Cresce emprego no setor saúde
No item desempenho do emprego no setor, o levantamento apurou que houve abertura de 50.060 vagas nas atividades do setor de hospitais, clínicas e laboratórios no Brasil, totalizando o contingente de 2.194.541 trabalhadores no período de janeiro a junho de 2018. O setor saúde foi responsável pela criação de 12,75% dos empregos no país no primeiro semestre. Destaca-se a criação de 17.540 postos de trabalho no “atendimento hospitalar” e a geração de 10.413 vagas na atividade “médica ambulatorial”.
No setor saúde, o Estado de São Paulo registrou em junho deste ano 728.113 trabalhadores no setor de hospitais, clínicas e laboratórios. No acumulado do ano, o setor gerou 16.061 vagas, destacando-se a geração de 5.519 postos na atividade “atendimento hospitalar”, sendo responsável por 33% do contingente de trabalhadores no setor saúde do país.
“O setor saúde paulista criou 16.061 vagas no primeiro semestre, enquanto dados da Fiesp indicam que a indústria paulista gerou 17 mil novas vagas no mesmo período , mostrando que o setor saúde, apesar da crise, vem apresentando fôlego na contratação de mão de obra e deve superar os números da indústria até o final do ano, pois tradicionalmente no segundo semestre na indústria o número de demissões costuma ser maior que o de admissões”, destaca Luiz Fernando Ferrari Neto, diretor da FEHOESP – Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo.
Ferrari Neto lembra que, apesar das inúmeras reivindicações, o setor saúde não foi contemplado com o benefício fiscal da desoneração da folha, que prevê pagamento de 2% a 4% de INSS sobre o faturamento bruto das empresas, enquanto as demais, como é o caso do segmento saúde, pagam 20% de INSS sobre a folha de pagamentos. “Trata-se de uma injustiça os serviços de saúde pagarem mais impostos integrando um segmento prioritário”, alerta.
Os dados do Boletim Econômico da FEHOESP foram levantados a partir de estatísticas oficiais do SUS, Ministério do Trabalho, IBGE, ANS e outras fontes de dados econômicos e são compilados e analisados pelo setor de estatísticas da Federação.
Segundo Luiz Fernando Ferrari Neto, diretor da FEHOESP, o Boletim Econômico é uma importante fonte de consulta e informação para os gestores dos serviços de saúde na tomada de decisões e para a imprensa.
Inflação da saúde supera inflação oficial
Os preços dos serviços de saúde cresceram de janeiro a junho de 2018, em relação a igual período do ano anterior, 5,3% no país e 5,5% no Estado de São Paulo. Os dados são do IPCA/IBGE que, no mesmo período, o índice geral ficou em 2,6%. Para o Estado de São Paulo, tais variações refletiram, principalmente, o aumento dos preços dos planos de saúde (6,5%) e dos exames de laboratório (3,9%).
Nos últimos 12 meses, contando de julho de 2017 a junho de 2018, os serviços de saúde sofreram inflação de 11,1% em São Paulo, decorrente de aumento de 13,6% nos planos de saúde.
Crescimento de estabelecimentos de saúde
Em junho de 2018, o Brasil registrou 322.002 estabelecimentos de saúde, com crescimento de 3% em relação a dezembro de 2017, segundo dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES). Nesse contexto, destacam-se os crescimentos de 14,2% no número de unidades de homecare e de 5,8% no número de unidades de pronto-atendimento.
Gastos com saúde
Dados divulgados pelo Tesouro Nacional mostram que o governo federal gastou em saúde apenas 2/3 do valor obrigatório alocado pelo mínimo constitucional no primeiro trimestre de 2018. A União deveria ter aplicado R$ 33,19 bilhões em despesas com saúde entre janeiro e março deste ano, mas o gasto executado foi bem menor, de R$ 20,85 bilhões. O Tesouro Nacional afirma, no entanto, que a verificação do cumprimento do mínimo constitucional é feita apenas em bases anuais.