Do total de pacientes com morte encefálica, 33% concretizam doação de órgãos

Neste momento 44.689 mil pessoas aguardam na fila do Ministério da Saúde por um transplante de órgão e tecido. Dado que não permite comemoração neste dia 27, Dia Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos. A data é válida para fortalecer a conscientização e destacar a importância desta prática, que pode ajudar milhares de pessoas que esperam pela oportunidade de salvar suas vidas.

A enfermeira responsável pela Comissão Intra Hospitalar de Transplante (CIHT) do Hospital São Vicente de Paulo (HSV), de Jundiaí (SP), Thais Fernanda Rocha Santos, ressalta que hoje os órgãos mais comuns doados são córneas, rins e fígado. “Os mais difíceis são pulmão e coração, devido aos diversos critérios necessários para o transplante destes órgãos”, explica. Há ainda a possibilidade de doação de tecidos ósseos e musculares e pele, que são pouco divulgados.

Para ser doador, é necessário que o paciente tenha a confirmação de morte encefálica, ou seja, quando o corpo deixa de ter qualquer função neurológica. A família também precisa autorizar. “Quando identificamos um potencial doador, acionamos a família, acolhemos e explicamos sobre a possibilidade de doação. Quando há o consentimento, acionamos a Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDO) de São Paulo. A equipe do paciente que vai receber o órgão vem ao hospital e realiza a retirada, dando breve encaminhamento ao órgão”, explica.

O órgão a ser doado tem de ser compatível com o paciente que aguarda na fila. Por isso, nem sempre o primeiro da fila é o que vai receber o órgão doado, mas sim o próximo que tiver maior compatibilidade.

O tempo também é outro fator importante. Cada órgão pode suportar um determinado tempo entre a retirada e o transplante em outra pessoa, chamado de isquemia. Por exemplo, coração pode demorar até 4 horas; pulmão de 4 a 6 horas; rim é de 48 horas; fígado 12 horas e pâncreas 12 horas.

Índices do CIHT

O CIHT foi implantado no HSV em 2008, completou 11 anos. Entre janeiro e 25 de setembro deste ano, registrou 33 notificações de morte encefálica. Deste total, 11 se tornaram doadores, ou seja, 33%. Outros 16 apresentaram contra-indicação, o que corresponde a 48% dos casos, e outros seis não tiveram autorização da família, ou seja 18%.

No grupo de pacientes que apresentaram contra-indicação, a enfermeira explica que vários fatores interferem, tais como sorologia, idade, causa desconhecida do óbito, sepse e paciente sem família.

Dentre o grupo de 11 doadores, cinco eram da faixa etária de 18 a 40 anos; três de 40 a 60 anos; e três de 60 a 70 anos. Não houve doador a partir dos 70 anos.

O órgão com maior índice de captação foi o rim (18), seguido de córnea (16), fígado (8), coração (3), pulmão (2) e pâncreas (2). Não foram registradas captações de ossos.

A enfermeira orienta para que as pessoas que têm interesse em doar seus órgãos, tenham um diálogo franco com a família, deixando claro seu desejo. Desta forma será mais tranquilo e menos doloroso autorizar que parte de um ente querido possa manter viva a esperança de uma outra pessoa.

Redação

Redação

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.