É evidente que muito antes da chegada da pandemia ao Brasil, os gestores de grandes hospitais já tinham a plena consciência de que o investimento em tecnologia é crucial para a otimização da operação hospitalar e o alto nível de cuidado ao paciente. De acordo com pesquisa realizada pela IDC (International Data Corporation), o investimento em tecnologias no setor de saúde na América Latina deve atingir US$ 1.931 milhão até 2022. Mas, qual o impacto da tecnologia na operação hospitalar? E quais outros fatores interferem no bom funcionamento dessas instituições?
É importante ressaltar que todo hospital deve buscar o equilíbrio entre a otimização da sua operação e o alto nível de cuidado ao paciente. Nesse contexto, é necessário ter em mente três aspectos: a qualidade e eficiência no atendimento, os profissionais e as tecnologias que auxiliam no suporte à decisão clínica. Com relação à qualidade do cuidado, percebemos cada vez mais a importância do paciente obter uma boa experiência durante sua jornada, incluindo um atendimento mais humanizado e não apenas do tratamento de suas patologias.
Para conduzirmos a saúde nos moldes acima, faz-se necessário uma equipe bem treinada e que saiba como abordar o paciente em momentos de convalescença. Por isso, a contratação de profissionais capacitados, a educação continuada e o cuidado centrado no paciente, baseado em evidências, são pilares essenciais para o bom funcionamento de qualquer instituição de saúde.
Tecnologia: elemento chave na otimização da operação hospitalar
Já para as operadoras de saúde, o grande desafio é a relativização dos custos. Especialmente após a irrupção da pandemia, observamos uma realidade de aumento dos custos de insumos dentro de diversas áreas dos hospitais. Nesse sentido, torna-se imperativo que os gestores analisem o desfecho do paciente e a qualidade do atendimento em primeiro lugar e, por isso, é necessário que haja um equilíbrio entre os custos, para que isto não seja visto como um limitador.
Utilizar as tecnologias mais atualizadas é um fator que impacta diretamente na otimização da operação e na qualidade do cuidado dos pacientes. Facilitar o acesso à informação e reduzir a quantidade de textos científicos que devem ser lidos para atualização, são questões que afetam diretamente a rotina dos profissionais de saúde e que garantem maior agilidade. Os recursos de suporte à decisão clínica são capazes de prover valiosas informações clínicas para os profissionais da saúde, no próprio ponto do atendimento, auxiliando na tomada de decisão, seja por meio de sugestão da terapia ou na identificação do diagnóstico, por exemplo. As decisões baseadas em evidências não só fortalecem a base de conhecimento dos médicos, como contribuem para reduzir a variabilidade do cuidado, permitindo que os mesmos se mantenham atualizados sobre o conhecimento médico em rápida evolução, levando ao paciente um tratamento mais eficaz.
Neste momento, é preciso priorizar a agilidade na tomada de decisão por meio da informação de qualidade. É necessário balancear a qualidade com a eficiência operacional como um todo, não só no cuidado, mas também no manejo dos recursos a serem utilizados nesse atendimento. Ao investir na sua equipe médica, em tecnologia e em monitoramento e análises preditivas, a instituição de saúde investe em valor, podendo oferecer ao paciente um tratamento melhor e mais humanizado.
Juliana Gomes é líder de novos negócios e projetos da Wolters Kluwer Health no Brasil