Estudo aponta que suspensão de corticoide em tratamento para câncer de mama não resulta em aumento de reações alérgicas

Dra. Ana Luísa de Castro Baccarin

Um estudo do departamento de oncologia clínica do IBCC – Instituto Brasileiro de Controlo do Câncer, de São Paulo (SP), que envolveu a participação de 25 pacientes diagnosticadas com câncer de mama e candidatas a quimioterapia por doença localizada antes ou após a cirurgia (ou seja, com intuito curativo), comprovou que administrar a dexametasona apenas nas 2 primeiras semanas do Paclitaxel e suspender da 3ª a 12ª semana não cursou com o aumento da incidência de reações alérgicas infusionais.

Isso evita uma exposição desnecessária e prolongada de corticóides para as pacientes, minimizando efeitos adversos relacionados a esse evento, tais como: perda de massa óssea, ganho de peso, insônia, acne, alterações cognitivas, aumento da glicemia, dentre outros.

O trabalho foi publicado nesse mês de agosto na Supportive Care in Cancer, dos EUA, após ser submetido à revisão de editores especialistas internacionais. A preceptora da residência em Oncologia Clínica no IBCC, Dra. Ana Luísa de Castro Baccarin foi orientadora do residente Dr. Macilon Nonato Irene, que conduziu os levantamentos para a construção do estudo. A especialidade no IBCC tem como chefe o Dr. Auro Del Giglio e como coordenador o Dr. Felipe Melo Cruz.

“Apesar de ser um estudo pequeno, traduziu-se em mudança de conduta na minha prática clínica. Habitualmente as pacientes com câncer de mama fazendo quimioterapia semanal com Paclitaxel recebem Dexametasona (um corticóide) para evitar reações alérgicas durante 12 semanas consecutivas. Nosso estudo mostra que administrar o corticóide apenas nas primeiras 2 semanas é viável e seguro, desde que não haja reações infusionais nesse período. Podemos considerar essa conduta nas pacientes em que a exposição prolongada aos corticóides é indesejável, por exemplo diabéticas, obesas, portadoras de osteoporose, distúrbios do sono e alterações cognitivas. Isso resulta em melhora da qualidade de vida”, afirma a Dra. Ana Luísa.

Redação

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