Artigo – Segurança e controle: como a gestão é aplicada nos exames de imagem

Com o avanço da medicina, cada vez mais exames não-invasivos são utilizados para diagnósticos confiáveis, razão pela qual, eles figuram como um dos importantes aliados para identificar doenças, fraturas e condições irregulares do corpo humano.

Registros apontam que os exames de imagem na medicina surgiram no início do século 20. Desde então, evoluíram e hoje são acessíveis a grande parte da população, sendo os raios X, ultrassonografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética os principais para diagnosticar patologias. Para cada exame são emitidas diferentes doses de radiação, que se dividem em ionizante e não ionizante. Em contato com o organismo, ocorre uma interação e quando emitidos de forma controlada, oferecem a segurança necessária. Porém, em excesso e sem proteção adequada, essa interação com o corpo humano se torna prejudicial, tanto para o paciente, quanto para quem está aplicando. Não por acaso, as aplicações médicas das radiações ionizantes necessitam de rigoroso controle de qualidade e testes de desempenho pelas clínicas e pelos hospitais, de modo que os prestadores estão sujeitos a multas e/ou suspensão do serviço se não os fizerem.

Diante desse contexto, dois fatos explicam o quanto a segurança é imprescindível na aplicação de exames de imagem: a primeira recai nas resoluções de diretoria colegiada (RDCs) e normas determinadas pela Anvisa. A segunda incide sobre o comportamento do mercado para empresas especializadas, sendo de Santa Catarina a primeira do país a desenvolver plataformas de gestão de controle de qualidade das imagens radiológicas, que se somam à avaliação de equipamentos, cumprimento de legislações vigentes, níveis de dosagem e proteção para pacientes e operadores.

Das dez principais causas de morbimortalidade no Brasil, sete encontram nas radiações ionizantes as principais formas de diagnóstico e terapia, por isso, é imprescindível que o prestador de serviço invista em ações que visem a melhoria contínua e gestão diligente da qualidade dos exames. Além disso, é necessário também investimento numa estrutura com blindagem adequada para proteção dos operadores dos equipamentos, pacientes e público geral, impedindo que esses indivíduos se exponham a níveis nocivos de radiação.

Como meio de garantir que produzam o máximo de benefício possível, Santa Catarina percebeu a necessidade de criar um controle macro sobre a qualidade dos serviços e laudos em exames de imagem. Foi então o primeiro estado do país a implantar uma política de gestão, o SIERI (Sistema de Informação Estadual em Radiações Ionizantes) que mensura e obtém registros informatizados sobre a quantidade, dosagem de exposição dos pacientes e operadores às radiações e qualidade das imagens de clínicas e hospitais que prestam o serviço. Esse controle é enriquecedor porque coloca o estado catarinense como um dos mais seguros para se fazer exames de imagem no Brasil, uma vez que os dados coletados permitem qualificar e gerenciar as inspeções sanitárias, além de facilitar o desenvolvimento de políticas públicas e tomadas de decisão inovadoras. Isso é altamente inovador a nível mundial, e significa que todo paciente em Santa Catarina que é submetido a um procedimento em hemodinâmica, por exemplo, como colocação de endopróteses, marcapasso, pontes de safena, ou outro, tem sua dose monitorada e cadastrada pelos órgãos competentes.

Investir na qualidade dos equipamentos para a qualidade dos exames de imagem é afirmar resultados mais precisos, segurança ao paciente, ao operador e ao responsável técnico da instituição de saúde. Também é gerar a confiança necessária para o médico propor o tratamento mais adequado ao seu paciente.

 

 

 

Walmoli Gerber Jr. é físico médico e diretor da BrasilRad, empesa que desenvolve plataforma para gestão da qualidade das imagens radiológicas

Redação

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