Especial NOVEMBRO AZUL 2022

A Campanha Novembro Azul intensifica neste mês a prevenção e o tratamento da saúde do homem, em especial contra o câncer de próstata. Em 17 de novembro é comemorado o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata, segundo que mais mata homens no Brasil. No geral, é o sexto tipo mais comum no mundo e o mais prevalente em homens.

As instituições brasileiras estão engajadas na causa! Confira notícias abaixo:

Maioria dos homens no Brasil só procura médicos com sintomas intoleráveis

Novembro Azul alerta sobre o câncer de próstata e os cuidados com a saúde do homem. Diagnóstico precoce tem percentual de mais de 90% de cura.

A campanha Novembro Azul traz um alerta sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata, tipo mais comum de câncer entre homens e o segundo em mortalidade, e levanta um debate sobre o comportamento do homem em relação aos cuidados com a saúde.

Uma pesquisa divulgada no ano passado pelo Instituto Lado a Lado pela Vida apontou que 62% dos brasileiros só procuram um médico quando apresentam sintomas insuportáveis. A pesquisa entrevistou 1.800 homens de idade entre 18 e 65 anos no Brasil, Colômbia e Argentina. Dentre os demais países latino-americanos, o índice de homens que procuram médico somente quando a dor aperta é ainda maior, mais de 70%, ou seja, 7 a cada 10 entrevistados.

O urologista da operadora de planos de saúde Usisaúde, administrada pela Fundação São Francisco Xavier, Renato Ribeiro Cunha, explica que o Novembro Azul foi criado no Brasil com o intuito de estimular uma mudança cultural de visitas dos homens aos médicos. “A abordagem é centrada no câncer de próstata, mas foi ampliada para conscientizar e chamar a atenção sobre a importância dos cuidados com a saúde masculina na sua integralidade”.

O urologista destaca, ainda, que o homem não é ensinado igual a mulher a ir ao médico desde cedo, já que estas são levadas pelas mães ao ginecologista logo na puberdade. “Os meninos crescem sem esse costume e quando adultos costumam ir somente quando suas companheiras insistem ou quando estão com sintomas insuportáveis. Com isso, ficam mais suscetíveis a uma série de doenças, inclusive ao câncer de próstata, o mais temível para o homem”, alerta.

Por isso, é fundamental que os homens visitem o médico já na puberdade, a partir de 14/15 anos. “Os meninos, assim como as meninas, possuem muitas dúvidas, principalmente em relação a sexualidade e sexo seguro. Dessa forma, eles podem desmistificar essa questão de que homem não gosta de ir ao médico”, ensina.

Diagnóstico precoce

Quando o assunto é câncer de próstata, um dos tumores mais preocupantes que afeta os homens, o diagnóstico precoce pode salvar vidas. A doença corresponde a 29% dos casos de câncer masculino, de acordo com Instituto Nacional do Câncer (INCA). Para este ano são esperados quase 66 mil novos casos da doença. No ano passado foram registradas 16.055 mortes no Brasil em consequência do tumor, o que corresponde a 44 mortes por dia.

Quando diagnosticado em estágios iniciais as chances de cura são superiores a 90%. No entanto, segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), 20% dos casos só são descobertos em estágios avançados, ou seja, quando o tratamento é mais difícil e as chances de cura também. Quando os sintomas começam a aparecer, 95% dos casos já estão em fase adiantada.

Os dados só reforçam a importância do diagnóstico precoce. Dr. Renato explica que a recomendação da SBU é que homens sem histórico familiar de câncer de próstata e não negros devem realizar o exame de PSA (Antígeno Prostático Específico) juntamente com o exame de toque após os 50 anos de idade. Já para quem é da raça negra ou tem histórico familiar, é importante que faça esses exames a partir dos 45 anos. O intervalo para um novo exame deve ser de um ano para ambas as faixas etárias. “Não adianta fazer só o PSA. Existem casos em que o PSA é baixo e mesmo assim o paciente desenvolve o câncer de próstata”, alerta.

Sintomas

O câncer de próstata não costuma apresentar sintomas em sua fase inicial. Somente o rastreamento vai detectar o tumor precocemente. Quando o estágio do tumor já está avançado, costuma atingir outros órgãos, como uretra, bexiga e vesículas seminais. Entre os principais sintomas estão sangramento e dor ao urinar, dificuldade para iniciar e interromper a micção, vontade frequente de urinar, dor ao ejacular, presença de sangue no esperma, dor lombar e na bacia.

Com o avanço de novos tratamentos, os homens com o tumor de próstata estão vivendo por mais tempo e menos desconforto.

A cirurgia é indicada, normalmente, em casos localizados onde há chances de cura. “O receio do paciente pode existir, mas com informações claras temos conseguido reduzir esse medo inicial. Além da cirurgia, hoje existem tratamentos mais avançados e que conseguem ajudar pacientes a levarem uma vida normal”, conclui.


 

Terapia tem papel importante na luta contra o câncer de próstata

Homens com a doença têm até 26% de chances de desenvolverem transtornos de ansiedade – acompanhamento psicológico é um fator chave no tratamento e leva suporte emocional aos pacientes.

Homens com câncer de próstata têm até 26% de chances de desenvolverem algum transtorno de ansiedade, segundo o periódico eletrônico brasileiro em psiquiatria Psychiatry On-line Brazil. Além disso, até 7% dos indivíduos podem apresentar depressão. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) aponta os tumores na próstata como o segundo tipo mais comum em homens, atrás apenas do câncer de pele não-melanoma. Estima-se que a cada três anos surjam mais de 65 mil novos casos da doença. Milene Rosenthal, co-fundadora da Telavita, clínica digital de saúde mental, aponta que o acompanhamento psicológico pode ter um papel importante no tratamento.

“Quadros de ansiedade e depressão podem dificultar a adaptação do paciente às rotinas de tratamento ou até mesmo, em casos mais severos, levá-los a abandonar o processo. O acompanhamento profissional ajuda nesse aspecto e também traz alívio e orientação para lidar com a situação. Em alguns casos, o homem pode precisar de ajuda até mesmo para explicar a doença aos familiares”, comenta a especialista.

Milene conta que os psicólogos inserem a resiliência como estratégia durante o acompanhamento terapêutico, trabalhando essa habilidade com o paciente e com a família, um recurso valioso no enfrentamento da patologia. “Sabemos o quanto é difícil lidar com o câncer de próstata, mas há uma relação positiva entre resiliência e qualidade de vida dos pacientes e ela pode trazer benefícios concretos para o tratamento”, aponta.

Milene frisa que não se deve deixar de lado a gravidade do diagnóstico, mas é importante trabalhar a mente para seguir em frente da melhor forma possível. “Um emocional forte pode contribuir para o tratamento e para a recuperação do paciente. Manter a rotina, respeitando as limitações, praticar atividades físicas e beneficiar-se do convívio com a família são outros complementos importantes”, ressalta a psicóloga.

Além da dificuldade em lidar com a doença em si, outro aspecto que acaba mexendo com os homens é a dificuldade em fazer os exames preventivos e, portanto, o diagnóstico. “Ainda existe um grande tabu para muitos homens com relação aos exames necessários e isso pode levar a um diagnóstico tardio, com consequências mais graves. Trabalhar de forma contínua o aspecto psicológico durante a vida adulta, normalizando o exame, pode contribuir para menos incidência da doença”, finaliza.


 

Na dieta dos homens no Brasil, o alto consumo de gordura contribui para aumentar o risco de câncer de próstata

O percentual de homens adultos no Brasil que consome carnes com excesso de gordura, dependendo da faixa etária, fica entre 50% e 30%. Além disso, também estão presentes na dieta, alimentos ultraprocessados e ingestão diária de refrigerantes. Esse quadro aliado ao baixo consumo de frutas e hortaliças pode aumentar o risco para câncer de próstata.

Uma alimentação saudável contribui para prevenção do câncer em geral e isso também vale para o câncer de próstata. Na literatura médica, há pesquisas que apontam a relação entre o consumo excessivo de gordura e o desenvolvimento de câncer de próstata. “Um exemplo recente é o estudo publicado em maio deste ano na revista BMC Medicine*, realizada por pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, que trouxe mais um sinal de alerta ao relacionar a obesidade a um tipo de tumor de próstata letal”, informa o cirurgião oncológico Gustavo Guimarães, diretor do Instituto de Urologia, Oncologia e Cirurgia Robótica (IUCR) e coordenador geral dos Departamentos Cirúrgicos Oncológicos do grupo BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo. Portanto, é importante abordar a alimentação como fator de prevenção do câncer de próstata durante o Novembro Azul, campanha mundial de conscientização sobre esse tipo de câncer, ressalta o especialista. Para alertar sobre esses e outros cuidados com a saúde é que o engajamento do IUCR na campanha Novembro Azul neste ano acontece por meio de ações nas redes sociais que trazem como mote “Homens que inspiram também cuidam da saúde”.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), só neste ano, o Brasil deve ter cerca de 65.840 novos casos de câncer de próstata. Afinal, excluindo os tumores malignos de pele não melanoma, 29,2% dos casos de câncer em homens começam na próstata. Sobre alimentação, um dos fatores preocupantes em relação a esse público é o consumo excessivo de gordura. De acordo com o estudo anual da Vigilância de Fatores de Risco para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde, que pesquisa as capitais dos estados brasileiros e o Distrito Federal, revelam que o percentual de homens adultos que costumam consumir carnes com excesso de gordura é de 51,52%, na faixa etária entre 18 e 24 anos. Conforme a idade avança, o consumo diminui um pouco, mas ainda é alto: 46,64% (25 a 34 anos); 43,73% (35 a 44 anos); 39,99% (45 a 54 anos); 34,15% (55 a 64 anos); e 31,72% (mais de 65 anos). O consumo de carnes com excesso de gordura entre os homens é, em média,  20% maior do que entre as mulheres. Mas, dependendo da faixa etária, chega a ser o dobro.

O consumo de frutas e hortaliças, comparado ao de carnes com excesso de gorduras, é bem menor, de acordo com a Vigitel. O percentual de homens adultos que consomem esses alimentos em cinco ou mais dias por semana fica entre 22% e 36%, nas diferentes faixas etárias pesquisadas. O consumo maior está entre homens com mais de 65 anos (36,19%) e o menor na faixa entre 35 e 44 anos (22,14%). A ingestão diária de refrigerantes  é outro hábito prejudicial à saúde. O percentual de homens adultos que afirmaram tomar refrigerantes em cinco ou mais dias por semana foi de 21,04%, na faixa etária entre 18 e 24 anos, e 24,89%, entre 25 e 34 anos. Esse percentual é menor entre os homens mais velhos: 15,39% (35 a 44 anos); 13,46% (45 a 54 anos); 10,56% (55 a 64 anos); 11,16% (mais de 65 anos).

Outro alimento que aumenta o risco para câncer, os ultraprocessados, também ocupa espaço considerável na alimentação dos homens. Aos pesquisados, o inquérito do Vigitel perguntou se haviam consumido cinco ou mais grupos desse tipo de alimento no dia anterior e a entrevista. Responderam afirmativamente: 27,15% (na faixa entre 18 e 24 anos); 29,18% (25 a 34 anos); 25,33% (35 a 44 anos); 16,66% (45 a 54 anos); 11.21% (55 a 64 anos); e 10,9% (mais de 65 anos).

Além de manter hábitos de vida saudáveis, o combate ao câncer de próstata também se faz com a consulta anual ao urologista, atitude essencial para diagnosticar um eventual câncer ainda em fase inicial quando as chances de cura são maiores. Para o diagnóstico de câncer de próstata são importantes o exame de sangue que avalia a proteína produzida pelo tecido prostático (PSA) e o exame de toque retal, que propicia descobrir a doença em fase mais inicial. A confirmação diagnóstica se dá por biópsia. A Sociedade Brasileira de Urologia recomenda que os homens a partir de 50 anos procurem um profissional especializado, para avaliação individualizada. Homens negros ou com parentes de primeiro grau com câncer de próstata devem começar com essa consulta médica aos 45 anos.

Câncer de próstata: uma doença silenciosa no início

O câncer de próstata tem evolução silenciosa e não costuma apresentar sintomas ou, quando apresenta, pode ser confundido com crescimento benigno da próstata, pois é uma doença que tem sintomas semelhantes. Portanto, vale ficar atento e procurar um médico para avaliação, caso tenha alguns dos sintomas a seguir com persistência superior a duas semanas:

  • Dor ou ardência ao urinar
  • Dificuldade para urinar ou para conter a urina
  • Fluxo de urina fraco ou interrompido
  • Necessidade frequente ou urgente de urinar
  • Dificuldade de esvaziar completamente a bexiga
  • Sangue na urina ou no sêmen
  • Dor contínua na região lombar, pelve, quadris ou coxas
  • Dificuldade em ter ereção

O tratamento do câncer de próstata é individual, ou seja, leva em conta variáveis como idade, tipo do câncer, estágio, estadiamento, estado clínico e emocional do paciente e possíveis efeitos colaterais associados ao tratamento. “Munidos dessas informações, podemos oferecer uma abordagem personalizada, baseada em evidências científicas, beneficiando cada paciente de forma assertiva”, explica Guimarães. As abordagens podem ser cirúrgicas, com destaque para a robótica; assim como por ultrassom de alta frequência, hormonioterapia, radioterapia, crioterapia, protonterapia e quimioterapia. “Há casos também em que a doença é indolente a tal ponto de optarmos por não tratar, mantendo uma vigilância ativa.

Referência:

Perez-Cornago A, Dunneram Y, Watts EL, Key TJ, Travis RC. Adiposity and risk of prostate cancer death: a prospective analysis in UK Biobank and meta-analysis of published studies. BMC Med. 2022 May 5;20(1):143.


 

Diagnóstico precoce permite a cura do câncer de próstata em mais de 90% dos casos

Novembro carrega o laço azul para reforçar o cuidado com a saúde do homem.

A doença é silenciosa, afeta homens saudáveis, geralmente com mais de 50 anos e está relacionada ao envelhecimento dessa população. O câncer de próstata é um dos mais frequentes no Brasil e no mundo e, por isso, o mês de novembro recebe o laço azul, como forma de alertar a população masculina sobre a importância da rotina de exames preventivos. Dados da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) mostram que em 2021 foram registrados 65 mil novos casos da doença, no entanto, o diagnóstico precoce permite a cura em mais de 90% dos casos.

Para o oncologista André Sasse, do Grupo SOnHe, é fundamental que o homem moderno compreenda que ele precisa se cuidar para seguir desempenhando seu papel no trabalho e na família. “Nós precisamos estar sempre preparados e isso significa saber cuidar da nossa saúde. Os homens ainda se cuidam mal e ignoram o fato da prevenção salvar vidas”, alerta o oncologista. A próstata é uma glândula localizada à frente do reto, abaixo da bexiga. Por isso, o diagnóstico do câncer e outras doenças que envolvem a próstata é feito pelo exame físico, por meio do toque retal, e auxiliado por meio de exame de sangue, o PSA. Como nem sempre o PSA aumenta, especialmente nos casos mais agressivos, o exame clínico é essencial. “Associar os dois exames em homens com mais de 50 é fundamental para termos um diagnóstico honesto, já que o paciente pode estar com a doença sem que o PSA esteja alterado”, explica André Sasse.

O mês de novembro recebe o laço azul, sendo dedicado à conscientização sobre o câncer de próstata, justamente pelo fato de a doença ser silenciosa e apresentar sintomas apenas em estágios mais avançados. Dor ou dificuldade para urinar e sangramento são sinais de alerta. Segundo André Sasse, o preconceito não pode ser maior do que a nossa vontade de viver bem e de maneira saudável. É preciso conscientizar a população masculina sobre a necessidade da rotina de exames, já que o diagnóstico precoce traz mais de 90% de chance de cura.


 

Saiba por que o bigode virou símbolo dos cuidados com a saúde do homem

O mês de novembro vem para conscientizar sobre o câncer de próstata, o tipo mais comum em homens. Além disso, é preciso abrir os olhos para os cuidados proativos e preventivos, que não são comuns para o público masculino.

Durante todo o mês, o Novembro Azul traz a importância de conscientizar sobre o câncer de próstata, doença que afeta principalmente homens acima de 50 anos de idade. Como símbolo, a campanha traz o desenho do bigode, refletindo sobre a importância de dar cada vez mais atenção à saúde masculina.

Em 1999, na Austrália, um grupo de 30 amigos resolveu deixar o bigode crescer para chamar a atenção sobre os cuidados com a saúde do homem. Nas ruas, eles arrecadaram quantias de dinheiro que, posteriormente, foram doadas para instituições de caridade. Como em 17 de novembro já se era comemorado o Dia Mundial do Combate ao Câncer de Próstata, o mês foi escolhido para iniciar o movimento. A ideia fez com que a história fosse contada cada vez mais e, em 2004, surgiu o Movember Foundation Charity – sendo a união de Moustache (bigode em inglês) com November (novembro) – para dar voz ao tema.

Historicamente, os homens são menos preocupados com a própria saúde do que as mulheres e, com a chegada da pandemia, esse cenário ficou ainda mais grave. A principal maneira de evitar diagnósticos tardios é a partir da detecção precoce, que deve ser feita a partir de exames regulares e preventivos, assunto que ainda é um tabu para o público masculino.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, o câncer de próstata é o tipo mais comum em homens, (com exceção do câncer de pele não melanoma), causando a morte de 28,6% que desenvolve neoplasias malignas. A cada 38 minutos no Brasil, um homem morre por causa da doença, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Até o final de 2022, são estimados 65.840 casos de câncer de próstatas no Brasil.

“A partir do Novembro Azul, é necessário lembrar que o tema deve ser ainda mais discutido e ampliado. Com o diagnóstico precoce, as chances de cura do câncer de próstata aumentam significativamente – podendo passar de 90% – além de permitir que o tratamento seja menos invasivo”, destaca o oncologista clínico Andrey Soares, do Grupo Oncoclínicas São Paulo.

Além da próstata

Apesar do câncer de próstata ser o mais comum em homens, é necessário também abrir os olhos para os cânceres de pênis e testículos. Mesmo sendo prevalentes em 2% e 5% dos casos respectivamente, não devem ser negligenciados.

No caso do câncer de pênis, por exemplo, o diagnóstico tardio leva a mais de mil amputações por ano no Brasil. Suas causas possuem fatores como: falta de uma boa higiene e infecções – geralmente por relações sexuais – por HPV. Quanto ao câncer testicular, apesar de não ser associado a causas ambientais, costuma acontecer em jovens de 15 a 50 anos. Segundo dados do Ministério da Saúde, o problema pode até mesmo ser mascarado por ser confundido com processos inflamatórios e infecciosos. Por ano, cerca de 360 pessoas são diagnosticadas já em estágios avançados da doença.

Sem tabu!

Um levantamento feito pelo Centro de Referência em Saúde do Homem do Estado de SP mostrou que não é à toa que 70% das mulheres comparecem às consultas médicas com seus parceiros, resultado de que o diagnóstico precoce e o cuidado proativo e preventivo não é comum para o público masculino.

“Ainda existe uma resistência dos homens fazerem o acompanhamento médico de prevenção. Vale lembrar que pessoas afrodescendentes ou que tenham parentes de primeiro grau com a doença, é necessário fazer os exames antes dos 45 anos. Quanto antes o diagnóstico for feito, maiores são as chances de sucesso no tratamento, fazendo com que as chances de cura chegam a 90%”, finaliza o Dr. Andrey.

De novembro a novembro, é preciso estar sempre alerta aos sinais do câncer

A informação é ferramenta determinante para desmistificar o câncer de próstata e incentivar a descoberta da doença em estágios iniciais. Não à toa, no Novembro Azul a tônica central das ações de conscientização traz o reforço da necessidade de um olhar atento para a realização de exames preventivos e consultas com especialistas.

Como estímulo a esse movimento, o Grupo Oncoclínicas promove a campanha De Novembro a Novembro, com uma série de ativações em plataformas digitais voltadas a um olhar positivo para o retorno das rotinas médicas no combate ao câncer de próstata. Nas mídias sociais e por meio do hotsite especial, são disponibilizadas informações gerais sobre prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer de próstata e outros que afetam amplamente a população masculina, direitos dos pacientes e outras dúvidas frequentes.

A iniciativa conta ainda com uma programação de conteúdos desenvolvidos por médicos especialistas voltados ao esclarecimento das principais dúvidas da população em geral, sobre os diferentes temas que se referem ao câncer.


 

Alerta para prevenção e tratamento ao câncer de próstata

Hospital gerenciado pelo CEJAM oferece atendimento humanizado também dedicado à população trans.

Criada com o objetivo de conscientizar os homens sobre a importância do cuidado com a saúde e realização do exame retal para a prevenção do câncer de próstata, a campanha Novembro Azul tem sido ressignificada à medida que a sociedade está evoluindo.

Isso acontece porque a doença é o tipo de câncer mais comum e responsável pela morte de 28,6% das pessoas com próstata, conforme o Ministério da Saúde. O dado inclui homens cisgêneros – que nasceram com o órgão sexual masculino e se reconhecem como homem – e mulheres transgêneros – que nasceram com sexo masculino, mas se identificam como mulher.

Algumas instituições de saúde realizaram importantes atualizações em seus serviços para englobar toda a população a ser acompanhada. É o que aconteceu no Hospital Dia M’Boi Mirim I, gerenciado pelo CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo.

A gerente da unidade, Erica Regina da Silva Lavoura, explica a importância de inserir este grupo no cuidado e prevenção à doença. “O Novembro Azul é uma campanha muito relevante para a detecção de possíveis casos de câncer de próstata. Nesse momento de sensibilização, aproveitamos para enfatizar que o cuidado deve ser integral, com foco na detecção precoce de possíveis doenças do órgão. A partir disso, percebemos a importância de trabalhar com as mulheres trans, para que se sintam acolhidas e não tenham receio de serem acompanhadas regularmente por um médico urologista.”

Conforme Erica, o atendimento da unidade destaca-se por ser humanizado, oferecendo às pacientes em processo transexualizador um ambiente seguro e inclusivo, com profissionais multidisciplinares capacitados para acolher e cuidar da saúde de todas as pessoas.

“Nos casos de pacientes trans, a porta de entrada é pelo endocrinologista, já que necessitam da especialidade para a realizar a hormonização – terapia hormonal ou hormonioterapia –, intervenção de saúde utilizada como estratégia para que pessoas trans possam se expressar e ser reconhecidas pela sociedade dentro dos limites do gênero com o qual se identificam. Após essa passagem, elas são encaminhadas para uma equipe multidisciplinar, com psicólogo, nutricionista, farmacêutico, ginecologista e urologista”, detalha.

Câncer de próstata

O urologista do Hospital Dia M’Boi Mirim I César Bortoluzzo explica que o câncer de próstata afeta a glândula localizada abaixo da bexiga e que envolve a uretra, canal que liga a bexiga ao orifício externo do pênis.

“Esse tipo de câncer é o segundo mais frequente nesta população, ficando atrás apenas do câncer de pele. Ele é mais comum a partir dos 50 anos, já que o envelhecimento celular contribui para o desenvolvimento da doença, bem como fatores hormonais.”

A Sociedade Brasileira de Urologia recomenda a realização do exame retal a partir dos 50 anos. “Homens cis e mulheres trans, com parentes de primeiro grau que tenham tido câncer de próstata e pessoas obesas mórbidas e negras, no entanto, devem começar aos 45 anos. Para ambos, o exame deve ser realizado uma vez ao ano.”

Conforme Dr. César, ao contrário do que se imagina, o exame de toque em si não é preventivo, já que o seu objetivo é detectar alterações da próstata em fases mais iniciais.

“O exame retal também é capaz de diagnosticar a hiperplasia prostática benigna (HPB), também conhecida como aumento prostático sem câncer, principal problema da próstata a partir dos 50 anos. Quando não tratado, o problema pode provocar desconfortos, como a necessidade de urinar frequentemente e o aumento de micções noturnas, prejudicando a qualidade do sono e gerando insegurança”, reitera.

Tratamento

Graças à ciência, muito progresso tem ocorrido no tratamento ao câncer de próstata. Novos medicamentos e técnicas de cirurgias, como a laparoscópica e a cirurgia robótica, melhoram as chances de sobrevida, com qualidade.

Segundo o médico, o fato depende, no entanto, também de quão precocemente se detectam as alterações e o próprio tumor.

Sob gestão do CEJAM, o Hospital Dia M’Boi Mirim I atua para que o processo de diagnóstico e tratamento da doença seja o mais breve e efetivo. A unidade oferece serviços como consulta com urologista, biópsia da próstata, cirurgias urológicas e linha de cuidado exclusiva às pacientes em processo de transição de gênero.

Dados do hospital indicam que, entre 2020 e 2021, foram realizadas, respectivamente, 1.960 e 1.992 consultas com urologista, totalizando uma média de 165 pacientes mensais.

A ideia, segundo Erica, é intensificar ainda mais o atendimento para que casos como o do supervisor de autos, José Gilvanir Cavalcante da Silva, de 58 anos, sejam solucionados de forma rápida e bem-sucedida.

Paciente da unidade há pouco mais de dois anos, Silva descobriu o câncer na próstata há oito meses e, desde então, tem se tratado na unidade.

Ele exaltou a sua confiança na luta contra a doença e a humanização da equipe. “Apesar de o meu caso ser considerado gravíssimo, estou tranquilo. Segundo o médico, meu quadro está estável e a equipe me apoia, ouvindo e dando suporte emocional. Isso é muito importante.”

Apenas em 2022, o Hospital Dia M’Boi Mirim I tem um total consolidado de 1.857 pessoas atendidas até setembro, uma média de 206 consultas por mês. “As expectativas são de superar o número dos anos anteriores e evoluir cada vez mais”, finaliza a gerente.


 

Novo tipo de biópsia de próstata, mais seguro e preciso, avança no Brasil

Método transperineal, já muito usado na Europa, possibilita maior precisão no diagnóstico de alguns tumores e envolve menor risco de infecção quando comparado ao transretal; Hospital Vila Nova Star realizou seu primeiro procedimento em setembro.

O Hospital Vila Nova Star, unidade da Rede D’or, na capital paulista, passou a adotar um novo tipo de biópsia que tem se tornado uma grande aliada na detecção do câncer de próstata. O método transperineal, já muito utilizado em serviços de saúde da Europa, se destaca por possibilitar maior precisão no diagnóstico da doença em algumas regiões da próstata e envolver menor risco de infecção quando comparado ao convencional, o transretal.

De maneira geral, a biópsia tem como objetivo remover amostras de fragmentos do tecido da próstata, a fim de identificar um possível tumor. Ela é recomendada quando há aumento nos níveis de Antígeno Prostático Específico (PSA) – proteína produzida pelas células que revestem pequenas glândulas dentro da próstata –, o que pode ser detectado com a realização do exame de sangue ou se for constatada alguma anormalidade no exame de toque retal ou de ressonância magnética.

No tipo mais comum, a via transretal, uma agulha é inserida dentro da próstata por meio do reto. Já na técnica transperineal, ela é introduzida pela região do períneo – compreendida entre o saco escrotal e o ânus –, o que permite acesso mais amplo à próstata, e viabiliza coletar fragmentos em toda a sua extensão. Outro diferencial é que, pelo fato de não ser via retal, essa abordagem reduz as chances de complicações, sobretudo infecção.

“O procedimento está se consolidando entre os urologistas e oncologistas. Ele já era realizado na década de 80 e está voltando agora, principalmente por conta do aumento do uso de antibióticos e bactérias resistentes”, explica Luiz Tenório Siqueira, intervencionista oncológico do Hospital Vila Nova Star.

Vale ressaltar, ainda, que este é um método feito por ultrassom com fusão de imagem com ressonância magnética, o que favorece a coleta de amostras de lesões suspeitas e que muitas vezes não são palpáveis ou perceptíveis somente com o ultrassom.

“Seguindo o compromisso que o Hospital Vila Nova Star tem com a excelência assistencial e com o que existe de mais moderno e tecnológico na Medicina, a biópsia transperineal vem para completar todo o rol de procedimentos diagnósticos e terapêuticos que podemos oferecer na linha de cuidado da Urologia”, afirma Pedro Loretti, diretor geral do Hospital Vila Nova Star.


 

Testes genéticos são novos aliados na luta contra o câncer de próstata

No mês de combate à doença, oncologista tira principais dúvidas sobre o assunto.

Quando se fala em câncer de próstata, o tipo de tumor mais frequente entre homens e cuja campanha de prevenção acontece este mês, Novembro Azul, logo se pensa em duas formas de detecção: o exame PSA e o toque. Mas o que pouca gente sabe é que, uma vez constatada a doença, os testes genéticos podem ser de grande ajuda para identificar a melhor forma de combater o tumor e prestar orientação familiar.

Através de um exame de saliva, é possível analisar se houve alterações genéticas que levaram à mudanças no DNA, provocando a formação do tumor. “Pacientes que tiveram o câncer em função da mutação de genes podem ser beneficiados com drogas específicas, serem incluídos em estudos e ter acesso a tratamentos ainda não disponíveis no mercado. Se seus parentes também tiverem a alteração, poderão descobrir a doença cedo, favorecendo o prognóstico”, diz a oncologista Bárbara Sodré, do Hospital Marcos Moraes, do Grupo Oncoclínicas.

A médica alerta que o exame ainda não é rotina para todo paciente com câncer de próstata. A indicação é para aqueles que desenvolveram a doença muito cedo, de forma muito agressiva ou metastática. Segundo Bárbara, o câncer de próstata, que acomete principalmente pacientes acima dos 65 anos, costuma ser silencioso, ou seja, não apresenta sintomas. Nos casos em que aparecerem sinais, os mais comuns são alterações nos hábitos urinários, que podem ser reduzidos ou ficarem mais frequentes.

Quanto antes a doença for detectada, maiores são as chances de cura, mas, mesmo em estágios mais graves, as esperanças são grandes. “Avançamos muito em termos de terapia nos últimos anos, a sobrevida vem aumentando. O tratamento vai depender de diversos fatores, principalmente se a doença é localizada ou metastática”, diz Bárbara, acrescentando que o cuidado deve ser multidisciplinar.

A oncologista tirou algumas das principais dúvidas a respeito da doença. Confira:

Quais são os fatores de risco?

Além de mutações genéticas, também podem contribuir para o surgimento do câncer de próstata a obesidade, o tabagismo e o sedentarismo. Manter o peso em dia, ter uma dieta rica em fibras e se exercitar pelo menos 150 minutos por semana, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS)  são atitudes que melhoram a qualidade de vida e ajudam a combater o surgimento de diversas doenças.

Sou obrigado a retirar a próstata se eu tiver um tumor?

Depende do caso. Se o tumor estiver localizado, seu médico pode optar pela cirurgia. Nos casos em que a doença já se espalhou, é preciso avaliar se a retirada trará algum benefício.

Se eu retirar a próstata, vou sofrer de impotência sexual?

Pode acontecer, principalmente se a cirurgia é aberta. Nos casos em que a retirada é feita por videolaparoscopia ou robótica, o risco é reduzido.

Câncer de próstata tem cura?

Sim. Avançamos muito em termos de terapia nos últimos anos, a sobrevida é alta. É possível conviver com o câncer de próstata por anos.


 

Artigo – Câncer de próstata: quando os sintomas aparecem já pode ser tarde demais

O incômodo do toque na próstata no momento em que o urologista examina o homem é tão fugaz que qualquer piada a esse respeito chega a ser patética. O desconforto não dura nem um minuto e compensa demais se comparado a receber a notícia de que, em virtude do câncer, o paciente poderá ter que conviver com sequelas ou tem risco de morte porque o tumor da próstata atingiu outras partes do corpo. No papel de docente universitário eu falo aos meus alunos que, como médicos, temos que dar o exemplo e não compartilhar ou achar graça de tamanho gesto de imaturidade.

O câncer de próstata praticamente não tem sintomas e tem duas maneiras de se apresentar. Ele pode ficar oculto por anos e não se manifestar. Ou ele é agressivo e chega aos ossos – ou outros órgãos – atingidos por metástase, quando a corrente sanguínea ou vasos linfáticos do corpo contém células cancerosas.

O desafio atual da oncologia quanto ao câncer de próstata é classificar no paciente qual desses dois perfis tem o seu tumor. Esse conhecimento existe na medicina, mas ainda precisa de validação. Um tratamento só pode ser determinado depois de muito rigor e comprovação.

Por isso é importante o rastreio da população difundido na campanha anual do Novembro Azul. A incidência do câncer de próstata aumenta a partir dos 50 anos, idade que o homem deve começar anualmente a fazer exames de toque e de sangue (PSA).

Há alguns indícios do perfil do paciente acometido pelo câncer de próstata: ter 50 anos ou mais; ter antecedência familiar; ser da raça negra, ser sedentário ou obeso.

Por não apresentar sintomas não tão específicos, esse tumor masculino pode surpreender o paciente em estágio avançado. Se ele sentir uma dor óssea, encontrar sangue na urina, ter dificuldade para urinar ou sensação de que a bexiga não esvazia totalmente quando vai ao banheiro, já pode ser muito tarde para garantir que não haja consequências desagradáveis.

Quando o tumor na próstata é descoberto, o protocolo médico orienta vigilância com consultas marcadas em determinados períodos para o teste PSA. Não há indicação de medicação ou outro tratamento se o desenvolvimento do tumor estiver sob controle. No entanto, se o índice do PSA dobrar de uma hora para outra, é hora de tratar “com mão pesada”.

A resistência do homem em cuidar da saúde e prevenir doenças se evidencia nesta época. A diferença na reação do público do Outubro Rosa e do Novembro Azul é enfática. O índice de presença de participantes num evento de conscientização para um e para o outro sexo é destoante. Não raro, as mulheres se engajam também nas ações do Novembro Azul para depois ter argumentos e cobrar dos maridos.

Parabéns às mulheres!

Crédito: Matheus Campos

Dr. Paulo Pizão é oncologista, especialista em Oncologia Clínica pela Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO); Especialista em Cancerologia (Oncologia Clínica) pela Associação Médica Brasileira; PhD em Medicina (Oncologia) pela Universidade Livre de Amsterdam, Holanda. Coordena o Serviço de Oncologia Clínica do Hospital da PUC Campinas; coordena a equipe médica da Oncologia Vera Cruz Hospital; é pesquisador no Centro de Pesquisa Clínica São Lucas (PUC-Campinas) e coordena a disciplina de Oncologia Clínica no Curso de Medicina da Faculdade São Leopoldo Mandic, Campinas (SP)

 


 

Sedentarismo é fator de risco para câncer, mas apenas 12% dos homens praticam atividade física regular no país

Campanha mundial direcionada à conscientização sobre os câncer de próstata também traz à tona questões relacionadas aos cuidados com a saúde global do homem. Neste ano, o IUCR se engaja no Novembro Azul com o mote “Homens que inspiram também cuidam da Saúde”.

Criada para conscientizar o público masculino sobre o câncer de próstata, doença que, de acordo com Instituto Nacional do Câncer (Inca), deve representar cerca de 65.840 novos casos só neste ano, a campanha Novembro Azul chama atenção para a  necessidade de prevenção e do diagnóstico precoce desse tipo de câncer. Afinal, excluindo os tumores malignos de pele não melanoma, 29,2% dos casos de câncer em homens começam na próstata. No combate para diminuir os índices do câncer de próstata e demais doenças oncológicas que acometem os homens, está a necessidade de conscientizá-los sobre os cuidados com a saúde, destaca o cirurgião oncológico Gustavo Guimarães, que é diretor do Instituto de Urologia, Oncologia e Cirurgia Robótica (IUCR) e coordenador geral dos Departamentos Cirúrgicos Oncológicos do grupo BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo. Por essa razão, neste ano, o engajamento do IUCR no Novembro Azul acontece por meio da campanha nas redes sociais que traz como mote “Homens que inspiram também cuidam da saúde”.

Nesse contexto está, por exemplo, a necessidade de praticar atividade física regularmente, uma medida que diminui o risco de várias doenças, inclusive de diversos tipos de câncer, entre eles o de próstata. “A atividade física ao lado de uma alimentação equilibrada contribui para combater a obesidade, fator de risco para o câncer de próstata e diversas outras doenças que acometem o público masculino”, diz Guimarães. O brasileiro, no entanto, está longe de ter a atividade física como rotina. A edição 2021 da pesquisa anual da Vigilância de Fatores de Risco para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde, revela que apenas 11,31% dos homens entre 18 e 24 anos, das capitais brasileiras, praticam atividades físicas no deslocamento equivalentes a pelo menos 150 minutos de atividade moderada por semana. Esse percentual permanece similar nas faixas etárias a partir dos 18 anos até 54 anos: 11,38% (25 a 34 anos); 10,97% (35 a 44 anos); 12,42% (45 a 54 anos); 11,36% (55 a 64 anos). A partir dos 65 anos, a prática de atividade física cai para apenas 4,43% dessa população.

“Os cuidados com a saúde devem fazer parte da rotina do homem e não somente quando doenças já estão instaladas. Ter hábitos de vida saudáveis é tão importante como a consulta anual ao urologista, como forma de prevenir doenças ou diagnosticar um câncer ainda em fase inicial quando as chances de cura são maiores”, afirma Guimarães. Para o diagnóstico de câncer de próstata são importantes o exame de sangue que avalia a proteína produzida pelo tecido prostático (PSA) e o exame de toque retal, que propicia descobrir a doença em fase mais inicial. A confirmação diagnóstica se dá por biópsia. A Sociedade Brasileira de Urologia recomenda que os homens a partir de 50 anos procurem um profissional especializado, para avaliação individualizada. Homens negros ou com parentes de primeiro grau com câncer de próstata devem começar com essa consulta médica aos 45 anos.

Câncer de próstata: uma doença silenciosa no início

O câncer de próstata tem evolução silenciosa e não costuma apresentar sintomas ou, quando apresenta, pode ser confundido com crescimento benigno da próstata, pois é uma doença que tem sintomas semelhantes. Portanto, vale ficar atento e procurar um médico para avaliação, caso tenha alguns dos sintomas a seguir com persistência superior a duas semanas:

  • Dor ou ardência ao urinar
  • Dificuldade para urinar ou para conter a urina
  • Fluxo de urina fraco ou interrompido
  • Necessidade frequente ou urgente de urinar
  • Dificuldade de esvaziar completamente a bexiga
  • Sangue na urina ou no sêmen
  • Dor contínua na região lombar, pelve, quadris ou coxas
  • Dificuldade em ter ereção

O tratamento do câncer de próstata é individual, ou seja, leva em conta variáveis como idade, tipo do câncer, estágio, estadiamento, estado clínico e emocional do paciente e possíveis efeitos colaterais associados ao tratamento. “Munidos dessas informações, podemos oferecer uma abordagem personalizada, baseada em evidências científicas, beneficiando cada paciente de forma assertiva”, explica Guimarães. As abordagens podem ser cirúrgicas, com destaque para a robótica; assim como por ultrassom de alta frequência, hormonioterapia, radioterapia, crioterapia, protonterapia e quimioterapia. “Há casos também em que a doença é indolente a tal ponto de optarmos por não tratar, mantendo uma vigilância ativa.


 

Mutirão contra o câncer de próstata atenderá gratuitamente 500 homens

Sábado sem Câncer oferecerá exames clínicos, laboratoriais e tratamento, se necessário, dentro da campanha Novembro Azul.

Um mutirão que reúne diferentes serviços de saúde e apoiadores atenderá 500 homens para diagnosticar e tratar o câncer de próstata, no dia 12 de novembro, a partir das 8h, na sede do Centro de Oncologia Campinas (COC). O Sábado sem Câncer é uma ação gratuita, que integra o Novembro Azul, movimento de prevenção e conscientização sobre o câncer de próstata.

Todas as pessoas que forem atendidas no Sábado sem Câncer passarão por exames clínico e laboratorial e receberão em casa os resultados. Os casos suspeitos darão seguimento ao atendimento com novos exames e, se necessário, tratamento, todos também gratuitos.

O Sábado sem Câncer é realizado pelo Centro de Oncologia Campinas, em parceria com a Boehringer Ingelheim; Fundação Centro Médico de Campinas; Inservice Facilities; Irmandade de Misericórdia de Campinas – Santa Casa Campinas e Hospital Irmãos Penteado; Janssen; MRV; Multipat; Próton Diagnósticos; Radiologia Clínica de Campinas (RCC) e Ramos Medicina Diagnóstica.

Perto de 100 voluntários, entre profissionais da saúde, médicos e pessoal de apoio, trabalharão no Sábado sem Câncer para cumprir a meta de realizar 500 atendimentos até se esgotarem as vagas. Não é necessário realizar inscrição prévia. Homens sem diagnóstico para câncer devem comparecer ao Centro de Oncologia Campinas levando documento com foto e comprovante de endereço.

Os atendimentos serão por ordem de chegada – os parceiros da iniciativa sugerem a doação de um quilo de alimento não perecível ou materiais de higiene para serem doados a uma instituição beneficente.

Durante o mutirão, o caminho até o diagnóstico e o tratamento do câncer de próstata segue por etapas que dificilmente seriam cumpridas em espaço de tempo tão curto. No Centro de Oncologia Campinas, após a triagem para elaboração do cadastro, os homens são direcionados à avaliação clínica, em que realizam uma anamnese para estabelecer o histórico médico e também fazem o exame de toque retal.

O próximo passo é a coleta de sangue para o PSA, que mede o nível de uma substância produzida pela próstata – Antígeno Prostático Específico. Concluídas as etapas, o que deve durar 15 minutos após a passagem pela triagem, os participantes ganham um lanche e são liberados.

No prazo médio de dez dias, todos os que foram examinados receberão os resultados em casa, pelo Correio. Quem apresentar PSA total inferior a 4 e nenhum indicativo no exame de toque retal terá a confirmação do negativo para o câncer de próstata. As pessoas com resultados suspeitos (PSA superior a 4) serão notificadas e instruídas a como dar sequência aos exames de diagnóstico.

Dependendo do resultado dos exames preliminares, os pacientes com indicativos de câncer de próstata serão encaminhados para a ressonância magnética ou diretamente para a biópsia. A próxima etapa é estabelecer, junto com o médico encarregado, o tratamento mais adequado ao estado e tipo da doença. Todos os procedimentos, incluindo radioterapia e cirurgia, se necessárias, serão gratuitos.

O oncologista clínico Fernando Medina, um dos idealizadores do Sábado sem Câncer, destaca a abrangência da campanha na sociedade. “É uma ação de cuidados completos. Examinamos 500 pessoas, mas o alcance da campanha é muito maior, porque essas pessoas serão orientadas sobre a doença e poderão levar esse conhecimento adiante para tantas outras pessoas”, afirma. “As pessoas que passarem pelo mutirão e forem diagnosticadas precocemente terão quase 90% de chances de terem uma vida saudável”.

“O Sábado sem Câncer é uma iniciativa histórica no Centro de Oncologia. Abrimos a clínica para atender a população que nos procura com intenção de rastreamento ativo do câncer da próstata”, descreve o oncologista clínico André de Moraes, indicando o público-alvo da campanha: “Sugerimos que sejam pacientes com 50 anos ou mais, não precisam ter sintoma. Se você realiza o diagnóstico precoce a cura é garantida. O que nós buscamos é mostrar às pessoas que é possível fazer o diagnóstico precoce e que a maneira é o rastreamento ativo, efetivo.”

A oncologista Mary da Silva Thereza reforça o peso da detecção precoce para a cura do câncer de próstata e também destaca a facilidade de obtenção de diagnóstico oferecida pelo Sábado sem Câncer. “A grande vantagem do mutirão é que você consegue atingir as pessoas sem acesso à rede de exames para realizar rapidamente o atendimento, com exame físico e de PSA, e se necessário o tratamento, em um tempo muito mais curto do que o da rotina do serviço público. E quanto antes o câncer é detectado e tratado, maiores são as chances de cura”, reafirma.

Câncer de próstata

A próstata é uma glândula que só o homem possui e que se localiza na parte baixa do abdômen. É um órgão pequeno, tem a forma de maçã e se situa logo abaixo da bexiga e à frente do reto (parte final do intestino grosso). A próstata não é responsável pela ereção nem pelo orgasmo. Sua função é produzir um líquido que compõe parte do sêmen, que nutre e protege os espermatozoides. O Instituto Nacional do Câncer (Inca), disponibiliza uma cartilha que tira todas as dúvidas sobre a questão.

O câncer de próstata é o mais frequente nos homens, depois do câncer de pele não- melanoma, e o segundo que mais mata (atrás do câncer de pulmão). De acordo com o Inca, a cada dez homens diagnosticados com câncer de próstata, nove têm mais de 55 anos. Homens cujo pai ou irmão tiveram a doença antes dos 60 anos também têm maior risco.

Dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde revelam que, de 2019 a 2021, foram mais de 47 mil óbitos em razão desse tipo de tumor. No ano passado, 16.055 homens morreram em consequência da doença, o que corresponde a cerca de 44 mortes por dia. O (Inca) indica que são esperados 65.840 novos casos de câncer de próstata em 2022.


 

No Brasil, um homem morre a cada 38 minutos devido ao câncer de próstata; Diagnóstico tardio é o principal fator

Mês mundial de combate à doença promove ações de conscientização para homens, com incentivo à quebra de estigmas machistas sobre o exame de toque retal, essencial para o diagnóstico da doença em fases iniciais.

Um dos maiores desafios no combate ao câncer de próstata é cultural: homens se cuidam menos e muitos têm preconceito em relação aos exames de rastreamento. Dentro desse cenário, conforme dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), a cada 38 minutos no Brasil, um homem morre devido à neoplasia. Ainda segundo o instituto, por ser um tumor silencioso, a grande maioria dos casos é apenas diagnosticado em fase avançada.

O câncer de próstata deve atingir 65.840 pessoas até o final de 2022. Cerca de 75% dos casos atingem homens com 65 anos ou mais e a doença mata mais de 15,5 mil brasileiros todos os anos. E com o atraso ainda maior nos exames, que ocorreu durante o período da pandemia, o cenário tende a se agravar, com uma tendência no aumento de diagnóstico apenas em estágios mais avançados.

O problema, apontam médicos e especialistas, é que muitos deixaram de detectar o câncer nos estágios iniciais, quando as chances de cura são mais altas e os tratamentos menos agressivos. Por conta disso, a conscientização do Novembro Azul se mostra ainda mais importante, comenta o oncologista Paulo Lages, do Grupo Oncoclínicas. “Ações informativas e práticas que estimulem os homens a buscarem o aconselhamento para diagnóstico do câncer de próstata, o segundo mais comum do Brasil, ainda em estágio inicial são sempre importantes, mas nesses dois anos se tornaram ainda mais fundamentais por conta da pandemia”, acredita.

“A grande barreira para os homens é fazer esse acompanhamento médico de prevenção. Há grupos que precisam ficar ainda mais atentos, como aqueles com parentes de primeiro grau que tiveram a doença ou afrodescendentes devem fazer a partir dos 45 anos, por terem propensão maior ao risco de desenvolver tumores de próstata”, acrescenta o médico.

Mesmo quando os sinais de problemas se tornam inegáveis, em muitos casos o diagnóstico efetivo da doença só acontece após insistência de parceiras ou mulheres próximas aos pacientes. Não à toa, 70% das mulheres comparecem às consultas médicas do companheiro, segundo levantamento realizado pelo Centro de Referência em Saúde do Homem do Estado de São Paulo.

“Um dos principais objetivos do diagnóstico precoce, além de permitir a adoção de tratamentos menos invasivos e promover chances de cura que podem passar de 90% em cinco anos na doença localizada, é evitar que o paciente tenha outros impactos à saúde em geral. Pacientes que têm o diagnóstico precoce de um câncer de próstata sem nenhuma dor podem ter apenas acompanhamento médico, poupando-os de possíveis efeitos colaterais do tratamento cirúrgico ou radioterápico. Por outro lado, quando o câncer de próstata tem características mais agressivas e é identificado em estágios mais avançados, o tratamento indicado acaba sendo mais intenso, requerendo cirurgia, radioterapia, bloqueio hormonal ou quimioterapia. O bloqueio hormonal, é o pilar principal do tratamento da doença avançada e reduz a testosterona. A falta desse hormônio pode gerar elevação no risco de doenças cardiovasculares, impotência sexual e distúrbios cognitivos”, explica a oncologista Mariane Fontes, do Grupo Oncoclínicas.

Entenda o câncer de próstata

No Brasil, de acordo com o Inca, o tumor de próstata é o segundo mais comum entre homens – ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma. No começo, pelo fato dos sintomas serem silenciosos, o câncer de próstata é de difícil diagnóstico, já que a maioria dos pacientes apresentam indícios apenas nas fases mais avançadas da doença.

Casos familiares de pai ou irmão com câncer de próstata, antes dos 60 anos de idade, podem aumentar o risco de três a dez vezes em relação à população em geral.

“Quando aparentes, os sintomas detectados como dificuldade para urinar, presença de sangue na urina e parada de funcionamento dos rins indicam a presença de doença avançada, além de sintomas decorrentes da disseminação para outros órgãos, tal como dor óssea nos casos de metástases ósseas”, destaca Mariane Fontes.

Por apresentar sintomas mais evidentes quando a doença já apresenta evolução, é recomendável que homens a partir de 50 anos (e 45 anos para quem tem histórico da doença na família) façam anualmente o exame clínico (toque retal) e a medição do antígeno prostático específico (PSA) – feita em unidades de nanogramas por mililitro (ng/ml) por meio de um exame simples de sangue – para rastrear possíveis alterações que indiquem aparecimento da doença. Quando há suspeita da doença no organismo do homem, é indicada uma biópsia através de ultrassonografia transretal para a confirmação do diagnóstico.

Como o câncer de próstata é tratado

O tratamento depende do estágio e da agressividade em que a doença se encontra. Eles devem ser projetados individualmente para cada paciente de acordo com o seu quadro clínico pessoal. “No caso em que a doença se encontra no estágio inicial e com características de baixa agressividade, o acompanhamento vigilante com consultas e exames periódicos deve ser discutido com o paciente, uma vez que é possível poupar os mesmos de algumas toxicidades que o tratamento causa”, pontua Paulo Lages.

“Nos outros casos de doença localizada, a cirurgia, a radioterapia associadas ou não a bloqueio hormonal e a braquiterapia (também conhecida como radioterapia interna) pode ser realizada com boas taxas de resposta positiva”, completa Mariane Fontes.

Quando os pacientes apresentam metástases, diversos tratamentos podem ser realizados, como o bloqueio hormonal, a quimioterapia, novos medicamentos que controlam os hormônios por via oral e também uma nova classe de remédios que são conhecidas como radioisótopos, partículas que se ligam no osso e emitem doses pequenas de radioterapia nestes locais.

Pesquisas mostram novas frentes de enfrentamento da doença

Entre as boas notícias para os pacientes, os especialistas apontam importantes avanços no tratamento do câncer de próstata por meio de novas pesquisas e tecnologias. Segundo Paulo Lages, as principais conferências mundiais sobre câncer do mundo trouxeram estudos mostrando novas opções de tratamento para estes tipos de tumores. Entre as análises, ele destaca uma opção de tratamento até então indisponível para pacientes metastáticos que não respondem mais à terapia hormonal e que já fizeram quimioterapia, através de uma estratégia única.

“A maioria dos tumores de próstata produz PSA. Além do exame de sangue, existe atualmente uma modalidade de imagem que se baseia em encontrar os locais onde existe a produção desse antígeno, através de um exame chamado PET-PSMA. O que essa estratégia apresentada em estudo trazido durante o Encontro Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) faz é associar um radiofármaco (o Lutécio), que irá se ligar exatamente nesses lugares que estão produzindo o PSMA (PSA de membrana), funcionando como uma estratégia direcionada de tratamento para aqueles pacientes que são candidatos. Já havia dados mostrando que essa estratégia é capaz de reduzir o PSA, mas não sabíamos ainda se ela aumentava a sobrevida dos pacientes, e isso foi evidenciado neste estudo”, finaliza o Paulo Lages.

De novembro a novembro, é preciso estar sempre alerta aos sinais do câncer

A informação é ferramenta determinante para desmistificar o câncer de próstata e incentivar a descoberta da doença em estágios iniciais. Não à toa, no Novembro Azul a tônica central das ações de conscientização traz o reforço da necessidade de um olhar atento para a realização de exames preventivos e consultas com especialistas.

Como estímulo a esse movimento, o Grupo Oncoclínicas promove a campanha De Novembro a Novembro, com uma série de ativações em plataformas digitais voltadas a um olhar positivo para o retorno das rotinas médicas no combate ao câncer de próstata. Nas mídias sociais e por meio do hotsite especial, são disponibilizadas informações gerais sobre prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer de próstata e outros que afetam amplamente a população masculina, direitos dos pacientes e outras dúvidas frequentes.

A iniciativa conta ainda com uma programação de conteúdos desenvolvidos por médicos especialistas voltados ao esclarecimento das principais dúvidas da população em geral, sobre os diferentes temas que se referem ao câncer.


 

Saúde do homem vai muito além da próstata

Câncer de próstata levou a 44 mortes diárias de brasileiros em 2021, mas doença não é a única que recebe diagnóstico tardio pela falta de acompanhamento médico dos homens.

O câncer de próstata é o mais incidente no homem e o que mais mata, atrás apenas do câncer de pulmão. Dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde revelam que, de 2019 a 2021, foram mais de 47 mil mortes causadas por esse tipo de tumor. Mas o cuidado com a saúde do homem deve ir muito além do exame de próstata. A falta de acompanhamento médico regular faz com que doenças deixem de ser descobertas precocemente, dificultando ou até mesmo inviabilizando o tratamento.

O urologista do Hospital Marcelino Champagnat, Mark Neumaier, conta que é comum receber pacientes com a próstata bem aumentada, o que já influi no jato de urina e em outros desconfortos rotineiros. Isso quando o câncer nem é diagnosticado. “Existe um preconceito no exame do toque retal e muitos deixam de realizar o acompanhamento periódico por isso. Mas tem muitas outras questões que identificamos no consultório e que têm tratamento simples”, constata.

A fimose, por exemplo, é outro problema urológico na região genital do homem que pode trazer complicações quando não reconhecido. “A maioria acredita que a fimose só ocorre na infância, quando normalmente é corrigida. Mas sem esse procedimento, essa incapacidade de expor a glande pode acontecer tanto na ereção quanto no estado flácido do pênis. Já nas relações sexuais, a fimose pode incomodar com fissuras recorrentes ou até mesmo prejudicar a higiene do pênis, aumentado a probabilidade de desenvolver câncer na região”, ressalta. Segundo o urologista, o tratamento consiste em um procedimento cirúrgico usado por muitos anos, que não exige internação, apenas alguns cuidados no pós-operatório. “A sensibilidade da região e toda a função permanecem inalteradas”, explica.

Neurossífilis

De acordo com balanço divulgado pelo Ministério da Saúde em 2021, foram registrados mais de 64 mil casos de sífilis no país. Com testes rápidos disponíveis em unidades básicas de saúde, o grande desafio encontrado ainda está no diagnóstico e no tratamento correto da doença que pode ser sexualmente transmitida, e também pelo compartilhamento de agulhas ou de mãe para filho na gestação. Quando não cuidada, a sífilis evolui para formas muito mais graves, como a neurossífilis.

“A doença pode comprometer o sistema nervoso central desde o seu primeiro estágio e, por isso, deve ser tratada o quanto antes. Em geral, é assintomática e apenas o exame do líquor faz o diagnóstico”, esclarece a infectologista Camila Ahrens. “Passado o período de latência da doença, ela acomete o sistema nervoso central – olhos, coração e grandes artérias, além de ossos, pele e outros órgãos. A pessoa pode começar com uma confusão mental, alteração do comportamento, dor de cabeça, náuseas e, nas formas mais tardias, pode haver comprometimento cerebral, levando a pessoa a uma vida vegetativa”, alerta.

Coração

O cardiologista do Hospital Universitário Cajuru, Gustavo Lenci Marques, reconhece que historicamente os homens tendem a cuidar menos da saúde, têm alimentação inadequada e procuram menos o atendimento médico. “Sabemos que muitas vezes o homem acaba sendo mais desleixado com a saúde e alguns hábitos como o tabagismo a afetam ainda mais.” E complementa: “Do ponto de vista das doenças cardiovasculares, praticamente todas são mais comuns em homens, entre elas a pressão alta, a dislipidemia (que é o colesterol alto) e o infarto.”

Lenci destaca que para prevenir as doenças associadas ao coração é preciso mudar os hábitos. “Não tem mágica, são três coisas principais: se mexer, fazer algum tipo de atividade física – não precisa ser um exercício extenuante, mas sair do sedentarismo -, ter uma alimentação equilibrada e não ter hábitos nocivos, como, por exemplo, o tabagismo”.


 

1 entre 4 cirurgias de câncer de próstata não foram realizadas no SUS no primeiro ano de Covid-19

Levantamento da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica na base TABNET/DataSUS, do Ministério da Saúde, identifica que o número de prostatectomias em Oncologia no primeiro ano de pandemia caiu de 80.775 para 59.438 procedimentos, uma redução de 25%. Ao comparar 2021 com 2019 a redução é de 17%. Paralelamente, o exame de PSA e as biópsias de próstata caíram, respectivamente, 28% e 21% em 2020 comparado ao ano anterior. Na campanha Novembro Azul, a entidade reforça a necessidade da retomada do cuidado contra o câncer mais incidente nos homens.

As dosagens de PSA cairam 28% no SUS no primeiro ano da pandemia

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), em alusão ao Novembro Azul, mês de conscientização sobre o câncer de próstata, alerta para o impacto da pandemia, especialmente em 2020, na redução dos diagnósticos de novos casos e nas cirurgias para retirada de tumor, um represamento que pode resultar, nos próximos anos, em mais casos agressivos e aumento de mortalidade pela doença.

A preocupação da SBCO é explicada pelos números do levantamento feito pela entidade junto ao banco de dados TABNET/DataSUS, do Ministério da Saúde. Em 2019, foram realizadas no Sistema Único de Saúde (SUS) o total de 80.755 prostatectomias em Oncologia. Comparado a 2019, houve redução de 25% em 2020 (59.438) e 17% em 2021 (65.873). Paralelamente, o número de dosagens de antígeno prostático benigno (PSA) e de biópsias de próstata também caiu: foram 5,7 milhões de dosagens de PSA em 2019, com redução de 28% em 2020. Já o número de biópsias caiu de 41.813 em 2019 para 33.255 em 2020 (redução de 21%).

“Com um simples exame de sangue, que é o PSA, toque retal e biópsia é possível descobrir a doença precocemente, aumentando as chances de sucesso no tratamento. Os casos de câncer de próstata seguem ocorrendo, mas estamos perdendo a oportunidade de descobrir e tratar cedo. Precisamos nos mobilizar para a conscientização dos homens sobre a importância de manterem seus cuidados em dia”, ressalta o cirurgião oncológico Héber Salvador, presidente da SBCO.

Com 65,8 mil novos casos estimados para 2022, o câncer de próstata é o tumor maligno mais comum entre os brasileiros. Comparativamente, somados, os casos em homens de câncer de pulmão, colorretal, estômago e cavidade oral totalizam 62.820 novos casos estimados para 2022. Excluindo os tumores malignos de pele não-melanoma, 29,2% dos casos de câncer em homens começam na próstata.

No mundo, segundo o levantamento Globocan 2020, o câncer de próstata resulta em 1,4 milhão de novos casos anuais e 375 mil mortes anuais. A doença representa 7,3% dos casos e 3,8% das mortes por câncer. Descoberto no início de seu desenvolvimento, o câncer de próstata tem quase 100% de chance de cura após o tratamento. Com doença metastática, por sua vez, segundo o levantamento SEERs, do National Cancer Institute, dos Estados Unidos, apenas 30,5% dos pacientes estão vivos cinco anos após o tratamento.

Apesar dos avanços terapêuticos, cerca de 25% dos pacientes com câncer de próstata ainda morrem devido à doença. No Brasil, por mais que o câncer de próstata seja, biologicamente, uma doença com perfil indolente (de crescimento lento), cerca de 20% dos casos são diagnosticados em estadios avançados. A desigualdade de acesso aos serviços de saúde é um dos fatores que levou ao aumento da mortalidade por câncer de próstata no país nas últimas três décadas.

NOVEMBRO AZUL – No novembro azul, mês de conscientização mundial sobre o câncer de próstata, o objetivo é alertar para os hábitos de vida que ajudam a prevenir a doença, assim como falar sobre a importância do exame de sangue que avalia a proteína produzida pelo tecido prostático (PSA) e o exame de toque retal, que propiciam descobrir a doença em fase mais inicial, reduzindo assim a mortalidade pela doença. A confirmação diagnóstica se dá por biópsia.

A recomendação é que os homens a partir de 50 anos procurem um profissional especializado, para avaliação individualizada. Aqueles da raça negra ou com parentes de primeiro grau com câncer de próstata devem começar aos 45 anos. O rastreamento deverá ser realizado após ampla discussão de riscos e potenciais benefícios, em decisão compartilhada com o paciente. Após os 75 anos, poderá ser realizado apenas para aqueles com expectativa de vida acima de 10 anos.

FATORES DE RISCO – O câncer de próstata é multifatorial, mas o envelhecimento, alimentação desequilibrada, alterações na glândula prostática e histórico familiar são alguns dos fatores que requerem uma maior atenção.

  • Idade: O envelhecimento é o principal fator de risco. Raramente a doença acomete homens com menos de 40 anos. A maioria dos homens que desenvolvem o câncer de próstata tem mais de 50 anos e dois terços têm mais de 65 anos.
  • Histórico familiar: A maioria dos casos não tem qualquer relação com história familiar de câncer. Estima-se que a herança genética responda por cerca de 5% dos casos de câncer de próstata. Quando a doença está relacionada com alterações genéticas herdadas, as principais mutações são nos genes BRCA1, BRCA2 e HOXB13. Ter a mutação hereditária não significa que a pessoa tem câncer e sim que ela herdou um risco aumentado de vir a desenvolver a doença. Nem todas as pessoas que herdam mutações nesses genes desenvolverão câncer.
  • Alimentação: Dieta rica em gordura, particularmente de origem animal, com alto teor de cálcio, pode aumentar o risco.
  • Inflamação na próstata: Pesquisas sugerem que essa condição pode ter influência no desenvolvimento do câncer de próstata. As doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) também estão sendo investigadas como possíveis fatores de risco.

SINTOMAS – Na fase inicial, o câncer de próstata tem evolução silenciosa e não costuma apresentar sintomas ou, quando apresenta, pode ser confundido com crescimento benigno da próstata, pois é uma doença que tem sintomas semelhantes. Ao perceber alguns dos sintomas abaixo, e que eles persistem por mais de duas semanas, é importante buscar a avaliação de um médico.

  • Dor ou ardência ao urinar
  • Dificuldade para urinar ou para conter a urina
  • Fluxo de urina fraco ou interrompido
  • Necessidade frequente ou urgente de urinar
  • Dificuldade de esvaziar completamente a bexiga
  • Sangue na urina ou no sêmen
  • Dor contínua na região lombar, pelve, quadris ou coxas
  • Dificuldade em ter ereção

 

Novembro Azul alerta também para a saúde mental: homens têm 3,8 vezes mais risco de morte por suicídio

Dados da Secretaria de Vigilância da Saúde apontam que, no Brasil, homens tem um risco 3,8 vezes maior de morte por suicídio que mulheres. Em cerca de 80% dos casos, suicídio está relacionado a transtornos mentais, como a depressão.

Homens apresentam um risco 3,8 vezes maior de morte por suicídio que mulheres. A taxa de mortalidade por suicídio entre os homens, em 2019, no Brasil, foi de 10,7 por 100 mil, enquanto entre mulheres esse valor foi de 2,9. Os dados são do Boletim Epidemiológico 33 da Secretaria de Vigilância da Saúde. Em cerca de 80% dos casos, independentemente do sexo, o suicídio está associado a presença de transtorno mental, sendo o mais comum deles a depressão (unipolar ou bipolar). Além disso, também são considerados quadros que aumentam o risco de suicídio, o abuso e dependência de substâncias psicoativas e a esquizofrenia. “Portanto, ao longo do Novembro Azul, campanha criada para conscientizar o público masculino sobre o câncer de próstata, mas que a cada ano, consolida-se como uma ação voltada a saúde global do homem, a saúde mental não pode ficar de fora”, argumenta o cirurgião oncológico Gustavo Guimarães, que é diretor do Instituto de Urologia, Oncologia e Cirurgia Robótica (IUCR) e coordenador geral dos Departamentos Cirúrgicos Oncológicos do grupo BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo. Por essa razão, neste ano, o engajamento do IUCR no Novembro Azul acontece por meio da campanha nas redes sociais que traz como mote “Homens que inspiram também cuidam da saúde”.

São muitos os tabus que rondam os pensamentos masculinos quando o assunto é saúde mental. Alguns são culturais que levam o homem a ser educado para não expressar seus sentimentos como forma de se mostrar forte. “Muitos preconceitos em relação à masculinidade, como os relacionados à saúde mental, que dificultam a adoção do autocuidado pelo homem estão sendo desmontados nas novas gerações. No entanto, ainda temos um caminho a trilhar. A mesma avaliação vale para a  prevenção do câncer de próstata”, avalia Guimarães.  Esse tipo de câncer, de acordo com Instituto Nacional do Câncer (Inca), deve representar cerca de 65.840 novos casos só neste ano. Sem considerar os tumores malignos de pele não melanoma, 29,2% dos casos de câncer em homens começam na próstata.

Câncer de próstata

“Os cuidados com a saúde devem fazer parte da rotina do homem e não somente quando doenças já estão instaladas, sejam transtornos mentais, doenças oncológicas ou qualquer outra. No caso do câncer de próstata, ter hábitos de vida saudáveis é tão importante como a consulta anual ao urologista, medida que pode garantir o diagnóstico precoce do câncer de próstata quando as chances de cura são maiores”, afirma Guimarães. Para o diagnóstico de câncer de próstata são importantes o exame de sangue que avalia a proteína produzida pelo tecido prostático (PSA) e o exame de toque retal, que propicia descobrir a doença em fase mais inicial. A confirmação diagnóstica se dá por biópsia. A Sociedade Brasileira de Urologia recomenda que os homens a partir de 50 anos procurem um profissional especializado, para avaliação individualizada. Homens negros ou com parentes de primeiro grau com câncer de próstata devem começar com essa consulta médica aos 45 anos.

O câncer de próstata tem evolução silenciosa e não costuma apresentar sintomas ou, quando apresenta, pode ser confundido com crescimento benigno da próstata, pois é uma doença que tem sintomas semelhantes. Portanto, vale ficar atento e procurar um médico para avaliação, caso tenha alguns dos sintomas a seguir com persistência superior a duas semanas:

  • Dor ou ardência ao urinar
  • Dificuldade para urinar ou para conter a urina
  • Fluxo de urina fraco ou interrompido
  • Necessidade frequente ou urgente de urinar
  • Dificuldade de esvaziar completamente a bexiga
  • Sangue na urina ou no sêmen
  • Dor contínua na região lombar, pelve, quadris ou coxas
  • Dificuldade em ter ereção

O tratamento do câncer de próstata é individual, ou seja, leva em conta variáveis como idade, tipo do câncer, estágio, estadiamento, estado clínico e emocional do paciente e possíveis efeitos colaterais associados ao tratamento. “Munidos dessas informações, podemos oferecer uma abordagem personalizada, baseada em evidências científicas, beneficiando cada paciente de forma assertiva”, explica Guimarães. As abordagens podem ser cirúrgicas, com destaque para a robótica; assim como por ultrassom de alta frequência, hormonioterapia, radioterapia, crioterapia, protonterapia e quimioterapia. “Há casos também em que a doença é indolente a tal ponto de optarmos por não tratar, mantendo uma vigilância ativa.


 

Câncer de próstata: avanço da biotecnologia ajuda a detectar pré-disposição ao tipo de câncer mais comum entre os homens  

Precisão dos testes genéticos traz informações que permitem acompanhar e identificar a doença de forma precoce, reduzindo o percentual de mortes.

O mês de novembro é reconhecido pela campanha mundial Novembro Azul, uma iniciativa que busca conscientizar sobre as doenças que acometem a população masculina, assim como os cuidados básicos que os homens devem ter com sua saúde, em especial, os exames preventivos para o câncer de próstata. E não é para menos. De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), anualmente são registrados mais de 65 mil novos diagnósticos de câncer de próstata, dentre os quais, mais de 15 mil foram casos fatais, somente em 2019. Números que determinam esse tipo de câncer como o mais comum entre a população masculina e representam 29% dos quadros da doença no país.

Problemas para urinar, sensação de bexiga que não se esvazia completamente e sangue na urina são alguns dos sintomas do câncer de próstata, que só aparecem quando a doença se encontra em estágio mais avançado. Homens com mais de 55 anos, com excesso de peso e obesidade, estão mais propensos à doença. Seja por medo, falta de conhecimento ou preconceito, o fato é que muitos homens acabam negligenciando a própria saúde no que diz respeito aos exames e testes que podem e devem ser feitos com determinada frequência, para a possibilidade de um diagnóstico precoce e maiores chances de sucesso nos tratamentos.

Além dos exames mais comuns, como a análise sanguínea do PSA (antígeno prostático específico) e o toque retal, que devem ser realizados todos os anos por homens com mais de 50 anos, o avanço da biotecnologia tem permitido diagnosticar, com muito mais precisão, qualquer pré-disposição masculina para a doença. Por meio de testes genéticos, indicados especialmente aos indivíduos que já tiveram alguma incidência do câncer de próstata no histórico familiar, é possível identificar mutações nos principais genes (BRCA1 e BRCA2), atrelados ao surgimento de um tumor, no futuro.

“Os testes genéticos estão aos poucos ganhando popularidade. Paciente com históricos de parentes com câncer de próstata tem de duas a três vezes mais chances de desenvolver a doença. O risco de câncer de próstata é triplicado nos portadores de mutação no gene BRCA1 e nove vezes maior nos portadores de mutação do gene BRCA2. As mutações destes genes aumentam também o risco de cânceres de mama (inclusive nos homens), pâncreas e pele (melanoma). Com o teste genômico realizado, o paciente terá informações que poderão orientar o médico no acompanhamento e identificação da enfermidade de forma precoce, o que diminui muito as chances de mortalidade em virtude da doença”, destaca Allan Richard Gomes Munford, Gerente Regional LATAM de Marketing para Diagnósticos de Oncologia e Precisão da QIAGEN, multinacional alemã, especialista em tecnologia para diagnósticos moleculares que apresenta, entre suas soluções, o QIAseq Targeted DNA pro Panels, um kit de reagentes utilizados para a preparação das amostras a serem sequenciadas.

Para realizar esse rastreamento, são feitas análises dos genes BRCA1 e BRCA2, entre outros, que estão relacionados ao câncer de próstata hereditário. O teste genético permite verificar mutações nesses genes, que poderão causar o desenvolvimento da doença. Com uma simples amostra de sangue ou saliva, é possível realizá-lo e, sob orientação médica, direcionar as medidas que mais se aplicam para o homem que apresentar um diagnóstico positivo para a propensão ao câncer de próstata.

“Hoje vivemos uma nova era na biotecnologia, sendo que os avanços nos testes clínicos vêm alterando o processo convencional de somente identificar uma doença. Eles permitem encontrar predisposições a certas enfermidades e direcionar os médicos para que prescrevam mudanças na alimentação, hábitos e realização de exames focados com mais frequência a esses pacientes. Isso tem um impacto direto na vida das pessoas e, um dia, em larga escala, poderá mudar totalmente a forma que se realiza políticas de saúde pública”, conclui.


 

Fisioterapia: uma aliada ao tratamento do câncer de próstata

Dra. Walkyria Fernandes explica como técnicas usadas por fisioterapeutas podem ajudar na incontinência urinária e na disfunção erétil, consequências da hiperplasia.

Novembro é o mês de conscientização sobre o câncer de próstata, um assunto que ainda é tabu entre os homens. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), no final do triênio 2020/2022 serão mais de 65 mil novos casos de câncer de próstata, no Brasil. Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia, o diagnóstico precoce da doença, dá ao paciente 90% chance de cura. Contudo, quando os pacientes se submetem a cirurgia para retirada do câncer de próstata, alguns sintomas como incontinência urinária, disfunção erétil e dor lombar podem ocorrer. Além disso, esses desconfortos também podem acontecer nos casos de hiperplasia prostática benigna – que é um tumor não canceroso. De acordo com a fisioterapeuta clínica Dra. Walkyria Fernandes, esses sintomas podem ser tratados com a ajuda de um fisioterapeuta.

“A fisioterapia pode atuar em pacientes já operados, quanto em pacientes que apenas estão em acompanhamento. O trabalho com o paciente é para ajudar tanto no controle para urinar, para que ele não tenha escape de urina, como para aquele paciente com dificuldade de urinar, devido ao tamanho da próstata. Sem dúvida, a fisioterapia melhora a qualidade de vida do homem com comprometimento na próstata. Se for a hiperplasia benigna ou um tumor maligno as abordagens serão de acordo com o diagnóstico. Mas de maneira geral, o fisioterapeuta vai atuar de acordo com os desconfortos e sintomas do paciente. A fisioterapia trabalha o assoalho pélvico, o esfíncter de contenção urinária e atua no reequilíbrio dessa condição do trato urinário inferior” além de relacionar com a parte musculoesquelética ao redor e o sistema nervoso autônomo, explica a fisioterapeuta.

Walkyria também conta que a fisioterapia pode restabelecer o equilíbrio da região operada, pode fortalecer a musculatura do assoalho pélvico. “Muitas vezes, a bexiga do paciente não consegue armazenar a urina como antes da cirurgia e qualquer pressão incorre em um escape de urina. Por isso, é necessário trabalhar essa musculatura. Nesse sentido existem técnicas manuais para isso e também a eletroterapia e o biofeedback. Tudo isso ajuda o paciente a aprender a contrair novamente essa musculatura para devolver o máximo possível da normalidade na hora de urinar. Além disso, alguns pacientes acabam tendo comprometimento de nervos locais importantes, com a cirurgia, e acabam com dificuldade para ereção. A fisioterapia pélvica atua estritamente nesse problema”, ressalta a fisioterapeuta.

A fisioterapeuta clínica ressalta que no tratamento o profissional não deve pensar apenas na próstata e na bexiga. É preciso pensar o tratamento de maneira global. “É necessário pensar em todas as regiões que podem ficar desarmônicas com o problema principal, tem que equilibrar o paciente como um todo. Inclusive quando eu falo da cavidade abdominal, existe uma pressão interna nessa cavidade onde ficam as vísceras, quando essa pressão aumenta, favorece o escape de urina. Então, no tratamento dessa incontinência urinária, é importante pensar no reequilíbrio dessa pressão interna da cavidade abdominal. Isso por que, na parte superior dessa cavidade há um músculo importante: o diafragma. Que é o músculo da respiração. Por isso, o fisioterapeuta precisa ter uma visão de 360 graus”, pondera Walkyria.

Ainda segundo a especialista, o tempo de tratamento varia bastante, podendo ser de três a seis meses ou até mais. Isso vai depender de qual foi o tamanho da cirurgia para a retirada do tumor, do quanto foi preciso retirar de tecidos afetados pelo tumor. Só assim é possível saber se o tratamento vai ser a médio prazo ou longo. A fisioterapeuta ressalta ainda que a prevenção é sempre o melhor caminho. “Dormir bem, se alimentar de forma saudável, praticar atividade física, controlar o peso, ter o menos possível de estresse. Tudo isso é fundamental para ter um corpo e mente saudáveis. Além disso, os exames preventivos são essenciais para um diagnóstico precoce e início do tratamento”, finaliza Walkyria.


 

Vera Cruz Casa de Saúde ganha iluminação especial em novembro

Luzes azuis serão ligadas todos os dias, até o final do mês, em lembrança ao Novembro Azul.

Em apoio ao “Novembro Azul”, o Vera Cruz Casa de Saúde, em Campinas (SP), recebeu na noite terça-feira (1), uma iluminação especial. A iniciativa, que visa dar ênfase na prevenção e no diagnóstico precoce do câncer de próstata, foi preparada em fotocélula e será acionada automaticamente, durante todo o mês, na cor que remete à campanha.

No Brasil, a cada 38 minutos, um homem morre em decorrência da patologia. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), 66 mil novos casos foram registrados em 2020, o que corresponde a 29,2% dos tumores incidentes no sexo masculino.

“A iluminação cênica na fachada do hospital é uma forma de salientar a relevância da campanha, ressaltar a importância do diagnóstico precoce para o tratamento e apoiar pacientes que enfrentam a doença”, afirma o diretor-presidente do Vera Cruz Hospital e todas as unidades externas, Fábio Fraga.


 

Novembro Azul: você sabe o que é a próstata e qual sua função?

Entenda sobre a glândula masculina e saiba tudo sobre a prevenção de seu câncer. Especialista detalha tratamento e cirurgia, que já conta com ajuda de robô em Goiânia.

A próstata é uma glândula masculina que tem a forma de maçã e se situa logo abaixo da bexiga

A próstata é uma glândula que só o homem possui e que se localiza na parte baixa do abdômen. É um órgão pequeno, tem a forma de maçã e se situa logo abaixo da bexiga e à frente do reto (parte final do intestino grosso). Ela envolve a porção inicial da uretra, tubo pelo qual a urina armazenada na bexiga é eliminada. A próstata produz parte do sêmen, líquido espesso que contém os espermatozoides, liberado durante o ato sexual. É esse pequeno e importante órgão o alvo da campanha Novembro Azul.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), no Brasil o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens, ficando atrás apenas do câncer de pele não-melanoma. E é considerado um tumor da terceira idade, já que cerca de 75% dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos. O urologista Anselmo de Paula Orlando, que atende no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia (GO), ressalta a importância de um diagnóstico precoce. “O câncer de próstata tem a chance de cura muito alta quando se descobre logo no início. O tratamento é mais simples, único, que deixa menos sequelas”.

Para Anselmo, após a queda de atendimentos provocada pela Covid-19, os homens estão voltando aos consultórios. “Durante o período da pandemia, muitos pacientes ficaram subdiagnosticados ou demoraram mais para fazer esse diagnóstico. Consequência disso é que começou uma demanda muito maior de tumores mais avançado, mas agora temos visto os homens voltarem aos consultórios dos urologistas para fazer essas consultas”, comemora ele sobre a retomada do acompanhamento médico, lembrando ainda sobre a prevenção da doença, a qual inclui uma vida saudável, com boa alimentação, prática de exercícios físicos e evitando vícios.

Tabu

Para o urologista do Órion Complex, o preconceito em torno do exame para detecção do câncer de próstata está reduzindo. “O tabu em relação ao exame de toque retal vem diminuindo gradativamente, é notório isso no consultório. Geralmente, os pacientes mais idosos são mais resistentes e os mais jovens, em torno de 40, 50 anos, mais flexíveis. A melhor forma de desmistificar o exame é justamente passando informação de qualidade. A gente observa que à medida que os homens entendem a importância de se fazer o exame de toque, porque eles estão sendo submetidos àquilo, eles compreendem melhor a finalidade e aceitam passar por esse exame”, salienta.

O câncer de próstata, quando no início, não apresenta sinais, lembra Anselmo. “É uma doença silenciosa, em casos iniciais ele não tem absolutamente nenhum sintoma, o paciente não vai sentir nada. Por isso é tão importante fazer os exames preventivos, o exame de PSA e o exame de toque retal. Aqueles sintomas de ter dificuldade para urinar, levantar várias vezes à noite para ir ao banheiro, na maior parte das vezes está relacionado a hiperplasia prostática benigna, que é o inchaço da próstata. O câncer de próstata só vai apresentar alguns sintomas em fases mais avançadas, muitas vezes quando a doença já invadiu estruturas ao redor da próstata, os ossos e pode apresentar dores ali na região da pelve, na coluna, sintomas que são muitas vezes inespecíficos e relacionados a outros tipos de doenças”.

Riscos e tratamento com robô

O urologista revela que os principais pontos de risco para o câncer de próstata são imutáveis e podem depender da idade, fator genético e o estilo de vida, por exemplo. “Quanto mais idoso o paciente, maior o risco de desenvolver a doença. Sobre o fator genético, homens que têm alguns correlacionados na família, como o pai com câncer de próstata, ou o irmão, também têm um risco aumentado. E os pacientes da raça negra têm também um risco maior. Existem alguns fatores que a gente pode atuar, como ter uma alimentação balanceada, prática regular de exercícios físicos, manter uma vida saudável, evitar excesso de peso e evitar alguns vícios como cigarro e álcool”, detalha Anselmo.

Em relação ao tratamento, o especialista revela que se diferem de acordo com o estágio da doença e que há novidade tecnológica disponível na capital. “Nos tumores que estão restritos à próstata, o tratamento principal ainda é o cirúrgico. E é justamente nesse campo que tem a maior novidade que é a cirurgia robótica, que chegou esse ano aqui em Goiânia. É uma cirurgia que proporciona menos sequelas e uma recuperação muito mais rápida”.

Além da cirurgia, o médico explica que há a tradicional radioterapia e o tratamento de técnicas ablativas. “Quando tumor ele é metastático, está avançado, saiu da próstata, o tratamento é mais global e requer muitas vezes fazer uma hormônio terapia, que é uma medicação que bloqueia a testosterona, hormônio masculino, e associado a isso tem ainda que se fazer uma quimioterapia ou alguma outra medicação que agente chama de anti androgênico. Esses pacientes têm ganhado cada vez mais tempo e qualidade de vida”, destaca Anselmo Orlando.


 

Fator de risco para câncer de próstata, obesidade dobrou no país em duas décadas

A obesidade tem aumentado no país. A última Pesquisa Nacional de Saúde do IBGE mostrou que em 17 anos o percentual de pessoas obesas em idade adulta no país mais que dobrou. Dois entre 10 homens, no país, são obesos.

Novembro Azul: obesidade aumenta o risco para varias doenças oncológicas

A obesidade traz diversos prejuízos para a saúde, entre eles o de aumentar o risco para vários tipos de câncer. Em maio deste ano, um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, publicado na revista BMC Medicine*, trouxe mais um sinal de alerta ao relacionar a obesidade a um tipo de tumor de próstata letal. “Motivo para que os homens sejam mais disciplinados em relação à manutenção do peso dentro de níveis saudáveis”, afirma o cirurgião oncológico Gustavo Guimarães, que é diretor do Instituto de Urologia, Oncologia e Cirurgia Robótica (IUCR) e coordenador geral dos Departamentos Cirúrgicos Oncológicos do grupo BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo. Ele destaca que cuidar da saúde como um todo está entre as principais formas de diminuir o risco de desenvolver doenças oncológicas. Por essa razão, neste ano, o engajamento do IUCR na campanha mundial de conscientização sobre o câncer de próstata,  Novembro Azul, acontece por meio de ações nas redes sociais que trazem como mote “Homens que inspiram também cuidam da saúde”.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca),  só neste ano, o Brasil deve ter cerca de 65.840 novos casos de câncer de próstata. Afinal, excluindo os tumores malignos de pele não melanoma, 29,2% dos casos de câncer em homens começam na próstata. Em relação à obesidade, um dos fatores de risco para a doença, os dados são preocupantes. A Pesquisa Nacional de Saúde do IBGE referente a 2019 revelou que o percentual de pessoas obesas em idade adulta no país mais que dobrou em 17 anos – entre 2002 e 2019. Em relação à população masculina, em 2002,  43,3% dos homens apresentavam excesso de peso. Esse índice em 2019, saltou para 60,0%. Com obesidade, quando o IMC (Índice de Massa Corporal) está acima de 30 Kg/m2, o percentual na população masculina foi de 9,6%, em 2002, para 22,8%, em 2019. Manter uma alimentação equilibrada e atividade física regular são medidas de combate à obesidade. No entanto, se a pessoa tem dificuldade em manter o peso adequado, ela precisa passar por uma avaliação médica para investigar as causas, recomenda Guimarães.

Além de manter hábitos de vida saudáveis, o combate ao câncer de próstata também se faz com a consulta anual ao urologista, atitude essencial para diagnosticar um eventual câncer ainda em fase inicial quando as chances de cura são maiores. Para o diagnóstico de câncer de próstata são importantes o exame de sangue que avalia a proteína produzida pelo tecido prostático (PSA) e o exame de toque retal, que propicia descobrir a doença em fase mais inicial. A confirmação diagnóstica se dá por biópsia. A Sociedade Brasileira de Urologia recomenda que os homens a partir de 50 anos procurem um profissional especializado, para avaliação individualizada. Homens negros ou com parentes de primeiro grau com câncer de próstata devem começar com essa consulta médica aos 45 anos.

Câncer de próstata: uma doença silenciosa no início

O câncer de próstata tem evolução silenciosa e não costuma apresentar sintomas ou, quando apresenta, pode ser confundido com crescimento benigno da próstata, pois é uma doença que tem sintomas semelhantes. Portanto, vale ficar atento e procurar um médico para avaliação, caso tenha alguns dos sintomas a seguir com persistência superior a duas semanas:

  • Dor ou ardência ao urinar
  • Dificuldade para urinar ou para conter a urina
  • Fluxo de urina fraco ou interrompido
  • Necessidade frequente ou urgente de urinar
  • Dificuldade de esvaziar completamente a bexiga
  • Sangue na urina ou no sêmen
  • Dor contínua na região lombar, pelve, quadris ou coxas
  • Dificuldade em ter ereção

O tratamento do câncer de próstata é individual, ou seja, leva em conta variáveis como idade, tipo do câncer, estágio, estadiamento, estado clínico e emocional do paciente e possíveis efeitos colaterais associados ao tratamento. “Munidos dessas informações, podemos oferecer uma abordagem personalizada, baseada em evidências científicas, beneficiando cada paciente de forma assertiva”, explica Guimarães. As abordagens podem ser cirúrgicas, com destaque para a robótica; assim como por ultrassom de alta frequência, hormonioterapia, radioterapia, crioterapia, protonterapia e quimioterapia. “Há casos também em que a doença é indolente a tal ponto de optarmos por não tratar, mantendo uma vigilância ativa.

Referência:

Perez-Cornago A, Dunneram Y, Watts EL, Key TJ, Travis RC. Adiposity and risk of prostate cancer death: a prospective analysis in UK Biobank and meta-analysis of published studies. BMC Med. 2022 May 5;20(1):143.


 

Grupo São Lucas e Hospital Care promovem a ação Novembro Azul, para conscientizar homens sobre a prevenção do câncer de próstata

Em média, 42 homens morrem, por dia, em decorrência da doença e cerca de 3 milhões vivem com ela.

Foto: Douglas Intrabartolo

O Grupo São Lucas e a Hospital Care promovem no mês de novembro a Campanha Novembro Azul com alerta e orientações sobre algo que deve ser feito durante todo o ano: o auto cuidado através de visita periódica ao médico e a realização de exames, cuidados fundamentais para o diagnóstico precoce de várias doenças como câncer de próstata. A fachada do Hospital São Lucas foi iluminada de azul, para destacar a importância da data e propiciar reflexão sobre o assunto.

“Além de conscientizar a respeito do diagnóstico precoce do câncer de próstata e outras doenças comuns em homens, o Novembro Azul também veio com a ideia de quebrar o preconceito que muitos homens têm em relação ao exame de toque. O exame, que envolve a palpação da próstata pelo ânus é alvo de muitas piadas entre os homens, que costumam fazer uma alusão ao sexo anal. Por conta dos estereótipos da sociedade, muitos pensam que jamais deveriam ter o ânus tocado e muito menos penetrado, mesmo que por um bom motivo. Assim, a campanha vem justamente para quebrar esse preconceito e mostrar que compartilhar informações e levantar o tema são medidas necessárias”, explica o Dr. Tiago Bovo, urologista do Hospital São Lucas.

Um estudo da Sociedade Brasileira de Urologia apontou que 51% dos homens nunca consultou um urologista, que é o especialista no sistema urinário e reprodutor masculino. A ideia é chamar a atenção dos homens para a adoção de um estilo de vida saudável no dia a dia, com a prática de atividades físicas, boa alimentação e exames periódicos para evitar doenças, entre elas, o câncer de próstata. Segundo o Dr. Rafael Tacino, urologista do São Lucas, a campanha Novembro Azul também traz um alerta para os altos índices do câncer de próstata.

Dados recentes da Organização Mundial de Saúde (OMS), em média, 42 homens morrem, por dia, em decorrência da doença e cerca de três milhões vivem com ela, no mundo. Frente a esse cenário, todos os anos, a campanha dissemina informações sobre diagnóstico, tratamento e cuidados necessários. Assim, a ideia é dar continuidade nos trabalhos e projetos de prevenção, conscientização e informação sobre a doença.

“O câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais incidente em homens. (primeiro é o de pele) A próstata é uma glândula localizada abaixo da bexiga, à frente do reto. Ela produz até 70% do sêmen, sendo indispensável para a fertilidade. No mundo, esse é o sexto tipo de câncer mais frequente e o segundo mais mortal entre os homens. Estima-se que um a cada seis homens irão sofrer com o problema. A cada 7,6 minutos, um caso é diagnosticado e, a cada 40 minutos, há um óbito por câncer de próstata”, destaca o Dr. Rafael Tacino.

A maioria dos casos ocorre em homens com mais de 65 anos de idade, por isso, exames preventivos devem ser iniciados por volta dos 45 anos, especialmente quando há fatores de risco como ser negro, ter obesidade e ter histórico familiar de câncer de próstata. No entanto, uma grande parte dos tumores crescem de maneira tão lenta que levam cerca de 15 anos para atingir 1 cm³. Assim, muitos homens não têm nem mesmo sinais da doença durante a vida.

“Vale lembrar que, nas fases iniciais, o câncer de próstata não causa sintomas, fazendo com que aproximadamente 95% dos casos de câncer de próstata já estejam em um estágio muito avançado quando seus primeiros sinais aparecem, por isso é muito importante a partir dos 40 anos os exames anuais de toque retal e PSA (exame de sangue). Se eventualmente diagnosticado precocemente, o câncer de próstata deve ser tratado agressivamente, seja por extração cirúrgica, hoje realizada por robótica com poucas ou sem sequelas, ou radioterapia por várias modalidades. O exame anual é única maneira eficiente para diagnosticar o câncer de próstata precocemente”, ressalta o Dr. Tiago Bovo.

O Hospital São Lucas, Hospital São Lucas Ribeirânia, Hospital São Lucas Especializado, São Lucas Medicina Diagnóstica e o Centro de Especialidades Médicas São Lucas, compõem o Grupo São Lucas de Ribeirão Preto. O Grupo é administrado pela Hospital Care, uma holding de serviços de saúde, composta por mais de 30 hospitais e clínicas, em sete cidades do país.


 

Diagnóstico precoce do câncer de próstata eleva chance de cura em mais 90%

Estar atento às mudanças no corpo e realizar os exames anualmente são fundamentais para o controle da doença.

A saúde masculina ainda é um tabu na sociedade brasileira. Se envolver questão sexual, o assunto é ainda menos abordado. Mas foi exatamente um problema na saúde sexual que levou o aposentado Geraldo Magela Martins Filho, 78 anos, a descobrir um câncer de próstata.

“Estava com um problema sexual e procurei por um médico urologista. Ao realizar o exame de toque, veio o alerta: minha próstata estava aumentando. Outro exame, o PSA (Antígeno Prostático Específico), apontou para suspeita de câncer de próstata, constatada pela biópsia. Para retirar o tumor, realizei cirurgia robótica urológica e, hoje, sigo monitorando a doença por exames”, relata o aposentado.

O médico urologista do Vera Cruz Hospital, de Campinas (SP), Bruno Resende, explica que o PSA é um exame de sangue pedido para avaliar a saúde do homem. “Uma boa consulta urológica deve conter anamnese, avaliação física incluindo toque retal, e a dosagem do exame de sangue, que é o PSA. Ambos servem para avaliar a próstata do homem, podendo identificar ou não, a presença de nódulos ou áreas endurecidas, sugerindo a possibilidade de um tumor. O aumento do PSA pode estar relacionado tanto a um tumor maligno quanto ao aumento benigno da próstata. Podemos detectar uma alteração e a pessoa não ter sintomas”, detalha.

No Brasil, a cada 38 minutos, um homem morre devido ao câncer de próstata. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), 66 mil novos casos foram registrados em 2020, o que corresponde a 29,2% dos tumores incidentes no sexo masculino. Os dados acendem um alerta sobre a importância da campanha mundial de conscientização a respeito de doenças masculinas, o Novembro Azul, com ênfase na prevenção e no diagnóstico precoce do câncer de próstata.

Bruno Resende destaca que a queixa do aposentado é um dos sintomas que podem aparecer em pacientes com diagnóstico do câncer de próstata. “Muitos homens acham que é normal ir ao banheiro com frequência, ter o fluxo urinário fraco ou interrompido e vontade de urinar frequentemente à noite, mas esses são sinais de que algo está errado com a próstata, que pode ser por ela estar aumentada ou mesmo pelo câncer. Outros sintomas, como sangue na urina ou no sêmen, dor no quadril, costas, coxas ou até mesmo nos ombros, quando a doença já se disseminou, e fraqueza ou dormência nas pernas ou pés, também merecem atenção”, detalha.

No entanto, o urologista ressalta que a maioria dos homens não apresenta sintomas e salienta a necessidade do rastreamento para que as chances de cura aumentem. “É importante que os homens realizem os exames de rotina para diagnosticar a doença ainda na fase inicial, que é quando ela não apresenta sintomas. O câncer de próstata, quando descoberto na fase inicial, tem mais de 90% de chance de cura”, destaca. A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) recomenda que os homens comecem a realizar os exames aos 45 anos. Para aqueles com histórico familiar da enfermidade ou em homens negros, a partir dos 40 anos.

Adolfo José de Oliveira Scherr, médico oncologista do Vera Cruz Oncologia, expõe que o câncer de próstata atinge, na maioria, homens mais velhos, a partir da sexta década de vida. “O tipo mais comum é o adenocarcinoma, um tumor que se inicia nas células que formam a parte glandular da próstata e que ajudam na produção do líquido seminal. Há tumores que podem se iniciar na próstata, como os sarcomas, mas são raríssimos e não estão relacionados com idade”, pontua.

O tratamento do câncer de próstata depende do tipo do câncer e do estágio em que a doença foi descoberta. Cada caso é avaliado individualmente. “Como na maioria das vezes o tumor de próstata cresce lentamente, há casos diagnosticados em pacientes mais idosos, em especial nos estágios mais precoces, quando existe a opção de não iniciar nenhum tratamento e apenas seguir o paciente de perto”, conta.

Em outros, é indicado a cirurgia, como foi o do aposentado. “O paciente passou por uma cirurgia robótica urológica, que tem a recuperação mais rápida e há menores chances de sequelas, como incontinência urinária e impotência sexual, do que na técnica tradicional”, pontua Bruno Resende, que realizou o procedimento.

Outra parte importante do tratamento do câncer de próstata é o bloqueio da produção hormonal de testosterona. “O hormônio estimula o crescimento da próstata e também do tumor. Podemos fazer esse bloqueio hormonal através de medicação (injeção e/ou uso de comprimidos) ou através da cirurgia de retirada dos testículos (nesse caso em pacientes mais idosos e com doença avançada). Temos também a quimioterapia tradicional, indicada para casos mais avançados, em pacientes com grande volume de doença metastática e que falharam no tratamento de privação hormonal”, resume.

Aos pacientes que precisam seguir com as medicações para o tratamento da doença, a clínica Vera Cruz Oncologia disponibiliza os mais modernos tratamentos disponíveis. São sete consultórios pensados para facilitar a conversa entre médico, pacientes e familiares e outro espaço onde os pacientes em quimioterapia podem fazer o procedimento ao lado de um acompanhante, com conforto e comodidade.


 

Unimed Sorocaba apoia campanha Novembro Azul

Após o Outubro Rosa, que este ano teve várias ações de conscientização sobre o câncer de mama, a Unimed Sorocaba (SP) anuncia o apoio à campanha Novembro Azul, que visa conscientizar sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata, incentivando os homens a ampliar os cuidados com sua saúde. O mote da campanha deste ano é: “Saúde também é papo de homem”.

Segundo dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde, o Brasil registrou 16.055 mortes por câncer de próstata em 2021, o que corresponde a cerca de 44 mortes por dia. Em 2022, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca) são esperados 65.840 novos casos da doença.

De acordo com o médico urologista Dr. Lineu Amaro Rodrigues Junior, a campanha reforça a necessidade de os homens buscarem um médico para realizar os exames periódicos como forma de cuidar da saúde como um todo. “Cuidar da saúde é também cultivar hábitos saudáveis, como alimentação adequada e a prática regular de atividades físicas”, lembra.

Os exames anuais de rastreio, segundo Dr. Lineu, são essenciais para detectar o câncer de próstata em estágio inicial, uma vez que nesta fase a doença não apresenta sintoma.

“O câncer de próstata é o segundo tipo de tumor mais frequente entre os homens, atrás apenas do câncer de pele não-melanoma. Apesar da alta incidência, quando o diagnóstico é feito precocemente a chance de cura é de mais de 90%”, explica o médico.

A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) recomenda que homens a partir de 50 anos procurem um urologista anualmente para uma avaliação individualizada. Aqueles que integram o grupo de risco são orientados a começar os exames e consultas mais cedo, a partir dos 45 anos.

Fatores de risco

Apesar de poder atingir homens com menos de 50 anos, um dos principais fatores de risco da doença é a idade, pois é um câncer que em 65% dos casos, o diagnóstico é feito após os 65 anos de idade. “A incidência aumenta bastante com o envelhecimento, não sendo frequente em pacientes mais jovens. Além disso, homens com histórico familiar de câncer de próstata em pai, irmão ou tio, da raça negra e obesos também fazem parte do grupo de risco”, ressalta o médico.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os homens vivem em média 7,1 anos a menos do que as mulheres, sendo a taxa de mortalidade maior em praticamente todas as faixas etárias. “Devido a questões sociais e culturais os homens estão mais expostos a alguns fatores de risco, como o tabagismo, consumo excessivo de álcool, a falta de prática de atividade física e a obesidade. Além disso, apresentam menor aderência aos exames preventivos, aumentando a incidência de diversas doenças, entre elas o câncer de próstata”, explica Dr. Lineu.

Sintomas

O médico urologista alerta que quando está em uma fase mais avançada, o tumor pode apresentar sinais e sintomas inespecíficos, como: micção frequente (necessidade de urinar com mais frequência do que o normal), fluxo urinário fraco ou interrompido, vontade de urinar frequentemente à noite (nictúria), sangue na urina ou no sêmen, disfunção erétil, dor no quadril, costas, fraturas ou dor óssea caso a doença tenha disseminado para os ossos e fraqueza ou dormências quando metástases fazem compressão nas raízes nervosas da coluna.

“A campanha Novembro Azul é um movimento que já tem quase 20 anos. Esperamos que essa ação incentive um número cada vez maior de homens a procurarem o médico regularmente, reduzindo assim o número de casos e de óbitos provocados pela doença”, conclui o urologista.

A Unimed Sorocaba possui infraestrutura e tecnologia de ponta para diagnosticar e tratar pacientes com câncer de próstata. A cooperativa conta ainda com a atuação de médicos urologistas e oncologistas altamente capacitados e com uma equipe multidisciplinar que inclui enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, farmacêuticos, entre outros profissionais que cuidam e acolhem os pacientes em todas as fases do tratamento.


 

O que é importante saber sobre o câncer de próstata?

Especialista chama atenção para a doença que acomete 1 a cada 9 homens ao longo da vida e registra mais de 65 mil casos anualmente no Brasil. Obesidade e estilo de vida estão entre os fatores de risco.

Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), no Brasil, o câncer de próstata é considerado o segundo mais comum entre os homens a partir de 50 anos, sendo que a taxa de incidência é maior nos países desenvolvidos em comparação aos países em desenvolvimento por conta de hábitos relacionados ao estilo de vida urbano. Números divulgados pelo INCA também mostram que essa patologia representa 29% dos diagnósticos da doença no país. Para se ter uma ideia, apenas no triênio 2020 e 2022, foram registrados 65.840 novos casos de câncer de próstata a cada ano.

A próstata é uma glândula que somente os homens têm. Ela está localizada na frente do reto e abaixo da bexiga. “As principais causas do câncer de próstata não são totalmente conhecidas, contudo, alguns fatores de risco colaboram para a incidência da doença como idade, histórico familiar, sobrepeso e exposição aos agentes químicos como aminas aromáticas, arsênio e produtos derivados do petróleo. Além disso, homens negros têm mais chance de desenvolver a doença, não por diferenças biológicas, mas por questões de desigualdades sociais, que dificultam o acesso a um diagnóstico e tratamento e preconceitos para buscar ajuda”, explica o especialista Ying Li Chiang, urologista do HSANP.

Sintomas e prevenção

“É importante lembrar que o câncer de próstata é assintomático na fase inicial, ou seja, o homem não terá nenhum sinal ou sintoma de anormalidade. Eles só começam a aparecer quando a doença está em estágio avançado”, esclarece o urologista. Mas em alguns casos os indícios podem ser: dificuldade de urinar, sangue na urina, alteração no jato da urina e aumento de frequência das micções. “Não quer dizer que o homem terá todos os sintomas, eles podem aparecer de forma isolada”, acrescenta.

O médico esclarece que ter uma dieta rica em frutas, legumes, verduras, grãos e cereais integrais e com menos gordura, associado à prática de atividades físicas, mantendo o peso adequado à altura, diminuir o consumo de bebidas alcoólicas e não fumar ajuda a diminuir o risco de câncer.

É indicado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) que os homens comecem a fazer exames preventivos contra o câncer de próstata a partir dos 50 anos de idade. “Os exames realizados para a detecção da doença são: as dosagens de PSA no sangue do paciente e o toque retal. Lembrando que reposição de testosterona não aumenta a chance de ter e nem de um possível retorno da doença”, afirma.

Nos estágios mais avançados, o tratamento não é simples, porém é fundamental procurar um especialista para que ele avalie a extensão e a fase em que a doença se encontra para que o paciente possa fazer uma terapia de forma personalizada. “É muito importante que após a descoberta do câncer de próstata o especialista faça uma bateria de exames para detectar se a doença já não se espalhou para outros órgãos”, finaliza.


 

Especialista do Hospital Santa Teresa explica como o câncer de próstata pode ser detectado em sua fase inicial

Urologista ressalta que o exame de toque retal não necessita de preparo e dura menos de 15 segundos.

O câncer de próstata está entre as doenças que mais matam homens anualmente no Brasil. Isto ocorre porque falar sobre a enfermidade ainda é um tabu para a maioria, seja por medo ou desconhecimento sobre o assunto. A campanha do Novembro Azul foi criada com o objetivo de dar mais informações sobre o tema e mostrar a importância da prevenção por meio da realização de exames periódicos.

A próstata é uma glândula que se localiza na parte baixa do abdômen masculino, que liga a bexiga ao orifício externo do pênis. Sua função é produzir um líquido que compõe parte do sêmen, que nutre e protege os espermatozoides.

O Hospital Santa Teresa (HST), em Petrópolis (RJ), abraça a campanha do Novembro Azul e disponibiliza profissionais de excelência para prevenir e diagnosticar o câncer de próstata. O médico e coordenador da Urologia do HST, André Sá Earp, explica que na maioria dos casos este tipo de câncer está ligado ao envelhecimento masculino. Contudo, de acordo com a hereditariedade, pacientes jovens podem apresentar a doença.

“O câncer de próstata é uma doença silenciosa que não apresenta sintomas específicos caso esteja em um estágio inicial. Os sintomas, no entanto, podem ser semelhantes aos do crescimento benigno da próstata, que também pode crescer sem sintomatologia alguma”, explicou o médico.

Para auxiliar na detecção precoce da doença, o ideal é que o homem faça consultas regulares com um urologista para que sejam realizados exames específicos para facilitar a descoberta de anomalias ainda na fase inicial. Os principais exames são: o toque retal, a dosagem no sangue de uma substância que se chama PSA (Antígeno Prostático Específico) e, em casos específicos, uma ressonância nuclear magnética multiparamétrica de próstata. A periodicidade da realização destes exames é anual. Contudo, se apresentarem alguma alteração, esse intervalo pode ser diminuído.

“Hoje em dia é recomendado pelas Sociedade Brasileira de Urologia (SBU),  Academia Americana de Urologia (AUA)  e Academia Europeia de Urologia (EAU) que o exame para rastreio do câncer de próstata seja iniciado a partir dos 45 anos em quem tem história familiar para câncer de Próstata, e a partir dos 50 anos para todos os demais homens. Quando detectado precocemente as chances de cura giram em torno de 90%”, disse o especialista, ressaltando que o exame não interfere na masculinidade do paciente.

André Sá Earp acrescenta que não há uma receita para prevenir a doença, mas ressalta que pessoas que levam uma vida saudável, praticam atividades físicas, controlam o seu peso corporal e se alimentam de forma saudável, podem se beneficiar. Porém, isso não descarta um acompanhamento médico regular.

O médico explica que o tratamento para o câncer de próstata deve ser individualizado. Segundo ele, vários fatores podem determinar formas distintas de tratamento e somente o médico que acompanha o caso pode definir a melhor forma de tratar aquele caso em específico.

“Só o seu médico vai poder indicar a melhor forma de tratar a doença, seja uma vigilância ativa, cirurgia para retirada de toda a próstata e vesículas seminais, radioterapia externa, braquiterapia, hormonioterapia ou outros”, explicou o urologista.


 

Médica se transforma em Lupita Glamurosa para conscientizar homens da importância do exame de próstata

Sandra Lopez, que já faz trabalhos voluntários com a personagem, tem uma programação especial durante o mês de novembro.

A médica Dra. Sandra Lopez se transforma em Lupita Glamurosa (um personagem que é um tipo de princesa) para humanizar os atendimentos nos hospitais públicos do Guarujá e Mongaguá, no litoral paulista. Ela também faz atividades especiais durante o Novembro Azul, campanha de conscientização realizada por diversas entidades no mês de novembro para conscientização a respeito de doenças masculinas, com ênfase na prevenção e no diagnóstico precoce do câncer de próstata.

“Lupita visitará as unidades de saúde distribuindo lacinhos azuis, que representam uma lembrança ao chamado desta campanha. Porque todos que foram diagnosticados precocemente tem tratamento. Também visitarei hospitais veterinários porque nossos animaizinhos também fazem parte desta campanha”, conta a médica, que tem três especialidades ginecologia obstétrica, pediatria e clínica geral.

Além disso, homens, inclusive colegas médicos, que venceram o câncer, darão depoimentos durante a visita de Sandra. Ela conta que Lupita mostra de maneira divertida a importância do exame da próstata.

“Novembro Azul é o mês mundial de combate ao câncer de próstata. É um chamado à conscientização, prevenção e diagnóstico precoce. Lupita Glamurosa mostrará este mês de uma maneira divertida a importância da prevenção e que é preciso quebrar os preconceitos. O toque retal não tira masculinidade, pelo contrário, permite obter um diagnóstico a tempo”, enfatiza.

A médica falou mais sobre a importância do exame e como é realizado. “É importante fazer a avaliação anual, onde se fará o toque retal. Em coleta de sangue, o valor desta molécula estiver alta é sinal de alerta. A ultrassonografia geralmente só é realizada quando os dois exames anteriores apresentam irregularidades. Ainda pode ser necessário fazer biópsia”, explica.

Sandra esclarece que o câncer de próstata não apresenta sintomas na fase inicial, por isso é necessário fazer exames.

“A próstata é uma glândula do sistema reprodutor masculino e sua principal função é produzir esperma. Na fase inicial, o câncer de próstata não apresenta sintomas e quando alguns sinais começam aparecer, já está em fase avançada, o que dificulta a cura”, finaliza.

Lupita Glamurosa

Lupita é uma personagem criada há três anos pela médica colombiana Sandra Lopez. Ela entra nas enfermarias de hospitais públicos do Guarujá e Mongaguá, no litoral paulista, fazendo brincadeiras, dançando e tocando músicas latinas, como as da cantora Shakira.

“O apelido foi dado por enfermeiras do pronto socorro Vicente de Carvalho em Guarujá. E meu cabeleireiro, um dia antes, falou: Lupita é glamourosa”, recorda a médica.

Lupita leva sua alegria com vestidos glamourosos, com muito brilho, acompanhados de uma coroa que simboliza uma transmissão de energia e paz.


 

Câncer de próstata tem até 90% de chance de cura com o diagnóstico precoce

A campanha do Novembro Azul marca o mês escolhido como símbolo da conscientização e prevenção de doenças masculinas, com foco no diagnóstico precoce do câncer de próstata, o tipo mais comum em homens e o segundo em mortalidade, atrás apenas do câncer de pele não-melanoma. Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), até o final de 2022 serão diagnosticados mais de 65 mil novos casos de câncer de próstata.

O movimento busca conscientizar a população masculina sobre a necessidade de cuidar do corpo, por meio da prática de exercícios, boa alimentação e, também, realizar o exame de próstata. Por conta do preconceito que ainda envolve o exame, muitos homens são diagnosticados quando o câncer já está em estágio avançado, o que eleva a taxa de óbitos. Ainda segundo a SBU, a mortalidade pela doença aumentou 10% nos últimos cinco anos. Quando identificada no início, há 90% de chance de cura.

Outro fator que dificulta o diagnóstico é a evolução silenciosa do câncer de próstata já que, no início, os pacientes não costumam apresentar sintomas ou, quando apresentam, são facilmente confundidos com sintomas de infecção urinária. Já na fase avançada, os sintomas podem ser dor óssea, dificuldades de urinar e, em casos mais graves, insuficiência renal e infecção generalizada.

O rastreamento do câncer de próstata é feito por meio de um exame de sangue que avalia a dosagem do antígeno protástico específico (PSA) e do exame de toque retal, que deve ser realizado a partir dos 40 anos por homens negros, que possuem maior incidência, ou com histórico familiar; e a partir dos 50 anos para os demais. Quando é identificada uma alteração nos exames, é necessário realizar uma biópsia e, caso seja confirmado o diagnóstico, o tratamento é definido de acordo com o estágio da doença.

“O exame de sangue que avalia a dosagem do PSA indica uma chance de o paciente vir a ter o câncer de próstata, mas também pode indicar outros possíveis problemas futuros”, alerta o Dr. Flávio Trigo, Urologista do Hospital Sírio-Libanês. “Já o exame de toque retal, é absolutamente necessário, pois consegue detectar tumores em qualquer estágio, mesmo os que ainda não são diagnosticados no exame de sangue”, completa.

Quais são os fatores de risco?

Além do histórico familiar e da idade, outros fatores de risco são os hábitos alimentares e o excesso de gordura corporal. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), entre as medidas preventivas estão: dieta rica em frutas, verduras, legumes, grãos, cereais integrais e menos gordura, principalmente as de origem animal. Outros hábitos saudáveis também são recomendados, como fazer no mínimo 30 minutos diários de atividade física, manter o peso adequado à altura, identificar e tratar adequadamente hipertensão, diabetes e problemas de colesterol, diminuir o consumo de álcool e não fumar.


 

Saúde do homem vai muito além da próstata

Câncer de próstata levou a 44 mortes diárias de brasileiros em 2021, mas doença não é a única que recebe diagnóstico tardio pela falta de acompanhamento médico dos homens.

Historicamente homens tendem a cuidar menos da saúde, causando maior incidência de problemas como câncer de próstata e doenças cardiovasculares em estágios avançados

O câncer de próstata é o mais incidente no homem e o que mais mata, atrás apenas do câncer de pulmão. Dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde revelam que, de 2019 a 2021, foram mais de 47 mil mortes causadas por esse tipo de tumor. Mas o cuidado com a saúde do homem deve ir muito além do exame de próstata. A falta de acompanhamento médico regular faz com que doenças deixem de ser descobertas precocemente, dificultando ou até mesmo inviabilizando o tratamento.

O urologista do Hospital Marcelino Champagnat, de Curitiba (PR), Mark Neumaier, conta que é comum receber pacientes com a próstata bem aumentada, o que já influi no jato de urina e em outros desconfortos rotineiros. Isso quando o câncer nem é diagnosticado. “Existe um preconceito no exame do toque retal e muitos deixam de realizar o acompanhamento periódico por isso. Mas tem muitas outras questões que identificamos no consultório e que têm tratamento simples”, constata.

A fimose, por exemplo, é outro problema urológico na região genital do homem que pode trazer complicações quando não reconhecido. “A maioria acredita que a fimose só ocorre na infância, quando normalmente é corrigida. Mas sem esse procedimento, essa incapacidade de expor a glande pode acontecer tanto na ereção quanto no estado flácido do pênis. Já nas relações sexuais, a fimose pode incomodar com fissuras recorrentes ou até mesmo prejudicar a higiene do pênis, aumentado a probabilidade de desenvolver câncer na região”, ressalta. Segundo o urologista, o tratamento consiste em um procedimento cirúrgico usado por muitos anos, que não exige internação, apenas alguns cuidados no pós-operatório.”A sensibilidade da região e toda a função permanecem inalteradas”, explica.

Neurossífilis

De acordo com balanço divulgado pelo Ministério da Saúde em 2021, foram registrados mais de 64 mil casos de sífilis no país. Com testes rápidos disponíveis em unidades básicas de saúde, o grande desafio encontrado ainda está no diagnóstico e no tratamento correto da doença que pode ser sexualmente transmitida, e também pelo compartilhamento de agulhas ou de mãe para filho na gestação. Quando não cuidada, a sífilis evolui para formas muito mais graves, como a neurossífilis.

“A doença pode comprometer o sistema nervoso central desde o seu primeiro estágio e, por isso, deve ser tratada o quanto antes. Em geral, é assintomática e apenas o exame do líquor faz o diagnóstico”, esclarece a infectologista Camila Ahrens. “Passado o período de latência da doença, ela acomete o sistema nervoso central – olhos, coração e grandes artérias, além de ossos, pele e outros órgãos. A pessoa pode começar com uma confusão mental, alteração do comportamento, dor de cabeça, náuseas e, nas formas mais tardias, pode haver comprometimento cerebral, levando a pessoa a uma vida vegetativa”, alerta.

Coração

O cardiologista do Hospital Universitário Cajuru, Gustavo Lenci Marques, reconhece que historicamente os homens tendem a cuidar menos da saúde, têm alimentação inadequada e procuram menos o atendimento médico. “Sabemos que muitas vezes o homem acaba sendo mais desleixado com a saúde e alguns hábitos como o tabagismo a afetam ainda mais.” E complementa: “Do ponto de vista das doenças cardiovasculares, praticamente todas são mais comuns em homens, entre elas a pressão alta, a dislipidemia (que é o colesterol alto) e o infarto.”

Lenci destaca que para prevenir as doenças associadas ao coração é preciso mudar os hábitos. “Não tem mágica, são três coisas principais: se mexer, fazer algum tipo de atividade física – não precisa ser um exercício extenuante, mas sair do sedentarismo -, ter uma alimentação equilibrada e não ter hábitos nocivos, como, por exemplo, o tabagismo”.


 

Especialista esclarece dúvidas sobre prevenção e rastreamento do câncer de próstata

Estimular o debate sobre a importância dos cuidados com a saúde do homem, é fundamental para ampliar a conscientização sobre o câncer de próstata. A campanha Novembro Azul coloca em pauta o tema reforçando a necessidade da prevenção e da realização de exames de rastreamento visando o diagnóstico precoce do tumor, para assim diminuir as taxas da doença no Brasil e no mundo. Com este propósito, o oncologista do Hospital do Câncer em Uberlândia (MG), Dr. Rogério Araújo, esclarece algumas das dúvidas mais comuns sobre os cuidados necessários para identificar precocemente o câncer de próstata ou mesmo evitá-lo.

O câncer de próstata é o tumor mais incidente no homem, atrás apenas o câncer de pele não melanoma, e o segundo que mais mata, sendo o câncer de pulmão o primeiro lugar. Segundo dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde, de 2019 a 2021, foram mais de 47 mil óbitos em razão desse tipo de tumor no Brasil. O número é alarmante, e o oncologista reforça que adotar as medidas de prevenção adequadas é a melhor forma de diminuir os riscos de se ter câncer de próstata, e identificar a doença ainda no início, é uma forma de ter um tratamento mais eficaz.

Para apoiar a comunidade a entender melhor quais são esses cuidados prévios, que são um diferencial para a saúde do homem, o Dr. Rogério responde algumas dúvidas sobre o assunto, confira:

– Quais são os exames para rastreamento do câncer de próstata?

“Contamos com dois exames que detectam as alterações da próstata. O toque retal, que é um exame clínico que identifica modificações, como a presença de nódulos, endurecimentos da glândula ou quaisquer irregularidades. Importante destacar que é um procedimento rápido, que dura cerca de 10 segundos, e indolor. Outra avaliação de rastreamento é a dosagem do PSA (Antígeno Prostático Específico), feito através do exame de sangue, que avalia a quantidade de uma proteína produzida pelo tecido da próstata, mas também pelas células cancerosas. Vale destacar que são exames complementares, e para termos uma investigação completa, é importante que ambos sejam feitos”, detalha o Dr. Rogério.

– Quais são os sintomas mais comuns?

“Em relação aos sintomas, no caso do câncer de próstata, os indícios mais comuns são a sensação de que a bexiga não esvazia após urinar, desconforto nos testículos, dor para ejacular, sangramento pela uretra, urinar em gotas, e também fraqueza ou dormência nas pernas ou pés. Mas é importante destacar que os sintomas, no caso dessa doença, aparecem normalmente em um estágio mais avançado. Assim a realização dos exames necessários e o acompanhamento médico se mostram grandes aliados para a detecção precoce e consequentemente aumentar as chances de cura”, reforça o oncologista.

– Com quantos anos é necessário ir periodicamente ao urologista? 

“Neste caso, a recomendação é que os homens procurem um urologista assim que entram na puberdade para receberem orientações gerais. Quando falamos de fazer um acompanhamento da próstata e doenças relacionadas, a consulta periódica é indicada a partir dos 45 anos para aqueles que têm histórico de câncer na família e também para os negros, que tem um risco aumentado de desenvolver o tumor. Se a pessoa não possui um histórico ou não é da etnia negra, o ideal é ir anualmente a partir dos 50 anos”, explica.


 

Mais de 16 mil mortes no último ano

Prevenção pode ajudar.

Estamos no mês da campanha Novembro Azul no Brasil, e do Dia Mundial do Combate ao câncer de próstata. De acordo com o Ministério da Saúde, além da próstata, é importante reforçar os cuidados para o câncer de boca. Na população masculina este câncer é o quinto tipo mais incidente. O tabagismo, consumo excessivo de álcool, exposição solar sem proteção, infecção pelo vírus HPV e imunossupressão estão entre os fatores de risco para a doença que normalmente acomete homens com mais de 40 anos de idade. De acordo com o INCA (Instituto Nacional do Câncer), são estimados 65.840 novos casos da doença em 2022. Em 2021, foram registradas 16.055 mortes em decorrência do câncer de próstata, o que equivale a 44 mortes por dia.

“As ações de conscientização têm o intuito de promoverem a educação populacional sobre sua saúde, além de estimularem a busca por cuidados preventivos e precoces, bem como a quebra de tabus, medo, preconceito e machismo por parte do homem em realizar exames preventivos”, diz o Dr. Ricardo Vita, urologista da Starbem, healthtech de telemedicina, graduado pela UNIFESP. “O diagnóstico precoce identifica o câncer em estágio inicial e aumenta a possibilidade de cura. Mesmo sem sintomas é preciso que o homem faça os exames de detecção de PSA, uma substância produzida pela próstata e colhida através do sangue, e o digital retal, que ainda é essencial para a detecção de nódulos ou alterações – principalmente para homens acima de 50 anos ou que tenham risco aumentado, como obesos, homens negros ou que já possuam casos de câncer de próstata na família”, finaliza o médico que também é Doutor em Urologia pela Faculdade de Medicina da USP, diretor do Departamento de Integração Associativa da Sociedade Brasileira de Urologia e chefe do Departamento de Hiperplasia Prostática Benigna da Sociedade Brasileira de Urologia.

Histórico e dados

O câncer de próstata é o tipo mais comum de câncer entre a população masculina, representando 29% dos diagnósticos da doença no país. Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) apontam para 65.840 novos casos de câncer de próstata a cada ano, entre 2020 e 2022. Homens com mais de 55 anos, com excesso de peso e obesidade, estão mais propensos à doença. Outro ponto em relação à saúde do homem envolve o câncer de pênis que, em alguns casos, envolve a amputação do membro masculino. Os principais fatores de risco são higiene íntima inadequada e infecção por HIV.


 

O que precisamos saber sobre o câncer de próstata?

O câncer de próstata é o segundo que mais mata, atrás somente do câncer de pele, e é a doença mais incidente no homem, correspondendo a 29% dos casos, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA). De acordo com dados do Sistema de Informação sobre mortalidade do Ministério da Saúde, nos últimos dois anos, foram mais de 47 mil óbitos decorrentes desse tipo de tumor. Só no ano passado, mais de 16 mil homens perderam suas vidas devido a essa doença, índice que equivale a aproximadamente 44 mortes por dia.

Um relatório feito pelo INCA aponta que em 2022 são esperados mais de 65 mil novos casos de câncer de próstata. Diante desses fatos, com o objetivo de conscientizar o público masculino sobre o assunto, desde 2003 é promovida a campanha Novembro Azul.

Segundo o Arnold Peter Paul Achermann, urologista e membro da Doctoralia, o câncer de próstata normalmente acomete homens após 50 anos de idade. “Orientamos todos os homens a procurarem avaliação do urologista a partir dessa faixa etária. Quando há fatores de risco como histórico na família de primeiro grau (pai ou irmãos) com câncer de próstata, devem iniciar investigação antes dos 45 anos”, afirma.

De acordo com o urologista, de forma geral, o câncer são células que perdem o controle de sua divisão. As células se multiplicam desordenadamente chegando a desprender e atingir outros órgãos (metástases) afetando sua função.

“No caso do câncer de próstata, quando o paciente apresenta exame de PSA baixo (menor que 10), toque retal normal e com biópsia demonstrando apenas 1 ou 2 fragmentos acometidos com câncer, mas bem iniciais (Gleason 6), podemos fazer o chamado ‘vigilância ativa’. Acompanhamos o paciente de perto e adiamos procedimentos neste paciente para melhor qualidade de vida sem perder de vista a possibilidade de cura”, completa.

Na fase inicial, o câncer de próstata não provoca nenhum sintoma, apenas quando já estiver bem avançado. “Nessa situação, já não podemos curar o paciente. Portanto, não se deve esperar sentir algo para procurar ajuda médica e investigar a doença”, afirma Achermann.

Segundo André Brandão, CEO da Medictalks, a doença é uma grande preocupação na área da saúde e por isso, os médicos e demais especialistas da área precisam constantemente discutir este assunto, a fim de contribuírem para que novos tratamentos e descobertas cheguem a todos os atuantes no segmento e consequentemente, até a população.

“Quanto mais os diversos especialistas estiverem munidos com informações atualizadas, mais os pacientes serão beneficiados com os novos recursos. É por isso que é tão essencial que os profissionais da saúde troquem experiências e contribuam por meio de diagnósticos mais assertivos”, finaliza.


 

Diagnóstico de câncer de próstata em homens é tardio pelo déficit de visitas ao médico

Nos últimos dois anos, doença já causou mais de 47 mil mortes, porém com diagnóstico precoce as chances de cura chegam a 90%.

Segundo o Ministério da Saúde, 31% dos homens não realizam exames de rotina e não descobrem a doença no estágio inicial

Mais de 47 mil óbitos foram registrados por câncer de próstata entre 2019 a 2021, conforme o sistema de informação sobre mortalidade do Ministério da Saúde. No ano passado 16 mil homens morreram em consequência da doença, o que corresponde a cerca de 44 mortes por dia. Para alertar sobre os riscos e estimular os cuidados com a saúde do homem, a Prati-Donaduzzi, que é referência na produção de medicamentos no Brasil, adere mais uma vez à campanha Novembro Azul e promove ações de conscientização sobre a doença.

“Somos uma empresa que promove saúde e bem-estar, principalmente para os nossos colaboradores. Durante este mês, estaremos trazendo orientações sobre o tema, juntamente com os profissionais da Unimed no ônibus da saúde. Além disso, serão realizadas atividades de orientação a saúde, aferição de pressão e liberação de guia para o exame de PSA para os homens acima de 40 anos”, contou o enfermeiro do Trabalho Saúde Ocupacional da Prati-Donaduzzi, Jonathan Calgaro Presa.

Na fase inicial, o câncer de próstata geralmente não apresenta sintomas, e muitas vezes é detectado apenas através dos exames PSA ou toque retal. Por isso, independente do surgimento dos sintomas é importante que o homem crie o hábito de realizar os exames de rotina.

“O exame de sangue PSA pode ser recomendado a partir dos 50 anos, ou mais cedo para aqueles que têm histórico familiar da doença. Já nos casos mais avançados, o paciente pode apresentar dificuldade para urinar, micção frequentes, dores durante a relação sexual, disfunção erétil, presença de sangue na urina e dores pélvicas ou ósseas”, alertou a oncologista clínica, Dra. Aline Bobato Lara.

Câncer de próstata tem até 90% de chance de cura

Ainda de acordo com a pesquisa do Ministério da Saúde, cerca de 31% dos homens não costumam ir ao médico rotineiramente e, consequentemente, não descobrem a doença no início, quando as chances de cura chegam a 90%. “Hoje ainda existe uma resistência dos homens em realizar os exames de rastreamento, principalmente pelo receio e medo em procurar um urologista, eventualmente encontrar alguma alteração. Vale lembrar, que estes exames são fundamentais para um diagnóstico precoce do câncer de próstata, e que o toque retal não é um exame doloroso, ele é rápido e auxilia na identificação de lesões iniciais”, orientou.

A médica explica como as pessoas podem incentivar seus parceiros realizarem o check-up anualmente. “Nós sabemos que as mulheres se cuidam mais do que o homens, principalmente no mês dedicado para conscientização do câncer de mama, o Outubro Rosa. Mas em seguida vem o Novembro Azul, que é um movimento para lembrar da importância dos cuidados com a saúde do homem. É fundamental que esse autocuidado se estenda para os próximos meses do ano”, conclui.

O tratamento do câncer de próstata dependerá do estadiamento da doença. Isso quer dizer que, nas fases mais iniciais, os procedimentos podem incluir: radioterapia, algumas vezes associadas ao bloqueio hormonal da testosterona, além de cirurgia para retirada da próstata. Em casos iniciais, podem ser realizados apenas o acompanhamento com exames, que é chamado de vigilância ativa, pela baixa agressividade do tumor. Já nos avançados com metástases, podem ser inseridas a terapia sistêmica com bloqueio hormonal da testosterona, quimioterapia, ou outras modalidades.


 

Quando o homem deve ir ao urologista?

Consulta com especialista desde a infância pode ser fundamental para identificar diversos problemas, como a fimose, câncer testicular e câncer de próstata, segundo tumor mais comum em homens, que afeta mais a população negra.

Segundo tumor mais comum em homens, o câncer de próstata acomete mais de 65 mil pessoas todo ano, sendo a maioria após os 40 anos. Já o câncer de testículo, que afeta 2,2 homens a cada 100 mil, acontece em jovens de 15 a 35 anos. Mesmo afetando parte da população masculina, ambas as doenças sofrem com muita desinformação e preconceito. Uma das principais dúvidas é quando o homem precisa ir pela primeira vez ao urologista.

“A primeira ida tem que acontecer na primeira infância para verificar alguma anomalia no desenvolvimento sexual ou sobre a presença, ou não, da fimose, já que ela precisa ser corrigida até os 3 anos. Outras anomalias, como a descida dos testículos, são analisadas nesta primeira consulta. Outra fase que é necessário um acompanhamento é a pré-puberdade. O terceiro momento é quando há o início da atividade sexual, por volta dos 16 anos. A partir desta idade, começamos a conscientizar o jovem em relação ao câncer de testículo e a partir dos 40 anos, verificamos a importância de iniciar o acompanhamento voltado à prevenção do câncer de próstata”, explica o Dr. Reinaldo Uemoto, urologista do Hospital Santa Catarina – Paulista. “Em relação ao câncer de próstata, é preciso também observar o histórico familiar. No caso de histórico familiar de irmão, pai ou avô com o tumor, o mais indicado é aumentar a periodicidade da ida ao urologista. Em casos normais, a periodicidade é anual”, esclarece.

Sintomas e diagnóstico

Os principais sintomas do câncer de próstata – glândula localizada na frente do reto e abaixo da bexiga, cuja função é produzir líquido componente do sêmen, que nutre e protege os espermatozoides – são:

– Dificuldade de começar ou terminar de urinar,

– Sangue na urina,

– Necessidade de ir mais vezes ao banheiro durante a noite.

Os sinais geralmente ocorrem em quadros mais graves.

O diagnóstico do câncer de próstata pode ser realizado tanto pelo exame de toque retal – quando o médico introduz o dedo protegido por uma luva lubrificada no reto e consegue tocar a posterior e a lateral da próstata – e o exame de PSA, teste de sangue que analisa a quantidade da proteína antígeno Prostático Específico (PSA) e que em alta quantidade pode significar o câncer de próstata.

“Em relação ao câncer de testículo, o jovem pode fazer um autoexame. Ele pode ser feito no próprio banho e consiste em movimentar os testículos com seus dedos. Em caso de dor nesta movimentação, sensação de peso no escroto ou mudança no tamanho dos testículos, é indicada a ida ao urologista. A população de risco para o câncer de testículo são aquelas crianças que nasceram com testículo fora do escroto. Esse grupo tem uma chance muito maior de desenvolver um câncer testicular, algo em torno de 14 vezes mais”, afirma o Dr. Hernani de Oliveira, urologista do Hospital Santa Catarina – Paulista.

Além da herança genética, o desenvolvimento do câncer de próstata pode estar vinculado a outros fatores, como dietas hipercalóricas, ou seja, com muita gordura, e pobre em frutas e vegetais, além de obesidade e tabagismo – que pode acarretar tumores mais agressivos. Homens negros tendem a ter o dobro de chances de desenvolver esse tipo de câncer em relação aos homens brancos, algo que ainda não tem explicação científica definitiva.

Novembro Azul ajudou a desmitificar o preconceito

Criado em 2003, quando dois amigos australianos deixaram o bigode crescer para conscientizar os homens sobre a saúde masculina e a importância do diagnóstico precoce de doenças, o Novembro Azul está cada vez mais presente no imaginário da população brasileira, sendo, ao lado do Outubro Rosa e do Setembro Amarelo, um dos meses de conscientização mais conhecidos.

“Cada vez menos, vemos os homens com preconceito. A maioria acaba indo ao consultório mais descontraído. O Novembro Azul realmente alavancou a procura pelo urologista no período. E essa é a importância dessas campanhas: alertar sobre a importância da saúde. Em alguns casos, o urologista é o único médico do paciente, então, em diversas ocasiões, trabalhamos quase como um clínico geral”, diz Dr. Uemoto.

Estudo da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, em 2018, identificou que 49% dos homens nunca fizeram o exame de toque, fundamental para o diagnóstico precoce do câncer de próstata, uma das maiores razões para os homens não irem ao urologista.

Conforme a pesquisa, feita com 2.400 homens de mais de 45 anos, 64% temem a doença. No entanto:

– 26% nunca fizeram o exame porque não tiveram indicação médica,

– 24% porque não acreditam que o tratamento é másculo ou não gostam,

– 22%, porque não possuem idade ou sintomas suficientes,

– 15% consideram o exame de PSA suficiente e

– 13% não consideram o exame necessário.

“Há maior ocorrência dessa situação (de não realizar o exame de toque) em pacientes de níveis socioeconômicos menores, já que a informação sobre a importância deste exame não chega nestes homens. Em relação ao tratamento, no câncer de próstata, podemos adotar duas vias: o tratamento cirúrgico, que retira a próstata e pode ser feito com o auxílio do robô, e, em casos iniciais e de baixo risco, podemos fazer uma vigilância ativa, ou seja, são feitos exames regularmente para identificar de forma precoce qualquer evolução do tumor. Caso tenha, é indicada a radioterapia ou a cirurgia. E em casos de não evolução, seguimos com o acompanhamento. No câncer de testículo, o mais indicado é a retirada dele”, explica o Dr. Hernani de Oliveira.

Masculinidade e o padrão de corpo perfeito ainda afetam a saúde masculina

Historicamente, no Brasil e no mundo, os homens costumam ir menos ao médico do que as mulheres. Pesquisa do Instituto Lado a Lado pela Vida, de 2021, mostrou que 67% dos homens somente vão ao médico após sentirem sintomas insuportáveis.

“O preconceito diminuiu, principalmente entre os jovens, mas alguns homens ainda possuem um resquício desse preconceito. Hoje falamos sobre assuntos que não eram discutidos 10 anos atrás e isso traz um pouco mais de liberdade para o menino sobre o seu corpo. As pessoas estão falando mais sobre a saúde masculina e sobre a importância do cuidado. No entanto, muitas vezes, essa conversa vem enviesada para uma ideia de corpo e comportamentos perfeitos e inalcançáveis. Por isso, a importância de tomar cuidado com os influenciadores e adequar as ‘dicas’ para a sua realidade”, avalia Giovana Lenzi, psicóloga do Hospital Santa Catarina – Paulista. “Campanhas como o Novembro Azul são fundamentais e agem como gatilhos para reflexão do paciente sobre a sua própria saúde”.


 

Médico explica relação do câncer de próstata e queda capilar

Câncer de próstata é o tumor que afeta a próstata, glândula localizada abaixo da bexiga e que envolve a uretra, canal que liga a bexiga ao orifício externo do pênis. O câncer de próstata é o mais frequente entre os homens, depois do câncer de pele. Embora seja uma doença comum, por medo ou por desconhecimento muitos homens preferem não conversar sobre esse assunto.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), no Brasil, o câncer de próstata é o tipo mais comum entre os homens, respondendo por 29% dos diagnósticos dos cânceres no país. Portanto, o diagnóstico precoce é essencial para aumentar as chances de cura do paciente, visto que, existem cerca de 66 mil novos casos de câncer de próstata sejam registrados para cada ano do triênio 2020-2022.

Sem considerar o tumor de pele não-melanoma, o de próstata aparece como o mais incidente entre o sexo masculino em todas as regiões do país. O que se sabe é que este tipo de câncer afeta principalmente homens com idade mais avançada: cerca de 75% dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos, sendo raro antes dos 40 anos.

Dr. Thiago Bianco, um dos maiores especialistas do país  em transplantes e tratamentos capilares alerta sobre fatos importantes relacionados ao câncer de próstata e queda capilar.

1- Queda de cabelos precoce pode ser um alerta?

Sofrer com queda de cabelos não significa necessariamente que o homem tem uma doença como o câncer de próstata. Mas, quando os fios caem de forma excessiva isso pode ser um sinal.

No universo das pesquisas nesta área, especialistas franceses já estudaram essa relação que foi publicada na revista Annals of Oncology. No estudo, os médicos compararam 388 homens com tumor na próstata. Uma das conclusões detectou que os homens que ficaram calvos antes dos 30 anos tiveram mais chance de desenvolver a doença. Agora, para os pacientes que se depararam com a calvície após os 40 anos, o risco foi muito menor. Associar a calvície aos hormônios androgênicos como a testosterona é comum e 50% do universo masculino pode desenvolver calvície em algum momento da vida. Em caso de dúvidas, consultar o especialista certo faz toda a diferença.

2- Alopécia após quimioterapia: o que fazer?

Se o homem está em tratamento para o câncer de próstata, a perda dos cabelos é um efeito colateral comum. Isto porque apesar da quimioterapia ser muito eficaz na remoção das células cancerígenas, com as sessões muitas células responsáveis pelo crescimento dos fios também são eliminadas.

Neste momento, o passo mais importante é que o paciente fique bem e realize todas as sessões com o oncologista. Claro que após um certo tempo, muitos pacientes querem reconstruir os fios e se perguntam se é possível fazer alguma coisa com a alopécia. Sim, é possível! O ideal, antes de tudo é fazer uma avaliação pois somente esta análise irá determinar qual o melhor tempo para pensar em um tratamento e a melhor técnica para cada caso.

3- Como funcionam os transplantes capilares após a quimioterapia?

Muitas pessoas se perguntam se é seguro e possível fazer um transplante capilar após a quimioterapia. A resposta é positiva, mas antes de decidir, a avaliação é essencial pois o transplante poderá ser feito quando a queda de cabelo não é total. Contudo, graças aos avanços na medicina capilar, este procedimento traz resultados naturais e extremamente eficazes.

Por sua atuação de excelência, Dr. Thiago Bianco se tornou o especialista em transplante capilar mais procurado pelos famosos como cantor Roberto Carlos, a dupla sertaneja Marcos e Belutti, Lucas Lima, (marido da cantora Sandy), Santiago (dupla Guilherme e Santiago), Tom Cavalcante e Lucas Lucco (artistas), além de diversos jogadores de futebol e atletas já realizaram transplantes com o cirurgião.


 

Como obter a isenção do IR por câncer de próstata?

A cada 38 minutos, um homem perde a vida em decorrência do câncer de próstata. Com prevalência crescente conforme o envelhecer, segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), esta é uma das doenças mais comuns diagnosticadas na população masculina ao redor do mundo. Por isso, em aderência ao Novembro Azul, é importante conscientizar não apenas as consultas periódicas a fim de identificar precocemente esta enfermidade, mas também ressaltar benefícios concedidos àqueles que enfrentam estes casos – como é o caso da restituição do IR.

Considerada como uma doença silenciosa, seus sintomas não costumam aparecer na fase inicial. Normalmente, acaba sendo identificada já em estado um pouco avançado, o que exige logo tratamentos severos que, inevitavelmente, exigem acompanhamento médico constante e uso de medicamentos. Quando surpreendidos por este acometimento, os pacientes acabam dispondo de valores elevados para sua cura, em um processo que pode se estender por longos períodos dependendo do caso registrado.

Representando cerca de 30% dos casos oncológicos masculinos, de acordo com o Inca, o câncer de próstata entrou para a classe das 17 doenças graves listadas pela legislação que dão o direito à isenção do imposto de renda. Independentemente se esteja curado ou não, aposentados, pensionistas e militares reformados que foram diagnosticados com este problema de saúde devem solicitar a isenção do IR e restituir os valores pagos retroativamente em um período de, até cinco anos.

Para isso, precisam inicialmente apresentar um laudo médico assinado por um profissional pertencente à rede pública de saúde. Nele, o especialista deve informar a data do diagnóstico, o CID da categoria e os procedimentos e tratamentos realizados (caso ainda estejam em andamento, é essencial informar a previsão de término).

Mesmo se tratando de um processo aparentemente descomplicado, é comum observar muitos contribuintes tendo seus pedidos negados por entraves de divergências nas informações prestadas. Apesar de ser uma negativa ilegal, é importante se atentar aos principais empecilhos que podem ser barrados pelos órgãos reguladores para evitar que tenham suas solicitações barradas pelos mesmos motivos.

Para evitar esta recusa, o ponto de partida básico a ser seguido é utilizar o modelo de laudo disponibilizado pela Receita Federal na isenção do IR. Se tratando especificamente do câncer de próstata, um dos maiores cuidados a serem tomados é informando a data correta do diagnóstico, a qual deve corresponder ao resultado da biópsia que confirmou a existência deste tumor maligno, uma vez que é somente a partir desse achado que se define o diagnóstico preciso do paciente e que é estabelecido um planejamento terapêutico.

Todos os outros exames de imagens, como tomografias ou ressonâncias magnéticas, também devem constar no laudo médico, mas não devem substituir o resultado oficial da biópsia na data delimitada.

Até hoje, muitos homens deixam de realizar exames periódicos, um descuido perigoso que pode impedir o descobrimento cedo de diversas doenças entre elas, o câncer de próstata. Neste mês de conscientização mundial acerca desta patologia, se torna obrigatório estimular esta frequência para evitar o diagnóstico tarde desta e de qualquer outra enfermidade, como medida preventiva de danos irreversíveis e possibilidade de tratamento mais adequado possível.

Para aqueles que tiverem de enfrentar este processo, é aconselhável contar com o apoio de uma empresa especializada na restituição do imposto de renda. Com a expertise destes profissionais, se torna muito mais fácil a restituição destes valores, dispensando dores de cabeça neste momento tão sensível para a saúde e permitindo que possam concentrar seus esforços exclusivamente em sua recuperação.

 

 

 

 

Bruno Farias é sócio da Restituição IR, empresa especializada em restituição de imposto de renda

 


Por que o homem não se cuida? Psicóloga opina

Especialista explica como ter hábitos saudáveis para prevenção ao câncer de próstata.

Este mês é celebrado o “Novembro Azul”, voltado ao combate e conscientização do câncer de próstata, o segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não melanoma) no Brasil. A estimativa mais recente aponta que são registrados mais de 65 mil novos casos da doença anualmente em nosso país.

De acordo com dados da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer, vinculada à OMS (Organização Mundial da Saúde), os cálculos apontam para 1,5 milhão de novos casos de câncer e 700 mil mortes por ano na América Latina.

O câncer, assim como outras enfermidades e condições patológicas e psicológicas podem ser evitadas, identificadas e tratadas precocemente, mas grande parte dos homens não se previne. Segundo a psicóloga e coordenadora do curso de Psicologia da Faculdade Anhanguera, Angelita Devequi Rodrigues Traldi, esse comportamento está ligado à ideia de que o homem é um ser forte, que não pode jamais demostrar fragilidade.

“Por conta da nossa cultura de profundas raízes patriarcais e machistas, o homem não se cuida, não se enxerga e não busca o autoconhecimento. Infelizmente isso contribui para uma série de problemas de cunhos biológicos e psicossomáticos. O homem brasileiro também tem muita dificuldade de expressar seus sentimentos, bloqueando e maquiando questões íntimas que um dia acabam vindo à tona”, opina a professora universitária.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), já há alguns anos, nascem mais meninos do que meninas no Brasil. Contudo, a mulher representa 51,1% da população e elas vivem mais: 80,1 anos contra 73,1 anos dos homens.

Alguns dos motivos para a menor expectativa de vida do homem, segundo especialistas e estatísticas, é que eles são mais propensos a se envolver com a criminalidade, vão menos ao médico, se exercitam menos e costumam fazer mais uso de drogas e bebidas alcóolicas.

Essa combinação acaba levando a uma estrada sem saída: a descoberta de doenças já em estágio avançado, como é o caso de grande parte dos indivíduos acometidos pelo câncer de próstata (por medo ou tabu com relação ao exame de toque que detecta a doença), e até depressão e ansiedade.

Na opinião da psicóloga, a receita para mudar esse cenário é incentivar o homem a se entender como um ser que não precisa reafirmar uma masculinidade que esteja necessariamente relacionada à manutenção de uma imagem de super-herói invencível, autossuficiente e que não precisa de ajuda.

“As novas gerações de homens estão cada vez sendo mais flexíveis com relação a suas emoções, se entendendo como seres que podem sim demonstrar fragilidade, e que isso não é um defeito. Apesar dos homens ainda estarem em menor número nos consultórios de psicologia, vemos a sua presença crescendo, assim como a vontade de buscar o autoconhecimento, e essa é uma tendência que deve continuar”, finaliza a especialista, lembrando ainda que a família, amigos e cônjuges são figuras fundamentais para incentivar os homens a tornarem-se mais abertos e flexíveis.


 

Homens vão seis vezes a menos ao médico do que as mulheres

De acordo com especialistas, o preconceito pode ser a maior causa de abstenção de consultas.

Um levantamento realizado pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) com dados do Sistema de Informação Ambulatorial do Ministério da Saúde revelou que em 2022 foram registrados 200 mil atendimentos masculinos pelos urologistas, seis vezes menos do que os atendimentos a mulheres por ginecologistas. A campanha do Novembro Azul busca alertar a população sobre o câncer de próstata e conscientizar os homens sobre a necessidade do cuidado periódico com a saúde.

O tipo da doença é o mais comum entre os homens, respondendo por 29% dos diagnósticos dos cânceres no país, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Um dos motivos para a alta nos números é justamente a falta de acompanhamento médico e realização de exames de rotina. A doença é a causa de morte de 28,6% dos homens.

O médico urologista do Hospital Anchieta de Brasília Rafael Buta, explica que muitos homens não procuram o acompanhamento médico por acreditar que, ao consultar um urologista, estará colocando em xeque sua masculinidade. De acordo com o especialista, esse preconceito é reforçado por piadas e brincadeiras quando chega a idade de iniciarem-se as consultas para rastreamento do câncer de próstata e esse é um dos motivos da importância da mobilização.

“Um dos objetivos da campanha é tentar desconstruir o preconceito dos pacientes em relação à consulta com o urologista. Ela visa alertar a população para a importância do câncer de próstata para a saúde do homem. A neoplasia da próstata é uma doença de alta prevalência (é o câncer que mais acomete o homem, excetuando-se o câncer de pele) e gera grande impacto negativo na qualidade de vida dos pacientes por ela acometidos”, conta Buta.

Rafael explica que o diagnóstico precoce é essencial para aumentar as chances de cura do paciente. O urologista detalha que quando o diagnóstico é feito nas fases iniciais da doença, é possível curar até 90% dos pacientes. Já diagnosticado nos estágios mais avançados, quando já se disseminou para outros locais além da próstata, as chances de cura giram em torno de 10%.

Diagnóstico

De acordo com Buta, o exame físico da próstata é feito por meio do exame digital retal. “A próstata é uma glândula que se localiza em uma área de difícil acesso, no interior da pelve masculina. A única forma de o médico examinar essa glândula é realizando a palpação com o dedo, através do canal anal. É sabido que em até 10% dos casos de câncer de próstata há alteração no exame físico, porém sem alteração no exame de sangue (PSA). Por isso a importância do exame físico”.

O médico acrescenta ainda que “alterações no exame físico (toque retal) e no exame de sangue (PSA) não são certeza do diagnóstico de câncer, mas são um indício de que exista alguma doença acometendo a próstata, como a hiperplasia prostática e a prostatite. O diagnóstico de certeza é realizado por meio da biópsia prostática. Durante esse exame são retirados pequenos fragmentos da próstata, que são enviados ao patologista, para assim confirmar ou descartar o diagnóstico. A biópsia prostática é realizada com auxílio de ultrassonografia, sob anestesia (sedação)”.

Saúde do homem como um todo

O especialista destaca ainda que, por conta da campanha Novembro Azul, a consulta com o urologista muitas vezes é a porta de entrada do paciente masculino no serviço de saúde. Segundo ele, o médico urologista exerce também o papel de médico do homem, devendo estar atento não só ao câncer de próstata.

“Nós, médicos, precisamos estar observando outras alterações que são muito prevalentes na população de meia idade: hipertensão arterial, diabetes mellitus, dislipidemia, entre outras. Assim, conseguimos dar atenção global à saúde do homem e encaminhá-lo para outros especialistas a fim de identificar, acompanhar e tratar doenças que porventura venham a ocorrer”, diz Rafael.


 

Por que a alimentação saudável e a prevenção de doenças andam lado a lado?

Entramos no mês de novembro, época que marca a realização da campanha mundial “Novembro Azul”, iniciativa que tem como objetivo alertar os homens para a importância do diagnóstico precoce do câncer de próstata, além de fomentar mudanças nas atitudes masculinas com relação à saúde. Segundo pesquisa da Sociedade Brasileira de Urologia, embora a atenção com a saúde tenha aumentado 49,96%, entre 2016 e 2020, os homens seguem muito atrás das mulheres nesse quesito.

Além disso, é importante destacar que, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), depois do câncer de pele não melanoma, o mais comum entre os homens é o câncer de próstata. Por isso, o diagnóstico precoce é a forma mais eficaz de evitar que o número de mortes cresça, já que essa taxa representa, atualmente, cerca de 6% dos casos. Dessa forma, além de realizar um acompanhamento com o médico especialista, manter uma alimentação saudável pode ajudar na prevenção desse tipo de câncer e outras doenças.

O consumo em excesso de alimentos ricos em gorduras trans e saturadas e pobre em fibras podem colaborar, ao longo do tempo, para a formação de tumores, predispondo os indivíduos a doenças como o câncer. Assim como a ingestão de carnes vermelhas que, em excesso, principalmente quando acompanhadas de um baixo consumo de frutas, legumes, verduras e grãos integrais, também pode estar associada ao surgimento dos tumores.

Por isso, podemos afirmar que a alimentação saudável e a prevenção de doenças andam juntas. Segundo o Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos, para que o consumo de frutas e vegetais gere um efeito protetor no corpo, é necessário o consumo de 5 porções por dia. Ou seja, para cuidar da saúde é importante manter uma alimentação balanceada, rica em alimentos in natura ou minimamente processados, como as frutas, verduras, cereais, carnes magras e hortaliças.

Para ajudar no consumo diário de vegetais, algumas marcas como a Grano, oferecem vegetais congelados, sem adição de conservantes, saborosos e fáceis de preparar. Sendo opções excelentes para quem deseja (e precisa) comer bem, mas não possui tempo suficiente para cozinhar e preparar refeições que demandem mais tempo.

E para fechar essa equação, é indispensável a prática regular de exercícios físicos para manter o funcionamento do corpo, regulação hormonal e assim evitar prejuízos à saúde.

*Texto produzido com o apoio da nutricionista Giovanna Ribeiro, Community Manager, da SaudaBe Group. Formada pela Centro Universitário São Camilo, Giovanna é especialista em marketing nutricional e atua na área desde 2019.

Giovanna Ribeiro é Community Manager, da SaudaBe Group


 

Campanha salienta a atenção e prevenção na saúde masculina

Com foco no câncer de próstata, o mês de conscientização orienta que homens tornem o cuidado próprio um hábito.

Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) indicam que, entre 2020 e 2022, devem ser diagnosticados mais de 65 mil novos casos de câncer de próstata por ano no Brasil. Nos homens, esse é o tipo mais comum da doença, representando 29% do total de diagnósticos.

Por normalmente não apresentar sintomas nas fases iniciais, o câncer de próstata deve ser alvo de exames de rotina para homens com mais de 45 anos, visando o diagnóstico precoce e maior chance de cura. Fatores como a falta de informação e o preconceito com o principal exame de diagnóstico da doença (toque retal) são obstáculos que atrapalham o tratamento do problema na sociedade.

A plataforma VidaClass Saúde atua para simplificar o acesso a exames e o acompanhamento de rotina dos pacientes. Além dos entraves citados, o cuidado com a saúde masculina também sofre com a dificuldade de acesso a serviços. “Esse tabu com o cuidado da saúde masculina é assunto ultrapassado. Não faz sentido criar desculpas para deixar de cuidar de si próprio. Facilitamos os processos e buscamos oferecer serviços acessíveis para que esse cuidado vire rotina”, diz Vitor Moura, CEO da VidaClass Saúde.

Uma plataforma completa

Com o propósito cada vez mais claro de empoderar as pessoas em suas escolhas de serviços de saúde, a VidaClass Saúde possui contratação, agendamento e pagamento on-line, simplificando o processo de acesso à saúde, e disponibiliza diversos filtros e opções para que o público possa ter mais poder de decisão.

Além de oferecer consultas presenciais ou por telemedicina, exames e serviços que garantem internação hospitalar, vida e assistência, a VidaClass Saúde disponibiliza descontos e entrega em domicílio de medicamentos por meio da farmácia digital VC Delivery.


 

Câncer de próstata: cinco sinais para ficar alerta 

Neoplasia é a mais comum nos homens, atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Oncologista reforça a importância do acompanhamento médico regular e dos exames de rotina para diagnóstico e tratamento precoce.

Durante o mês de novembro, que traz a cor azul ao seu nome, é fundamental alertar a população sobre o câncer de próstata – o mais comum entre o público masculino (com exceção do câncer de pele não melanoma) e que costuma atingir homens acima dos 65 anos.

Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), são estimados 65.840 novos casos de câncer de próstata em 2022. Além disso, de acordo com o Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde, houveram 44 mortes por dia, em 2021, devido à doença.

Para a Dra. Pamela Carvalho Muniz, oncologista da Oncoclínicas São Paulo, o diagnóstico precoce é fundamental, pois quanto antes o tumor for identificado, maiores são as chances de sucesso do tratamento. “Precisamos desmistificar o tabu que os homens têm sobre cuidar de sua saúde. Para as mulheres é muito mais natural ter uma ginecologista desde a adolescência. O medo dos exames que podem ser realizados em consultório, como o toque retal, não pode impedir essa procura por um profissional de saúde que possa não só avaliar queixas atuais, mas também apoiar com dúvidas e exames de prevenção necessários naquele momento de sua vida”, comenta.

“A indicação de fazer ou não o exame de toque retal cabe ao médico, em decisão compartilhada com o paciente, na consulta estratificando seu risco de acordo com idade, risco familiar, queixas clínicas atuais e alterações presentes ou não em exames complementares. Quando indicado, é importante lembrar que é um procedimento indolor, rápido e que pode trazer informações importantes para guiar exames complementares mais específicos. Por isso, é necessário investirmos em informações de qualidade para que, caso o indivíduo tenha o diagnóstico positivo para câncer de próstata, seja tratado o quanto antes”, explica.

O que é a próstata?

A próstata é uma glândula do sistema reprodutor masculino, que se localiza na parte baixa do abdômen, abaixo da bexiga e à frente do reto. Ela produz e armazena parte do líquido seminal que, juntamente com os espermatozoides, compõem o sêmen.

Sinais para ficar de olho

Na fase inicial da doença, a maioria dos casos é assintomático. Apesar da neoplasia se desenvolver lentamente, em estágios mais avançados o câncer de próstata pode apresentar alguns sinais, os mais comuns são:

  • Dificuldade para urinar
  • Gotejamento final prolongado
  • Dor ou ardor para urinar
  • Frequência urinária aumentada ou reduzida
  • Sensação de não esvaziar completamente a bexiga

“Conforme a doença avança, os pacientes também podem notar sangramento na urina ou esperma, retenção urinária, insuficiência renal e até mesmo dor nas costas. Nesse último caso, no qual chamamos de dor óssea, o problema pode ocorrer em casos de metástase. Por isso, se qualquer sintoma for observado, é fundamental buscar por atendimento médico”, explica a oncologista.

A Dra. Pamela comenta ainda que, na maioria dos casos, os sintomas podem indicar o crescimento benigno da próstata. “Geralmente, isso ocorre por causa do avanço da idade. Contudo, para ter certeza do diagnóstico, os exames de rotina são fundamentais para o tratamento adequado”.

Fatores de risco

Segundo informações do Grupo Oncoclínicas, alguns fatores podem indicar uma maior probabilidade para o desenvolvimento da neoplasia. São eles:

  • Ter mais de 50 anos
  • Histórico familiar de câncer de próstata
  • Ser negro
  • Dieta pobre em verduras, vegetais e frutas, mas rica em gorduras
  • Obesidade
  • Sedentarismo

Como o diagnóstico é feito?

A conversa sobre o diagnóstico precoce deve começar por volta dos 40 e 50 anos, principalmente se houver histórico da doença na família. A suspeita clínica para câncer de próstata pode se dar através do exame clínico de toque retal e também pelo rastreamento sanguíneo do PSA, o antígeno prostático que é produzido pela próstata.

“Durante o exame de toque retal, por exemplo, o especialista pode notar se há nódulos na região, parte irregulares ou endurecidas. Caso algo seja detectado, é solicitado que o paciente realize uma biópsia para a confirmação de câncer de próstata. Além disso, vale lembrar que as elevações do PSA no teste sanguíneo também podem indicar a presença da doença”, comenta a oncologista da Oncoclínicas São Paulo.

Caso seja necessário, o médico poderá indicar exames complementares ao diagnóstico, como tomografia computadorizada da pelve, radiografia e cintilografia óssea.

Entenda o tratamento

Para o tratamento adequado, é muito importante que o especialista leve em consideração questões como o estágio da doença, tamanho do tumor e se o paciente possui outras questões de saúde.

“Pode ser realizada cirurgia, radioterapia, hormonioterapia ou quimioterapia, a depender do estágio da doença. As técnicas podem ser utilizadas de maneira isolada ou ainda em combinação, dependendo de cada caso. Para reduzir as chances de recidiva, o especialista pode indicar ainda tratamentos combinados, como a hormonioterapia antes, durante ou após o tratamento de radioterapia”, explica.

Câncer de próstata pode causar disfunção erétil?

Apesar da próstata não estar diretamente relacionada ao ato de ereção, o tratamento contra o câncer pode causar disfunção erétil. “Isso pode ocorrer, por exemplo, em casos da retirada total da próstata por cirurgia ou até mesmo na radioterapia. Contudo, no último caso, o efeito pode ser amenizado através de medicamentos específicos”, comenta.

Prevenção

De acordo com o INCA, grande parte dos tumores malignos possuem causas externas – incluindo o câncer de próstata. Por isso, além do acompanhamento médico periódico, é fundamental adotar hábitos saudáveis na rotina, como não fumar, moderar a ingestão de bebidas alcoólicas, adotar uma dieta balanceada e praticar atividades físicas regularmente.

“Mudar os nossos hábitos e alimentar novas atitudes no dia a dia podem fazer uma grande diferença de forma geral. Essa é uma das formas mais efetivas de prevenir uma série de doenças, como é o caso do câncer, e investir em qualidade de vida”, finaliza a Dra. Pamela Carvalho Muniz.


 

Urologista alerta sobre prevenção masculina desde jovem

Médico do Hospital Angelina Caron reforça apelo da Sociedade Brasileira de Urologia para que homens façam exames preventivos já na adolescência.

Incentivados pela família e amigos, ou sensibilizados pelas campanhas anuais do Novembro Azul, vem crescendo a consciência entre homens com mais de 40 anos sobre a necessidade de fazer exames de prevenção ao câncer de próstata. Mas você sabia que desde a adolescência é indicado aos homens fazer check-up com médico urologista, para prevenir outros tipos de doenças e até mesmo o câncer?

O alerta é do especialista Fábio Maurízio Nery, médico urologista do Hospital Angelina Caron (HAC), centro de referência em procedimentos de alta complexidade, na Região Metropolitana de Curitiba (PR). “Recentemente, a Sociedade Brasileira de Urologia lançou a campanha ‘Jovem, vem para o uro’, pois existem doenças que podem ser prevenidas, como o câncer de testículo, que predomina entre os jovens. A prevenção evita outros problemas futuros. Por exemplo, tratar a varicocele evita a infertilidade. É importante que o homem crie esse hábito de ir ao médico desde novo, para tirar dúvidas e fazer exames”, orienta.

A seguir, Nery explica as principais dúvidas sobre câncer de próstata e prevenção:

Quais hábitos saudáveis podem prevenir o câncer de próstata?

Não existe uma medida específica, mas hábitos de saúde como atividade física, alimentação saudável, boa qualidade de sono, ingestão de líquidos e gerenciamento de estresse nos mantêm com peso adequado e boa qualidade de vida, e também ajudam a prevenir doenças.

A alimentação com produtos transgênicos e embutidos influencia no surgimento de câncer?

Sem dúvida, principalmente os alimentos industrializados, enlatados e embutidos, que aumentam as comorbidades. São ricos em sódio, por exemplo, o que aumenta a pressão arterial. E também trazem substâncias nocivas ao organismo, que aumentam as chances de desenvolvimento de câncer em sistemas e órgãos. O ideal é evitar ao máximo esses alimentos e priorizar uma alimentação natural e balanceada.

Quais são os exames disponíveis e qual deles é o mais assertivo na identificação do câncer de próstata?

Inicialmente, o exame de sangue, chamado de PSA, além do exame de toque retal. Nenhum deles isoladamente é específico para identificar o surgimento do câncer de próstata, então o ideal é associar esses dois exames. É muito importante reforçar que o câncer de próstata não dá sintomas. Então todo homem, a partir de 45 ou 50 anos, deve procurar um médico urologista independentemente de qualquer sintoma.

É uma doença tratável? Como funciona o tratamento?

O câncer de próstata é o tipo mais comum entre os homens. Em algumas situações específicas de diagnóstico desse câncer, não é necessário tratamento. Já os casos em que existe o risco de a doença progredir para metástase e afetar outros órgãos, é orientado um tratamento, que pode ser por cirurgia de remoção da glândula da próstata, assim como as vesículas seminais, ou a radioterapia. Varia de paciente para paciente. A chance de cura nas duas situações é bastante alta, acima de 90%, quando diagnosticado cedo. Por isso, a campanha do Novembro Azul é tão importante, para a prevenção e conscientização precoce dos homens.

Como estimular os adolescentes e adultos a adotar a prevenção como rotina?

Sabemos que as mulheres costumam ir desde crianças com as mães ou responsáveis a uma médica ginecologista. Já os homens não têm essa cultura, costumam procurar o médico quando sentem algum sintoma. Isso precisa mudar, e foi uma das razões que levaram ao surgimento do Novembro Azu”. A Sociedade Brasileira de Urologia lançou a campanha “Jovem, vem para o uro”, já que existem doenças que podem ser prevenidas desde a adolescência. É importante que o homem crie esse hábito de ir ao médico desde jovem, fazer exames de check-up e tirar dúvidas. Isso pode ser incentivado em conversas de amigos e familiares, além de se inspirar no exemplo de outros homens do seu convívio. Além das campanhas nos meios de comunicação e redes sociais. Então traga a pessoa que você ama, seu pai, tio, irmão, para cuidar da saúde e consultar um urologista.


 

FenaSaúde alerta para importância do autocuidado masculino

Durante todo o mês de novembro, a saúde do homem é foco da campanha “Novembro Azul”, que visa conscientizar a população masculina sobre a necessidade de cuidar do seu corpo e também da mente. Praticar exercícios, ter uma alimentação equilibrada, parar de fumar, praticar sexo seguro e cuidar da saúde mental. A Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), representante dos principais grupos de operadoras de planos e seguros privados de assistência à saúde, com cerca de 15 milhões de beneficiários em planos médico-hospitalares, observa que, atualmente, o público masculino representa 47% do total de beneficiários da Saúde Suplementar, o equivalente a 23,5 milhões de pessoas, tendo sido registrado um aumento de 540 mil homens beneficiários de planos de saúde entre agosto de 2021 e agosto de 2022.

“O grande desafio da campanha Novembro Azul é engajar o homem no autocuidado. A campanha, que nasceu com o objetivo de alertar para a importância do diagnóstico do câncer de próstata, ganhou ainda mais abrangência nos últimos anos, e agora trata da saúde do homem como um todo: prática de atividade física, estilo de vida e hábitos alimentares saudáveis e o acompanhamento médico periódico são grandes aliados da manutenção da boa saúde do homem”, aponta Vera Valente, diretora-executiva da FenaSaúde.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca) são esperados 65.840 novos casos de câncer de próstata em 2022. A confirmação da doença é feita apartir de uma biópsia, exame indicado caso seja encontrada alguma alteração no exame de PSA ou no toque retal. O INCA e a OMS recomendam a realização do exame somente em casos de suspeita da doença, sendo solicitado por um médico, em comum acordo com o paciente. A indicação do rastreamento do câncer de próstata considera algumas variáveis como a idade, a raça (o tumor acomete mais negros do que brancos), histórico familiar e características específicas dos tumores de próstata.


 

Câncer de próstata: Confira dicas de como se prevenir da doença

Durante esse mês, a luta pela saúde preventiva do homem fica em ascensão, isso porque no dia 17/11 é comemorado o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata, data que deu origem ao movimento Novembro Azul. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), mais de 65 mil homens são diagnosticados com câncer de próstata todos os anos.

Esse dado é considerado alarmante uma vez que a doença quando identificada em seu estágio inicial, apresenta grandes chances de cura. Por isso, com objetivo de alertá-los e deixar clara a importância da saúde preventiva nos homens, o Dr. Arnold Peter Paul Achermann, urologista e membro da Doctoralia, listou quatro dicas.

Atividade física regular

Manter uma rotina de atividades físicas regulares é indispensável quando falamos em saúde. Principalmente para os homens, a preservação da massa muscular ajuda a manter um bom metabolismo, facilitando a manutenção do peso ideal.

Alimentar-se adequadamente 

Assim como a atividade física, a alimentação é um ponto muito importante para a saúde. Uma alimentação saudável fornece os nutrientes para o equilíbrio do nosso funcionamento cerebral e ter uma boa relação com a comida e com o corpo também contribui para uma mente sã.

Não fumar e nem exagerar em bebida alcoólica

O consumo excessivo de bebidas alcoólicas ou uso de cigarro, por exemplo, causa maior vulnerabilidade para que qualquer tipo de doença apareça.

Atentar-se às comorbidades

Caso tenha comorbidades (diabetes, hipertensão, etc), é preciso mantê-las bem controladas com medicamentos. Isso diminui o risco do aparecimento de doenças extras.

Lembre-se, ir ao médico regularmente não previne câncer de próstata, mas sim permite o diagnóstico precoce. Assim, caso diagnosticado o câncer, teremos maior chance de tratar e curar esse paciente.


 

Homens acima dos 50 anos têm mais chances de desenvolver o câncer de próstata e devem buscar orientação sobre o rastreamento da doença

O diagnóstico da neoplasia em um estágio inicial reduz a mortalidade pela doença

O câncer de próstata é o segundo tipo de tumor mais comum em homens no Brasil, atrás apenas do câncer de pele não-melanoma, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA). A doença também ocupa a segunda posição na taxa de mortalidade de câncer na população masculina, atrás apenas do câncer de pulmão.

Dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde revelam que, de 2019 a 2021, foram mais de 47 mil óbitos em razão da neoplasia. Somente no ano passado, 16.055 homens morreram em consequência da doença, o que corresponde a cerca de 44 óbitos por dia. Para este ano, a estimativa do INCA, é que sejam diagnosticados cerca de 66 mil novos casos da doença no país.

Diante de índices tão altos, no mês de novembro a campanha Novembro Azul dá destaque às formas de superar este tipo de tumor. Com isso, o Dr. Glauco Silveira, especialista da Oncoclínicas Uberlândia esclarece sobre os aspectos da doença.

O alerta em relação à neoplasia deve ser ainda maior para os homens que já passaram dos 50 anos, pois a idade é um dos principais fatores de risco da doença. Aqueles que já estão nessa faixa etária, mesmo que não apresentem nenhum sintoma, devem procurar um profissional especializado para uma avaliação individualizada e realizar os exames periódicos que visam o  diagnóstico precoce da doença, sendo eles o PSA (Antígeno Prostático Específico) e o exame de toque retal. E a visita ao especialista também deve ser aproveitada para que o homem receba a orientação em relação à frequência que os exames deverão ser repetidos, algo que será indicado pelo profissional mediante a avaliação dos resultados obtidos.

Além da idade, há outras circunstâncias que aumentam as chances de desenvolver o câncer de próstata, como explica o Dr. Glauco Silveira. “O câncer de próstata é raro em homens abaixo dos 40 anos, mas o risco de desenvolver a doença cresce a partir dos 50 anos. E além da idade, outros fatores também influenciam, como o histórico familiar, os hábitos de vida, o consumo de álcool e cigarro, a obesidade, o sedentarismo e a etnia, pois homens negros tem um risco aumentado de desenvolver o tumor”, comenta o especialista. Diante disso, no caso daqueles que têm histórico familiar, ou seja, parentes de primeiro grau que já tiveram câncer de próstata, ou são da etnia negra, a indicação é procurar orientação médica ainda mais cedo, a partir dos 45 anos, para já considerar a realização dos exames de PSA e toque retal.

O PSA (Antígeno Prostático Específico), é uma proteína produzida pelo tecido prostático, com algumas características de marcador de tumor, sendo utilizado para diagnóstico, monitorização e controle da evolução do câncer da próstata. Por exemplo, se o homem possuir tecido prostático, tanto benigno como maligno, ele será detectado no exame de sangue que mostra a taxa de PSA do paciente. “O nível do PSA no sangue tem que ser considerado em função de vários fatores como o tamanho da próstata, idade e presença de nódulos ou inflamação na glândula. Para complementar a identificação, há também o exame de toque retal que irá avaliar o tamanho, o volume, a textura e a forma da próstata”, explica Dr. Glauco.

Os dois exames são feitos com acompanhamento do urologista. “Esses exames ajudam nós profissionais a levantar suspeitas para depois realizar as biópsias. E a realização do rastreamento ajuda a diagnosticar muitos tumores de próstata precocemente, o que contribui para que estes homens com mais chances de desenvolver a doença possam começar um tratamento antecipado e alcançar mais possibilidade de cura, ou mudar hábitos alimentares e estilos de vida para que o tumor não chegue a se desenvolver”, conclui o oncologista.


 

Artigo – Novembro Azul: a prevenção é a melhor solução

A próstata é uma glândula do sistema reprodutor masculino que contribui para produção e armazenamento do sêmen e, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), no Brasil, o câncer local é o segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do de pele não-melanoma). Entre os homens com mais de 50 anos é mais comum e a taxa de incidência é maior nos países desenvolvidos em comparação aos países em desenvolvimento. A doença é o resultado de uma multiplicação desordenada das células da próstata. Quando há presença de câncer, a glândula endurece, sendo perceptível no toque retal. Na fase inicial, não apresenta sintomas que, quando aparecem, em 95% dos casos, é sinal de que está em estágio avançado.

Portanto, exames preventivos frequentes são fundamentais para que a doença seja descoberta na fase inicial, principalmente em homens a partir dos 50 anos de idade (ou 40, se houver casos de câncer de próstata na família) e pessoas negras, que também têm maior predisposição para desenvolver a patologia devido ao fator genético. É importante destacar que todos os homens dentro destas condições devem realizar os exames preventivos anualmente. Um deles é o toque retal que, rapidamente, indica se a próstata apresenta algum tipo de alteração, como nodulações ou áreas endurecidas. Outro, é a dosagem sanguínea do PSA (Antígeno Prostático Específico), que não é específico para câncer de próstata, mas geralmente aumenta muito na presença do tumor. Caso apresentem alterações, o médico pode solicitar outros exames para confirmar o diagnóstico, como o ultrassom e/ou a ressonância da próstata, e até mesmo a biópsia da glândula (que consiste na retirada de fragmentos do órgão para análise). Só então é feito o diagnóstico.

No Brasil, em 2011, foi lançado, pelo Instituto Lado a Lado pela Vida, a campanha Novembro Azul, o maior movimento relacionado à saúde do homem, com o objetivo de alertar para a importância do diagnóstico precoce desse tipo de câncer que, em 2018, levou ao óbito 15.576 homens no país. Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) indicam que 68.840 novos casos de câncer de próstata foram diagnosticados em 2020.

A doença não possui sintoma específico, mas alguns indícios podem auxiliar o paciente a buscar a ajuda de um urologista: sensação de que a bexiga não se esvaziou completamente, dificuldade de iniciar a micção, dificuldade para interromper o ato de urinar, urinar em gotas, vontade incontrolável de urinar mesmo quando a bexiga não está cheia, sangue na urina ou no esperma, dor lombar, sangramento pela uretra.

A influência da alimentação sobre a formação do câncer ainda é incerta, não sendo conhecidos os exatos componentes ou mecanismos pelos quais pode ser uma condicionante. As evidências apontam que dietas ricas em frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais e pobres em gordura, principalmente de origem animal, não só ajudam a diminuir o risco de câncer, como também o risco de outras doenças crônicas não transmissíveis. Já outras substâncias, geradas durante o preparo de alguns alimentos, podem aumentar o risco: aminas heterocíclicas (formadas com a utilização de temperaturas muito elevadas no modo de preparar carnes brancas e vermelhas, sejam de forma frita ou grelhada) e hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (produzidos pela queima incompleta de substâncias orgânicas, como o carvão, a lenha e a gasolina. A absorção destas substâncias por meio da pele, da respiração e da ingestão está associada não só ao câncer de próstata, mas também aos de pele, mama, bexiga e fígado).

Outros fatores associados ao câncer da próstata foram detectados em estudos e incluem o consumo excessivo de álcool e o tabagismo. Homens com sobrepeso e obesos também possuem maior risco de desenvolver câncer de próstata.

De modo geral, não existe um caso igual ao outro: a idade do paciente, seu estado geral, a extensão da doença na biópsia (se localizada, se avançada apenas perto da próstata, se avançada para outras áreas do corpo), o tipo de diferenciação das células (se elas se parecem com a glândula original ou não) são algumas das variáveis para análise da gravidade do caso. A escolha do tratamento mais adequado deve ser individualizada e definida após médico e paciente discutirem os riscos e os benefícios de cada tratamento.

É importante reforçar que a prevenção é a melhor solução, mas também que o câncer de próstata tem tratamento e a chance de cura é maior quanto mais cedo ele for diagnosticado.

Crédito: Matheus Campos

 

 

 

 

Bruno França de Resende é urologista no Vera Cruz Hospital, de Campinas (SP)

Redação

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