O Canabidiol (CBD) é uma substância extraída da Cannabis sativa, que tem aplicações medicinais registradas ao longo da história. Em 2.700 a. C., na China, utilizava-se a planta para terapia de constipação intestinal, dores, malária, epilepsia, tuberculose e outras doenças. Depois, por volta de 1.000 a. C., na Índia, foi administrada no tratamento de ansiedade, manias e histeria. No início do século XX, seus extratos foram comercializados na Europa para tratar desordens mentais. Porém, o desconhecimento sobre a Cannabis e suas propriedades, e até mesmo por preconceito, seu uso terapêutico diminuiu.
Apenas na década 60, com o avanço da tecnologia e da medicina, o professor da Universidade Hebraica de Jerusalém, Raphael Mechoulam, isolou os componentes da planta e descobriu o canabidiol. E, na ocasião, ele verificou que a substância não tem propriedade psicoativa, ou seja, o CBD não causa efeitos sobre a atividade psíquica ou comportamental. Essa informação foi reafirmada em 2017, no relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS). No documento foi registrado, que “o canabidiol (CBD), molécula não psicoativa da planta Cannabis Sativa L., não é uma substância perigosa, pelo contrário, apresenta um potencial terapêutico alto”.
O que é respaldado por um estudo sobre o efeito do CBD em oito pessoas epiléticas, realizado em 1980, por Raphael Mechoulam e investigadores da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Os cientistas administraram 300 miligramas da substância por quatro meses nos pacientes. Desses, em quatro, as convulsões sessaram completamente e em outros três a frequência dos ataques diminuíram consideravelmente. Infelizmente, apesar dos resultados positivos, as pesquisas, na época, não motivaram mais investigações sobre o tema.
Entretanto, o CBD continuou a ser estudado. Em 1988, Allynn Howlett e William Devabe descobriram a existência de receptores celulares para substâncias da cannabis no organismo de ratos. Posteriormente, essa presença também foi evidenciada em outros animais, incluindo o homem. Junto a essa descoberta, substâncias semelhantes às encontradas na planta foram identificadas, os endocanabinoides – produzidas pelo próprio corpo. O responsável pela fabricação e degradação foi denominado de Sistema Endocanabinoide (SEC). Ele está envolvido na regulação de diversas funções orgânicas como: apetite, digestão, dor, humor, inflamação, memória, metabolismo, proteção e desenvolvimento dos neurônios, imunidade e outras.
Tendo em vista a gama de atuações dos canabinoides e seu passado como planta medicinal, hoje, o CBD vem sendo pesquisado e aplicado no tratamento de diversas doenças neurológicas, psiquiátricas, inflamações, dores e bem-estar.
Em países onde a Cannabis Sativa é legalizada para fins medicinais, como a Argentina, Austrália, Canadá, Chile, Colômbia, Estados Unidos, Israel, Uruguai e em quase toda a Europa, óleos à base de CBD são receitados para: epilepsia, esclerose múltipla, mal de Alzheimer, mal de Parkinson, ansiedade, dor crônica, fibromialgia, depressão, obesidade, glaucoma, inflamações intestinais, artrite e estresse pós-traumático.
No Brasil, o Hospital Sírio-Libanês divulgou, em junho de 2019, um estudo, no qual dois pacientes com tumores malignos de difícil controle foram tratados com canabidiol, além da radioterapia e da quimioterapia padrão. Um mês após o tratamento, um deles apresentou uma ‘remissão completa’ – termo da Medicina para caracterizar quando não há sinais de atividade da doença, apesar de não ser possível identificar como cura. E, o outro teve uma pseudoprogressão, que segundo os pesquisadores mostrava que o tratamento estava funcionando. Os pacientes relataram que o CBD amenizou os sintomas de dor, náusea, vômito e fadiga, possibilitando uma condição clínica favorável e a prática de atividades físicas.
Com tantos benefícios, o acesso aos medicamentos à base de CBD é cada vez mais importante. Atualmente, no país, é preciso uma autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para importar medicamentos à base de substâncias da Cannabis Sativa. E, a produção e o estoque interno são proibidos. Com a regulamentação da Cannabis medicinal, que está em consulta pública até 19 de agosto, tratamentos serão mais democráticos, seguros e baratos. Mais de 4,5 milhões de brasileiros, que sofrem com doenças que podem ser tratadas com CBD, poderão ser beneficiados. Hoje, apenas 6.530 pacientes estão cadastradas na Anvisa para importar os medicamentos.
Gustavo de Lima Palhares é CEO da Ease Labs
Eu acredito q a cannabis tenha grande efeito no tratamento do câncer, mas é inadmissível aliar a substância divina, ao tratamento da radioterapia e quimioterapia; uma pessoa sã jamais se entregará nas mãos de um médico q prescreve tratamento ultrapassado, q foca só o lucro, q age com radiação destruindo as células dos pacientes, um tratamento obsoleto, onde temos mais mortes do que vidas salvas com a tal quimio, e os médicos saem de herói, pois matam sem ser responsabilizados!