Bactérias resistentes e cuidados paliativos são destaques no Congresso de Medicina Intensiva

Entre 29 de novembro e 1º de dezembro, a cidade de São Paulo será sede do XXIII Congresso Brasileiro de Medicina Intensiva. Promovido pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira – AMIB, o evento deve reunir milhares de profissionais de saúde de todo o país, que ao longo desses quatro dias terão acesso a uma extensa programação científica sobre o que há de mais atualizado na terapia intensiva no Brasil e no mundo. Ao todo, serão abordados mais de 260 temas da área, com destaque para assuntos de grande visibilidade no momento, como bactérias resistentes e cuidados paliativos na UTI.

Bactérias resistentes

Considerado a grande ameaça do século, o fenômeno das bactérias resistentes já é tido como uma emergência mundial. De acordo com estudo encomendado pelo governo britânico e divulgado em 2014, a partir de 2050, essas bactérias matarão mais que o câncer, levando cerca de 10 milhões de pacientes a óbito, ao ano.

Este tema é parte importante nesta edição do Congresso e contará com um simpósio mediado pelo diretor administrativo da AMIB, Dr. Marcelo Maia. A atividade acontece no dia 29 de novembro e debaterá a situação atual vivida na área da saúde em relação ao assunto, além dos impactos futuros e a melhor maneira de lidar com a resistência a antibióticos.

Cuidados Paliativos na UTI

Uma das frentes de trabalho da AMIB está focada em desmistificar o ambiente de UTI como o lugar mais temido dentro dos hospitais. Hoje, o cotidiano nas UTIs é humanizado, na contramão do imaginário popular, que percebe as unidades de terapia intensiva como locais impessoais e frios.

Nesse cenário, a prática de Cuidados Paliativos na UTI vem sendo cada vez mais ampliada. Promovida por equipes multidisciplinares, principalmente aquelas dedicadas em cuidados ao final da vida, tais tratamentos são realizados a fim de controlar sintomas e manter a autonomia do paciente pelo maior tempo possível.

A importância e atualidade do tema fez com que ele ganhasse um destaque relevante no CBMI 2018, que conta, pelo menos, com 13 conferências sobre Cuidados Paliativos. As palestras abordarão temas como: conversa com familiares, como transformar as UTIs em espaços mais acolhedores, a difícil tarefa de se comunicar com pacientes lúcidos ao final da vida e análise sobre como as estratégias de humanização influenciam desfechos dos pacientes a longo prazo.

Entre os palestrantes, destacam-se o intensivista cearense Dr. Zilfran Carneiro Teixeira, presidente do Comitê de Terminalidade e Cuidados Paliativos da AMIB, o espanhol Gabriel Heras La Calle, diretor do Comitê de Humanização da Federação Pan-Americana e Ibérica de Medicina Crítica e Terapia Intensiva, além da presidente da Sociedade Espanhola de Cuidados Críticos, Dra. Maria Cruz Martin Delgado.

“A medicina intensiva enfrenta diversos desafios no Brasil e no mundo e sempre buscamos trazer anualmente nos congressos que promovemos um conteúdo que contribua com o enfrentamento dessas questões e com o desenvolvimento dos profissionais intensivistas, que desempenham um papel tão fundamental no cuidado do paciente crítico. Estou certo de que o CBMI 2018 também cumprirá com louvor seu papel nesse sentido e fará história”, comenta Dr. Ciro Leite Mendes, presidente da AMIB.

Redação

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