso ao serviço de saúde para quem não tem e não diminuir a necessidade do médico – ao contrário – ele se torna um especialista capaz de alcançar espaços antes inexplorados pela medicina. Pensando nisso, o que imaginar dos efeitos no nosso país com distâncias tão grandes?
Se bem aplicado, e principalmente, adotado pelo governo, as novas diretrizes da telemedicina trarão resultados imediatos nas reduções de filas em hospitais e na maior amplitude de atendimento às localidades mais isoladas ou para aquelas sem capacidade de investimento na saúde. Estamos falando na capacidade de filtrar emergências e filtrar atendimentos de forma eficaz e rápida, tornando o espaço presencial ainda mais dinâmico.
A nova regulamentação da Telemedicina do Brasil foi uma evolução até mesmo comparada à de outros países. As regras brasileiras estão mais seguras. Aqui, o médico está exatamente exercendo o papel e a responsabilidade que lhe cabe: ele é a figura central de qualquer atendimento e o único capaz de dar o diagnóstico final. Seja presencialmente ou a distância, é o grande responsável por todo atendimento.
A regulamentação deve ser precedida de fiscalização e a tecnologia só pode ser benéfica ao paciente se as empresas que prestam esse serviço tiverem a qualidade e a capacidade atestadas com regularidade. Tendo isso garantido, o crescimento da Telemedicina no Brasil pode ultrapassar a média prevista mundial de 20% ao ano, até o final de 2020, isso porque nossa demanda por médicos e a pouca capacidade de investimento em saúde são doenças para as quais a telemedicina pode contribuir – e muito – na cura.
Alexandre Pimentel é diretor da Telecárdio, primeira empresa de telemedicina do Brasil