Lançado em 30 de novembro do ano passado e conquistando mais de um milhão de usuários em apenas uma semana desde seu anúncio, o ChatGPT, que nada mais é que um chatbot com inteligência artificial, vem impactando milhões de pessoas em todo o mundo por conta das inúmeras facilidades oferecidas na hora da interação com as pessoas. Desenvolvido pela OpenAI, o software responde, em tempo real, dúvidas das mais variadas áreas – das mais mais corriqueiras até as médicas -, por meio de uma linguagem amigável.
Mas tanto sucesso tem levantado muitas dúvidas e, alguns casos, confundido o imaginário da população, que segue com questionamentos sobre a veracidade das informações fornecidas e sobre as possibilidades de sua aplicação na prática, principalmente na área de saúde, que ganhou ainda mais protagonismo durante a pandemia.
Formado em Ciência da Computação e com mais de 20 anos de experiência no mercado de tecnologia, sendo 12 deles dedicados ao segmento de saúde dos olhos, Rafael Galdino, Líder de Tecnologia da Vision One, explica que o ChatGPT, embora ainda esteja no início de sua história, poderá, ao longo de seu amadurecimento, se tornar uma ferramenta de suporte à decisão clínica, embora não possa substituir a avaliação clínica completa e a avaliação e suporte médico de um oftalmologista qualificado.
“Embora apresente as limitações características deste tipo de software, o ChatGPT nos apresenta um universo de possibilidades. Esse tipo de IA poderá ajudar a realizar uma triagem inicial de pacientes com problemas oculares, auxiliando nas perguntas sobre os sintomas oculares e fornecendo informações básicas sobre possíveis diagnósticos diferenciais”, diz Galdino.
Outra possibilidade será ajudar a relatar casos de emergência oftalmológica, como glaucoma agudo de ângulo fechado ou descolamento de retina, além de auxiliar na hora de encaminhar os pacientes para atendimento médico urgente, ressalta o especialista.
Aliado na educação
O ChatGPT também poderá ser usado na educação do paciente para fornecer informações educacionais aos pacientes sobre condições oculares comuns, como catarata, doenças da retina, estrabismo, entre outras doenças. Também poderá responder a perguntas sobre procedimentos oftalmológicos, riscos e benefícios, e fornecer orientações pré e pós-operatórias.
Fora isso, também poderá auxiliar os profissionais de saúde na hora do aconselhamento sobre cuidados com os olhos, da seguinte forma:
– Fornecendo dicas de higiene ocular, uso adequado de colírios, uso de óculos de proteção e prevenção de doenças oculares, como a síndrome do olho seco.
– Auxiliando no monitoramento de pacientes com doenças oculares crônicas, como glaucoma ou retinopatia diabética, fornecendo lembretes para exames de acompanhamento, medicação e mudanças no estilo de vida, e respondendo a perguntas sobre os resultados de exames.
– Ajudando a agendar consultas de retorno ou de segunda opinião em casos oftalmológicos complexos, ajudando a revisar os dados clínicos e de exames do paciente, e fornecendo recomendações adicionais de tratamento.
