No Brasil, sempre foi desafiador gerir e administrar os serviços de saúde por uma série de motivos e a pandemia decorrente do Covid-19 agravou a situação, tanto no setor público, como no setor privado. Entre os principais desafios, é possível citar a escassez de recursos em saúde, o que gerou aumento nos valores monetários de comercialização em um momento em que houve maior demanda por equipamentos de proteção individual (EPIs), materiais, medicamentos, leitos em unidades de internação e unidades de terapia intensiva, vacinas, entre outros.
Segundo Alexandra Bulgarelli do Nascimento, coordenadora dos cursos de pós-graduação em Gestão de Saúde e Gestão de Planos de Saúde do Centro Universitário Senac – Unidade Tiradentes, além de todos os aspectos citados acima, o contexto exigiu a ampliação da força de trabalho em saúde, porém, em diversas localidades brasileiras havia escassez dela. Além disso, a situação favoreceu a discussão sobre a incorporação e o acesso da população às novas tecnologias no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
“Em termos práticos, foi colocada na pauta a necessidade do uso de evidências científicas para estabelecer as diretrizes clínicas para diagnóstico precoce e tratamento da doença; identificação, intervenção e acompanhamento das pessoas que tiveram contato com outras infectadas pelo vírus, mas que se mostraram assintomáticas; desenvolvimento de vacinas; identificação dos grupos de risco para adoecimento e morte; organização e logística de distribuição das vacinas em território brasileiro; determinação dos critérios para tratamento em regime de internação hospitalar e ambulatorial; entre outros”, explica a coordenadora.
Considerando a gestão hospitalar, os serviços de saúde (hospitais, ambulatórios, unidades básicas de saúde, entre outros) foram repensados para melhorar fluxos de atendimento, para aumentarem investimentos na utilização de protocolos e diretrizes clínicas, para o desenvolvimento das práticas contributivas para a oferta de cuidados de qualidade e seguros e para a qualificação dos profissionais.
Avanço na construção do conhecimento
O avanço na construção do conhecimento científico ocorreu de forma acelerada, frente à necessidade de resposta à emergência sanitária que se colocava no cotidiano das pessoas e impactava a organização das sociedades. Tudo isso está sendo revertido como um ganho para a humanidade na direção da valorização do conhecimento e do método científico como caminhos a serem seguidos para melhor responder às demandas em saúde dos grupos populacionais.
O papel da gestão no investimento permanente em ciência, tecnologia e inovação ganhou realce, pois ao posicionar as melhores práticas como mandatórias para garantir o acesso aos recursos em saúde (quando isso aconteceu) acabou por sensibilizar os tomadores de decisão sobre a pertinência da perenidade do investimento na tríade (ciência, tecnologia e inovação).
“A boa gestão em saúde advoga a favor do desenvolvimento de políticas, cujo objetivo é angariar recursos para potencializar a entrega de cuidados em saúde de qualidade, seguros e isentos de risco. A liderança de uma área estrutural como essa também tem como princípio estimular o investimento em qualificação por compreender que os profissionais da saúde têm sido exigidos a desenvolverem competências focadas em conhecimentos sólidos técnico-científicos e de gestão, entre outros”, acrescenta Alexandra.
Possibilidade de formação
A pós-graduação em Gestão de Saúde do Centro Universitário Senac é uma opção para quem deseja atuar na gestão de serviços de saúde públicos e privados. O curso tem estrutura curricular diferenciada e versátil, passando por temas atuais, como Gerenciamento de Projetos, Gestão de Custos, Finanças e Resultados em Saúde, Gestão de Pessoas e Comportamento Organizacional em Instituições de Saúde, entre outros.
