A realidade, o dia a dia, o perfil das farmácias e drogarias no Brasil e também de seus clientes vem mudando muito nos últimos anos. Se prestarmos atenção, notaremos que muitas vezes as pessoas não vão à farmácia apenas com a prescrição médica nas mãos para comprar um medicamento que lhe foi receitado. Isto porque lá é possível encontrar alimentos, perfumaria e até mesmo obter uma consultoria do farmacêutico de plantão. Ou seja, esses locais estão tornando-se verdadeiros centros de cuidado, com profissionais capacitados para orientar pacientes e uma variedade enorme de produtos à venda. Mas, antes de continuar, vamos esclarecer. Aposto que você deve estar se perguntando: porque alguém de uma empresa de tecnologia para saúde, que disponibiliza uma plataforma inteligente de prescrição médica digital, está falando sobre isso?
Com uma base atualizada em tempo real com referências de milhares de medicamentos, uma ferramenta como essa traz mais segurança para que o médico passe a prestar assistência. Ela mostra a posologia, possíveis interações medicamentosas, alertas de alergias, além de informações para o paciente sobre o medicamento e as formas corretas de administração, que podem ser enviadas por SMS. Isso, aliás, é um ponto essencial no quesito saúde, pois 38% dos erros ocorrem durante a administração do medicamento.
O fato dos médicos e instituições de saúde usarem a plataforma de prescrição digital também afeta de maneira muito positiva o dia a dia das farmácias. Isto porque evita a venda de medicamento incorreto para o paciente, pois a grafia pouco legível – a famosa letra de médico – é um desafio constante para quem está do outro lado do balcão. Se o farmacêutico não entende a dosagem correta, o peso do paciente ou até mesmo o nome do medicamento, pode acabar fazendo escolhas erradas. De acordo com a KLAS, empresa de pesquisas e informações voltadas à área da saúde e tecnologia, 68% dos erros na terapia medicamentosa acontecem por incompreensão da letra na prescrição.
A farmácia não só vai eliminar os problemas de identificação e de rasuras com a escrita manual, como também vai aumentar a segurança da assistência ao paciente, oferecer menor risco de confusão com medicamentos de nomes parecidos, integrar mais facilmente a sistemas de registros médicos e de suporte à decisão, será capaz de evitar erros de especificação, como os zeros complementares, terá condições para fazer uma análise imediata de dados, e muito mais.
E são nítidos os bons frutos que essa prática já está trazendo. Um levantamento realizado na base de usuários da plataforma de prescrição digital da Memed mostrou que os farmacêuticos tiveram uma economia de, em média, 54 minutos por dia como resultado da distribuição mais rápida com os serviços de prescrição eletrônica. Houve ainda uma redução de tempo de 43 minutos em um dia por realizar menos viagens para coletar formulários de prescrição de papel, por exemplo. Os pacientes também foram positivamente impactados: para 72% deles, os medicamentos estavam “prontos e esperando por eles quando chegaram à farmácia”, com uma média de coleta de prescrição por volta de 20 minutos mais rápida do que anteriormente. Isso é agilidade e eficiência.
A adesão de uma plataforma de prescrição médica inteligente economiza não só tempo como também dinheiro às farmácias. A possibilidade de pacientes apresentarem as receitas médicas com os medicamentos prescritos em um receituário incorreto é real e bastante comum e, por conta disso, a drogaria acaba sendo impossibilitada de realizar a venda. Com um sistema de prescrição eletrônica essa chance reduz muito.
É fato que a drogaria, fora suas inúmeras outras atividades que vem agregando, tem assumido cada vez mais um papel de protagonista no cuidado do paciente. E, com uma quantidade menor de prescrição médica errada, ilegível ou incompleta, além de prestar melhor assistência, consegue reduzir custos, vender mais, lucrar mais. É um cenário onde todos ganham.
Rafael Moraes é CMIO da Memed, empresa de tecnologia em saúde