Consórcio Brasileiro de Acreditação celebra 20 anos de dedicação à melhoria da saúde no Brasil

Carlos José Serapião, Maria Manuela e José Noronha

Os 20 anos de criação do Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA), instituição que surgiu com a proposta de empreender ações para a melhoria da qualidade em saúde no Brasil, foram comemorados no dia 24 de julho, na Fundação Cesgranrio, instituição que abrigou a primeira sede do CBA, em 1998, quando um grupo de médicos, educadores e pesquisadores discutiam semanalmente o futuro da saúde e a melhoria da qualidade nos serviços de saúde no país.

Os discursos da médica especializada em saúde pública e ex-professora da UFF e também ex-Secretária de Saúde do Estado, Maria Manuela Alves dos Santos, e do presidente da Cesgranrio, Carlos Alberto Serpa de Oliveira, abriram o evento.

Maria Manuela relembrou importantes momentos da história do CBA, destacando como ponto-chave o convênio com a Joint Commission International (JCI), mais antiga e renomada organização internacional de avaliação da qualidade e segurança em saúde do mundo, que é mantido até os dias atuais. “Nesses 20 anos, percebemos que não podemos só curar. É preciso prevenir e criar bons hábitos. E a disseminação dos padrões de qualidade implementados pelo CBA, através da metodologia da JCI, foram fundamentais para que instituições brasileiras deixassem de ter uma percepção empírica da qualidade de seus serviços e passassem a ter métricas de segurança nos serviços por elas prestados”, pondera.

Para o presidente da Cesgranrio, num momento em que há um abandono da saúde pública no Brasil e em especial no Rio de Janeiro, o papel do CBA redobra de importância. “Se tem alguém que possa fazer alguma coisa pela qualidade na saúde é o CBA, especialmente, nesse momento pelo qual passamos. E eu novamente conclamo os membros do CBA a levantar a ideia da qualidade na área da saúde”. E completou, “precisamos de gente nova para levar adiante o que fizemos há 20 anos”.

Entre os presentes no evento, estavam o diplomata e representante do Brasil na ONU e OEA, Amílcar Ferrari; o ex-reitor da UERJ, ex-presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e pesquisador honorário da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Hésio Cordeiro; o cirurgião e sanitarista Nildo Aguiar, ex-diretor do Hospital de Ipanema, onde implantou o primeiro programa de combate a infecção hospitalar do país, em 1964; Omar da Rosa Santos, ex-presidente da Sociedade de Nefrologia do Rio de Janeiro e membro da Academia Nacional de Medicina, onde ocupa a cadeira de no 17; Orlando Marques Vieira, ex-presidente da Sociedade de Gastroenterologia do Rio de Janeiro e do Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC) e detentor da cadeira de no 75 da Academia Nacional de Medicina e José de Carvalho Noronha, ex-Secretário de Saúde do Estado do Rio de Janeiro e ex-Secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde.

A solenidade marcou ainda o lançamento do Prêmio Amílcar Ferrari para o melhor projeto de gestão desenvolvidos por instituições de saúde do Brasil, a ser entregue ano que vem durante o Congresso Internacional CBA de Acreditação. Para a viúva de Amílcar Ferrari, a homenagem evidenciou o reconhecimento ao excelente trabalho do marido pela qualidade da saúde no Brasil. “A criação de um prêmio com seu nome demonstra a excelência com que sempre pautou sua vida, trazendo a expectativa de mais qualidade ao melhor trabalho sobre liderança, gestão e inovação, características que lhe eram inerentes”, diz Laura de Saint-Brisson.

Dia de homenagens

Além da homenagem a Amílcar Ferrari, o CBA fez um tributo a seus fundadores: Hésio Cordeiro, Nildo Aguiar, Omar Santos e Orlando Vieira. “Compartilho essa sensação de realidade com o professor Serpa e com a Dra. Maria Manuela, que foram fundamentais para a transformação do ideal da qualidade em saúde”, disse o Hésio Cordeiro ao receber a homenagem. Omar Santos relembrou sua chegada ao CBA ao receber seu louvor: “No ano de 1988, o presidente da Academia Nacional de Medicina, o acadêmico Jarbas Anacleto Porto, me designou para fazer parte do grupo instituidor do CBA e desde essa época tenho trabalhado junto com meus companheiros pela qualidade na saúde. Felizmente, temos nos sentido ‘em casa’ todos esses anos”. Orlando Vieira reiterou que a qualidade é o lema do CBA. “As pessoas acreditaram também nisso. E isso também foi muito importante: acreditaram, investiram e realmente procuraram levar qualidade, principalmente, para a Medicina”. A viúva de Nildo Aguiar se mostrou feliz com a homenagem ao marido: “Fico muito emocionada com essa homenagem a ele, pois, realmente, ele era dedicado a todas as questões da saúde, do social”.

Redação

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