Congresso Todos Juntos Contra o Câncer debate o acolhimento na experiência do paciente

De que maneira o acolhimento costuma influenciar na experiência do paciente com câncer nos hospitais? Como os profissionais da saúde devem agir para permitir a esse indivíduo uma participação ativa neste processo? E mais: quais estratégias têm potencial de contribuir para uma experiência positiva, na medida do possível, no ambiente hospitalar?

As respostas para essas e outras questões cruciais para a melhoria da experiência do paciente oncológico nas instituições de saúde serão debatidas no Painel “O Acolhimento na Experiência do Paciente: por um tratamento oncológico mais humanizado”, que será realizado no próximo dia 27 de setembro, às 15h15, no Congresso Todos Juntos Contra o Câncer (WTC Events Center, na capital paulista).

Com a organização da Arte Despertar e da Abrale (Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia), o painel contará com as participações do médico Marcelo Alves Alvarenga (Gerente de Experiência do Paciente do Hospital Sírio-Libanês); da médica Maria Del Pilar (coordenadora do ambulatório de Oncologia do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo – ICESP e médica assistente da Rede D’Or na área de Oncologia); da enfermeira Melissa Pereira (gerente de Apoio ao Paciente da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia – ABRALE e especialista em Oncologia pelo Centro Universitário São Camilo e Gestão em Saúde pelo Centro Universitário SENAC); do Mestre de Reiki Plínio Cutait (coordenador do Núcleo de Cuidados Integrativos do Hospital Sírio Libanês); da psicóloga Priscila Machado Beira (pós-graduada em Medicina Integrativa pelo Hospital Israelita Albert Einstein e extensão em Psico-Oncologia pela Unicamp) e da superintendente da Arte Despertar, Rosana Junqueira Morales. A jornalista Inês de Castro, da Band News FM, será a mediadora do encontro.

Para Maria Del Pilar, é necessário implantar na cultura do hospital e dos profissionais da saúde aspectos que se somem ao conhecimento técnico.

“O diagnóstico de câncer pode ser uma experiência devastadora para o paciente, familiares e amigos. A equipe de saúde tem o dever de reconhecer os anseios deste paciente, esclarecer as dúvidas, discutir as alternativas de tratamento e decidir em conjunto quais delas serão adotadas. Os serviços de saúde devem proporcionar as condições para que esses passos sejam seguidos da melhor maneira possível, proporcionando um atendimento humanizado, moderno, baseado em evidências, seguro e ágil. Além disso, a informatização do hospital, com maior agilidade dos processos, a cortesia e empatia em todos os momentos e as parcerias com diversos colaboradores contribuem para reduzir o impacto negativo que o diagnóstico pode ter na vida do paciente”, aponta a médica.

Outra tendência que, cada vez mais, tem merecido atenção das instituições de saúde neste sentido é a Medicina Integrativa, cujo papel é entender o paciente muito além da parte física e oferecer alternativas de tratamento que complementem a medicina tradicional.

“As práticas integrativas visam o autocuidado e o desenvolvimento pessoal e espiritual do indivíduo. A presença delas na rotina hospitalar traz esse convite natural para que os pacientes se engajem e participem de forma ativa e responsável pelos seus tratamentos. De um modo geral, as práticas podem contribuir para o manejo de sintomas, diminuição do sofrimento e do estresse, para o contato mais consciente consigo mesmo e para o bem-estar e qualidade de vida do paciente e de seus familiares”, destaca Plínio Cutait.

A enfermeira Melissa Pereira, por sua vez, dividirá a sua experiência na integração entre profissionais da saúde e crianças com câncer no Projeto Dodói, realizado há mais de uma década numa parceria entre a Abrale e o Instituto Mauricio de Sousa. Por meio do Kit Dodói, formado por um boneco da Mônica ou Cebolinha, brinquedos médicos e materiais informativos, seu papel é facilitar o processo de expressão de sentimentos e de integração entre a criança com câncer hospitalizada e a equipe multidisciplinar.

“O objetivo, com isso, é contribuir para um melhor diálogo, compreensão da doença e restabelecimento mais rápido e confortável”, explica a enfermeira.

Para a superintendente da Arte Despertar, Rosana Junqueira Morales, poder discutir o acolhimento de maneira tão profunda, com nomes reconhecidos em suas áreas, será uma grande oportunidade para o profissional da saúde refletir sobre o seu papel diante de um paciente oncológico e contribuir para a melhoria de todo o ambiente hospitalar.

“Em nossa experiência de 21 anos trabalhando em conjunto com os grupos de humanização de diversos hospitais, é nítida a importância do acolhimento durante o tratamento dos pacientes oncológicos. Daí a necessidade de aprofundarmos a discussão em busca de soluções para melhorar a sua experiência e de sua família desde a entrada até a saída do hospital”, afirma Rosana.

Redação

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