Artigo – O que aprendemos 6 meses após Covid-19?

A infecção pelo Covid-19, que já afetou mais de quatro milhões de brasileiros, tem como principal manifestação clínica a síndrome respiratória, semelhante a um resfriado comum, com febre, mal-estar, mialgias, congestão nasal e tosse seca. Muitos pacientes são, inclusive, assintomáticos. Porém, algumas pessoas, em especial idosos, obesos e cardiopatas, podem desenvolver formas graves e necessitar de internação e suporte médico hospitalar.

Se você tem problemas cardíacos ou pressão alta, mantenha o uso regular das suas medicações e avaliação regular com seu médico, mesmo que por telemedicina. Quanto melhor sua saúde estiver, menos risco você corre em caso de infecção.

A forma respiratória, de pneumonia viral, é a forma grave mais comum, na qual há uma dificuldade progressiva de passagem do oxigênio do ar para o sangue. Essa alteração é causa pela inflamação dos pulmões e pelo comprometimento da circulação. Os sintomas são falta de ar progressiva (dispneia), com dificuldade para respirar e sensação de cansaço.

Além disso, o sistema cardiovascular também é frequentemente acometido, com risco de inflamação do coração (miocardite), trombose (coagulação) dos vasos e arritmias, podendo até mesmo haver um infarto do miocárdio ou um derrame (acidente vascular cerebral). Os sintomas podem ser palpitações, dor no peito, falta de ar ou desmaio. Caso isso ocorra com você, é importante procurar atendimento médico imediatamente.

Não há um tratamento anti-viral aprovado e as medicações visam dar suporte e alívio aos sintomas. As duas mais utilizadas nas pessoas que precisam internar são os corticoides, que reduzem a inflamação pulmonar, e os anticoagulantes, que reduzem o risco de formação de trombos (coágulos) nos vasos sanguíneos.

Dentro da cardiologia, especificamente, estudo recente conduzido no Brasil trouxe uma importante notícia: o uso das suas medicações cardiovasculares do grupo do captopril/enalapril e da losartana (e seus derivados) é segura e deve ser mantida, salvo se contraindicadas por algum médico em situações muito específicas.

Outro aspecto importante é que foi observado um aumento nas mortes por doença cardíaca. Uma das causas foi a interrupção do acompanhamento médico e do uso de medicações por algumas pessoas. É importante que o tratamento seja mantido e em caso de dor no peito, falta de ar ou desmaio, procurar imediatamente o atendimento médico, pois pode ser uma situação com risco de vida. A maioria dos hospitais dispõe de locais separados para as doenças comuns e os casos suspeitos de Covid.

Vale reforçara importância do isolamento social e as medidas de prevenção, em especial a higienização das mãos e o uso de máscaras em ambientes públicos.

O assunto, tema deste artigo, será amplamente debatido em mesa redonda no próximo dia 18 de setembro durante o 37º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro (Socerj) e o 17º Congresso Fluminense, que serão transmitidos ao vivo em plataforma virtual.

 

 

Ronaldo Altenburg Gismondi é vice-presidente do Departamento de Hipertensão da Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro (Socerj)

Redação

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