O 1º Congresso Virtual da SBPC/ML tem trazido muitas informações de extrema importância sobre o que o setor de Medicina Laboratorial está fazendo a fim de estudar e entender melhor sobre o novo Coronavírus e contribuir para o tratamento de tantas pessoas que sofrem com a doença.
O Dr. Luiz Vicente Rizzo, diretor do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, trouxe uma importante contribuição, quando falou sobre o tema “Repositório COVID-19 Data Sharing/BR: o primeiro repositório de dados para pesquisa sobre COVID-19 do Brasil”.
Na ocasião, ele apresentou o repositório de dados Covid-19, uma iniciativa pioneira que a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) montou, com o gerenciamento da Universidade de São Paulo (USP) e a participação do Grupo Fleury e os Hospitais Sírio Libanês e Hospital Israelita Albert Einstein, com o objetivo de compartilhar dados de alta relevância, a fim de gerar informações não só para um grupo restrito de especialista, mas para outros que têm os mesmos interesses. “Isso é absolutamente fundamental. Quando permitimos que outros vejam nossos resultados, também adquirimos conhecimento e nos aprimoramos”, explica.
Já são dois trabalhos publicados com os dados colocados nessa plataforma. “Temos a impressão de que as pessoas que analisarão os dados conseguirão ver coisas que talvez nós não enxerguemos. Estamos monitorando com muito cuidado essas análises externas publicadas, e isso tem sido útil para melhorar ainda mais nosso desempenho.
De acordo com o Dr. Luiz, atualmente, as três instituições juntas possuem um conjunto de dados composto por 120 mil pacientes testados para Covid-19. “Usamos esses dados com uma frequência bastante razoável. O Einstein publicou mais de 50 trabalhos em resposta à pandemia de Covid-19 em diversas áreas do cuidado com a saúde”.
O médico ainda diz que a possibilidade de compartilhar abertamente na internet essas informações fará com que os dados sejam cada vez mais úteis para a humanidade. É importante ressaltar que trata-se de um ambiente extremamente seguro e a privacidade dos pacientes preservada. O site é o repositoriodatasharingfapesp.uspdigital.usp.br.
Por esta nova mídia, dois trabalhos já firam publicados, o que é uma coisa importante. “Um deles é foi relacionado a computação, que analisou como conseguimos produzir tantos dados de um indivíduo só, ou seja, somente uma pessoa é capaz de produzir alguns terabytes de informação”.
O especialista afirma que “uma das poucas coisas que ganhamos nessa pandemia é o entendimento de que só teremos o melhor desfecho para a humanidade trazendo para a discussão todos os possíveis atores e fatos científicos. Isso por si só é algo bom diante de um cenário horroroso de tantas mortes. Outra vantagem é dividir com outras instituições que gostariam de participar conosco de um processo de excelência de obtenção e curadoria de dados”, conclui.