Consulta pública avalia introdução de novo tratamento para Doença Renal Crônica pelo SUS

A Doença Renal Crônica (DRC) é um grave problema de saúde pública, por ser uma condição muito frequente e ter grande impacto para a vida dos pacientes e familiares, bem como para os sistemas de saúdes, desde suas fases mais precoces. Nesse sentido, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) abriu uma Consulta Pública para que a sociedade em geral e os profissionais de saúde expressem a sua opinião a respeito da incorporação no SUS de novas opções de tratamento para Doença Renal Crônica.

Com mais opções de terapias disponíveis no sistema público, os médicos podem adotar protocolos de tratamento mais adequados a cada paciente, aumentando não só a sobrevida dos pacientes com DRC, mas também retardando a necessidade de diálise. As contribuições podem ser feitas até 9 de agosto, no site da Conitec.

“Prevenção, diagnóstico precoce e acesso a tratamentos adequados formam um tripé de conduta ideal para atenção à saúde renal. Do ponto de vista de saúde pública, quando um paciente recebe cuidados a partir dos estágios iniciais da doença, essa estratégia é benéfica para o indivíduo e muito mais inteligente para o sistema, que vai ser menos impactado financeiramente e estruturalmente, já que assim estamos evitando internações, diálise e até transplante”, ressalta o Doutor Carlos Eiji Koga, Nefrologista.

“Ter acesso a estes novos caminhos é promover um cenário mais democrático nas escolhas disponíveis no SUS, onde o médico e paciente podem juntos definir o que faz mais sentido para cada caso”, comenta a gerente médica da AstraZeneca, Cinthia Montenegro.

O que é a doença renal crônica?

Localizados na parte de trás do corpo, logo abaixo das costelas, os rins são essenciais para manutenção da vida humana, pois são responsáveis por filtrar e remover resíduos e excesso de água, ajudar a controlar a pressão arterial, estimular a produção de glóbulos vermelhos e manter a saúde óssea. Dessa forma, quando os rins não desempenham plenamente suas funções, pode haver repercussão em todo corpo, ocasionando sensação de cansaço e falta de energia, apetite reduzido, cãibras noturnas, pés e tornozelos inchados, pele seca e irritada, além de alterações na urina.

Quando o problema renal persiste por mais de três meses, o indivíduo pode estar com um quadro de doença renal crônica (DRC). Em geral, nos estágios iniciais a DRC tem poucos sintomas aparentes, e por isso, infelizmente, muitas pessoas são diagnosticadas muito tardiamente, quando as funções renais já se mostram bastante comprometidas e acaba sendo imprescindível a realização de diálise ou de um transplante renal3.

Para o diagnóstico precoce, exames de rotina, como a dosagem de creatinina no sangue e de albumina na urina, são recomendados para pessoas com alto risco de desenvolver a DRC, ou seja, que apresentem pressão alta, diabetes, doença cardiovascular, histórico de doenças cardiovasculares e obesidade3.

Para se ter uma ideia, segundo a última edição do Atlas da Federação Internacional Diabetes, publicado em dezembro de 2021, há mais de meio bilhão de pessoas com o diagnóstico de diabetes em todo o mundo e 44% desses pacientes desenvolvem a DRC4. Hábitos alimentares pouco saudáveis e sedentarismo também entram na lista de condições que podem desencadear ou agravar a doença.

Referências:

  1. Barreto SM, et al. J Epidemiol Community Health 2015;0:1-10.;
  2. População brasileira Disponível em: Link. Acessada em 14/07/22
  3. Sociedade Brasileira de Nefrologia: Link
  4. IDF Diabetes Atlas 10th edition: Link
Redação

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