Estudo mostra impacto do uso de ferramentas para melhorar adesão ao tratamento de pacientes com alto risco cardiovascular

O HCor – Hospital do Coração, de São Paulo (SP), acaba de divulgar os resultados do estudo BRIDGE, que mostrou que um programa robusto que melhore a assistência e auxilie a seguir às diretrizes de tratamento de pacientes com alto risco cardiovascular têm relação direta com a melhor adesão e benefícios clínicos dos tratamentos. O estudo, que teve apoio da biofarmacêutica Amgen, foi apresentado no congresso anual da American Heart Association (AHA), um dos maiores congressos de cardiologia do mundo, que ocorreu no mês de novembro em Chicago, Estados Unidos.

“O resultado desse estudo mostra que a intervenção resultou em uma melhoria significativa no uso das terapias, gerando evidências e colaborando para que médicos e pacientes tenham uma visão mais clara da importância de fazer o tratamento de forma adequada seguindo as diretrizes clínicas”, diz o Dr. Otavio Berwanger, cardiologista líder do estudo.

O estudo BRIDGE acompanhou 1.619 pacientes de alto risco cardiovascular em 40 hospitais brasileiros, com doença cardiovascular estabelecida, histórico de infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico ou doença arterial periférica. Os pacientes foram divididos em dois grupos: o que recebeu uma intervenção com o uso de ferramentas de educação e controle de adesão ao tratamento e o grupo de controle, que manteve  os procedimentos regulares dos hospitais.

A intervenção aconteceu em três etapas. A primeira, feita antes da consulta médica, foi uma avaliação com informações sobre tratamentos para controle de colesterol, diabetes, hipertensão, antiplaquetários, usados em pacientes pós-eventos cardiovasculares, e informações sobre estilo de vida como tabagismo, alimentação e atividades físicas. Na segunda etapa foram feitos lembretes para que o médico ficasse mais atento a algumas informações durante a consulta. A terceira etapa, já na consulta, contou com o uso de um documento em que o médico consegue ter um resumo das diretrizes de tratamento usadas para cada caso. Após a consulta, os pacientes receberam materiais educacionais com informações sobre o tratamento e mudança de estilo de vida, além de relatórios mensais de feedback.

Entre os pacientes que receberam a intervenção, 73,5% atingiram o objetivo primário do estudo com a adesão completa ao tratamento versus 58,7% de adesão total no grupo de controle. O grupo da intervenção atingiu também o objetivo secundário de adesão a estatinas com 93,6% e 81,7% no grupo de controle. Em relação a adesão às terapias antiplaquetárias, o grupo da intervenção atingiu 94% e o grupo de controle chegou a 86,3%. Não houve diferença estatística entre os pacientes que atingiram os níveis recomendados de LDL-C (colesterol ruim) de 70mg/dL. Entre os pacientes do grupo da intervenção, 41% atingiram os níveis recomendados de LDL-C versus 38,4% no grupo de controle, tornando necessária a inclusão de outros tipos de terapias para baixar o LDL-C, como ezetimiba e os inibidores de PCSK9.

A conclusão do estudo foi que iniciativas inovadoras envolvendo equipes multidisciplinares podem ser uma ferramenta importante na melhora dos tratamentos fornecidos aos pacientes de mais alto risco, mas que outras intervenções podem ser necessárias para atingir as metas de tratamento estabelecidas.

“O BRIDGE-CV demonstrou que uma intervenção educacional melhorou significativamente o uso de tratamentos apropriados para pacientes de alto risco cardiovascular. Os recursos adotados são simples e de baixo custo, por isto podem ser adotados em programas de aprimoramento de qualidade, principalmente em países de recursos limitados”, diz o Dr. Alexandre Biasi Cavalcanti, diretor do Instituto de Pesquisa HCor.

“Apoiar estudos como este está alinhado com o nosso compromisso de servir aos pacientes e nossa preocupação constante com a sustentabilidade do sistema de saúde. Esses resultados são evidências clínicas importantes que contribuem para que o paciente tenha maior efetividade em todas as fases do tratamento proporcionando melhores resultados, menos risco de eventos cardiovasculares e mais qualidade de vida”, diz Tais Ramadan, Diretora de Acesso da Amgen.

Redação

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