Câncer de colo de útero e endométrio: quais as principais diferenças?

Dra. Vivian Sartoreli. Foto: ACS IBCC Oncologia

O câncer de colo uterino é causado pelo HPV vírus do tipo oncogênico (principais sorotipos 16 e 18) acomete principalmente mulheres entre 40-50 anos de idade (estimativa no Brasil de 17.000 casos novos por ano – INCA 2020), já o câncer de endométrio (camada que reveste a parte interna do corpo uterino) é decorrente do espessamento dessa camada por hiperplasia (crescimento celular anormal), na sua grande maioria por estímulo hormonal.

De acordo com a Dra. Vivian Sartorelli, Ginecologista Oncológica do IBCC Oncologia, o câncer de endométrio é menos comum, sendo a 7ª causa de câncer entre as mulheres e a 3ª específica do sexo feminino (1º mama e 2º colo de útero). “Pode acometer qualquer faixa etária, mas é mais comum em mulheres na pós menopausa, cujo principal sintoma é o sangramento uterino anormal ou sangramento após menopausa. Muitas vezes o diagnóstico é feito em estágios iniciais, o que possibilita tratamento cirúrgico com alta taxa de cura”, explica a ginecologista.

A detecção é realizada através do exame papanicolau/colpocitologia oncótica quando é possível diagnosticar alterações e lesões iniciar pré-cancerígenas e através de biópsia de colo uterino. O câncer de colo uterino pode progredir para estruturas pélvicas como bexiga reto e linfonodo considerado localmente avançado em alguns raros casos metástase para pulmão ou fígado. “O exame preventivo papanicolau associado a pesquisa HPV vírus continua sendo o melhor método para detecção de lesões iniciais e cura”, complementa a Dra. Vivian.

Segundo a ginecologista, o tratamento é baseado no estágio da doença. “Em estágios iniciais é realizada a retirada cirúrgica do corpo e colo uterino (histerectomia). Em alguns casos selecionados para pacientes que desejam preservar a fertilidade é possível a retirada cirúrgica do colo uterino (traquelectomia) para câncer de colo e a retirada cirúrgica da camada interna do corpo útero através de Histeroscopia, quando o tumor de endométrio está superficial ou restrito a um pólipo e assim consequentemente preservação da fertilidade feminina. Em estágios iniciais a taxa de sobrevida é de 90%, em estágios localmente avançados a taxa é de 67% do câncer de colo de útero, e para o câncer de endométrio a taxa de sobrevida é em torno de 96% em estágios iniciais e de 70% quando localmente avançado”, explica.

Após o tratamento cirúrgico, o resultado anátomo patológico que irá predizer a necessidade ou não de complementação do tratamento com radioterapia e/ou quimioterapia caso haja comprometimento de alguma outra estrutura como linfonodos ou vagina, segundo Sartorelli.

Redação

Redação

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.