Médicos e dentistas, professores e doutores de universidades, empresas, institutos de pesquisa e as maiores autoridades em hematologia e ortopedia no país compareceram à sede da Anvisa, em Brasília (DF), para discutir a regulação e o uso do PRP – Plasma Rico em Plaquetas no país. Atualmente, a legislação brasileira permite apenas o uso de sangue para transfusão. Os hemocomponentes do sangue não podem ser utilizados para tratamentos de doenças.
Segundo o médico hematologista, cientista e presidente do Instituto de Ensino e Pesquisa Hemomed, de São Paulo (SP), Adelson Alves, autor de vários livros sobre pesquisa com células tronco, a legislação brasileira está desatualizada. Está impedindo, por exemplo, o uso do PRP, comprovadamente eficiente para tratamento de lesões. “O que vem acontecendo no Brasil é que as pesquisas-lamentavelmente- ficam restritas a teses de mestrado e doutorado e poucas vezes cumprem sua função social, de atender ao paciente”, destaca o hematologista.
Atualmente, o uso e aplicação do PRP foi considerado experimental pelo CFM e não foi liberado para uso como tratamento. O procedimento não pode ser cobrado e deve ser usado apenas a nível de experimento. No entanto, o próprio CFO já liberou este componente para o setor odontológico, está sendo usado especialmente para agilizar processos de implantação dentária.
Porém, países da Comunidade Europeia como a Espanha, já estão utilizando o produto com grande êxito comprovado em diversos estudos. Atletas de alta performance e jogadores de futebol como o próprio Cristiano Ronaldo estão se beneficiando do PRP.
Conceituados médicos compareceram ao evento apresentando estudos nacionais e internacionais que comprovam a eficácia desse hemocomponente do sangue. Nesses estudos, comprovou-se que o PRP é eficiente em artroses do joelho e tendinites. Também foi eficaz no tratamento de patologias da coluna lombar com índices de 71% de resultados positivos. O PRP se mostrou eficiente também na cura de feridas. Esses cientistas defenderam o uso do PRP como uma técnica não cirúrgica e minimamente invasiva.
O seminário discutiu necessidade de padronizar os métodos de produção do PRP para garantir a segurança do paciente e a qualidade do produto. Especialistas destacaram o baixo custo do procedimento e a possibilidade de beneficiar os pacientes mais pobres e do SUS em grande escala.
O Instituto de Ensino e Pesquisa Hemomed foi a primeira instituição privada no país a investir recursos próprios em pesquisas clínicas com células tronco. Realizou com sucesso pesquisa clínica, que está em fase final de acompanhamento dos pacientes, para tratamento do DPOC – Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. Houve aumento de sobrevida significativa. Resultados foram apresentados em diversos congressos nacionais e internacionais e publicados em importantes revistas científicas.
O Hemomed ainda pesquisa a ELA – Esclerose lateral amiotrófica, doenças dermatológicas como o Vitiligo, oftalmológicas entre outras. Foi o primeiro centro de saúde brasileiro a receber a certificação do Canadá, o Acreditation Canada. Seus laboratórios de pesquisa estão habilitados internacionalmente para realização de todos os procedimentos no setor hematológico.