Artigo – O impacto do estresse na saúde dos pacientes

Muitos profissionais da saúde e principalmente pacientes, não compreendem como funciona o sistema nervoso autônomo, o simpático e o parassimpático. O sistema nervoso simpático, por exemplo, é um acelerador responsável por manter o corpo ativo, com a liberação de catecolaminas, como a adrenalina e o cortisol. Já o parassimpático funciona como um freio, que atua em momentos de descanso e digestão. Dessa forma, o corpo atua de maneira equilibrada.

No entanto, quando alguma situação gera estresse, o sistema nervoso simpático atua de forma descontrolada, como se o corpo estivesse em constante situação de perigo ou agitação, fazendo com que ele esteja preparado para uma situação de luto ou fuga. Em decorrência disso, o freio deixa de funcionar e coisas simples como o sono e digestão ficam irregulares.

Essa situação também pode ser conhecida como a Lei Bifásica, a 2ª Lei de Hamer. Em um gráfico, o sistema simpático é predominante e está na linha superior, pois funciona durante o período do dia e abaixo da linha está o parassimpático, que atua no período noturno e é chamado de vagotonia.

Quando esses sistemas estão equilibrados, a saúde é uma consequência, mas quando alguma situação coloca o indivíduo em alerta, o ritmo diurno é estendido e gera alterações físicas, como extremidades frias, taquicardia, insônia, falta de apetite e a mente passa a trabalhar constantemente para tentar solucionar a situação.

É importante ressaltar que a situação de alerta depende da percepção individual, pois nem sempre se trata de algo extremo. Muitas vezes, o trauma pode ser antigo e levar uma vida de tratamento. Cada pessoa responde a essas situações de forma individual e a fase ativa de conflito pode levar algum tempo para ser solucionada.

A resolução ocorre na fase PCL e possui 3 etapas, sendo elas a PCL-A, crise epileptoide e PCL-B e a duração desse momento é de aproximadamente 21 dias. Normalmente, a primeira delas costuma ser a que apresenta mais sintomas, pois é um momento inflamatório, em que há muitos edemas e líquidos justamente para fazer a reparação do que foi gasto na fase ativa. Um bom exemplo desse momento é quando determinado paciente corta um dedo durante a fase ativa e não percebe como aconteceu, mas durante a cicatrização sente incômodo com qualquer toque.

A crise epileptoide ocorre logo após a PCL-A e é basicamente uma releitura do conflito na fase ativa, que acontece para drenar o líquido que foi retido durante o período, fazendo o controle da hipertensão craniana, uma vez que se trata de um edema em nível orgânico e cerebral. Já a última fase pode ocorrer de duas formas, sendo a PCL-B uma etapa do sistema parassimpático, quando os sintomas são mais fracos e menos desconfortáveis e então o processo de resolução chega ao fim.

A vida de uma pessoa habitualmente possui esses momentos curtos, mas boa parte dos pacientes que procuram por um osteopata estão no que chamamos de cura pendente, quando eles passam pela PCL-A e a epicrise, mas ao invés de finalizarem o problema na PCL-B, voltam à fase inicial devido a gatilhos criados pelo cérebro. Esse processo acaba dificultando a cura de fato. Essas alterações biológicas são as chamadas “doenças” pela medicina oficial.

Para os médicos, é fundamental identificar em qual fase o paciente está para conseguir realizar o tratamento adequado. Os tecidos, as sensações do paciente e o correspondente cerebral ajudam nesse momento.

Já para os pacientes, de forma prática essa situação pode ser descrita como um dia de trabalho estressante em que o período de descanso não foi bem sucedido e acabou se estendendo por um longo tempo, gerando dores no corpo, enxaquecas, cansaço excessivo e passa a se tornar assintomático mesmo na fase ativa por conta de uma sobrecarga do estresse. Nesses casos, a válvula de escape sempre será o momento quando os sintomas serão mais claros.

O estresse precisa ser controlado não somente de forma medicamentosa e com um profissional da saúde, mas no dia a dia com uma análise do que causa o problema e evitando essas situações.  Além disso, o descanso é essencial para processar esses momentos.

Fábio Akiyama é fisioterapeuta e trabalha com a microfisioterapia, terapia que estimula a auto cura através do toque, ou seja, faz com que o corpo reconheça seu agressor e inicie o processo de reprogramação celular

Fernanda Gil Machado é especialista em Osteopatia e Medicina Germânica

*Os dois profissionais mantêm um projeto de aconselhamento clínico para profissionais da saúde, sobre como que o stress e a ansiedade influenciam nos tratamentos

Redação

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