Escorpiões: Fehosp orienta hospitais para atendimento de casos

A espécie Tityus serrulatus, conhecida como escorpião amarelo, é o grande responsável pela maioria dos acidentes

Episódios de acidentes com escorpiões têm sido cada vez mais comuns, com casos fatais principalmente em crianças e, diante do cenário, a Fehosp – Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo) lança campanha para orientar as instituições da rede filantrópica para atendimento a essas ocorrências, já que elas são responsáveis por mais de 50% das demandas do Sistema Único de Saúde (SUS) e os únicos equipamentos de saúde em muitos municípios. O e-book sobre a questão, feito em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde, pode ser acessado no link www.fehosp.com.br/app/webroot/v2/newsletter/28_10_20/fehosp_book_escorpiao.pdf.

Dados do Sinan – Sistema de Informação de Agravos de Notificação), do Ministério da Saúde, apontam que, em 2019, foram registrados no estado de São Paulo 28.116 casos e 14 mortes com este perfil. Neste ano, segundo o DataSUS, ocorreram 235 internações em território paulista, por contato dos pacientes com o animal. Quatro pessoas morreram. Um dos casos mais recentes aconteceu em julho, no município de Parapuã, onde um menino de um ano de idade não resistiu à picada. No mês seguinte, a vítima foi uma menina de 11 anos, em Lins. O animal estava escondido embaixo de um cobertor.

Já em todo o Brasil, de janeiro a agosto de 2020, segundo o DataSUS, foram 1.160 internações em decorrência de contato com escorpião (sendo a região Sudeste com 628 casos) e nove óbitos. No último dia 23, um menino de cinco anos morreu depois de ser picado por um escorpião enquanto brincava em frente de casa, em Santa Inês, no norte do Paraná.

Como as crianças tem uma massa corporal menor, o risco de óbito por picada de escorpião é grande no público infantil e 90% ocorrem na faixa etária até 10 anos. “As vítimas de escorpianismo estão crescendo, no Estado de São Paulo, as regiões do extremo oeste paulista concentram o maior número de acidentes e é preciso esclarecer e alertar a população, os profissionais e os gestores de saúde”, ressalta o presidente da Fehosp, Edson Rogatti.

Com apoio da Secretaria Estadual de Saúde, a cartilha produzida pela Federação é voltada aos gestores e profissionais de saúde, lideranças de atendimento ao usuário, SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), coordenadorias de tecnologias das DRS (Diretorias Regionais de Saúde) e também para conscientização da população.

Embora o período de maior incidência de escorpiões no Brasil seja no verão, o desmatamento das florestas, o crescimento das cidades, o aumento da temperatura e de produção de lixo são fatores que propiciam a proliferação do animal. A espécie Tityus serrulatus, conhecida como escorpião amarelo, é o grande responsável pela maioria dos acidentes, pois se adapta a todos os tipos de ambiente e sua reprodução é favorecida pela oferta de abrigo e alimento (baratas) em abundância.

Se não tratado, o veneno do escorpião pode provocar um colapso cardiocirculatório e edema agudo de pulmão, o que leva a óbito.

Sintomas

Os sintomas variam de acordo com a quantidade do veneno e a massa corporal da pessoa. O local da picada pode apresentar inchaço, vermelhidão e suor.

Em crianças – principalmente as mais pequeninas que ainda não sabem falar – há choro intenso e abrupto. Posteriormente, há evolução de quadro clínico para sudorese (suor) e sonolência com alternância de agitação, devido à dor intensa.

Passado mais algum tempo, iniciam-se vômitos, que vão se intensificando ao longo do tempo com aumento dos batimentos cardíacos e da respiração. O vômito indica a necessidade de que se administre o soro antiescorpiônico o quanto antes na criança.

Já os adultos, a maioria recebe medicação para dor. A equipe médica irá avaliar a necessidade da administração do soro antiescorpiônico e encaminhará o paciente para a unidade de referência nesse tipo de atendimento, sem precisar de autorização da CROSS (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde) para transferência ou remoção.

Os centros de referência estão disponíveis no link www.saude.sp.gov.br/resources/cve-centro-devigilancia-epidemiologica/unidades-de-referencia/ peconhentos_unidades.pdf.

Redação

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