Artigo – Prevenção, colononoscopia e câncer colorretal

A medicina preventiva é a especialidade médica que se dedica à prevenção das doenças em vez de a seu tratamento e pode ser classificada em primária, em que se busca evitar as doenças e deficiências através do acompanhamento dos pacientes e controle dos fatores de risco, o que se consegue muitas vezes com intervenções de nutrição, exercícios e mudanças no estilo de vida. Na secundária, a meta é atrasar a progressão de uma doença estabelecida, adiando o avanço da doença em todos os seus aspectos.

Como exemplo, temos o controle do diabetes instalado para que o paciente não evolua para insuficiência renal ou outro problema relacionado à doença. Pode-se, ainda, em outra modalidade de prevenção (primordial), tentar impedir o desenvolvimento de fatores de risco, através, por exemplo, da adoção de hábitos de vida saudáveis, como a prática regular de exercícios físicos e de uma dieta rica e equilibrada.

A medicina tradicional, por sua vez, concentra-se no tratamento da doença existente. Ela é baseada na modalidade secundária. Já na medicina preventiva, busca-se promover e manter a saúde e o bem-estar dos indivíduos, para assim evitar a doença, ao lidar diretamente com os fatores de risco. Vale lembrar que sete em cada dez mortes (por ano), entre os norte-americanos, são causadas por doenças relacionadas ao estilo de vida.

O câncer colorretal, ou câncer de intestino, apresenta mais de 150 mil casos por ano no Brasil. A categoria primária, nesse caso, assim como no da maioria das neoplasias malignas, baseia-se na adoção de hábitos saudáveis de vida, ou seja, exercícios físicos, alimentação balanceada e equilibrada, consumo de líquidos em quantidades adequadas, o não consumo exagerado de álcool, além de evitar o tabagismo. Porém, quando falamos na classificação secundária, não podemos deixar de falar em colonoscopia.

A colonoscopia é um exame endoscópico do intestino grosso, realizado sob sedação, que permite a visualização direta do interior do reto, cólon e parte do íleo terminal através de um tubo flexível introduzido pelo ânus. Permite ao médico a identificação, diagnóstico através de biópsia e, eventualmente, a retirada de lesões intestinais. E as perguntas mais importantes vêm a seguir: quando fazer? Com que especialista? Onde fazer?

Deve-se fazer o exame quando for evidente a existência de sinais de alerta, como sangramento digestivo baixo, com ou sem fezes associadas (a chamada hematoquezia ou enterorragia), emagrecimento ou anemia sem explicação. A colonoscopia deve ser feita a partir dos 50 anos, por todos, com intervalos de cinco ou dez anos, dependendo do que for encontrado durante o exame. A detecção de pólipos chamados de adenomas torna necessária, dependendo do grau de displasia, a realização do exame a intervalos de tempo mais curtos.

Proctologistas, gastroenterologistas treinados e endoscopistas estão aptos a fazer o exame, que deve ser feito em ambiente seguro, com todos os recursos necessários para tratamento de complicações possíveis, relacionadas ao procedimento em si e à anestesia.

A queda de mortalidade em longo prazo, quando se faz o rastreamento do câncer de intestino de forma preventiva, em quem não apresenta sintomas, está definitivamente comprovada. Através de um exame, pode-se evitar internações e cirurgias futuras, ou seja, impedir prejuízo pessoal, familiar e financeiro.

Alexandre Queiroz Franco Henriques é coloproctologista da MedRio Check-up

Redação

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