Na manhã de sexta-feira (22), o Hospital Estadual de Doenças Tropicais dr. Anuar Auad (HDT), em Goiânia (GO), gerido pelo Instituto Sócrates Guanaes (ISG), discutiu sobre a Tuberculose durante um evento promovido pelo Núcleo Hospitalar de Vigilância Epidemiológica (NHVE) da unidade com o objetivo de marcar o Dia Mundial do Combate à Tuberculose, lembrado no próximo domingo. O encontro contou com a participação de médicos, residentes de Infectologia e multiprofissionais, além dos colaboradores do hospital.
O ciclo de palestras teve início com a minitração do infectologista do HDT, João Alves, que exlicou aos presentes sobre a infecção latente da Tuberculose. De acordo com ele, a maioria das pessoas infectadas não apresentam sintomas, o que indica que têm a infecção de forma latente. Ainda que a doença não tenha se manifestado, é preciso que esse paciente seja diagnosticado e tratado da forma correta, sem abandono. O médico explicou as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e também do Ministério da Saúde (MS) e alertou: “Antes de realizar o tratamento à Tuberculose latente é preciso descartar a presença da doença”.
Para que os participantes pudessem ter conhecimento do panorama atual da doença em Goiás, o enfermeiro e responsável pelo Programa Estadual de Controle de Tuberculose, Emílio Alves Miranda, forneceu dados do estado. Em 2018, foram notificados 970 novos casos da infecção, sendo que 44 se trataram do reaparecimento da doença e 21 em menores de 15 anos. “Essa informação sobre crianças infectadas é muito importante, pois significa que tem um adulto por trás doente, sem tratamento, que passou a doença adiante”, analisou. Ainda segundo o enfermeiro, Goiás é o terceiro estado com menor taxa de incidência, o quarto menor em mortalidade e o terceiro estado com maior taxa de abandono.
Trazendo os dados ainda mais para a realidade dos presentes, o coordenador do NHVE do hospital, José Geraldo Gomes, passou informações sobre os números do HDT. De 2013 a 2018, foram notificados 1217 casos da doença no hospital, sendo que a incidência maior foram nos anos de 2013 e 2017, ambos com 230 casos. Em 2018, o número foi de 177. O profissional ainda ressaltou que, infelizmente, a taxa de abandono do tratamento dos pacientes ainda é alta, chegando a uma média de 25%, sendo que a OMS indica que deveria ser menos do que 5%, uma vez que aqueles que abandonam podem voltar a apresentar a doença e contagiar demais pessoas.