Com o panorama de mais 16 milhões de brasileiros com diabetes no país*, sendo que cerca de 8 milhões deles desconhecem o diagnóstico, a Coalizão Vozes do Advocacy em Diabetes e Obesidade, em parceria com: a Associação de Diabetes de Cambuí-MG (ADCMG), a ADJ Birigui, a Associação Doentes Crônicos do Brasil e a Associação Cearense de Diabéticos e Hipertensos promovem o Projeto Diabetes em Ação.
A segunda edição será na Câmara Municipal de Cambuí (interior do sul de Minas Gerais), no dia 5 de maio, das 13h às 17h. A iniciativa tem o intuito de capacitar agentes comunitários de saúde a respeito de diabetes. A terceira e quarta edições acontecerão em Fortaleza e Nova Friburgo (no interior do Rio de Janeiro). A primeira edição ocorreu em Birigui, no dia 27 de março, na sede da ADJ Birigui-SP.
Desde janeiro deste ano, as profissões de agentes comunitários de saúde e de combate às endemias são reconhecidas como profissionais de saúde e cada vez mais se ampliam suas atuações junto à comunidade, pois são responsáveis por: identificar áreas e situações de risco individual e coletivo; encaminhar as pessoas aos serviços de saúde sempre que necessário; orientar as pessoas, de acordo com as instruções da equipe de saúde; acompanhar a situação de saúde das pessoas, para ajudá-las a conseguir bons resultados.
Além disso, desde 2018, estes profissionais podem aferir a pressão e a glicemia da população e encaminhar as pessoas aos serviços de saúde, caso haja alteração em algum dos índices, tendo um papel relevante no diagnóstico precoce de diabetes e hipertensão. Mas para que estas tarefas possam ser executadas com êxito, os profissionais precisam ser treinados e autorizados legalmente.
“A nossa expectativa é que possamos capacitar estes profissionais para que possam orientar melhor as pessoas sobre a importância da alimentação saudável, prática regular de atividade física, o uso correto de medicamentos e de insumos para que as pessoas possam aderir ao tratamento, evitando assim o surgimento de complicações de diabetes (neuropatia, nefropatia, doenças cardíacas, retinopatia, entre outras) e internações, que causam enormes danos às pessoas e familiares que convivem com diabetes, além de facilitar e agilizar a tomada de condutas assertivas e o encaminhamento de pessoas com sintomas facilmente observados (infecções frequentes, sobrepeso ou obesidade, entre outros), a fim de diminuir o subdiagnóstico geral de diabetes na população brasileira”, esclarece Hianka Reis, biomédica e educadora em diabetes, da ADCMG.
Gastos relacionados com diabetes no Brasil chegaram a 42,9 bilhões de dólares em 2021*. Os custos diretos atribuíveis à hipertensão arterial, ao diabetes e à obesidade no Brasil totalizaram R$ 3,45 bilhões, ou seja, US$ 890 milhões, considerando gastos do SUS com hospitalizações, procedimentos ambulatoriais e medicamentos***.
Nesta edição, o projeto conta com o apoio da Prefeitura de Cambuí-MG e da empresa Novo Nordisk.
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Referências:
*Federação Internacional de Diabetes: diabetesatlas.org
**Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) 2020: www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes-svs/vigitel/relatorio-vigitel-2020-original.pdf
*** Custos atribuíveis à obesidade, hipertensão e diabetes no Sistema Único de Saúde, Brasil, 2018: scielosp.org/article/rpsp/2020.v44/e32/#:~:text=Os%20custos%20diretos%20atribu%C3%ADveis%20a,e%20medicamentos%20(tabela%202)