Com equipamento que faz exames físicos remotos, crianças e adolescentes indígenas recebem atendimento médico

Uma iniciativa do Hospital Pequeno Príncipe, maior hospital exclusivamente pediátrico do país, está levando mais oportunidades de saúde para crianças e adolescentes indígenas que moram na Aldeia Kakané Porã, localizada no extremo sul de Curitiba (PR). A aldeia urbana tem hoje 36 crianças e 24 adolescentes que são atendidos no projeto, impactando 42 famílias de três etnias diferentes: kaingang, guarani e xetá. Os profissionais de saúde utilizam o kit tecnológico portátil TytoCare nos atendimentos, para a realização de exames físicos à distância e transmissão das imagens para o médico analisar, avaliar e adotar a orientação e encaminhamento conforme cada caso.

“Qualquer pessoa pode operar o aparelho, capaz de aferir a temperatura e pressão arterial, monitorar a frequência cardíaca, obter imagens em alta definição de lesões na pele, examinar a garganta, realizar exames de ouvido e captar sons do coração e abdômen. Os parâmetros são enviados ao médico, que faz o diagnóstico com dados confiáveis e adota o encaminhamento adequado”, afirma a diretora da diretora da startup Tuinda Care que distribui a tecnologia no Brasil, Ana Carolina Lucchese.

O projeto teve início em julho e prevê a realização de oito encontros presenciais de saúde no período de 12 meses, com equipe multidisciplinar, para triagem e consultas médicas para avaliação das condições de saúde de cada um e encaminhamentos para exames e consulta com especialistas no Hospital, quando necessário. Nesses encontros, também são avaliadas as carteirinhas de vacinação, para posterior organização de mutirão, com apoio da Saúde do município, visando à atualização vacinal das crianças e adolescentes da aldeia. “Nosso objetivo é levar cuidado integral a esta população, possibilitando a ampliação do acesso e melhor resolutividade dos problemas de saúde enfrentados”, explica a diretora-executiva do Hospital Pequeno Príncipe, Ety Cristina Forte Carneiro.

A indígena Indianara Morais Veloso, que é técnica de enfermagem e mora na aldeia, é o ponto de contato entre a comunidade e o Hospital. “Esse atendimento do Pequeno Príncipe está sendo muito bom. As mães estão achando muito interessante porque muitas vezes não conseguiam levar na unidade de saúde. O Tyto é outra ajuda para isso, é uma experiência nova, nunca imaginei trabalhar com isso. É um aparelho que faz tudo completinho mesmo que a consulta seja a distância”, declara.

Mãe de quatro filhos, Denise Salvador de Almeida também aprovou a iniciativa. “Estamos descobrindo coisas que nem sabíamos que eles poderiam ter, como a rinite. Nunca imaginei que meus filhos poderiam ser atendidos pelo Pequeno Príncipe. O que está sendo feito aqui na aldeia é muito bom, é diferenciado, um atendimento exclusivo”, fala a moradora da aldeia.

Redação

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