Estudo mostra sistema de saúde dos bairros mais afetados pela Covid-19 em São Paulo

Já é certo e sabido que na capital de São Paulo as pessoas mais afetadas pelo novo Coronavírus são aquelas que moram em bairros e regiões mais vulneráveis. Mas qual a disponibilidade do sistema de saúde dos bairros com maior letalidade na pandemia? Qual a quantidade de hospitais, leitos e farmácias? A população destes bairros conseguem se tratar dentro de sua própria região quando ficam doentes, ou precisam se deslocar também para ir ao médico, assim como fazem para trabalhar?

Para responder a estas questões, a Geofusion, empresa de Inteligência Geográfica, realizou um estudo para entender a disponibilidade do sistema de saúde disponível nos bairros mais afetados pela Covid-19 como Brasilândia, Grajaú, Jardim Ângela, Capão Redondo e Sapopemba – distrito que contempla os bairros Jardim Colorado, Teotônio Vilela, Parque Santa Madalena e Fazenda Da Juta.

Só para se ter uma ideia do problema, se somarmos os habitantes destas localidades, temos 676.830 pessoas e apenas 5 hospitais. O Estudo também contemplou o número, farmácias, unidades básicas de saúde (UBS), centros de diagnósticos, clínicas e policlínicas e consultórios médicos disponíveis para a população como um todo.

A Geofusion analisa atividades de empresas de vários segmentos, organizando dados de sua própria base e de fontes de informações diversas para entender as características sociodemográficas e de localidades de todo o Brasil. Os dados da Geofusion para este estudo vem de fontes confiáveis, como o CNES (Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde), cruzados com dados de mercado e sociodemográficos.

O estudo mostrou que no bairro de Brasilândia, por exemplo, o mais afetado por mortes pela Covid em São Paulo, a população total é de 65.822 pessoas, abrigadas em 22.641 domicílios. A região não conta com hospitais e registra apenas 36 farmácias, o que dá 1.828 habitantes por farmácia. Brasilândia conta com 8 UBS, 1 unidade de apoio à diagnose e terapia (SADT), 1 clínica e 4 consultórios.

Já o distrito de Sapopemba, outra região muito afetada, a população é de 309.768 pessoas, e o número de domicílios soma 103.211.  O distrito de Sapopemba conta com três hospitais, sendo que apenas dois deles oferecem leitos com respiradores e nenhum hospital com leito para Covid-19. Na região existem 147 farmácias, o que dá  2.147 habitantes por farmácia.  As mais de 309 mil pessoas que habitam a região precisam se dividir em 2 UBS, 9 clínicas de especialidades, 12 consultórios médicos, 1 policlínica e 3 Unidades de apoio à diagnose e terapia (SADT).

No Jardim Ângela, com seus 84.776 habitantes, abrigados em 28.695 domicílios, conta apenas com um hospital, mas sem leitos para Covid-19 nem respiradores. Na região existem apenas 32 farmácias, o que dá uma média de 2.649 pessoas por farmácia, o pior índice encontrado neste estudo. O bairro não conta com unidades de UBS, nem de SADT ou policlínicas. Há apenas uma clínica de especialidades e um consultório médico.

O bairro do Grajaú conta com 1 hospital e 89 farmácias, resultando em 1.722 pessoas por farmácia. A população do Grajaú soma 153.314 pessoas, distribuídas em 49.642 domicílios. A região não tem UBS e conta apenas com 1 clínica de especialidades, 1 unidade de apoio à diagnose e terapia (SADT), 1 policlínica e 1 consultório médico.

E finalmente o estudo levantou os dados do Capão Redondo. Somando 63.150 pessoas, abrigadas em 21.901 domicílios, o bairro conta apenas com um hospital, mas sem leitos para Covid e uma UBS. Na região há 58 farmácias, o que dá 1.088 pessoas para cada farmácia. Há ainda 2 policlínicas, 5 SADT, 4 centros de especialidades e 13 consultórios médicos.

Acompanhe a situação de cada bairro nos gráficos abaixo:

Redação

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