15 de maio – Dia do Combate à Infecção Hospitalar: entenda os riscos

No Brasil, 15 de maio é o Dia do Combate à Infecção Hospitalar. Em 1846, o médico-obstetra Ignaz P. Semmelweis observou que as maternidades em que os obstetras lavavam as mãos antes do parto tinham uma menor taxa de mortalidade materna. A partir do dia 15 de maio daquele ano, o médico defendeu e incorporou a prática da lavagem de mãos como atitude obrigatória para todos os profissionais da saúde que entrassem em enfermarias.

Nessa data, o Ministério da Saúde e os serviços de saúde, especialmente os hospitais, conscientizam a população e os funcionários da área sobre a importância do controle de infecções hospitalares. Atualmente, o termo “infecção hospitalar” foi trocado por “infecção relacionada à assistência”, visto que o segundo é mais abrangente.

Em 2020, essa data tem um significado ainda mais importante: o mundo está em um cenário de pandemia devido ao coronavírus. Isso significa que as medidas de proteção e segurança devem ser mais rigorosas, principalmente em um hospital de saúde mental, como o Hospital Santa Mônica.

Neste artigo conversamos sobre o que é o Dia do Combate à Infecção Hospitalar, quais são os riscos em um hospital de saúde mental e o que está sendo feito no Hospital Santa Mônica para resguardar os pacientes e seus familiares. Para elaborá-lo, tivemos a ajuda da Dra. Rebecca Saad, médica infectologista e responsável pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Santa Mônica. Acompanhe!

O Dia do Combate à Infecção Hospitalar

Como falado, atualmente a denominação “infecção hospitalar” foi trocada pelo termo “Infecção Relacionada à Assistência à Saúde (IRAS)”. Assim, é possível abranger não só as ações e os fatos ocorridos no ambiente hospitalar, mas em todas as ocorrências de internação e pós-internação ligadas ao paciente.

Por definição, a infecção hospitalar é caracterizada por qualquer infecção adquirida após a internação do paciente. Isso significa que ela não foi contraída na comunidade, mas dentro do ambiente hospitalar. Os sintomas podem se manifestar durante o período que a pessoa se encontra dentro do estabelecimento ou até mesmo após a alta.

O dia 15 de maio serve para lembrar a todas as Instituições de Saúde a importância das Comissões de Controle de Infecção Hospitalar. Esse tipo de serviço tem como responsabilidade planejar e implantar ações de biossegurança, ou seja, a adoção de procedimentos e normas que têm como objetivo a manutenção da saúde dos colaboradores, pacientes e seus familiares.

As ações mais importantes nesse contexto são a correta higienização das mãos dos profissionais de saúde, o uso do Equipamento de Proteção Individual (EPI) — como máscaras, face shields, luvas e aventais —, o controle do uso de antibióticos, bem como a limpeza e desinfecção de objetos e superfícies.

Os riscos de infecção em um hospital de saúde mental

Segundo a Dra. Rebecca, a ação que mais surte efeito na prevenção da infecção hospitalar é a lavagem das mãos: “isso ocorre porque as mãos são a principal via de transmissão de micro-organismos durante a assistência à saúde”. A mão é o principal vetor de infecção tanto hospitalar quanto comunitária.

Essa medida simples e menos dispendiosa, que é feita com água e sabão, pode prevenir a propagação dos germes multirresistentes e das infecções hospitalares.

No contexto da pandemia, toda a população foi orientada a realizar a correta lavagem das mãos. Isso se dá porque o coronavírus não consegue penetrar na pele, mas pode permanecer na superfície, esperando a oportunidade de entrar no organismo por lugares mais vulneráveis, como os olhos, nariz e boca. Ao lavar as mãos, é possível destruir o vírus, já que o sabão solta o vírus da pele e faz com que o seu envelope se dissolva, matando-o.

“A diferença para um hospital de saúde mental é o tipo de paciente que ele abriga. Frequentemente, as doenças psiquiátricas que acometem os pacientes internados nessa instituição tornam os hábitos de higiene inadequados e mais escassos, o que pode contribuir para a disseminação de infecções”, afirma a Dra. Rebecca Saad.

Com os cuidados redobrados da equipe, no entanto, é possível contornar a situação. No Hospital Santa Mônica há pouquíssimos casos de infecção relacionada à assistência, pois a política de cuidados é seguida com rigor.

As medidas de segurança tomadas pelo Hospital Santa Mônica

Em um hospital psiquiátrico, as infecções relacionadas à assistência mais comuns são a pneumonia e a infecção do trato urinário, principalmente em pacientes acamados, assim como a gastroenterite e a escabiose. Nesse contexto, as medidas de segurança incluem a rápida detecção e o tratamento dos quadros clínicos, assim como medidas de prevenção para evitar o seu surgimento, como:

  • a higienização das mãos e a proteção dos funcionários, visto que eles são responsáveis pelo cuidado de todos os pacientes, isso ocorre por meio do uso de máscaras, face shields (protetores faciais);
  • o diagnóstico precoce de infecções;
  • a limpeza das mãos dos pacientes, principalmente antes das refeições e após usar o banheiro.

Em relação à pandemia do coronavírus, o Hospital Santa Mônica tomou algumas medidas específicas. No momento, as visitas estão suspensas devido ao risco de familiares e amigos levarem o vírus para dentro do estabelecimento.

Para evitar a disseminação do vírus, a Dra Rebecca, que é especialista em doenças infecciosas, tomou algumas medidas. Segundo ela, “os pacientes que estão na primeira admissão, ou seja, pacientes novos que vieram da comunidade, são isolados por um período antes de poderem circular pelo Hospital Santa Mônica como os demais. Geralmente a observação dura cerca de 6 dias, visto que o período médio de incubação da doença varia entre 5 e 5 dias e meio. O ideal seriam 14 dias, mas esse prazo se torna inviável, devido ao risco de piora do quadro psiquiátrico dos pacientes.”

No Hospital Santa Mônica realizamos o exame PCR para detecção do vírus pelo Laboratório Fleury que é nosso parceiro nesta área, o resultado saí em até 48 horas.

Contamos com uma área de isolamento para pacientes que apresentarem sintomas respiratórios, estes serão encaminhados para um hospital geral para tratamento, ou em caso de inviabilidade de transferência, permanecerão no isolamento.

Após a resolução do quadro, eles podem ser admitidos e ficarão em observação por 6 dias como os demais. Com essas medidas é possível controlar a disseminação do vírus dentro do hospital de saúde mental.

Para conscientizar os pacientes, a Dra Rebecca instruiu a sua equipe a realizar palestras de orientação sobre a importância da higiene das mãos e de manter o distanciamento, evitando o contato físico. Além disso, a médica frisa que as oficinas que antes eram realizadas com muitas pessoas tiveram o seu número de alunos reduzidos, a fim de evitar a aglomeração em sala de aula.

Entendeu como é possível combater a infecção relacionada à assistência, inclusive em hospitais de saúde mental? O Hospital Santa Mônica leva o Dia do Combate à Infecção Hospitalar a sério, e aproveita para reforçar as medidas de segurança durante todo o ano.

O Hospital Santa Mônica dispõe de uma área de 83 mil m², sendo 50 mil m² de mata nativa preservada e o restante de instalações confortáveis para pacientes com doenças mentais agudas e dependentes químicos.

Redação

Redação

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.