Em um ano, projeto Saúde em Nossas Mãos salva vidas e reduz mais de 2 mil infecções em UTIs do SUS

Os índices de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) foram reduzidos em 193 Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) de hospitais públicos e filantrópicos em todo o Brasil entre setembro de 2021 e setembro de 2022, tendo como consequência 2.138 infecções evitadas.

Esses são os resultados mais recentes do projeto Saúde em Nossas Mãos – Melhorando a Segurança do Paciente em Larga Escala no Brasil, uma iniciativa do Ministério da Saúde realizada de forma colaborativa entre os hospitais participantes do Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS) Hospital Alemão Oswaldo Cruz, BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Hcor, Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital Moinhos de Vento e Hospital Sírio-Libanês.

No período citado, a iniciativa alcançou resultados expressivos na redução dos três principais dispositivos de infecções: Infecção Primária da Corrente Sanguínea Associada a Cateter Venoso Central (IPCSL), com diminuição de 52% em UTIs pediátricas, 26% em UTIs neonatais e 21% nas adultas; Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (PAV), com queda de 48% nas neonatais, 42% nas pediátricas e 26% nas adultas; além de Infecção do Trato Urinário Associada a Cateter Vesical (ITU-AC), com redução de 57% nas pediátricas e 26% nas adultas.

Alinhado ao Plano Nacional de Saúde (PNS), o Saúde em Nossas Mãos espera reduzir, em médio prazo, a incidência dos principais indicadores de infecção hospitalar, além de disseminar o modelo de melhoria para outras unidades e hospitais, bem como demonstrar o impacto financeiro com a prevenção das infecções. A longo prazo, a expectativa é contribuir com a mudança da cultura das organizações de saúde com relação à segurança do paciente, conforme explica Brunno Ferreira Carrijo, diretor do Departamento de Atenção Hospitalar, Domiciliar e de Urgência (DAHU), do Ministério da Saúde.

“Ao longo do projeto, é notável o resultado que conseguimos alcançar em relação à redução das infecções causadas em pacientes que utilizam dispositivos invasivos. A sustentabilidade desses resultados é um grande desafio que será vencido com o fortalecimento das técnicas adotadas pelos hospitais. Temos confiança que os resultados podem ser mantidos com o compromisso de cada profissional de saúde do SUS que cuida de seus pacientes, ” afirma.

De acordo com a coordenadora do projeto, Cláudia Garcia de Barros, o Saúde em Nossas Mãos orienta as UTIs participantes para o uso de metodologias e ferramentas da qualidade que os auxiliam na implementação de novos processos, de forma colaborativa e sustentável, visando diminuir os índices de infecções hospitalares e melhorar a segurança do paciente durante a sua permanência na unidade. “O uso de dispositivos invasivos, como cateteres e de aparelhos de ventilação mecânica são um dos principais pontos que elevam os riscos de infecções hospitalares nas UTIs. O projeto traz novos processos para as equipes das UTIs, aumentando sua percepção sobre os riscos assistenciais e melhorando assim a segurança dos profissionais no cuidado ao paciente”.

O primeiro triênio de atuação ocorreu entre 2018 e 2020, resultando em 2.687 vidas salvas ao evitar 7.674 casos de IRAS em 116 hospitais públicos, gerando uma economia de R$ 354 milhões para o SUS. Foram alcançados 54% de redução do número de infecções adquiridas por pacientes internados em UTI. Atualmente, o programa conta com a participação de 204 hospitais, o que representa um aumento de 76% em comparação ao período anterior. A expectativa é impactar 2.843 leitos de UTI adulto, além de 17 UTI pediátricas e 7 UTI neonatais, a fim de tornar os ambientes mais seguros para os pacientes.

Redação

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