Os dados são alarmantes: 67% das pessoas com Mielofibrose, tipo raro de câncer no sangue, passaram por duas especialidades antes de chegar a um diagnóstico conclusivo e 32% delas levaram mais de dois anos para serem diagnosticadas, segundo dados da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale)1.
Pesquisas científicas publicadas na Revista norteamericana Blood apontam, ainda, que até 23% das pessoas diagnosticadas podem desenvolver leucemia mieloide aguda, um câncer raro e grave no sangue, com sobrevida estimada de apenas três meses2.
Com o objetivo de conscientizar médicos a realizar o diagnóstico da doença mais precocemente, a Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH) lançou, em julho passado, a campanha “Essa pessoa pode ser rara”. Realizado por meio da análise de biópsia da medula óssea e de testes moleculares, o resultado final atende a critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS).
“É preciso afastar o diagnóstico de outras síndromes, com sinais semelhantes, e confirmá-la, embora não tenha nenhum marcador específico para a Mielofibrose”, explica o Dr. Renato Sampaio Tavares, coordenador do Comitê de Doenças Mieloproliferativas Crônicas da ABHH.
Uma das dificuldades para o diagnóstico, aponta o especialista, é a análise molecular, que não é acessível à maioria da população, mesmo àqueles que possuem planos de saúde. “Também, em muitos casos, é necessário uma análise de medula óssea por um patologista especializado em cânceres no sangue, profissionais escassos em nosso país”, complementa Tavares.
Engajamento – Com apoio educacional da Novartis, grupo farmacêutico envolvido na divulgação de informações científicas sobre a Mielofibrose, #PodeSerMielofribrose é a hashtag da campanha, que acontece até fevereiro de 2021, nas redes sociais da ABHH e em consultórios médicos do país. O mote destaca os sinais e sintomas da doença, que incluem cansaço excessivo, aumento do baço, suor noturno, dor nos ossos, coceiras, perda de peso, febre e anemia.
“Boa parte dos casos pode demorar para ter um resultado conclusivo. Por isso, esse projeto conjunto se faz relevante”, diz o presidente da ABHH, Dr. Dante Langhi Jr., sobre a importância da conscientização de médicos hematologistas, que realizam o diagnóstico da Mielofibrose, mas também outros especialistas procurados pelos pacientes, como, geriatras, clínicos, ginecologistas e cardiologistas.
Mielofibrose – a fibrose da medula óssea (região no meio dos ossos longos do corpo, como da bacia) é a marca registrada da doença, que faz com que sejam produzidas células sanguíneas anormais em maior quantidade. Com o passar do tempo, essa fibrose substitui o tecido medular normal, levando a baixas contagens das células sanguíneas normais e contribuindo para o significativo desenvolvimento clínico.
Segundo dados recentes de pesquisas científicas, normalmente, a Mielofibrose acomete pessoas idosas (a média de idade é de 67 anos)3. “Assim como outros tipos de câncer, a idade é um fator de risco, em decorrência de maior exposição a fatores agressores”, afirma Tavares.
O especialista comenta que a prevenção da Mielofibrose segue as recomendações para tumores em geral: ter hábitos de vida saudáveis e evitar o tabagismo, dentre outras. Curada apenas com o transplante de medula óssea, a doença é tratada com o uso de determinados medicamentos, parte deles disponíveis na rede pública de saúde, e pode ser curada apenas com o transplante de medula óssea.
APP – Além da ação nas redes sociais e consultórios, também deverá ser lançado em breve um aplicativo para Smartphone, com um quiz, de modo a chamar a atenção para o diagnóstico da doença.
Baixe as peças da campanha e saiba outras informações sobre a Mielofibrose, acessando: www.podesermielofibrose.com.br