Dia do Pulmão: Hospital tem equipamentos de ponta que permitem exame e cirurgia por vídeo

Equipamento utilizado na cirurgia

“Passei por um pneumologista, porque estava com tosse havia mais de 45 dias. Ele solicitou uma tomografia do tórax, que constatou alguns linfonodos alterados. A notícia de uma sarcoidose [nome da patologia] é assustadora no início, pois você não tem uma ideia da amplitude do problema”, conta o engenheiro agrônomo Ricardo João de Bruijn, 52 anos, que retirou o tumor dos gânglios do mediastino em meados de agosto, no Vera Cruz Hospital, em Campinas (SP).

Na operação, o cirurgião torácico José Cláudio Seabra utilizou o equipamento mais avançado do mundo atualmente para esse tipo de caso: o videomediastinoscópio. “Por vídeo, ele é minimamente invasivo e nos permite um procedimento mais amplo e seguro. A intervenção durou cerca de 40 minutos, e o paciente recebeu alta na manhã seguinte”, conta.

Apenas dez dias depois da cirurgia, o paciente já estava liberado para retomar as atividades e, praticamente, sem cicatriz. “Foi muito tranquilo. Desde a preparação até o pós-cirúrgico, não senti nenhuma dor. O atendimento foi muito profissional durante todo o processo, além de dar um alívio mental, pois com o resultado da biópsia, eu posso ter certeza do que se trata, e assim, dar início ao tratamento mais adequado”, detalha o agrônomo.

Para auxiliar no diagnóstico, o Vera Cruz Hospital também possui um aparelho de última geração chamado mediastinoscópio: um tubo de aço com partes flexíveis e sistema óptico integrado para explorar o mediastino, região entre os dois pulmões. “Poucos serviços contam com esse instrumento, que nos permite uma ampla exploração da região e é mais preciso e mais seguro para a coleta da biópsia, que pode detectar doenças do tórax, incluindo o câncer de pulmão. Nesta região, existem muitos gânglios, também chamados de linfonodos, que são afetados pelo câncer de pulmão e outras doenças”, pontua Seabra.

E os cuidados são lembrados nesta semana, no Dia Mundial do Pulmão (25), que tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância de cuidar do órgão, que pode ser afetado por inúmeras doenças, algumas de causa desconhecida, como a sarcoidose, a patologia inflamatória rara detectada no engenheiro.

Ronaldo Macedo, pneumologista do Vera Cruz Hospital, explica que as intercorrências pulmonares se agravam em períodos mais frios e secos e têm a tosse como o sintoma mais comum entre todas elas. “As mais comuns são a asma brônquica e a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Também há outras mais raras, como doenças fibrosantes, hipertensão pulmonar e bronquiectasia”.

A asma é uma das patologias crônicas mais prevalentes nas vias respiratórias. Dados do Fórum das Sociedades Respiratórias Internacionais (FIRS) apontam que, três a cada dez pessoas possuem asma, o equivalente a cerca de 334 milhões de pessoas em todo o mundo e 13% da população brasileira. Outros dados destacam a DPOC como a terceira maior causa de morte no mundo: três milhões de pessoas todos os anos.

Segundo Macedo, o fumo, mesmo que passivo, é o principal fator de risco para o desenvolvimento das doenças pulmonares. “A única forma de prevenção é não fumar. O tabagismo pode causar mais de 50 doenças, entre cardiovasculares, no sistema circulatório, infecções respiratórias, crônicas, enfermidades e vários tipos de cânceres. Abolir o consumo do tabaco e adotar uma rotina de vida saudável com prática de exercícios, boa alimentação e sono de qualidade reduzem os riscos”.

Redação

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