Austa Hospital, de Rio Preto, registra aumento de 19% em casos de AVC

Os casos e mortes por Acidente Vascular Cerebral (AVC), popularmente conhecido como derrame, vêm aumentando no Brasil nos últimos anos, o que se reflete numa das principais instituições de saúde da região, o Austa Hospital, centro de referência em saúde para a região Noroeste do Estado de São Paulo, situado em São José do Rio Preto (SP). Em apenas quatro anos, o número de pessoas atendidas na sua emergência aumentou 19%, saltando de 167 pacientes, em 2018, para 199, no ano passado. O AVC é a segunda causa de mortes hoje no Brasil e a primeira causa da incapacidade para trabalhar.

Cientes desta tendência já há alguns anos, diretores e profissionais do Austa Hospital adotaram protocolos rígidos de atendimento ao paciente com AVC em sua emergência, tornando-a referência na região nesta área. E a equipe multidisciplinar do setor está em constante aprimoramento, como na noite desta quarta-feira (23 de março), quando recebeu para uma aula o médico neurologista e neurologista intervencionista Bruno Gonzales Miniello, do Hospital São Paulo, da Unifesp, e Hospital Iamada, de Presidente Prudente.

“Saber os sintomas característicos do AVC é fundamental, pois, quanto mais rapidamente a pessoa for levada ao hospital e atendida, maiores são as chances de sucesso do atendimento e, caso necessário, do tratamento, minimizando ao máximo as sequelas”, ressalta a médica neurologista Marina Mamede, do Austa Hospital.

Os sintomas são dormência na língua, boca e rosto, perda de força muscular de um lado do corpo, esquecimento e dor de cabeça súbitos, visão embaçada ou dupla, entre outros. “Quando estes sintomas forem percebidos, a pessoa deve ser encaminhada imediatamente ao hospital, porque temos até, no máximo, quatro horas e meia para ministrar medicamento para romper o coágulo que impede a passagem de sangue no cérebro”, explica o enfermeiro Enos Brito, coordenador da Emergência do Austa Hospital. “Agindo desta forma, reduz-se muito a possibilidade de o paciente ter algum déficit”, conclui.

Médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas e outros profissionais envolvidos no atendimento e tratamento de pacientes com AVC no Austa Hospital assistiram à aula de olho no aumento dos casos, em particular, no fato de que esta doença atinge cada vez mais pessoas mais jovens e, sobretudo, mulheres.

Pesquisa divulgada recentemente, feita com pacientes de um seguro de saúde dos Estados Unidos entre os anos de 2001 e 2014, evidenciou que mulheres com menos de 44 anos têm mais chances de sofrer um AVC do que homens e que esse índice vem aumentando com o passar dos anos.

Além disso, a pesquisa relata que mulheres com complicações na gravidez, como pré-eclâmpsia e parto prematuro, podem ter o risco aumentado de ter um AVC, mesmo depois do período gestacional. Dois outros estudos feitos com a população holandesa e canadense também encontraram um aumento da incidência de AVC em mulheres com menos de 40 anos comparado com o sexo masculino.

Dr. Bruno confirma que a população jovem responde cada vez mais pelos casos da doença no país e destaca a importância da conscientização dos profissionais de saúde sobre este fato e sua atualização constante. “O Austa Hospital está sempre realizando treinamentos e palestras como esta, o que é necessário para que todos numa emergência estejam preparados para identificar possível caso de AVC e atender com a máxima rapidez possível, pois cada segundo faz diferença no resultado final”, enfatiza o neurologista.

O que é o AVC?

O acidente vascular cerebral acontece quando vasos que levam sangue ao cérebro entopem ou se rompem, provocando a morte da área cerebral que ficou sem circulação sanguínea. Existem dois tipos principais da doença: AVC isquêmico, que acontece em 85% dos casos e é o tipo mais comum, ocorre quando há obstrução de uma artéria impedindo a passagem de oxigênio para as células cerebrais, que acabam morrendo. Já o AVC hemorrágico ocorre quando há rompimento ou vazamento de uma artéria no cérebro, provocando sangramento. Em geral é mais grave que o AVC isquêmico. e tem alto índice de mortalidade.

Os fatores de risco da doença envolvem hipertensão, diabetes, tabagismo, consumo frequente de álcool e drogas, estresse, colesterol elevado, doenças cardiovasculares e sedentarismo. Por isso, é importante ficar atento aos sintomas como: dores de cabeça muito fortes, sobretudo acompanhada de vômitos, fraqueza ou dormência na face, braços e pernas, dificuldade de se movimentar, perda súbita da fala ou de compreensão e dificuldade ou perda da visão.

Redação

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