O estudo ‘Efeitos da órtese em adolescentes com escoliose idiopática’ conduzido em 25 centros médicos nos Estados Unidos e Canadá, aponta que o diagnóstico precoce – aliado ao tratamento adequado – evitou a necessidade de cirurgia em 70% dos pacientes com escoliose – a deformidade mais comum na coluna vertebral.
A pesquisa (2013) sobre o tratamento precoce foi publicada em uma das mais importantes revistas médicas do mundo. Nos casos analisados, a intervenção médica, com o uso de coletes, foi feita no momento ideal e evitou a progressão das curvas da deformidade.
De acordo com o cirurgião especialista em coluna, Luiz Müller, o diagnóstico precoce é essencial nesses casos. “A realização do tratamento em curvas menores pode mudar a história natural da doença, muitas vezes evitando uma cirurgia. Em apenas seis meses uma paciente no estirão do crescimento pode ter uma piora (ou um aumento da curva) de mais de 10º”.
As deformidades podem ocorrer em qualquer idade e alguns pacientes podem nascer com ela (congênita). “É mais comum que a alteração ocorra na adolescência, perto do estirão de crescimento. A grande maioria dos pacientes – crianças ou adolescentes – não têm queixas relacionadas, apenas a deformidade em si. A dor é exceção e deve ser avaliada quanto a possibilidade de ter alguma outra alteração causando a escoliose”.
O sucesso depende da indicação correta, uso de um colete apropriado e pelo tempo recomendado.
O que é – A escoliose é um desvio na coluna quando olhamos o paciente de frente ou de costas, em formato de ‘S’ ou ‘C’. “Entre os primeiros sinais de alerta para procurar o especialista estão: diferença na altura dos ombros, assimetria da cintura e tórax e a presença da giba – o aspecto corcunda”, explica Luiz.
Junho é o Mês de Conscientização da Escoliose Idiopática do Adolescente. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) mais de 6 milhões de brasileiros, em especial, adolescentes do sexo feminino, sofrem com a escoliose idiopática do adolescente.
O tratamento realizado no momento oportuno evita a necessidade de uma cirurgia em muitos pacientes. “Assim como tem acontecido com outras doenças, temos visto muitos casos que chegam aos nossos consultórios em uma situação muito avançada e em que o paciente ‘perdeu’ a chance de tentar o tratamento conservador.”