Artigo – O gestor de RH da sua instituição funciona?

A FATOR RH – empresa com mais de 25 anos na área de gestão de pessoas, especialista no segmento hospitalar –, ao longo de décadas, vem observando os diretores, gerentes e/ou coordenadores de recursos humanos que entregam resultados acima da média, bem como aqueles que são um fracasso retumbante.

Para ajudar você que é líder ou mesmo o próprio gestor de pessoas da sua instituição a checar o perfil vencedor de um profissional de RH, abaixo listamos algumas descobertas importantes que fizemos:

PONTO 1: Pró-atividade é indispensável

Gestor de RH que se conforma em não fazer nada, só porque pode fazer pouco, devia ser demitido imediatamente. A lógica é simples: nos hospitais filantrópicos, por exemplo, recursos sempre serão extremamente escassos e, portanto, precisamos de gestores de pessoas que inovem, façam mais com menos, criem alternativas e busquem sempre uma forma de fazer o melhor com os recursos que têm enquanto não têm mais recursos para fazer melhor ainda (como diria o filósofo Mario S. Cortella).

PONTO 2: Organização é duplamente indispensável

Afinal, não adianta ser proativo sem foco, sem planejamento, sem cronograma. RH desorganizado é uma “praga” ambulante. Abre muitas frentes, mas sofre com a descontinuidade… Resultado: os corredores do hospital comentam em alta voz que essa é mais uma moda do RH – mas, não se preocupe, não vai durar muito…

PONTO 3: Multidisciplinariedade é triplamente indispensável

O profissional de RH tem de desenvolver interesse por disciplinas múltiplas como, por exemplo: Psicologia, Filosofia, Gestão por Competências, Compliance, Accountability, entre outras áreas que poderiam se incluídas aqui como forma de se multiconectar às pessoas. Costumo dizer que os melhores gestores de RH não podem ser uma ária, escrita apenas para um cantor, um solista. As árias são encantadoras, como por exemplo “Habanera” (o amor é um pássaro rebelde), da ópera Carmen (Bizet), e “Nessun Dorma”, da opera Turandot (Puccini). Mas se o profissional de RH quiser ser o solista, infelizmente seus resultados de médio para longo prazo serão muito menos encantadores, simplesmente porque pessoas não são árias, são sinfonias. Aliás, essa palavra é de origem grega e seu significado é muito interessante: sinfonia = todos os sons juntos.

Estar multiconectado a multidisciplinas do conhecimento é vital, pois gera sinapses diferentes para lidar com a variabilidade humana. E para gerenciar com sucesso uma área tão complexa como RH, precisamos de um profissional “multiespecialista”. Ou em palavras mais simples, o gestor de RH não pode ser um profissional de uma nota só… Sem repertório, diante da “sinfonia”, esse líder já estará vencido antes mesmo do início da batalha, antes mesmo que tenha tempo de se dar conta de que não está preparado para organizar, nem para dirigir “todos os sons juntos”.

PONTO 4: Comunicação é, por fim, a razão de ser do RH

É fato: a despeito de todos os avanços tecnológicos na área da saúde, as mais recentes pesquisas conduzidas no mundo afirmam que o pior problema das organizações modernas é a falta de comunicação. E RH que não consegue comunicar-se com entusiasmo, vitalidade e de forma convincente acaba sendo uma tragédia grega dentro do hospital.

Uma reflexão interessante, a propósito, é o artigo: “O perfil do gestor de RH para o século XXI”, escrito por G. Macedo, do qual cito um trecho: “O gestor de RH, se competente ou não, é a fotografia mais fiel da alta administração de uma organização. É sabido que quando uma empresa implementa políticas e práticas de RH de primeira classe, lá está um presidente de elevado nível de compromisso e engajamento com a gestão de seus recursos humanos. Por outro lado, presidentes inseguros e despreparados preferem se cercar de profissionais de RH também inseguros e despreparados. Nesses casos, quando eles recrutam profissionais de RH de primeira classe, logo fazem de tudo para transformá-los em profissionais de segunda ou de terceira classe – capachos e defensores de seus meros caprichos.”

E se você que é gerente, diretor ou provedor e não gostou do resultado ao comparar os itens acima com o RH da sua instituição, lembre-se que o pior diagnóstico não é a notícia ruim… o pior diagnóstico e não fazer nada depois!

 

Prof. Fabrizio Rosso é administrador hospitalar, mestre em recursos humanos e autor dos livros: “Gestão ou Indigestão de Pessoas” e “Liderança em 5 Atos – Ferramentas Práticas para Gestores na área da Saúde”

Matéria originalmente publicada na Revista Hospitais Brasil edição 99, de setembro/outubro de 2019. Para vê-la no original, acesse: portalhospitaisbrasil.com.br/edicao-99-revista-hospitais-brasil

Redação

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