Evento debate novas condutas e tratamentos que estão revolucionando combate ao câncer de pulmão

Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) indicam que ao ano mais de 30 mil brasileiros são diagnosticados com câncer de pulmão, fazendo com que o tumor esteja entre os líderes em incidência no país – cerca de 13% de todos os casos registrados. E cabe a ele mais um título pouco valoroso: o de doença oncológica que mais mata todos os anos. O levantamento mais recente, de acordo com o Atlas de Mortalidade por Câncer divulgado em 2018, indica que são 28.717 mortes em decorrência dessa neoplasia maligna a cada 12 meses.

“Podemos dizer que o Brasil vem tendo uma evolução considerável no combate ao câncer de pulmão graças à suas políticas públicas de controle do tabagismo, responsável por cerca de 85% dos casos deste tipo de tumor. O país tem um dos menores índices de fumantes do mundo, cerca de 10% da população acima de 18 anos, segundo o próprio INCA. Mas mesmo com os avanços nessa importante frente de prevenção, ainda temos desafios importantes para o futuro, principalmente em relação ao diagnóstico precoce, notificação dos casos da doença, acesso a novas terapias, sobretudo no âmbito do SUS e investimento em pesquisas”, diz Carlos Gil Ferreira, oncologista e presidente do Instituto Oncoclínicas – iniciativa do corpo clínico do Grupo Oncoclínicas para promoção à saúde, educação médica continuada e pesquisa.

E é com o objetivo de debater de forma multidisciplinar esses temas que o Instituto realiza nos próximos dias 4 e 5 de fevereiro o 1º Pós WCLC Mundial Câncer de Pulmão Oncoclínicas. O evento, totalmente virtual, conta com a chancela da Associação Internacional para Estudo do Câncer de Pulmão (IASLC, da sigla em inglês) e trará debates sobre as novas abordagens no rastreamento e tratamento oncológico, incluindo as recomendações para controle da doença em seus diferentes estágios, novidades em pesquisas de medicações e práticas inovadoras para a retirada de diferentes tumores. Os impactos da Covid-19 e os caminhos da medicina de precisão também contarão com painéis dedicados.

Toda a programação tem como base as atualizações apresentadas no final de janeiro durante a 22ª Conferência Mundial sobre Câncer de Pulmão (WCLC, da sigla em inglês) e contará com a participação dos principais especialistas em oncologia torácica do país. “Nosso foco é não apenas lançar um olhar para o panorama global proporcionado pelo WCLC, o mais importante encontro internacional de especialistas em tumores de pulmão, mas ‘traduzir’ esses avanços para a realidade da nossa prática local, considerando todas as especificidades e desafios particulares que precisamos enfrentar diariamente”, comenta Ana Gelatti, oncologista da Oncoclínicas no Rio Grande do Sul e uma das coordenadoras responsáveis pelo 1º Pós WCLC Mundial.

Combate ao tabagismo, individualização, genômica e robótica são palavras de ordem

A integração da robótica aos procedimentos oncológicos têm permitido a realização de cirurgias cada vez menos invasivas e com ganhos importantes para a qualidade de vida dos pacientes com câncer de pulmão. A cirurgiã torácica e líder de cirurgia do Grupo Oncoclínicas Paula Ugalde, que também está à frente da coordenação do evento, explica que os avanços proporcionados por essa união da tecnologia com a medicina já são parte do presente.

“Os robôs para realização de cirurgias estão conquistando um espaço cada vez maior na cirurgia oncológica. Esses procedimentos inovadores reduzem o tempo de recuperação pós procedimento, com cortes menores – o que consequentemente reduz o tamanho das cicatrizes futuras -, menos dias de internação e com uma recuperação mais acelerada, fatores positivos à qualidade de vida e bem-estar dos pacientes”, aponta a médica.

O arsenal de avanços na Oncologia tem ainda como aliada a análise genética, tanto para a precisão diagnóstica, quanto para o direcionamento de tratamentos cada vez mais pautados pelo olhar individualizado e eficácia nos resultados. Segundo Carlos Gil Ferreira, exames que ajudam a detectar o perfil molecular de tumores de pulmão têm se mostrado importantes aliados no controle da condição e são prioridade no Grupo Oncoclínicas que possui um braço dedicado a esse tipo de avaliação: a Oncoclínicas Precision Medicine (OCPM).

“Esse tipo de teste proporciona maior precisão e melhor qualidade no diagnóstico, o que é fundamental para uma definição precisa do tratamento. Isso porque, apenas conhecendo com precisão a célula maligna o profissional de saúde conseguirá especificar o melhor tratamento para aquele caso”, ressalta.

Adicionalmente, seguindo essa visão voltada à união de esforços para obtenção de melhores resultados em toda a linha de cuidados ao paciente, o presidente do Instituto Oncoclínicas ressalta que parte da agenda do evento será dedicada a tratar do combate ao fumo, com a apresentação do Programa de Cessação do Tabagismo OC. O serviço tem por objetivo oferecer acompanhamento complementar para pessoas com câncer e colaboradores da Oncoclínicas que desejam parar de fumar. “Nunca é tarde para abandonar o vício. O paciente com câncer de pulmão que abandona o cigarro obtém uma melhora melhora sua performance respiratória, o que favorece a redução de possíveis efeitos colaterais das terapias empregadas e pode contribuir para uma melhor resposta ao tratamento, com ganhos evidentes para a qualidade de vida”, finaliza Carlos Gil.

Horário: 18h às 20h30

Inscrição: oncoclinicas.pontocomprodutora.com.br

Informações: library.iaslc.org/conference-program?product_id=20

Redação

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