Um kit tecnológico que realiza exames físicos remotos para analisar possível infecção da garganta e ouvido; auscultar o pulmão, coração e abdômen; medir a temperatura; e fazer imagens de lesões na pele com alta resolução e acurácia é um dos recursos de médicos baseados em Tel Aviv, em Israel, para prestar teleatendimento a ucranianos em área de conflito, a mais de dois mil quilômetros de distância. O ‘arsenal telemédico’ usado nas vítimas da guerra com a Rússia precisa apenas de internet para funcionar e inclui outros itens como aparelho de ultrassonografia pré-natal e bioanálise sanguínea.
O TytoCare foi desenvolvido em Israel e é utilizado por hospitais, planos de saúde e universidades de medicina no Brasil, desde 2020. “A exemplo da pandemia da Covid-19, que já provou a importância da Telemedicina, a tecnologia está sendo muito bem empregada agora para auxiliar cidadãos carentes de atendimentos emergenciais presenciais nas principais cidades ucranianas, uma vez que diversos hospitais foram bombardeados”, afirma a diretora da Tuinda Care, startup parceira da TytoCare no Brasil, Ana Carolina Lucchese.
O maior hospital israelense, Sheba Medical Center, trabalha em conjunto com a United Hatzalah Israel, a maior organização independente de apoio voluntário e sem fins lucrativos. O MSF (Médicos Sem Fronteiras) – que atua com estações de telemedicina desde 2010 em zonas de conflito – também está com postos médicos na Ucrânia e em países vizinhos como Polônia, Moldávia, Hungria, Romênia e Eslováquia. “Os profissionais de saúde conduzem os pacientes, em tempo real, para que eles possam realizar os exames. Tudo é armazenado em uma plataforma digital, que é acessada pelo médico para análise dos dados e diagnóstico. Depois ele prescreve o tratamento, sem a necessidade de estar frente a frente com o paciente”, afirma a diretora da Tuinda.
O kit tecnológico pode ser utilizado no atendimento de crianças e adultos, nas especialidades de pediatria, clínica geral, otorrinolaringologia, pneumologia, cardiologia e dermatologia, entre outras. Além de Israel, Estados Unidos e Brasil, já é usado por diversos países da Europa e Ásia.
