A Organização Mundial da Saúde, decretou na última semana que a ‘Varíola do Macaco’ – ou monkeypox – é uma emergência sanitária. Após a Covid-19 ter sido pauta principal de discussão do mundo científico durante mais de um ano, a nova doença viral está, aos poucos, tomando o seu espaço, cujos casos de contaminação no mundo não param de aumentar.
Segundo dados obtidos até o momento, que ainda não estão totalmente claros, estima-se que tenham ocorrido mais de 200 casos no Brasil. Porém, o que chama a atenção da comunidade científica é de que eles não param de subir. É uma doença, causada por um vírus de mesmo nome – varíola dos macacos – que é transmitida de animais para humanos.
Assim como a Covid-19, essa doença viral causa alguns sintomas como febre, dor muscular, aumento dos gânglios e, neste caso, lesões na pele. Sua transmissão ocorre por meio de gotículas do sistema respiratório, entre outras formas. E não tem cura, apenas remédios que podem amenizar os seus sintomas.
Mas o que me chama a atenção é o fato de que, após dois anos, estamos diante de uma nova doença que está levando os cientistas a buscarem alternativas para enfrentar mais um novo desafio viral, que se não for combatido, pode ganhar grandes proporções.
Ainda que tão recente, Isso me faz voltar lá em 2020, quando a pandemia estava ganhando velocidade a cada dia e nós estávamos quebrando a cabeça para saber como podíamos contribuir para ajudar a frear a ferocidade da contaminação. E de repente, graças à dedicação de nossos pesquisadores, juntamente com instituições acadêmicas de renome, como UFSCar, USP e Unicamp, descobrimos que o produto antiviral e antibacteriano que já era desenvolvido por nós também tinha propriedades anti-Covid-19. Em menos de um minuto, as micropartículas de prata eram capazes de inativar o SARS-CoV-2 por meio de contato, dependendo da superfície em que elas eram aplicadas.
Ainda quando a Covid-19 batia na porta de um número cada vez maior de pessoas, nós estávamos aplicando essas micropartículas de prata em tecidos e em superfícies de diversos materiais, que, junto com a vacina, se tornaram importantes combatentes contra a contaminação.
Por meio dessa aplicação em produtos de empresas que também tinham o nosso propósito de brigar contra a Covid-19, é que foi possível oferecer às pessoas vários produtos anti-Covid, como máscaras, roupas, uniformes para profissionais de saúde e atendimento, além de toalhas de mesa, tintas, painéis em MDF, carpetes, couro, utilidades domésticas, brinquedos para crianças, roupas de cama, embalagens filme antimicrobianas para proteger os alimentos e superfícies, entre tantos outros.
Isso permitiu que as pessoas pudessem ter um pouco mais de segurança para poder circular nas ruas, ter contato com outras pessoas, além de comprar alimentos com mais segurança, sem a necessidade de ter que higienizá-los todas as vezes que eles viram nas gôndolas dos supermercados. Quantas vidas não foram salvas? Muitas!
Diante dessa nova doença, um novo desafio está sendo colocado nas bancadas de pesquisa das empresas e dessas instituições para tentar buscar novas alternativas para que essa doença não ganhe as proporções de uma pandemia. Na classe médica, os profissionais convivem com falta de informações mais concretas sobre a doença que, muitas vezes, é até confundida com a própria Covid, e só tem indicativos na literatura científica, que muitas vezes tem divergência com o cenário prático.
E mais uma vez estamos diante de uma corrida contra o tempo para encontrar esse caminho, mesmo enfrentando um cenário de falta de incentivo governamental em prol da pesquisa científica e tecnologia.
E mais uma vez vamos provar que não há soluções para esse tipo de problema sem a contribuição da ciência. Confie nela, ela salva vidas!
Daniel Minozzi é CMO da Nanox Tecnologia