Com taxas de aleitamento em crescimento no Brasil, ginecologista vincula amamentação com estabilidade emocional do ser humano

Segundo as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde, o aleitamento materno ideal é manter a amamentação até os dois anos ou mais de vida da criança, oferecendo apenas o leite materno de forma exclusiva até os seis meses. O Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil de 2019 (ENANI-2019) mostra que, dois a cada três bebês são amamentados na primeira hora de vida, sendo que no Brasil essa taxa chega a 62,4% e está muito próxima do objetivo de 70% da OMS. Já a taxa de amamentação restrita ao leite materno até os seis meses de vida é de 45,8%, cenário positivo, porém ainda distante da meta da OMS.

De acordo com o estudo, o que atrapalha a continuidade da amamentação é o fato de que as crianças até os 2 anos de idade utilizarem mamadeiras, bicos artificiais e chupetas. Outros fatores que podem afetar o aleitamento materno e estão relacionados à mãe, é o estresse e o cansaço. Uma mãe não descansada e estressada produz menos leite. Além disso, fatores como a alimentação e ingestão de água podem influenciar a produção do leite.

Para a Dra. Silvia Regina Piza, presidente da Comissão Nacional Especializada em Aleitamento Materno da FEBRASGO, a amamentação é um processo importante tanto para o bebê quanto para a mãe. “O aleitamento materno é fundamental para a nutrição do recém-nascido, pois ele previne as principais causas de mortalidade infantil, a desnutrição, infecção, diarreia e ainda outras afecções que podem acometer crianças recém-nascidas ou na primeira infância”, pontua a obstetra.

“Em relação ao benefício materno, o aleitamento impacta de forma positiva a saúde da mulher que amamenta, reduzindo as complicações no pós-parto, favorecendo o retorno à condição pré-gravídica mais rápido, diminuindo o sangramento pós-parto e prevenindo o desenvolvimento de cânceres, como o de mama”, adiciona.

O aleitamento materno também pode ser eficaz na prevenção de doenças da vida adulta, como cânceres, doenças gastrointestinais, hipertensão, diabetes, obesidade, entre outras, segundo Dra. Silvia. Além disso, afeta a saúde emocional do bebê e da mãe. “O vínculo que se forma e a afetividade durante a fase do aleitamento também produz seres humanos mais estáveis emocionalmente”, conclui a médica.

Em um cenário atual de insegurança alimentar, a amamentação é uma garantia de alimentação segura e adequada para milhares de crianças no Brasil e no mundo. O aleitamento materno é uma fonte de alimento segura, apropriada, barata, eficaz e econômica de alimentação. Dentro dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), a amamentação está vinculada à boa nutrição, à segurança alimentar e à redução de desigualdades.

Redação

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