Fake news promovem mitos sobre o Coronavírus

Qual foi a última informação ou recomendação que você ficou sabendo sobre o novo coronavírus (o Covid-19) – seja por alguém, texto, imagem, áudio ou vídeo? Tão veloz quanto a disseminação do próprio vírus ao redor do mundo está o compartilhamento de rumores e notícias sobre ele. No entanto, à medida que o medo e a insegurança também crescem, está cada vez mais difícil distinguir o que é verdade e o que é fake news sobre o coronavírus.

Conforme alerta a médica infectologista do Hospital Santa Rosa, Zamara Brandão, antes de avaliar se uma informação procede ou se trata de um mito, é importante não só manter a calma, mas entender o que é um coronavírus. “Eles são uma grande família de vírus encontrados em animais (como morcegos) e humanos. Sete desses vírus atravessam a barreira interespécie, infectando as pessoas, e podem causar doenças, cujas gravidades são variáveis”.

Zamara explica que o Covid-19 é uma nova cepa do coronavírus que não havia sido previamente identificada em seres humanos. “Ele faz parte de um grupo de doenças respiratórias que provocam sintomas semelhantes à gripe. A pessoa pode ter febre, tosse persistente, dor de garganta, espirrar, ficar com o nariz congestionado e apresentar diarreia. Algo semelhante ao H1N1. Seu diagnóstico é difícil e é feito por meio de exames laboratoriais”.

Em Cuiabá (MT), o Hospital Santa Rosa aderiu à campanha de prevenção ao coronavírus. “A instituição conta com uma equipe capacitada para atender possíveis casos de coronavírus. Tanto que todo paciente que chegar com sintomas respiratórios deverá colocar uma máscara cirúrgica e se o mesmo esquecer, ela será oferecida. Inclusive, se você tiver uma viagem programada ao exterior – para um país com alta epidemiologia – e não puder adiar, leve uma máscara e tenha um álcool gel sempre por perto. Assim, você se protege e protege os outros passageiros”, pontua Zamara.

A médica infectologista responde abaixo algumas dúvidas que circulam na internet sobre o novo coronavírus. Confira:

Coronavírus se espalha no ar por longas distâncias?

“A propagação ocorre por meio de gotículas respiratórias, mas já foi identificado na saliva, fezes, urina e sangue. E, quando se trata de gotículas respiratórias, por exemplo, ele não paira no ar. Atinge até um metro de distância. Por outro lado, o vírus pode contaminar superfícies. Então, tem que tomar cuidado quando for encostar em algo ou cumprimentar alguém para não tocar a mão em seguida nos olhos, nariz ou boca. Também vale evitar o compartilhamento de talheres e maquiagens”.

É preciso se preocupar com a importação de bens da China?

“O Covid-19 tem uma estimativa de vida de aproximadamente nove dias em superfícies inanimadas e pode ser facilmente higienizado com álcool 70% ou hipoclorito de sódio. Logo, se comprar produtos na China, é pouco provável que o vírus sobreviva ao tempo de trajeto até chegar no Brasil. No mais, a prevenção está na esterilização do ambiente; na lavagem das mãos; no ato de cobrir a boca e o nariz com um lenço descartável quando for tossir ou espirrar ou usar o cotovelo; se estiver muito ruim, evitar sair de casa”.

Grávidas e crianças estão mais suscetíveis ao vírus?

“Não são observados muito casos em crianças. Isso pode ser atribuído à imunidade delas que é diferente dos adultos. Quando infectadas, não apresentam sintomas exuberantes. Gestantes também não parecem ter uma facilidade maior de ter o vírus do que a população em geral. Aliás, o vírus não é transmitido ao bebê a partir do líquido amniótico e nem passa pelo leite materno. Apesar do Covid-19 apresentar alto nível de infectividade (fácil propagação de uma pessoa para outra), os casos que levam a uma maior gravidade não são tantos, se comparado com os de outros coronavírus que também provocam sintomas respiratórios – como o MERS e o SARS. Os quadros mais graves de Covid-19 estão aparecendo em pessoas mais velhas (acima de 60 anos) ou com algum tipo de comorbidade (como doenças cardiovasculares ou diabetes)”.

Chá de erva doce, água morna ou uísque combatem ou protegem as pessoas em relação ao coronavírus?

“Erva doce não é componente do medicamento Tamiflu (retroviral usado para casos de gripe), como circulou na internet. E, portanto, não é eficiente no combate do coronavírus. Outra fake news diz respeito à tomar água morna de hora em hora, pois seria bom para levar o vírus que fica na boca para ser digerido no estômago. Infelizmente, isso não é verdade. A ingestão de uísque também não contribui. O melhor cuidado ainda é a prevenção”.


 

Artigo – Temos três epidemias em andamento: Coronavírus, informações duvidosas e o medo

Imagine-se num avião em que a tripulação de repente começa a mostrar sinais de preocupação.  O que acontece? Você imediatamente passa a se preocupar também e conclui que algo ruim pode estar acontecendo.  Sem que você possa controlar, sua imaginação começa a traçar cenários terríveis. Se alguma informação tranquilizadora não chegar logo, em minutos você estará com medo e isso o faz falar com a pessoa do lado que vai compartilhar do seu medo e em mais alguns minutos o avião todo está em pânico. Mesmo que nenhuma palavra seja dita todos foram capazes de sentir a “ameaça” e reagir a ela. Nas últimas semanas fomos passageiros de um avião cuja tripulação está quase descontrolada.

Uma forma de lidar com o contexto atual é reconhecer que existem três epidemias em andamento: uma de fatos, outra de informações e uma de medo e que é importante saber se proteger de todas elas.

A primeira é a mais importante. É fato que a espécie humana está conhecendo um novo vírus chamado Coronavírus ou COVID-19 e que ele tem um comportamento muito parecido com o vírus da gripe, o Influenzae, sendo mais grave que este em pessoas idosas. É fato também que ele já se espalhou pelo mundo e que medidas para reduzir sua transmissão são muito importantes porque, se muitas pessoas ficarem doentes ao mesmo tempo, nosso sistema de saúde pode não dar conta e foi essa preocupação de médico para médico que “viralizou”, causando pânico na população.

Também é fato que dezenas de outros vírus estão no ar, inclusive o Influenzae, e que ainda são as causas mais comuns de quadros gripais e de casos graves. Mesmo que você pegue Coronavírus isso está longe de ser uma sentença de morte, já que a mortalidade está em 0,2% em quem não é idoso. Portanto, proteger os idosos é uma prioridade real.

Também é fato que as medidas para reduzir transmissão são muito importantes e efetivas e devem ser adotadas por todos e ensinadas às crianças:

– Etiqueta respiratória, como não espirrar na mão e sim na dobra do cotovelo

– Higienização com água e sabão ou álcool gel a 70% mais frequente das mãos

– Manter ambientes arejados, em especial nas escolas

– Evitar aglomerações e ambientes públicos fechados

– Evitar a circulação de pessoas em especial as crianças que estiverem com sintomas gripais. A intenção não é “parar” o vírus porque isso não é possível, mas reduzir sua velocidade de transmissão.

A segunda epidemia é um pouco mais difícil de evitar, já que a informação invade nossas vidas sem que estejamos procurando por ela. Nesse caso, também há dicas para se proteger:

  • É muito importante se manter informado porque as recomendações sociais estão mudando.
  • O comportamento do Coronavírus a gente já conhece e é provável que não mude.
  • Deligue as notificações de celular. Com isso, você ganha algum controle pelo menos de intervalos de informações e alguma autonomia na busca pelo que é importante.
  • Escolha um meio de comunicação que você confie.
  • Procure um profissional que seja disponível para tirar suas dúvidas.
  • Tente se desconectar das demais informações.

Resumindo: escolha quem você vai ouvir.

A terceira epidemia em andamento é a do medo. Aos que estão surpresos com o pânico das pessoas, as reações das empresas, escolas, famílias, governos e, principalmente, da economia ficam as conclusões. Somos seres sociais emocionalmente entrelaçados e, portanto, sentimos e se nos comportamos com base no ambiente em que estamos inseridos. Nossas ações se baseiam naquilo que nos rodeia. Desejamos e tememos de acordo com fortes influências que nos fazem parte de um grupo. Grupo este que hoje se tornou infinitamente grande por não contar mais com barreiras físicas. Informações que envolvem nossa saúde ganham muita atenção em contrapartida, o excesso de informação gera medo. Por sua vez, o medo não administrado gera pânico e o pânico gera caos o que prejudica muito ações de prevenção e solidariedade que são as maiores armas contra qualquer epidemia.

Para se proteger da epidemia de medo seguem algumas dicas:

  • Siga sua vida normalmente acatando as decisões de afastamentos necessárias.
  • Se estiver com sintomas como febre, tosse ou coriza, fique em casa e use máscara para reduzir a transmissão e procure um médico para esclarecer seus sintomas.
  • De unfollow em perfis sensacionalistas ou de excesso de informação, assim você não fica sob controle deste assunto.
  • Bloqueie perfis de WhatsApp que invadem seu celular com informações que você não está procurando e aproveite para dar um tempo nos grupos que promovem o medo.
  • Aproveite o momento para frequentar lugares abertos, como parques e praças, e aproveite para se exercitar.
  • Dormir bem, comer bem, descansar e tomar muito líquido são excelentes aliados da imunidade e da saúde emocional.
  • Procure atividades, filmes, séries e livros sobre assuntos que você goste, isso vai te acalmar, te relaxar e essa é a melhor maneira de se proteger do stress.
  • Lembre-se que o medo e o stress prejudicam sua imunidade e sua saúde emocional, portanto o autocuidado no momento é a melhor “vitamina” que existe.

E voltando ao nosso avião, podemos evitar o pânico. Tudo bem, a tripulação do avião parece tensa, mas já sabemos que é uma forte turbulência e que cabe a cada um de nós acalmar os passageiros, porque a turbulência vai passar e pode passar com menos sequelas e mais aprendizados, dependendo de nossas atitudes agora. O momento pede escuta, calma e solidariedade. Pensar no todo é mais inteligente e uma das únicas coisas que nos diferenciam de outras espécies. O medo e o pânico são os maiores aliados do COVID-19 e os maiores inimigos da nossa saúde.

Denise Lellis é PHD em Pediatria pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP)


 

Artigo – O real perigo do coronavírus

Sempre oriento as pessoas a buscar aquilo que é racional, que é real para a boa tomada de decisão, em detrimento do que é emocional. Nesse período em que o mundo inteiro fala do Coronavírus, trago a reflexão de que devemos tomar muito cuidado com o surto das notícias em tempo real, principalmente com a histeria.

Vamos aos fatos reais: pesquisas científicas realizadas por especialistas da área de saúde mostram que o vírus é sim, muito contagioso. O epidemiologista Marc Lipsitch, diretor do Center for Communicable Disease Dynamics (CCDD), da Universidade de Harvard, analisou números e chegou ao dado de que uma pessoa infectada transmite o coronavírus para outras duas ou três pessoas, numa média estimada. O sarampo, por exemplo, é quatro vezes mais contagioso: uma pessoa com sarampo pode transmitir a doença para outras treze pessoas. Mas tanto o sarampo como o coronavírus, representam problemas sérios de saúde pública.

Apesar da letalidade do vírus ser menor do que outras doenças, isso não necessariamente é algo positivo do ponto de vista da saúde, pois sabemos muito pouco sobre os efeitos do Covid-19 para o ser humano. Por isso, devemos tomar medidas de prevenção da doença, cujas orientações são dadas por profissionais da saúde, afinal ninguém deseja ficar doente ou transmitir a doença.

É importante seguir o protocolo internacional de medidas como forma de prevenção, por exemplo: evitar grandes aglomerações públicas em ambientes fechados, ou seja, buscar sempre que possível o distanciamento social; lavar as mãos frequentemente; quando tossir, cobrir a boca com um lenço de papel ou o cotovelo; não levar as mãos aos olhos; usar máscara, caso acredite estar infectado e lembrar-se de trocar a máscara com frequência; olhar com mais cuidado para as pessoas menos assistidas, que sofrem de alguma doença respiratória ou debilitadas por quadros infecciosos, trabalhando assim, a empatia.

A orientação para aqueles que sentirem os sintomas é que fiquem em casa, se isolem e se tratem como um estado gripal normal. Se o quadro persistir, buscar atendimento hospitalar. Não se deve ir imediatamente ao hospital, pois pode ser que a pessoa nem tenha contraído o Coronavírus e ao frequentar o ambiente hospitalar, acabe entrando em contato com o vírus.

Isso tudo posto, fica claro que a divulgação de dados científicos confiáveis evita a disseminação de uma histeria coletiva. A comunidade científica internacional, afirmou, inclusive pela OMS, que não a trata como síndrome respiratória aguda. Portanto, não deveríamos entrar em uma neurose coletiva por excesso de informação em tempo real.

Não quero dizer que não devemos buscar usar de todas as medidas ao nosso alcance para evitar contrair a doença ou propagá-la, – ou qualquer outra doença que nos ameace, porém, devemos encarar os fatos e a realidade para podermos discernir com serenidade e com racionalidade. Vejo pessoas estocando mercadorias com medo de faltar. Será que há motivos para corrida ao abastecimento de emergência, de contingenciamento?

Vamos então, tomar uma decisão mais consciente e bem posicionada? A decisão de não alimentar a pandemia da histeria. E você? Pensou? Refletiu? Então, qual sua conclusão a respeito?

Uranio Bonoldi atua como executivo e também como professor para turmas de MBA na Fundação Dom Cabral, é palestrante e escritor. Possui longa experiência executiva em cargos de alta gestão, especialista em tomada de decisão, carreira e negócios. Na Fundação Dom Cabral ministra aulas para executivos sobre poder e tomada de decisão


 

Pandemia e empatia: o que podemos aprender com o coronavírus

 Desde que o coronavírus se espalhou vertiginosamente e a OMS (Organização Mundial da Saúde) decretou uma pandemia, o mundo virou um caos. A sensação de fragilidade, vulnerabilidade e impotência tomou conta das pessoas. De todas as idades, culturas, raças e religiões. As diferenças ficaram de lado. Hoje, somos um só. Aí que entra a empatia.

“Como usar essa adversidade global que o coronavírus representa como uma curva de aprendizado para praticar o amor e a equanimidade? Quando nos preocupamos com os outros, geralmente, temos a tendência de pensar nas pessoas dentro do nosso núcleo: nós mesmos, nossa família e nossos amigos. O momento atual nos traz a oportunidade de expandir nossa mente, exercitar o altruísmo e se preocupar pelo bem de todos os seres. Quem quer que seja e onde quer que esteja”, defende Vivian Wolff, coach especialista em desenvolvimento humano e mindfulness pelo Integrated Coaching Institute (ICI) e formada em Mindfulness pela Georgetown University Institute for Transformational Leadership, Washington DC.

“Empatia consiste na habilidade de perceber o outro, muitas vezes sem que ele precise dizer algo acerca de sua situação emocional ou afetiva. A empatia significa ‘colocar-se no lugar do outro’, sentir suas emoções. Neste momento difícil, precisamos demonstrar interesse genuíno e ativo diante das preocupações, especialmente dos idosos e dos portadores de doenças que estão no grupo de risco do coronavírus”, explica Elaine Di Sarno, psicóloga com especialização em Avaliação Psicológica e Neuropsicológica, e Terapia Cognitivo Comportamental, ambas pelo Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas – FMUSP.

De acordo com Vivian, precisamos primeiro trabalhar a aceitação dos fatos. “Devemos avaliar a qualidade dos pensamentos que escolhemos cultivar. Lidamos com o momento difícil cultivando pensamentos de medo que nos enfraquecem ou pensamentos que nos fortalecem? Em meio a uma crise global, ser capaz de avaliar o alcance de uma adversidade e ter recursos internos para lidar com ela da melhor maneira possível é muito valioso. Pessoas resilientes fogem de reclamação e justificativas e passam para o gerenciamento das emoções e solução de problemas”, diz Vivian Wolff.

Segundo as especialistas, depois que você consegue entender e aceitar a situação atual, já tem total capacidade de ter empatia e enxergar o próximo. “Talvez você não esteja no grupo de risco do coronavírus, mas já olhou a sua volta? Tem vizinhos idosos ou com doenças pulmonares, diabetes ou hipertensão arterial? Essas são as pessoas que precisam de maiores cuidados, que necessitam de proteção. Portanto, pratique a empatia, a solidariedade. Ofereça ajuda. Se for preciso, faça o supermercado para sua vizinha de 70 anos e evite que ela se exponha ao risco”, aconselha Elaine Di Sarno.

“Essa pandemia que estamos vivenciando nos leva a questionar como e por quem serei cuidadoso. Qual pensamento vai me guiar diante da situação atual? O que posso fazer para que minha comunidade fique em segurança? Reflita e dê o seu melhor como ser humano”, finaliza Vivian Wolff.


 

Psicóloga revela aumento dos atendimentos online devido ao pânico gerado pela pandemia do coronavírus

As recomendações do Ministério da Saúde são de evitar contato físico ao máximo com outras pessoas e manter uma distância mínima de dois metros, a fim de prevenir o contágio com o novo coronavírus (covid-19). A inclusão destas medidas sociais e de proteção na rotina dos brasileiros tem obrigado as pessoas a mudar completamente os seus hábitos, inclusive a maneira como buscam por atendimento na área da saúde.

A neuropsicóloga Dra. Roselene Espírito Santo Wagner revela que, devido a pandemia do coronavírus, a procura dos seus pacientes pelo atendimento modalidade online cresceu exponencialmente: “A partir desta segunda-feira, dia 16 de março de 2020, houve um aumento na procura pelo atendimento de psicoterapia on-line. Aqui na cidade do Rio de Janeiro, depois de um momento de pouca importância dada ao cenário atual mundial, as pessoas tomaram consciência da responsabilidade de seguir as orientações, adotando hábitos para impedir o avanço do contágio. Logo, em função da informação largamente divulgada, todos resolveram se preservar em quarentena e; em função disso, nós profissionais da saúde mental, estamos atendendo online.”

Benefícios do atendimento online

O atendimento on-line é uma prática que respeita as normas do CFP (Conselho Federal de Psicologia) e do CRP (Conselho Regional de Psicologia), sendo regularizada como ferramenta de trabalho em casos como este, de quarentena ou de outra impossibilidade qualquer no deslocamento: “a ferramenta do atendimento online não é apenas útil, mas totalmente eficaz, não havendo prejuízo algum no andamento do tratamento nem nos resultados obtidos, tanto para o paciente como para o Psicólogo, além de estar em conformidade com as normas de segurança necessárias para o momento que vivemos”, ressaltou a Dra. Roselene Wagner.

Segundo a neuropsicóloga, os atendimento telepresenciais são fundamentais também para que as pessoas mantenham sua saúde emocional equilibrada: “Com isto podemos atuar evitando o pânico, a ansiedade e depressão, mantendo o atendimento psicológico, mas sem que ninguém (paciente- Psicólogo) se exponha a riscos de infecção e contaminação”.

Responsabilidade coletiva

Para a especialista, é importante que todos tenham a consciência das dificuldades do momento e da responsabilidade coletiva para superar a crise: “Bom seria que todos se conscientizassem que não há vítimas nem culpados. Mas precisamos parar de disseminar além do vírus da “fake news”, o pânico, a paranóia, ansiedade e depressão, a síndrome do pânico. Somos um grupo de pessoas, que precisam cuidar de si e do outro. Cuide do seu equilíbrio emocional, para manter a saúde do seu sistema imunológico.”


 

Como doenças virais mexem com o psicológico das pessoas?

No mundo moderno as doenças virais se propagam na velocidade da luz. O coronavírus levou apenas alguns dias para cruzar as fronteiras da China e avançar para outros países, isso acontece pelo alto grau de contágio do vírus, bem como a facilidade de locomoção das pessoas pelo planeta.

No entanto, a falta de informação ou excesso de notícias sensacionalistas causam pânico na população, que sai desesperada a procura de álcool gel e máscaras descartáveis para se “proteger” da doença. Essa é a primeira reação psicológica que a pandemia causa: o medo. “Sentir medo é saudável, ele é um mecanismo de defesa, uma reação natural que visa minimizar riscos e preservar a vida. O pânico não é uma reação saudável e pode transformar em um agente paralisador ou desencadear decisões impensadas. Por esse motivo, o equilíbrio emocional é tão importante para gerir qualquer crise”, afirma a psicóloga Ana Beatriz Cintra.

Uma pandemia também pode provocar outros transtornos como ansiedade e TEP (transtornos pós-traumático) ou TAG (transtorno de ansiedade generalizada). Tardiamente, em menor grau, pode ocorrer a depressão por estresse.

Oriente-se e informe-se corretamente sobre o coronavírus. Ele é contagioso sim, no entanto, afeta com mais gravidade pessoas com doenças crônicas e idosas.

Mantenha bons hábitos de higiene. Evite colocar as mãos na boca, olhos e nariz. Ao espirrar use lenço descartável ou antebraço. Mantenha distância segura de 2 metros de quem espirra. E, o mais importante: permaneça equilibrado para tomar as melhores decisões.


 

“O coronavírus precisa de uma sociedade mais educada e menos egoísta”, diz a pedagoga Erika Linhares

Com o aumento de casos de coronavírus no país, o Ministério da Saúde recomendou o isolamento por 7 dias de todas as pessoas, com sintomas ou não, que chegarem de fora do país, além do cancelamento de eventos com grandes aglomerações.

Para a pedagoga e gestora de carreiras Erika Linhares, é preciso que as pessoas entendam a importância de se pensar no bem comum e não só no individual.

“O coronavírus precisa de uma sociedade mais educada, menos egoísta e mais disciplinada. Vai depender de uma atitude nossa. Se vai ser uma atitude egoísta ou colaborativa. Se formos pessoas que pensam no coletivo, vamos sair dessa mais rápido”, diz.

Para a pedagoga, é fundamental que todos tenham disciplina e sigam as recomendações dos órgãos competentes.

“Se você está doente, tenha consciência e fique dentro da sua casa, não passe isso para ninguém, se trate e se isole. É simples, mas a gente precisa ser disciplinado. Se todo mundo vai ao hospital sem estar gripado, o hospital não trata quem está gripado. Se as pessoas comprarem máscaras sem precisar, quem está doente pode não encontrar”, explica.

O Ministério da Saúde, para evitar a proliferação do vírus, recomenda medidas básicas de higiene, como lavar bem as mãos (dedos, unhas, punho, palma e dorso) com água e sabão, e, de preferência, utilizar toalhas de papel para secá-las.

Além do sabão, outro produto indicado para higienizar as mãos é o álcool gel, que também serve para limpar objetos como telefones, teclados, cadeiras, maçanetas, etc.

É importante ainda ficar atento em relação às orientações dos órgãos competentes, pois as diretrizes podem mudar conforme passam os dias.

Veja outras recomendações do Ministério da Saúde: www.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/46540-saude-anuncia-orientacoes-para-evitar-a-disseminacao-do-coronavirus


 

A histeria coletiva pode atacar em qualquer lugar, a qualquer hora

“Surtos de doenças misteriosas são mais comuns do que pensamos – muitas vezes um culpado é descoberto, como no caso atual, mas o estresse psicológico e a ansiedade às vezes são as piores causas”, comenta dr. Marcel Vella Nunes, psiquiatra do Hospital Santa Mônica.

Desde a Idade Média até hoje, temos registro das epidemias de histeria. Ocasionalmente, a doença persiste por dias; mas geralmente, quando a multidão aflita se dispersa, os sintomas tendem a desaparecer, provavelmente porque só são contagiosas quando novas vítimas ficam observando outras adoecendo. Rumores sobre a causa desses surtos tendem a surgir nas comunidades, ainda mais na atualidade com a agilidade dos meios de comunicação como o WhatsApp ou as redes sociais e com o surgimento das fake news, notícias falsas sobre o assunto.

Os ingredientes essenciais – grupos sob estresse psicológico e físico, geralmente com fome, cansado ou ambos – se reúnem quase diariamente em todo o mundo. Então, qual é o gatilho final que empurra algumas pessoas ao limite e deixa suas mentes tomarem conta de seus corpos em massa?

Quando enfrentamos incertezas, nossas mentes desejam explicações. Se não temos como explicar os sintomas, nos sentimos descontrolados e nosso medo aumenta. E, se aprendermos que nossas próprias mentes podem ter causado esses sintomas muito reais, tendemos a sentir mais ansiedade sobre o que nossas mentes podem fazer a seguir.

Os especialistas em psicossomática apresentaram explicações fisiológicas adicionais para alguns dos sintomas de surtos de histeria em massa. Quando as pessoas ficam excitadas e assustadas, elas podem hiperventilar ou começar a respirar muito rapidamente; exalando muito dióxido de carbono. Os baixos níveis de dióxido de carbono no corpo causam espasmos nos músculos das extremidades, o que pode explicar a dormência, formigamento e contração muscular que algumas vítimas experimentam. Se a depleção de dióxido de carbono for tratada simplesmente respirando em um saco de papel, os sintomas desaparecem rapidamente.

Em um estado elevado de ansiedade, as vítimas geralmente percebem e interpretam mal as sensações físicas normais. Um estômago borbulhante pode ser confundido com um sinal de intoxicação alimentar. E se outras pessoas ao seu redor agarram seus estômagos e caem no chão, seu nível de medo pode aumentar, seus joelhos podem ceder e você também pode cair no chão. A força e o poder da dinâmica de grupo tendem a assumir o controle, e as pessoas são absorvidas pelos sintomas da multidão.

A hierarquia social do grupo também pode ocorrer na disseminação dos sintomas.

O QUE É HISTERIA

A histeria é uma psiconeurose na qual a dissociação ou fragmentação da vida mental substitui funcionamento normal.

A histeria pode ser um mecanismo de defesa para evitar emoções dolorosas, transferindo inconscientemente essa angústia para o corpo. Pode haver uma função simbólica para isso, por exemplo, uma vítima de estupro pode desenvolver pernas paralisadas.

Como doença, a histeria tem uma associação de longa data com o feminino. Embora os pacientes do sexo masculino tenham sido, às vezes, identificados e discutidos, isso tem sido visto principalmente como um distúrbio da mulher. Um aspecto fundamental da manifestação da histeria era que ela envolvia o corpo do sofredor, de uma maneira que era mutável e não podia ser atribuída a nenhuma causa tangível.

Sintomas

Alguns dos sintomas clássicos da histeria incluem:

·         Sensação de asfixia;

·         Tosse;

·         Ataques dramáticos;

·         Paralisia dos membros;

·         Desmaios;

·         Perda repentina da incapacidade de falar e ouvir.

Muitos casos que teriam sido rotulados de histeria foram reclassificados por Freud como neuroses de ansiedade.

Atualmente, diferentes manifestações da histeria são reconhecidas em outras condições, como esquizofrenia e ataques de ansiedade.

A psicoterapia geralmente é o tratamento de escolha para o transtorno da personalidade histriônica. Concentra-se em apoiar o paciente e em ajudar a desenvolver as habilidades necessárias para criar relacionamentos significativos com os outros.

Sinais e sintomas de histeria

·         Dor de cabeça;

·         Asfixia;

·         O pescoço e as veias jugulares ficam inchadas;

·         Palpitação;

·         Inconsciência;

·         Batimento cardíaco extremamente rápido;

·         Movimentos violentos;

·         Dentes cerrados.

O que causa histeria em massa?

Em muitos casos, a histeria é desencadeada por um incidente ambiental – como a contaminação do suprimento de água – que faz com que as pessoas literalmente se preocupem com o adoecimento por ficarem doentes, mesmo que sejam perfeitamente saudáveis. Em outros casos, as pessoas que testemunham indivíduos ao seu redor adoecendo involuntariamente fazem com que seus próprios corpos manifestem os mesmos sintomas. E ainda em outros casos, as pressões sociais ou emocionais simplesmente se tornam demais para uma comunidade lidar, levando a uma ansiedade generalizada na forma de problemas neurológicos, como cegueira ou dormência. Todas as três situações são exemplos de distúrbios psicossomáticos, o que significa que o cérebro está deixando o corpo doente – mas os especialistas dizem que não são menos reais ou dolorosos do que qualquer outra doença com raízes fisiológicas.

Tratamento da histeria

O tratamento da histeria em massa varia dependendo da situação, mas pode incluir a separação dos indivíduos envolvidos e, em seguida, abordar os estressores subjacentes de cada pessoa e os sintomas específicos.

A psicoterapia geralmente é o tratamento adequado para o transtorno da personalidade histriônica.

A educação adequada deve ser fornecida e o marido ou esposa, ou pais de um paciente devem ser ensinados a adotar um relacionamento normal.

Exercícios e jogos ao ar livre também são importantes.

Papel dos Órgãos Governamentais e da Mídia no caso da Pandemia do Covid-19

Esclarecer a população sobre o que está acontecendo, a dimensão do problema e as soluções a serem adotadas.

A OMS – Organização Mundial da Saúde, o Ministério da Saúde e as autoridades de saúde têm realizado diariamente coletivas para transmitir informações a imprensa sobre a real situação do país, com notificações de casos novos e os procedimentos adotados, e essa medida está correta, quanto mais esclarecedor e mais informações a comunidade receber ela irá diminuir o grau de ansiedade. Outro fator importante é combater as fake news que surgem a todo instante com notícias falsas sobre o COVID-19, isso cada um pode fazer a sua parte evitando o envio/compartilhamento desenfreado de vídeos e artes sobre o assunto, sem antes checar a fonte da informação para ver a sua veracidade.

Dr. Marcel salienta que “agora não é hora para se desesperar, mas para tomar as devidas medidas orientadas pelo Ministério da Saúde. O momento é de cautela.”

A população também deve adotar:

  • Lavar adequadamente as mãos, esfregando com água e sabão, evitando levá-las aos olhos, nariz e boca.
  • Utilizar álcool em gel com frequência ao longo do dia;
  • Não compartilhar objetos pessoais, como talheres, toalhas, pratos e copos;
  • Não beijar, abraçar e dar as mãos;
  • Manter distância de pelo menos 1 metro de qualquer pessoa com sintomas respiratórios, como tosse e espirros;
  • Evitar aglomerações e frequência a espaços fechados e muito cheios;
  • Manter os ambientes bem ventilados.

Com essas medidas passaremos pela pandemia do Coronavírus e manteremos a nossa saúde física e mental em dia!


 

Artigo – O encontro do passado com o presente pode colapsar o futuro?

Esse questionamento me vem à mente diante do que estamos vivenciando enquanto humanidade nos últimos 4 meses, com a repentina eclosão do novo coronavírus (Covid-19), que tem causado vítimas em todo o mundo.

No mês de março é comemorado o Dia Mundial da Luta contra a Tuberculose (24/3), e quando penso no passado é justamente sobre essa doença que me refiro. A tuberculose é uma doença milenar, com identificação do seu causador, a bactéria Mycobacterium tuberculosis, em ossos humanos do período Neolítico, mas, que ainda hoje, e principalmente no Brasil, continua presente e ativa, causando mais de 70 mil novos casos em nosso País apenas no ano de 2018, com incontáveis óbitos.

A tuberculose continua muito presente, sendo um problema de saúde pública e por ser uma doença negligenciada, devido sua evolução lenta e comportamento progressivo, cem muitas ocasiões, possui o diagnóstico tardio, sem perspectivas terapêuticas positivas nesta fase. A doença ainda é uma das principais causas de morte em pessoas vivendo com HIV – que estão em estágio de AIDS, ou seja, temos um grande problema com o qual ainda não conseguimos lidar completamente.

Ao pensar no Covid-19, é natural imaginar o presente, observando justamente os principais grupos de risco com chance de, além de apresentarem a doença de forma grave, que ela consiga evoluir para o óbito.  Os pacientes com tuberculose pulmonar se tornam uma preocupação por diversos motivos que precisam de atenção.

Não dispomos de dados de análises clínicas que garantam que o paciente portador de tuberculose pulmonar tenha um risco maior caso contraia o novo coronavírus. No entanto, se extrapolarmos para estes pacientes os conhecimentos que já temos a respeito da doença, entendemos sim, que estes pacientes estão em risco, diante do grau de comprometimento pulmonar causado pela tuberculose no momento do diagnóstico.

Seguindo este raciocínio, e em posse de dados que atestem a situação dos pacientes com tuberculose no Brasil, eles em grande parte estão inseridos em um contexto de vulnerabilidade social, bem como portadores de outras comorbidades, como, por exemplo, o HIV. Podemos entender que, diante da acentuada disseminação do coronavírus, é possível que muitos dos pacientes não diagnosticados permaneçam sem o devido diagnóstico e terapêutica adequada, aumentado as chances de contaminação dos seus familiares e pessoas com quem possui convívio social, além de possível óbito causado pela doença.

Os que já possuem diagnóstico de tuberculose, diante da fragilidade social e medidas adotadas para controle do Covid-19, podem perder o seguimento adequado e, por questões diversas, descontinuar o tratamento medicamentoso, contribuindo para recrudescência da fase transmissível da tuberculose. Há ainda, o grupo que não possui diagnóstico, mas mantem atividades sociais, sejam laborais ou recreativas, aumentado a chance de contrair o coronavírus e então evoluir de forma grave pelo comprometimento pulmonar causado pela tuberculose – ainda não elucidada.

Diante deste fato, é de suma importância o fortalecimento dos serviços de referência de seguimento e tratamento de tuberculose, assim como das UBSs (Unidades Básicas de Saúde), para que um planejamento que não desintegre o fluxo seja estabelecido, e desta forma, não permita que o passado, ao se encontrar com o presente, colapse o futuro.

Rafael Malta é Infectologista com atuação pela Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar, no Hospital Estadual de Urgência e Emergência, em Vitória, no Espírito Santo


 

Pediatra conta que não há necessidade de pânico e crianças devem ser informadas corretamente sobre a pandemia

Ele já é um velho conhecido: a família coronavírus foi descoberta na década de 1960 e é sabido que causa infecções respiratórias em seres humanos e animais. Neste ano, uma nova pandemia se iniciou na China com uma mutação desse vírus e causou doenças respiratórias de diferentes intensidades. As leves, parecidas com um resfriado comum, foram tratadas prontamente. As moderadas e graves, que dão origem a pneumonia, levaram algumas pessoas ao óbito.

Em um mundo altamente globalizado, já era esperado que o coronavírus transporia as fronteiras geográficas e se espalharia pelo mundo. No dia 11 de março, a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou pandemia e disse esperar por novos casos em nações que ainda não registraram a doença – batizada de Covid-19 – e novas mortes causadas pela doença.

A notícia trouxe pânico a muita gente. Para acalmar pais e cuidadores, a médica pediatra Dra. Thais Bustamante, da Sociedade Brasileira de Pediatria, conta que os estudos realizados nos últimos três meses já apontavam que a maioria dos casos são de pessoas entre 30 e 79 anos. Somente 0,9% dos registros da doença foram em menores de 9 anos.

“Ainda não está claro porque as crianças são menos afetadas pelo coronavírus, mas sabemos que elas, mesmo assintomáticas, podem transmitir o Covid-19”, diz Dra. Thais. Algumas teorias foram desenvolvidas do porquê a turminha é menos propensa à infecção, como o fato de suas células imunológicas ainda serem imaturas e o contato com outras crianças em creches e escolas favorecer o contato constante com vírus variados, aumentando a resposta do organismo a qualquer contaminação.

“Já sabemos a maneira de transmissão e prevenção da infecção por Covid-19 e isso já é bem importante para evitar a doença. Mesmo as crianças podem ser informadas para poderem se proteger de uma transmissão”, diz a médica.

A pediatra conta que o primeiro passo é desmitificar, não aceitar e nem propagar fake News, pois elas podem desestabilizar e amedrontar as crianças. “Os menores de 7 anos ainda fantasiam muito e podem não conseguir exteriorizar os pensamentos. Se eles só ouvem os adultos falando sobre o coronavírus sem serem envolvidos no diálogo, podem desenvolver um medo tão grande que atrapalha até a prevenção”, ensina a médica.

As crianças com mais de 7 anos conseguem entender melhor a necessidade de prevenção e cabe aos pais, professores e cuidadores conversar e explicar a eles a necessidade de adotarem medidas preventivas, como lavar as mãos, evitar coçar olhos ou nariz antes de higienizar as mãos, cobrir boca e nariz ao tossir e espirrar etc.

“Não é preciso pânico. Ao adotar as indicações de higiene, sairemos dessa pandemia sem grandes prejuízos. Só depende de nós”, conclui a pediatra.


 

Como falar da importância da higiene com as crianças?

Para combater a transmissão do Coronavírus, muitas empresas já adotaram home office por um período de tempo para seus funcionários. Universidades e faculdades cancelaram as aulas por, pelo menos, as próximas duas semanas e, no Rio de Janeiro, as aulas escolares também foram canceladas. Em São Paulo, a Secretaria da Saúde vai manter as aulas das escolas públicas durante a próxima semana para conscientizar pais e alunos e tirar dúvidas sobre a prevenção contra o vírus, mantendo a mesma recomendação para as escolas particulares.

Na sala de aula, o foco maior tem sido ensinar as crianças como se higienizar e se prevenir. “Nesse momento, é importante que os pais reforcem com os filhos e pratiquem com eles a higienização das mãos em casa, mostrando a seriedade da situação e a importância do autocuidado, sem deixar o lúdico de lado. Na PlayKids, por exemplo, temos muitos conteúdos que podem ajudar os pais nesse momento”, explica Fernando Collaço, head de Comunicação e Conteúdo da PlayKids.

Collaço, que também lidera a equipe de curadoria de conteúdos, dá algumas dicas sobre como conversar com seu filho e praticar a higiene preventiva em casa:

Transforme em brincadeira: O assunto é sério, mas as crianças assimilam melhor quando brincam sobre o que estão fazendo. Ensine a lavar as mãos com música, faça desafios, peça para a criança ensinar outras pessoas da família qual a melhor forma de se cuidar. Fazer os pequenos participarem do processo engaja e mostra a importância do que está sendo ensinado.

Transforme em um hábito: Lave as mãos com seu filho e pergunte se ele lavou as mãos com frequência. É por meio da repetição que o hábito acaba se tornando algo natural. Por isso, é importante lavar as mãos com água e sabão e depois passar álcool gel deve ser uma prática da família em diversos momentos. Associar “lavar bem as mãos com água e sabão” com hábitos como chegar em casa, antes das refeições e depois de brincar ou mexer em objetos como tablets, controles remotos, celulares ou brinquedos.

Explique a importância da empatia: é importante evitar o contato das crianças com idosos nesse momento. Além de explicar para seu filho que o vovô e a vovó fazem parte das pessoas mais sensíveis, evite deixar seu filho em contato com pessoas idosas, já que elas estão mais suscetíveis aos efeitos Coronavírus. Vale usar esse momento para conversar sobre empatia.

Empodere seu filho: mostre ao pequeno que o cuidado que ele tem consigo também ajuda todas as pessoas a não ficarem doente. Não é necessário alarmar as crianças, mas sim mostrar que o cuidado e carinho com a própria higiene, principalmente lavando bem as mãos e usando álcool gel, já é uma grande atitude diante de toda a situação. Se há uma criança mais nova em casa, é importante explicar para seu pequeno que ela é ainda mais sensível, por isso é importante lavar bem as mãos, os braços e até trocar de roupa antes de brincar com o irmãozinho e a irmãzinha, chegando da rua. Também é um bom momento para apresentar as palavras que têm sido usadas por todos; lembre-se que a informação é a melhor forma de tranquilizar. Expressões como “pandemia” e “epidemia” podem ser explicadas de forma simples.

Pergunte as dúvidas que seu filho pode ter: provavelmente, seu pequeno teve contato com muita informação sobre o Coronavírus. Deixe o canal de comunicação aberto e pergunte quais as dúvidas dele sobre o assunto: palavras diferentes, mentiras e verdades, como as pessoas na escola, no parque ou no clube estão se comportando. Todas as dúvidas são importantes e devem ser tiradas com tranquilidade e fatos verdadeiros.


 

Rio de Janeiro cria hotsite sobre o novo Coronavírus

A população fluminense ganhou, na segunda-feira (16), mais um canal de comunicação oficial sobre o novo coronavírus (Covid-19) para ajudar no combate às fake news. Criado pelo Governo do Estado, o hotsite, que pode ser acessado pelo endereço rj.gov.br/coronavirus vai oferecer aos leitores informações sobre o enfrentamento à doença em todo o Rio de Janeiro, além de serviços e orientações sobre prevenção e sintomas.

“O nosso compromisso é trabalhar para defender a população dessa doença. Através desse canal a população poderá se informar de todas as medidas que estamos tomando para conter ao máximo a proliferação do vírus. As informações serão atualizadas diariamente. O momento é de conscientização e de união”, afirmou o governador Wilson Witzel.

“Considero uma importante ferramenta para combater a propagação das fake news, que tantos danos podem causar à sociedade. Chamo a atenção para a seção Mitos e Verdades e para todas as ações que o Governo do Estado vem desenvolvendo desde janeiro”, disse o secretário de Saúde, Edmar Santos.

O internauta também poderá tirar dúvidas sobre a Covid-19 e encontrará boletins diários com números da doença, além de materiais informativos para profissionais de saúde e de campanhas de conscientização, que pode ser baixada e compartilhada nas redes sociais. O hotsite foi desenvolvido pela Secretaria de Saúde com o apoio técnico do Proderj.


 

Casos suspeitos de coronavírus devem ter prioridade para exames diagnósticos

Com a declaração de pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e diante do aumento do número de casos de infecção pelo coronavírus (COVID-19) no Brasil, a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) reforça que as empresas do setor associadas à entidade estão fornecendo todo o suporte necessário para o processo diagnóstico conduzido pela comunidade médica e hospitais, de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo Ministério da Saúde.

A Abramed destaca, contudo, que os exames para COVID-19 devem ser realizados a partir de avaliação clínica criteriosa para realização do exame, seguindo a prescrição médica. Essa prática assegura a assistência adequada aos pacientes, bem como uso racional dos recursos diagnósticos disponíveis.

Ainda de acordo com as orientações do Ministério da Saúde, a entidade salienta que os exames laboratoriais para COVID-19 devem ser realizados exclusivamente em hospitais e seus postos avançados, ou em atendimento restrito, reduzindo o risco de disseminação do vírus.

Por fim, a Abramed informa que está em contato constante com a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, contribuindo com as autoridades sanitárias e mantendo-se atualizada sobre novas recomendações acerca da atual pandemia do coronavírus.


 

Associação divulga orientações para minimizar potencial desabastecimento de componentes sanguíneos no Brasil

A situação do Coronavírus (COVID-19) tem causado grande preocupação em toda a população, principalmente após a Organização Mundial da Saúde decretar pandemia mundial.

A Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), cumprindo sua função institucional e preocupada com a queda de doações em função da pandemia de COVID-19, vem a público esclarecer e sugerir ações para minimizar o potencial desabastecimento de componentes sanguíneos no Brasil:

Aos serviços de hemoterapia:

– Providenciar agenda de doações com hora marcada, para evitar aglomerações desnecessárias;

– Informar meios de contato eficientes para dirimir dúvidas e receber sugestões;

– Empenhar em oferecer vacina anti-influenza após a doação;

– Agendar coletas externas em quartéis, indústrias, comércios, com segmentação de horários para evitar aglomerações;

– Colaborar com os hospitais em adiar cirurgias eletivas.

Aos doadores:

– Doar sangue não é risco de contrair COVID-19;

– Se for tomar algum tipo de vacina, doar sangue antes;

– Ligue para o Serviço Hemoterapia e agende sua doação.

A pacientes em tratamento onco-hematológico:

– Manter o seu tratamento oncológico normalmente;

– Evitar contato físico;

– Evitar ambientes fechados e aglomerações;

– Remarcar viagens ao exterior ou para regiões de altos números de casos;

– Restringir visitas hospitalares apenas às imprescindíveis;

– Evitar contato com pessoas que apresentem sintomas gripais;

– Ao apresentar sintomas como febre, coriza, falta de ar e tosse seca, procurar o seu médico o quanto antes.

A ABHH, como entidade médica, compromete-se com todos os seus associados e a população geral, a disponibilizar informações atualizadas sobre o COVID-19.


 

Criminosos usam informações sobre coronavírus em ciberataques pelo mundo

Como já é comum, hackers aproveitam tópicos atuais de grande interesse, como a pandemia de coronavírus (COVID-19), para realizar campanhas de phishing que imitam a identidade de órgãos ou entidades oficiais e, assim, enganar mais vítimas. A ESET, empresa de detecção proativa de ameaças, analisa esse fenômeno que inclui a distribuição de códigos maliciosos e a realização de campanhas fraudulentas que buscam roubar os dados pessoais dos usuários, identificados em países como Itália, Espanha e Colômbia.

No Brasil, o surto de coronavírus deixou milhares de pessoas preocupadas. A disseminação de informações desencontradas sobre quais eram as formas eficientes de higienização das mãos fez com que diferentes veículos de comunicação divulgassem conteúdos com tutoriais de como lavar as mãos, quais as substâncias capazes de matar o vírus e quais os reais sintomas da doença, por exemplo. Isso fez com que a população se sentisse mais segura e alertou sobre informações falsas que, a longo prazo, poderiam ser usadas como uma forma de ataque cibernético.

O Laboratório de Pesquisa da ESET compartilha algumas campanhas recentes que foram reportadas pelas autoridades locais e por organizações internacionais para impedir que usuários caiam nesse tipo de fraude:

– Campanha na Colômbia copia a identidade do Ministério da Saúde: um dos alertas mais recentes foi comunicado pelo Ministério da Saúde da Colômbia que, por meio de sua conta no Twitter, alertou para a existência de uma campanha que circula por e-mail e WhatsApp, substituindo a identidade do Ministério da Saúde, no qual eles enviam um anexo (arquivo PDF) para distribuir um código malicioso que se instala no dispositivo da vítima. O objetivo desta campanha é roubar informações pessoais, assegura a agência de saúde colombiana.

Campanha na Espanha finge ser o Ministério da Saúde: a Guarda Civil da Espanha alertou os usuários em sua conta no Twitter sobre uma campanha que aparentemente circula apenas no WhatsApp, na qual cibercriminosos copiam a identidade do Ministério da Saúde para compartilhar recomendações relacionadas ao vírus. A mensagem inclui uma URL onde máscaras são supostamente vendidas, quando, na realidade, o golpe procura roubar dados pessoais das vítimas.

Aviso da Organização Mundial da Saúde sobre campanhas maliciosas em seu nome: na semana passada, a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um comunicado alertando a existência de campanhas que circulam por e-mail, sites, mensagens de textos, entre outros meios, no qual os cibercriminosos afirmam ser a OMS com o objetivo de roubar dinheiro ou informações pessoais.

Conforme relatado por diferentes mídias, na Itália, uma campanha de spam com essas características circulou por e-mail, na qual os criminosos fingiam ser da OMS com a intenção de instalar o malware TrickBot convencendo as possíveis vítimas a baixar um arquivo do Word anexado, que teve um código malicioso incorporado. Depois que o TrickBot é baixado no computador da vítima, a ameaça coleta informações do dispositivo, rouba dados e credenciais de administrador para procurar mais informações e, eventualmente, baixar outra ameaça. Nesse caso, o assunto do e-mail tem o objetivo de fazer a vítima acreditar que essas são recomendações a serem protegidas contra a disseminação do coronavírus em nome de um médico da OMS.

Japão e uma campanha que distribui o Emotet: no final de janeiro, uma campanha de spam foi detectada no país tentando distribuir o Emotet (uma ameaça cibernética), na qual os operadores atrás dele tentaram convencer as possíveis vítimas de que se tratava de uma notificação oficial com recomendações e medidas preventivas após a chegada do vírus na ilha. Como resultado disso, o CERT do Japão publicou o EmoChek, um dispositivo para detectar a presença da ameaça nos computadores daqueles que acreditam que possam ter sido comprometidos.

Outro país que relatou casos semelhantes foi a Ucrânia. Por lá, a ameaça foi enviada por e-mail, em nome do Centro de Saúde Pública da Ucrânia. Na mensagem, havia um arquivo do Word que também usava documentos do Office para ocultar códigos maliciosos com funcionalidade de backdoor, roubar dados da área de transferência, senhas e realização de capturas de tela.

“Recomendamos que os usuários sejam vigilantes. Se você receber um e-mail ou mensagem que inclua um link ou anexo usando o tema coronavírus, lembre-se de que pode ser uma farsa. É recomendável não baixar ou abrir o arquivo nem o link. A conscientização é um ponto-chave para tomar as medidas necessárias e, assim, proteger o equipamento e as informações contidas nele”, diz Camilo Gutiérrez, chefe do Laboratório de Pesquisa da ESET América Latina.

A ESET possui o portal #quenãoaconteca, com informações úteis para evitar que situações cotidianas afetem a privacidade online.


 

Telemedicina pode se transformar em uma importante ferramenta contra a epidemia mundial

Há meses, o mundo assiste com muita preocupação as notícias sobre o surto de casos de pneumonia causado por um novo coronavírus, identificado pela primeira vez em dezembro de 2019, em Wuhan, província de Hubei, na China. Além de milhares de casos no país de origem, com centenas de mortes, o 2019-nCoV, como foi nomeado o vírus, já foi detectado em diversos outros países, entre eles Taiwan, Tailândia, Japão, Coréia do Sul, França, Canadá e Estados Unidos, deixando o Planeta todo em alerta. No Brasil, já são mais de cem casos confirmados e, aproximadamente, mil casos suspeitos.

Os principais sintomas do novo coronavírus são tosse seca, febre e cansaço. Alguns pacientes também podem sentir dores no corpo, congestionamento nasal, inflamação na garganta ou diarreia, sintomas que podem ser facilmente confundidos com uma gripe comum. Neste cenário, utilizar a telemedicina, termo que engloba a utilização de ferramentas tecnológicas para facilitar o acesso e atendimento à saúde para a população, pode ser uma solução para agilizar a triagem ou esclarecer pequenas dúvidas sobre o coronavírus.

Isso é possível graças ao trabalho da Docway, empresa brasileira de inovação com foco em saúde, que oferece um recurso importante unindo todas facilidades da tecnologia para ajudar no combate e também difundir informações sobre o coronavírus no país. A ideia da empresa é oferecer, em parceria com planos de saúde, teleorientação de forma rápida, reduzindo idas desnecessárias ao Pronto Socorro, e no caso do coronavírus, diminuindo uma possível exposição ao vírus. Afinal, toda a orientação é feita com o paciente no conforto de sua residência.

De acordo com a médica Carolina Pampolha, Head de Operações da Docway, uma das grandes vantagens da teleorientação está na facilidade em conseguir acesso a um médico clínico, no caso dos adultos, ou de um pediatra, no caso das crianças, ainda mais em um momento em que as pessoas estão em busca de informações e orientações sobre a doença. “É possível tirar dúvidas e solicitar orientações durante um atendimento por vídeo, pois um profissional habilitado vai analisar os sintomas e tomar a decisão mais adequada para o problema de saúde enfrentado pelo paciente. Se necessário, ele será encaminhado para o hospital”, explica.

O serviço de teleorientação é realizado pela Docway há mais de um ano e nesse tempo, cerca de 90% dos atendimentos feitos pela empresa não eram casos para expor o paciente aos riscos de um Pronto Socorro, por exemplo. Devido ao potencial de disseminação do coronavírus, a médica destaca a importância do encaminhamento imediato dos pacientes para um hospital nos casos em que eles apresentem febre e tosse ou sintomas respiratórios graves, acrescentado ao fato dele ter viajado para uma das áreas de risco ou ainda, que ele tenha tido contato com quem viajou. “Deve-se dar atenção especial às populações mais vulneráveis com os mesmos sintomas, que são os pacientes imunocomprometidos, com idade avançada, pacientes com comorbidades, como doenças cardíacas e pulmonares, nefropatas, pacientes oncológicos em tratamento e pacientes transplantados”, detalha a especialista.

Outra vantagem do modelo de atendimento proposto pela Docway fica por conta da falta de dependência do horário de funcionamento de clínicas e hospitais. Ou seja, o paciente pode ser atendido e esclarecer todas suas dúvidas sobre o coronavírus no lugar em que estiver. “A Docway acredita que toda e qualquer pessoa com uma necessidade de atendimento médico faça parte desse público que vai se beneficiar com a telemedicina. Existem as exceções, nas quais o paciente precisa ser encaminhado imediatamente para um pronto atendimento, porém, para que haja a certeza dessa necessidade, o atendimento à distância pode dar uma assistência e uma solução quase imediata em casos menos complexos”, completa Carolina Pampolha.

Coronavírus

Os coronavírus humanos comuns, incluindo os tipos 229E, NL63, OC43 e HKU1, geralmente causam doenças leves a moderadas do trato respiratório superior, como o resfriado comum. A disseminação viral de pessoa para pessoa ocorre por meio de gotículas respiratórias produzidas quando uma pessoa infectada tosse ou espirra, semelhante à maneira como outros patógenos respiratórios se espalham. Os sintomas podem incluir coriza, dor de cabeça, tosse, dor de garganta e febre. Os coronavírus humanos podem causar, também, doenças do trato respiratório inferior, como pneumonia ou bronquite. Isso é mais comum em pessoas com doença cardiopulmonar, pessoas com sistema imunológico enfraquecido, bebês e adultos mais velhos.

Os coronavírus formam uma grande família de vírus capazes de causar doenças em pessoas e animais, incluindo camelos, gatos e morcegos. Raramente, os coronavírus de animais podem evoluir e infectar pessoas e, subsequentemente, estabelecer contágio direto entre humanos como aconteceu com outros coronavírus de origem animal, como MERS-CoV (Middle East Respiratory Syndrome Coronavirus) e SARS-CoV (Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavirus). Os coronavírus MERS e SARS são capazes de provocar doenças graves, que podem evoluir para pneumonia e até levar o paciente ao óbito.


 

Coronavírus eleva demanda por médicos virtuais e expande Telemedicina

Em toda o Planeta, cresce a demanda pelo atendimento médico virtual em razão da pandemia de Coronavírus. Na China, as novas tecnologias foram determinantes para conter a evolução. A distâncias quilométricas, milhares de atendimentos eram realizados on-line. Breves consultas eram suficientes para a triagem de casos simples, que exigem descanso e prescrição de medicamentos, daqueles em que era de fato necessário apoio médico-hospitalar.

Taiwan, Tailândia, Japão, Coréia do Sul, França, Canadá e Estados Unidos também recorrem às novas tecnologias em saúde para estancar o avanço do COVID-19. E no Brasil? Estamos prontos para uma intervenção desse nível, o que provavelmente parece que será prudente?

Realidade brasileira

Em nosso País, de forma preocupante, a Telemedicina parece ainda engatinhar. Ao menos no campo regulatório, em que data de 2002 a mais recente normativa do Conselho Federal de Medicina sobre o tema.

O atraso, no tempo e no espaço, explica resultado de recente pesquisa realizada pela Associação Paulista de Medicina, com 2.258 médicos brasileiros, das 55 especialidades, sendo 60,54% de sexo masculino e 39,46% feminino.

Para 43,76% dos entrevistados, a falta de regulamentação é a grande barreira na utilização de ferramentas de comunicação on-line para assistir ao paciente. Outros 32,11% entendem que não existem barreiras e dizem que utilizariam as ferramentas.

64,39% dos médicos querem uma regulamentação que permita a ampliação de serviços e atendimentos à população brasileira, incluindo a teleconsulta (médico direto com o paciente). Já 63,06% utilizariam a Telemedicina como uma ferramenta complementar ao atendimento da clínica/hospital, a partir do momento em que houver uma regulamentação oficial do CFM e com os recursos tecnológicos necessários para segurança e ética da Medicina. 25,16% talvez utilizariam, sem se opor, e apenas 11,78% não utilizariam.

Aliás, 90% dos médicos acreditam que as novas tecnologias digitais, que possuam alto padrão de segurança e ética, podem ajudar a melhorar a assistência em saúde à população.

A pesquisa da APM começou a ser divulgada há uma semana (no dia 10 de março), sendo levada à comunidade médica e agora a todos os órgãos de imprensa. A base de dados utilizada contemplou os médicos associados da APM e de associações médicas parceiras de vários pontos do Brasil. O questionário foi aplicado por meio da ferramenta Survey Monkey.

Dados mostram ainda que 90% dos profissionais também entendem que o sistema público de saúde poderia ser beneficiado com novas ferramentas tecnológicas digitais capazes de diminuir as filas de espera por um atendimento especializado.

Dados a se destacar

As informações mostram que os médicos têm endossado muito mais a interação com os pacientes por meio de tecnologias. 65,19% deles utilizam o WhatsApp (e aplicativos similares) para interagir com o paciente e/ou familiares fora do atendimento na clínica ou no hospital. Outros 16,83% mantêm interação por telefone, enquanto 5,67% optam pelo e-mail. Apenas 11,51% dos pesquisados não utilizam nenhum meio de comunicação fora das consultas.

Desta maneira, somando os porcentuais relativos às formas de diálogo entre médicos e pacientes via aplicativos de mensagens, e-mail ou chamadas de voz por telefone, 88,49% dos participantes acompanham seus pacientes além do atendimento presencial. Para 58,50% dos pesquisados, o uso de ferramentas de comunicação com pacientes é diário, enquanto 24,84% utilizam algumas vezes na semana.

Por outro lado, as horas dispensadas pelos médicos no contato extra consulta (independente da forma) ainda deixam 99% dos profissionais sem saber como seria o estabelecimento de remuneração ou se haverá a consolidação do entendimento de que o custo está embutido na consulta presencial.

Em termos de Telemedicina, a Telerradiologia foi apontada como a forma mais conhecida entre os médicos (76,75%), seguida pela Telecardiologia (45,53%). Entre os diversos tipos de atuação citados, 30,7% dos pesquisados afirmaram que já utilizam alguma forma de Telemedicina.

Ainda de acordo com o levantamento, 60,98% dos médicos utilizam tecnologia em seus consultórios e/ou hospitais para o armazenamento de informações do paciente e 39,02% afirmam não usar nenhum tipo de tecnologia. A ferramenta tecnológica mais usada no cotidiano das clínicas e hospitais ainda é o prontuário eletrônico, com 48,10%; softwares de gestão de consultórios para agendamento de consultas vêm em seguida, com 18,4%; e armazenamento de dados em HD ou nuvem soma 17,5%.


 

Sociedade Brasileira de Cardiologia alerta pacientes portadores de doenças cardiovasculares

A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), diante do anúncio pela Organização Mundial da Saúde de pandemia para o novo coronavírus (Covid-19), comunica a seus associados e à população em geral os riscos associados a essa infecção, sobretudo para enfermos que são acometidos por doenças cardiovasculares.

Segundo a Dra. Ludhmila Abrahão Hajjar, diretora de Ciência, Tecnologia e Inovação da SBC e professora da disciplina de cardiologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), são esses os pacientes que têm maior chance de se contaminar com o novo coronavírus, e que apresentam maiores taxas de mortalidade associadas à doença. De fácil transmissão, o Covid-19 tem letalidade média de 2% a 3,5%. Entretanto, nesses doentes, que representam por volta de 40% da população brasileira, pode atingir taxas de até 10,5%.

Na sequência, apresentam maiores taxas de mortalidade os diabéticos (7,3%), pessoas com doença respiratória crônica (6,3%), hipertensos (6%) e pacientes com câncer (5,6%).

Dentre as complicações cardiovasculares, chama a atenção a elevada incidência de arritmias cardíacas, que podem ocorrer em 15% a 20% dos pacientes. Infartos agudos do miocárdio ocorrem em aproximadamente 8% dos infectados. A miocardite (inflamação aguda do músculo cardíaco) ocorre entre 5% e 10% dos pacientes.

Dados publicados essa semana em periódicos médicos importantes como o New England Journal of Medicine, o Lancet e o JAMA, demonstraram que na China, os pacientes graves pioraram entre o 9º e o 12º dia e que 30% a 50% evoluíram para óbito por complicações cardiovasculares, infecciosas e renais entre o 14º e o 20º dia da infecção.

Dessa forma, a SBC reitera que pacientes cardiopatas devem ser conduzidos de acordo com as atuais diretrizes vigentes, assegurando o melhor tratamento disponível para essas enfermidades crônicas. E, diante da pandemia atual, é fundamental a adoção sistemática de todas as medidas preventivas recomendadas pelo Ministério da Saúde, e a busca precoce por assistência médica em caso de surgimento de sintomas.

Buscando uniformizar as informações a respeito da infecção pelo novo coronavírus, a segurança, e a qualidade no cuidado do paciente e dos profissionais de saúde, a SBC publicou aos médicos associados um documento baseado na melhor evidência disponível até o momento e na opinião dos especialistas. O material tem como objetivo auxiliar o profissional de saúde no manejo dos pacientes, em concomitância ao cumprimento das recomendações do Ministério da Saúde e das secretarias estaduais. Acesse aqui a íntegra do material.

Acesse aqui a íntegra do material.


Casos de Trauma precisavam ser prevenidos para não sobrecarregar hospitais

A Sociedade Brasileira de Atendimento Integrado ao Traumatizado (SBAIT) está fazendo um alerta à população sobre a importância de prevenir os casos de trauma para evitar que hospitais fiquem sobrecarregados com o aumento dos casos de COVID-19 no país. A orientação é para que as pessoas redobrem, principalmente, os cuidados no trânsito, já que este é um dos principais responsáveis pelos casos de trauma, que levam pacientes a precisarem de leitos em enfermarias e UTIs (Unidades de Terapia Intensiva).

“Se considerarmos a progressão geométrica dos casos em outros países, o Brasil deve registrar um aumento considerável do número de pessoas com COVID-19. Uma parte desses pacientes vai precisar de internação hospitalar. Nossa preocupação é otimizar a estrutura hospitalar disponível”, explica do presidente da SBAIT, Tércio de Campos, que também é cirurgião do Trauma. “Como o trauma é uma doença prevenível, as pessoas precisam se conscientizar. Com menos acidentes de trânsito, teremos menos leitos ocupados por pacientes traumatizados e, consequentemente, mais vagas disponíveis para pacientes com COVID-19”, afirma.

De acordo com ele, pelo mesmo motivo, é provável que algumas cirurgias eletivas sejam desmarcadas. “Precisamos ser cautelosos neste momento. Não é o caso de pânico, mas de prudência. Caso haja um aumento significativo de COVID-19, como é esperado, precisamos tirar o máximo de gente possível dos hospitais, por dois motivos: disponibilizar mais leitos para quem estiver contaminado e evitar que outros pacientes tenham contato com o vírus”, comenta.

Entre as recomendações para evitar novos casos de trauma, estão: não usar celular enquanto dirige, não dirigir após consumir bebida alcoólica e respeitar as leis de trânsito. “Cada um precisa fazer a sua parte. É hora de unirmos forças para evitar a propagação do coronavírus no país e também para deixar todos os recursos possíveis disponíveis aos pacientes que apresentarem sintomas mais graves da doença”, reforça.

O presidente da SBAIT disse, ainda, que a rede de Telemedicina está disponível para os profissionais de saúde que precisarem trocar experiência com profissionais de outras regiões. “Nós também temos centenas de profissionais de saúde cadastrados no nosso Plano Nacional de Catástrofes para trabalhar como voluntários. Se for necessário, podemos acioná-los para ajudar no atendimento às vítimas também”, finaliza.


Gripe: por que é tão importante se vacinar todos os anos?

Todos os anos nos deparamos com a tradicional campanha de vacinação contra a gripe. Mas se já nos vacinamos no ano anterior, é necessário vacinar em 2020 também? Segundo a Dra. Bárbara Furtado, gerente médica de vacinas da GSK, sim, a população deve se vacinar anualmente e essa é a forma de prevenção mais efetiva contra a doença.

“Os vírus influenza, causadores da gripe, sofrem muitas mutações de um ano para o outro, e os vírus que circularam ano passado não necessariamente serão os mesmos deste ano. Essas alterações são suficientes para que o sistema imune não reconheça mais aquela cepa viral, deixando a pessoa mais suscetível à doença. Por isso, novas vacinas precisam ser produzidas anualmente e a composição delas é definida pela Organização Mundial de Saúde”, explica Dra. Bárbara.

A gripe é causada, principalmente, por quatro tipos do vírus influenza: duas cepas A (H1N1 e H3N2) e duas linhagens B (Yamagata e Victoria). Para esse ano de 2020, a OMS anunciou que houve modificação em três cepas em relação à vacina do ano passado: nas duas cepas A e uma da linhagem B.

“Há muitos anos não vemos tantas mudanças nas cepas das vacinas. Nesse ano, as vacinas estão com três cepas alteradas e isso reforça ainda mais a importância da vacinação anual, pois a vacina que a população tomou em 2019 não é a mesma deste ano. A vacina tetravalente, disponível na rede privada, terá as três cepas alteradas mais uma cepa da linhagem B, garantindo assim uma proteção mais ampla, em comparação à vacina trivalente”, conta Dra. Bárbara.

A vacina tetravalente contra influenza, a Fluarix Tetra, da GSK, está disponível na rede privada para indivíduos a partir de 6 meses de idade.

Já a vacina trivalente é fornecida gratuitamente pelo Ministério da Saúde nos postos de saúde apenas para a vacinação da população alvo: indivíduos com 60 anos ou mais; adultos entre 55 e 59 anos; crianças de 6 meses a menores de 6 anos de idade; gestantes; mulheres até 45 dias após o parto; profissionais da saúde; professores de escolas públicas e privadas; povos indígenas; pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais; forças de segurança e salvamento; adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas; população privada de liberdade; e funcionários do sistema prisional.

Estudos demonstram que a imunização contra a gripe pode reduzir entre 32% a 45% o número de hospitalizações por pneumonias e de 39% a 75% a mortalidade por gripe.9  “Além disso, é importante frisar que os vírus presentes nas vacinas contra a gripe não estão ativos, isso significa que eles não estão vivos e não conseguem deixar as pessoas doentes”, explica Dr. Bárbara.

Coronavírus x Gripe

Segundo o Ministério da Saúde, no início da doença, não existe diferença quanto aos sinais e sintomas de uma infecção pelo coronavírus em comparação com os demais vírus respiratórios, como o da gripe. “Por isso, é importante ficar atento às áreas de transmissão local, evitar viajar para os países com casos suspeitos e, caso apresentem febre e sintomas respiratórios, devem procurar um atendimento médico”, alerta Dra. Bárbara.

Uma das medidas do Ministério da Saúde contra a doença foi a antecipação da campanha de vacinação da gripe para o dia 23 de março. “Essa decisão visa auxiliar os profissionais de saúde a descartarem os casos graves de influenza na triagem e acelerarem o diagnóstico para o coronavírus. Com isso, é muito importante todas as pessoas se vacinarem”, conta Dra. Bárbara.

Diferença entre Gripe e Resfriado

A gripe (influenza) é uma infecção viral respiratória aguda e altamente contagiosa, sendo mais grave do que um resfriado comum, podendo levar a complicações médicas sérias. A doença pode afetar qualquer pessoa em qualquer idade, sendo facilmente transmitida através da tosse, espirro e contato próximo com uma pessoa ou superfície contaminada. Os sintomas da gripe podem incluir febre alta ou sensação de febre/calafrios, tosse, dor de garganta, nariz entupido, dores musculares ou corporais, dores de cabeça, fadiga (cansaço), sendo uma doença potencialmente fatal.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a ocorrência de casos da influenza pode variar de leve a grave e até levar a óbito. Hospitalizações e óbitos ocorrem principalmente entre os grupos de alto risco – que são crianças menores de 5 anos, gestantes, portadores de doenças crônicas e idosos. Em todo o mundo, estima-se que epidemias anuais resultem em cerca de 3 a 5 milhões de casos de doença grave e cerca de 290 mil a 650 mil óbitos.

Casos no Brasil em 2019

No Brasil, conforme dados do Ministério da Saúde, o número total de casos confirmados de influenza até o início de dezembro de 2019 foi de 5.714, sendo pacientes com uma mediana de idade de 37 anos – faixa etária que normalmente não é contemplada pela vacina oferecida no Programa Nacional de Imunizações (PNI). A região sudeste registrou o maior número de casos de influenza com 40,7% dos registros. Já o número de óbitos notificados foi de 1.109, sendo o estado de São Paulo com o maior número de mortes com 24,6% em relação ao restante do país.

“A gripe é uma doença de fácil transmissão e que pode levar a sérias complicações médicas, por isso é imprescindível a conscientização da população sobre a importância da vacinação todos os anos. As pessoas devem checar se fazem parte dos grupos de risco que podem se vacinar nos postos de saúde. Caso contrário, devem procurar, sempre que possível, as vacinas na rede privada”, alerta a Dra. Bárbara Furtado.

Além da vacinação, outras formas de prevenção contra a gripe incluem lavar as mãos e manter bons hábitos de higiene, como cobrir a boca e o nariz quando for tossir ou espirrar.


 

Coronavírus representa risco maior para doentes crônico

Pessoas portadoras de doenças crônicas, como o diabetes ou hipertensão, correm um risco maior de complicações em caso de infecção pelo novo coronavírus. Mas uma tecnologia implantada em Alagoas para automatizar atendimentos no sistema público de saúde pode ajudar a reduzir os danos.

De acordo com dados do governo da China – onde a pandemia teve início – que foram compilados por especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS), em fevereiro, entre as pessoas infectadas que não possuem comorbidades, a taxa de mortalidade é de 1,4%. Já entre os infectados que já possuíam doença cardiovascular, por exemplo, esse índice aumentou para 13,2%. No caso dos diabéticos, o índice registrado foi de 9,2%. Em hipertensos, foi de 8,4%.

Foram analisados cerca de 55,9 mil casos e mais de 2 mil mortes registrados na China.

Tecnologia pode ajudar a evitar mais casos

Em Penedo, portadores de doenças crônicas têm recebido uma atenção diferenciada que pode ajudar a evitar complicações. Desde 2018, os pacientes crônicos do sistema público de saúde da cidade passaram a ser atendidos por meio de uma plataforma de gestão de atendimentos desenvolvida pela startup PGS Medical.

A plataforma garante a continuidade do tratamento e viabiliza visitas domiciliares nos casos mais complexos. Com isso, os pacientes não apenas tiveram melhora no quadro de saúde, mas também deixaram de ir com tanta frequência às unidades de saúde – a redução no número de visitas foi de 90%.

O diretor da PGS Medical, Wagner Marques, acredita que isso possa ajudar a combater a disseminação do vírus e mortes no Brasil. “Se você vai menos no pronto-socorro, você tem menos chances de ser infectado”, explica Marques. “Além disso, essas pessoas ficam imunologicamente fortalecidas para enfrentar uma eventual infecção”.

Uma das enfermeiras que atuam na equipe da PGS Medical em Penedo é Mey-Ling Nunes. Segundo ela, os cuidados com os pacientes começam na unidade de saúde, onde já foram adotadas as orientações do Ministério da Saúde. “A equipe foi capacitada para receber os casos suspeitos, bem como sobre os devidos encaminhamentos”, conta.

Tanto os pacientes que vão às consultas nas unidades de saúde quanto aqueles que recebem visitas domiciliares da equipe são orientados sobre as melhores práticas para evitar o contágio. “Alguns dos nossos pacientes pertencem a grupos de maior risco. Mas, com suas patologias controladas e uma boa orientação, eles podem resistir”, comemora.

Mais vagas nas unidades

Segundo Wagner Marques, o COVID-19, além de uma superlotação no SUS, pode causar um aumento de gastos e falta de recursos significativo. “Esse grupo representa 4% da população e cerca de 50% dos gastos da saúde. Se as pessoas começarem a ter um quadro de coronavírus, isso pode representar um gasto e uma lotação ainda maior. Não tem UTI para todo mundo”.

Por isso, outra vantagem de uma gestão de atendimentos automatizada no SUS seria “desafogar” as unidades. “Você evita que essas pessoas se contaminem e evita que elas ocupem, por causa das doenças crônicas, os lugares que podem ser usados pelas pessoas com complicações causadas pelo coronavírus”, afirma. “Evitamos visitas às unidades de saúde motivadas pelas doenças crônicas, diminuímos as chances de contágio, e aumentamos a imunidade dessas pessoas, para prevenir possíveis complicações do coronavírus”.


 

Especialistas da Doctoralia esclarecem dúvidas on-line

Nas últimas semanas, o principal assunto no Brasil tem sido o Covid-19. Embora muito já tenha sido falado sobre a doença, as pessoas ainda têm dúvidas relacionadas a condições específicas de saúde. Para ajudar no esclarecimento, a Doctoralia, maior plataforma de agendamento de consultas do mundo, disponibilizou um canal de comunicação gratuito sobre o tema, o Pergunte ao Especialista.

“A Doctoralia está engajada em contribuir com o controle da doença no Brasil e acredita que a informação é a melhor maneira de prevenir o contágio e de evitar a busca indevida por assistência médica presencial, o que em vez de trazer benefícios ao paciente, pode colocar a saúde da pessoa em risco”, explica Cadu Lopes, CEO da Doctoralia.


 

Como a história ensina a lidar com pandemias

O componente de História nas escolas, além de outros benefícios, tem como objetivo ensinar erros cometidos no passado para que a sociedade saiba como evitar que se repitam. Olhando para as grandes pandemias que já assolaram o mundo, uma que se assemelha bastante à atual crise do novo coronavírus (Covid-19) foi a Gripe Espanhola. “Com os primeiros casos aparecendo no primeiro semestre de 1918, a Gripe Espanhola surgiu quando o mundo experimentava a Grande Guerra”, conta o coordenador da assessoria de História, Filosofia e Sociologia do Sistema Positivo de Ensino, Norton Frehse Nicolazzi Junior. “Ela acabou sendo chamada de espanhola, cogita-se, pelo fato da Espanha ser um país neutro na Guerra. Nenhum país naquele momento ia se responsabilizar por disseminar aquele vírus de mortandade tão grande”, explica.

Como o Brasil também participou da guerra, o professor lembra que os primeiros brasileiros infectados foram membros de uma frota brasileira contaminada na costa do mediterrâneo. “Segundo os registros, aproximadamente 1.200 homens estavam nos seis navios da frota brasileira, mil caíram doentes e 156 morreram alguns dias depois”, relata o professor. Mas a chegada do vírus se deu em meados do mês de setembro de 1918, com a vinda, ao Rio de Janeiro, de um navio britânico com aproximadamente 200 tripulantes doentes e outros infectados aparentemente saudáveis. A partir desse momento, esses marinheiros se misturaram com a população e acabaram transmitindo o vírus, causando um contágio em progressão geométrica”, descreve Nicolazzi. A situação ficou tão precária no país que o presidente da República no momento, Rodrigues Alves, morreu em 1919, em decorrência da pandemia.

Aprendizados e lições

O especialista conta que as medidas de fechamento de fronteira e isolamento são lições aprendidas com a Gripe Espanhola e, anteriormente, com a Peste Bubônica. “Esse isolamento se mostra necessário se pensarmos na analogia histórica. No caso da Gripe Espanhola, a fronteira aberta permitiu que o vírus chegasse e rapidamente se espalhasse por diversas capitais brasileiras”, relata Nicolazzi. “No espaço de um mês, em capitais mais afastadas do litoral, tínhamos cerca de 20 óbitos por dia. Se houvesse um fechamento de fronteiras e isolamento, esse número certamente seria menor”.

Outro aprendizado é o fato de que uma pandemia não faz distinção entre credo, raça ou classe social. “O alcance do vírus ao presidente, com o fato do Rio de Janeiro ser a capital federal naquela época, nos levar a concluir que realmente não havia ninguém imune. A peste também mostrou isso na Europa, dos mais pobres ao grandes lordes, todos estavam sujeitos a serem infectados pelo vírus. Só o fato do presidente estar morando e convivendo no Rio de Janeiro fez com que ele estivesse suscetível ao contágio, como de fato aconteceu”, evidencia o professor.

Globalização e desinformação 

“Ainda não temos condições de mensurar ou comparar a atual epidemia com as anteriores, mas essa expansão, da maneira como ela ocorre, é fruto do próprio processo de progresso técnico, de progresso econômico e da ideia de uma globalização de trânsito”, diz Nicolazzi. “As pessoas em trânsito favoreceram a disseminação da Peste no final do período medieval e a disseminação da Gripe Espanhola no início do século XX, com navios circulando o mundo inteiro em função da guerra. Isso tudo favoreceu muito a propagação das doenças, assim como hoje o vírus facilmente acessa o mundo todo”.

Quanto à desinformação notada nos dias atuais, o professor conta que décadas atrás era muito pior. “As principais potências envolvidas na guerra esconderam os casos de Gripe Espanhola para não transmitir fraqueza durante o confronto. As pessoas achavam que não seriam contaminadas até o momento em que elas começam a ver os seus próximos adoecerem e morrerem em questões de poucos dias”, expõe.

“As pessoas, de certa forma, buscam um conforto numa informação. Então, a não aceitação da gravidade do problema no primeiro momento faz parte da própria dinâmica das pessoas de tentarem de alguma forma se protegerem. Em 1918, eles acabavam acreditando em qualquer coisa. O povo depositava suas esperanças em purgantes preparados à base de alfazema, de limão, cebola, vinho do Porto, cachaça, enfim, qualquer coisa que pudesse lhes dar um certo conforto. No Rio de Janeiro, tinha até distribuição de canja de galinha como a salvação contra a Gripe Espanhola. E nada disso, obviamente, surtiu efeito”, esclarece Nicolazzi.


 

UNICEF divulga 8 dicas para falar com as crianças sobre o novo coronavírus

Em meio ao aumento dos casos de Covid-19 no Brasil – e a grande repercussão da epidemia no País -, muitas famílias têm se perguntado como falar sobre o tema com as crianças. Para orientar pais, mães e responsáveis, o UNICEF preparou oito dicas simples, voltadas a informar, confortar e proteger meninas e meninos.

Embora crianças não sejam a população mais afetada pelo coronavírus, elas podem estar particularmente mais vulneráveis a sentimento de ansiedade, estresse e tristeza. É possível que elas achem difícil entender o que estão vendo online ou na televisão – ou ouvindo de outras pessoas. “Por isso, ter uma conversa aberta e cuidadosa com as crianças pode ajudá-las a entender, lidar e até dar uma contribuição positiva para os outros”, defende Florence Bauer, representante do UNICEF no Brasil.

As oito dicas estão disponíveis em detalhes no site do UNICEF e estão listadas a seguir:

  1. Faça perguntas abertamente e ouça a criança
  2. Seja honesto(a): explique a verdade de uma forma que a criança entenda
  3. Mostre à criança como proteger ela mesma e seus amigos
  4. Ofereça segurança
  5. Verifique se elas estão sendo estigmatizadas ou espalhando estigmas
  6. Procure quem pode ajudar
  7. Cuide de você
  8. Encerre as conversas com cuidado

Além de conversar com as crianças, o UNICEF recomenda que sejam adotadas medidas para garantir o direito de aprender, seja tornando as escolas ambientes mais seguros, seja oferecendo alternativas, caso as escolas sejam fechadas.

Todas essas medidas são essenciais para mitigar os impactos da pandemia de coronavírus na vida de crianças em todo o mundo.


 

Estados e Municípios recebem recomendação sobre atendimento a pessoas em situação de rua

O Grupo de Trabalho em Prol das Pessoas em Situação de Rua (GT Rua), da Defensoria Pública da União (DPU), enviou recomendação aos Estados e Municípios de todo o país, nessa terça-feira (17), visando a preservar os direitos das pessoas em situação de rua durante a pandemia de Covid-19 (coronavírus).

Dentre as recomendações, estão: garantia de funcionamento dos equipamentos e serviços que atendam à população em situação de rua; disponibilização de álcool gel, máscaras faciais de proteção descartáveis e material informativo sobre a Covid-19 nos equipamentos e serviços que atendam à população em situação de rua; e destinação de espaço específico, nesses locais, para as pessoas que se enquadram em grupo de risco da Covid-19 (idosos, gestantes e pessoas com doenças crônicas, entre outros).

“No atual cenário, é imprescindível que a higiene seja uma prioridade individual e coletiva, como bem vem frisando o Ministério da Saúde. Surge, então, uma necessidade ainda maior de que se assegure aos cidadãos em situação de rua o necessário para que possam proceder sua higienização e ter seu direito à saúde garantido”, diz o documento.

A recomendação também pede que espaços públicos educacionais e esportivos cuja utilização esteja suspensa e contenham equipamentos de higiene (vestiários/banheiros) sejam disponibilizados para acomodar pessoas em situação de rua, e que não aconteça uma política indiscriminada de internação compulsória dessa população.

Leia a íntegra da Recomendação


Unimed-Rio lança hotsite de orientação sobre coronavírus

A Unimed-Rio lança nesta terça-feira (17) um hotsite especial sobre coronavírus, com orientações e conteúdo multimídia para esclarecer as principais dúvidas da população. O site, que é acessível tanto por desktop como por celulares, apresenta conteúdo autoral da cooperativa, mas também reúne informações de diversas outras fontes confiáveis.

Acesse coronavirus.unimedrio.com.br e fique atento às atualizações diárias.


 

“Paciente com câncer deve redobrar cuidados para evitar o coronavírus”, alerta médico pesquisador da Unifesp

A rápida expansão do coronavírus precisa da atenção de toda a população. “Os pacientes com câncer devem redobrar os cuidados para evitar contrair a doença”, alerta Ramon Andrade de Mello, médico oncologista, professor da disciplina de oncologia clínica da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e da Escola de Medicina da Universidade do Algarve (Portugal).

O especialista explica que, por conta do tratamento, essas pessoas estão fragilizadas e devem aumentar os cuidados com higiene, como lavar as mãos, e evitar locais de aglomeração. “A quimioterapia reduz as defesas naturais do organismo. Por isso, os pacientes em tratamento precisam evitar o coronavírus como forma de não ter complicações”, explica o médico oncologista.

O professor da disciplina de oncologia clínica da Unifesp orienta ainda que, em caso de qualquer suspeita, os pacientes procurem imediatamente um médico. “Quanto mais cedo a doença for diagnostica, teremos melhores condições de tratamento. A situação é de extrema atenção, tanto das autoridades médicas quanto da população”, ressalta Ramon de Mello.


Artigo – Coronavírus: o impacto na saúde mental e emocional

Com os casos de coronavírus (COVID-19) crescendo rapidamente, o clima geral é de medo. E é natural esse sentimento, pois como a cura para a doença ainda está sendo pesquisada, o desconforto e insegurança aumentam de forma veloz. Porém, é extremamente necessário manter a calma, para não gerar ansiedade ou crise de pânico, pois se cada um fizer a sua parte, vamos passar por essa crise com as menores consequências possíveis.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) está instruindo a população em parceria com a mídia, com informações detalhadas e o passo a passo que todos devem fazer para se proteger e não disseminar o vírus. Então, diante deste trabalho alinhado, as pessoas podem seguir as orientações e aproveitar a ocasião (por mais preocupante que seja), de uma forma mais leve, dando ênfase para o lado positivo.

Sugiro aproveitar a quarentena para se redescobrir fazendo coisas novas, descobrindo talentos adormecidos, como cozinhar, costurar e até mesmo resgatar as brincadeiras de infância com os filhos, sobrinhos e netos. Aproveitar o tempo livre para assistir um filme, aprender algo novo ou absorver informações novas.

E a dica principal é usar o bom senso e evitar o pânico, pois sobrecarregar sem necessidade os hospitais, acaba prejudicando os atendimentos de emergência. Precisamos entender que o mundo está se adaptando a essa situação e o melhor é agir de forma preventiva.

Mesmo sabendo que os que fazem parte dos grupos que estão mais suscetíveis a pegar o Covid-19 são os idosos e as pessoas com a saúde debilitada, a população como um todo se sente ameaçada e amedrontada. São milhares de informações a todo o momento, sem contar as notícias falsas e tendenciosas que acabam se espalhando. É inevitável surgir um misto de insegurança e uma grande necessidade de autoproteção.

Imagine que em uma escala de valores, a crise de pânico começa com a falta de conhecimento, pois a pessoa vive em um estado de tensão que ela não controla. A partir do momento que essa ansiedade se exacerba entra uma sensação de medo, impotência, desanimo e finalmente a sensação de pânico, onde ela acredita que não tem mais saída, que não tem mais opções.

Precisamos aumentar o nosso nível de tolerância para aguentar a pressão, as cobranças e a agressão que essa situação está provocando na população como um todo.

Para as pessoas que já sofrem de algum problema emocional ou para quem é mais sensível em relação a momentos de crise, sugiro processos terapêuticos que possam contribuir para melhorar o bem-estar e a tranquilidade, a fim de superar esse momento mais tenso.

É necessário um cuidado alimentar mais criterioso, priorizando alimentos saudáveis. Também é importante investir na higiene mental, é válido estar atualizado sobre as notícias, mas buscar um equilíbrio para relaxar, como ler um bom livro ou fazer algo que dê prazer.

De uma forma geral, as pessoas são resistentes a tomar medicamentos, com medo da dependência que eles podem causar, mas é importante que entendam que o fármaco, se ministrado de maneira adequada, assim como retirado de forma correta, fará com que os episódios de ansiedade sejam enfrentados com mais equilíbrio pelo paciente e não os causará uma sensação de necessidade.

Reforço que a população não deve ficar com medo de remédios para depressão ou pânico, pois o especialista cuidará do equilíbrio e da dosagem certa para que o remédio cumpra o efeito desejado.

E, para finalizar, intensifico as dicas para aproveitar esse período para fazer coisas prazerosas. Ficar em casa pode ser um bom momento para organizar os armários ou colocar os exercícios em dias, mas também para organizar a mente, passar um tempo com a família e dar aquela respirada que tanto pedimos nos momentos de caos que a nossa rotina proporciona.

Dr. Leonard F. Verea é médico, formado pela Faculdade de Medicina e Cirurgia de Milão, Itália. Atua no Brasil como Psiquiatra desde 1985. Possui especialidade em Psicossomática e Hipnose Clínica e atua como Médico do Trabalho


 

Startup Laura lança plataforma de PA digital para ajudar na previsão de demanda de pacientes com suspeita de COVID-19

Desde o anúncio do estado de pandemia declarado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), devido à rápida proliferação do novo Coronavírus, a startup de inteligência artificial LAURA vem trabalhando no desenvolvimento de uma solução para ajudar os hospitais na triagem e previsão da demanda de atendimento de pacientes com suspeita de COVID-19.

A partir do dia 30 de março, entra em operação a plataforma LAURA PA Digital, que oferecerá uma triagem inicial online para orientar a ida do paciente ao hospital em caso de necessidade, segundo os parâmetros da própria OMS e do Ministério da Saúde, além de tirar as principais dúvidas da população. Com os dados da Triagem Virtual, os Pronto-Atendimentos terão acesso a uma plataforma digital que permitirá a previsão de demanda por COVID-19, isto é, quantos e quais pacientes já estão a caminho para o atendimento e se há sinais de gravidade relatados.

Como forma de contribuir com a otimização dos recursos de saúde e auxiliar os hospitais a não ficarem sobrecarregados neste momento de crise, o uso da ferramenta será liberado gratuitamente para os hospitais públicos de referência para atendimento de Coronavírus nas capitais brasileiras mais afetadas pelo vírus. A iniciativa tem o apoio do Instituto Laura Fressatto. Paralelamente, a startup está em busca de recursos para disponibilizar a plataforma para mais instituições do país.

“Essa solução terá um impacto muito relevante para evitar que os Pronto-Atendimentos fiquem saturados e que sejam foco de contaminação. Precisamos agora promover a tranquilização das pessoas e usar a inteligência na gestão dos recursos de saúde disponíveis”, afirma Cristian Rocha, CEO da Laura.

Já o infectologista e diretor médico da Laura, Hugo Morales, lembra que os índices de mortalidade pelo Coronavírus foram muito maiores nos países onde o sistema de saúde entrou em colapso, a exemplo da Itália. Ele explica ainda que a triagem virtual não substitui a avaliação médica: “O PA Digital traz eficiência para o cuidado de pacientes com suspeita de COVID-19 de modo global, nos âmbitos individual e de gestão de saúde”. Outra vantagem é a previsão da demanda de testes que serão necessários para atender os casos suspeitos.

Tecnologia para salvar vidas

O Robô Laura é uma tecnologia implantada em instituições de saúde para identificação precoce dos riscos de deterioração clínica. Por meio de inteligência artificial e tecnologia cognitiva, faz o gerenciamento de dados da rotina hospitalar e emite alertas para a equipe assistencial, o que melhora a capacidade preditiva, com previsões mais estáveis. Ativa desde 2016, o Robô já analisou cerca de 2,5 milhões de atendimentos e reduziu em 25% a taxa de mortalidade hospitalar. Além de ajudar a salvar 12 vidas por dia, é um instrumento para otimização de tempo e recursos em saúde.


 

Pacientes com câncer são grupo de risco para o coronavírus?

A pandemia relacionada ao coronavírus (COVID-19) vem causando grande preocupação em função da rápida disseminação da infecção e da gravidade observada, especialmente entre pessoas com saúde fragilizada pela idade avançada ou por ter outras doenças, como o câncer.

“Pacientes oncológicos costumam ter uma queda na imunidade após uma cirurgia ou, ainda, por conta de tratamentos, como quimioterapia, cortisona, transfusões de sangue e radioterapia. Por isso, ficam mais vulneráveis no caso de uma infecção pelo coronavírus e podem ter uma evolução mais agressiva da doente”, explica a Dra. Clarissa Mathias, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC).

Entre os pacientes oncológicos, há risco maior para aqueles com cânceres no sangue (como leucemias, linfomas e mieloma múltiplo), que passaram por transplante de medula óssea ou que estão em tratamento com quimioterapia. Porém, adotando as medidas preventivas, reduzimos bastante os riscos associados à pandemia.

“O momento é de atenção e de nos unirmos aos esforços preventivos de tantas outras instituições no Brasil e no mundo para conter o avanço do coronavírus e suas potenciais complicações ao sistema de saúde. A SBOC reforça seu compromisso em apoiar pacientes e oncologistas, estimulando os melhores cuidados possíveis nesse momento sensível e evitando interrupções no tratamento”, afirma a Dra. Clarissa.

Diante do crescimento exponencial dos casos de COVID-19 na população brasileira e com base nas informações disponibilizadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo Ministério da Saúde e pela comunidade científica, a SBOC reuniu medidas preventivas para apoiar pacientes e oncologistas:

Aos pacientes com câncer:

  • Não interromper seus tratamentos oncológicos;
  • Evitar contato físico, como cumprimentar com beijos e abraços;
  • Evitar contato com qualquer pessoa que tenha sintomas gripais, que esteja em investigação para possível infecção pelo COVID-19 ou que estejam chegando do exterior, com ou sem sintomas gripais;
  • Caso apresente sintomas como, febre, coriza, tosse seca, falta de ar, contate seu médico;
  • Permaneça somente o tempo necessário em ambiente hospitalar e evite contato físico direto, mesmo com o seu médico e a equipe de saúde;
  • Pacientes que vão a um centro de tratamento oncológico devem ir acompanhados de apenas uma pessoa, e este acompanhante não pode apresentar nenhum sintoma de gripe;
  • Visitas hospitalares devem se restringir àquelas estritamente necessárias.

A familiares e população de forma geral:

  • Manter a higiene das mãos, lavando-as com sabonete por pelo menos 40-60 segundos ou higienizando-as com álcool em gel 70% por 20-30 segundos, diversas vezes ao dia;
  • Cobrir com o antebraço o nariz e boca ao tossir ou espirrar;
  • Evitar ambientes fechados, como academias e shopping centers, e principalmente aglomerações. Eventos com grande público estão sendo cancelados e desencorajados em todo o mundo;
  • Só tem indicação de realizar o exame para diagnostico de COVID-19, neste momento, quem apresentar sintomas suspeitos, tiver entrado em contato com caso suspeito ou confirmado e tiver sintomas e histórico de viagem ao exterior nos últimos 14 dias;
  • Parentes ou pessoas próximas de pacientes com câncer devem evitar contato com eles caso apresentem qualquer sintoma suspeito de gripe ou contato com terceiros que tenham sintomas ou infecção confirmada.

Medidas adotadas sem orientação médica, como uso indiscriminado de vitaminas C e D, e outras modalidades não comprovadas, além de ineficazes, podem trazer risco severo à saúde. “É preciso passar por esse período crítico com atenção às evidências científicas e respeito às orientações das sociedades médicas e dos profissionais de saúde”, reforça a Dra. Clarissa.

O site da SBOC está atualizado frequentemente com as principais informações sobre o coronavírus, acesse: sboc.org.br


 

Artigo – O Coronavírus chegou ao Brasil, e agora?

É compreensível que muito do que é apresentado na mídia sobre o coronavírus (Covid-19), de fato, merece nossa atenção. Porém, é preciso informar também que, mesmo falando de números tão altos de pessoas infectadas, não há motivo para alarmismos. Os números altíssimos de infectados, considerando todos os países, correspondem a mais de 180 mil casos e 7400 mortes até o momento que este texto está sendo escrito, por isso precisamos tomar os devidos cuidados.  Observando essas informações, é preciso explicar algumas coisas.

A imensa maioria dos indivíduos que fazem parte desses mais de 180 mil casos estão bem de saúde. Afinal, eles já estão curados e seguindo com o curso normal de suas vidas. Eles ficaram “gripados” e há alguns poucos casos confirmados de pessoas assintomáticas, ou seja, que estiveram com o coronavírus e nem ficaram gripadas.

O número de mortes é muito baixo quando analisado o número de pessoas infectadas. Logo, temos a confirmação de que este vírus tem um baixo índice de letalidade quando comparado a outros.

Por ser uma nova cepa (uma variante dos outros coronavírus que existem) ninguém possui imunidade contra ele, daí a razão de um grande número de pessoas que vão ser infectadas e apresentar um quadro de gripe com os sintomas conhecidos: tosse, coriza, dor de garganta, dor de cabeça e febre durante alguns poucos dias. Lembrando que nem todos vão apresentar todos os sintomas.

O perigo é se a pessoa que foi infectada está dentro do que chamamos grupo de risco. Esse grupo corresponde aos indivíduos com idade a partir de 65 anos e aqueles com idade diferente que apresentem alguma destas condições que debilitem o indivíduo: imunossuprimidos (que apresentem alguma condição que baixe sua imunidade, como quimioterapia por exemplo), asmáticos, pessoas com bronquite, diabetes e hipertensão. Pessoas desse grupo possuem maiores chances de desenvolver a forma mais grave dessa gripe por coronavírus.

Crianças não fazem parte do grupo de risco e esse dado recentemente confirmado pelo CDC (Centro de Controle de Doenças, na sigla em inglês) dos Estados Unidos traz um pequeno alívio em período de preocupações, porém é importante informar que elas transmitem o vírus, por isso, deixá-las com seus avós causa preocupação. Elas podem até não apresentar sintomas e transmitir o vírus para os mais velhos. Escolas estão participando do trabalho de contenção paralisando suas aulas justamente por isso.

O mais importante neste momento é acompanhar os casos que estão sendo confirmados no Brasil e cuidar dos indivíduos do grupo de risco. Não há vacina específica para coronavírus e as vacinas que existem para os outros vírus não funcionam para este. Porém, devemos responder ao chamado da vacinação pois vai prevenir contra doenças muito mais graves, como sarampo, H1N1 e H3N2. Não há remédios específicos contra o Covid-19, o tratamento é direcionado contra os sinais clínicos. Não há fórmulas milagrosas e nada que grupos secretos estão escondendo. A melhor arma neste momento é a correta informação, boas práticas de higiene, convívio e principalmente, usar as redes sociais para divulgar as informações oficiais dadas pelo Ministério da Saúde. Pior que o coronavírus é apenas o “fakevírus”, que se espalha rápido disseminando terror pelos celulares de indivíduos que não se preocupam com a saúde da população.

Prof. Dr. Benisio Ferreira da Silva Filho é Coordenador do Curso de Biomedicina do Centro Universitário Internacional Uninter

Prof. Dra. Ivana Maria Saes Busato é Coordenadora do Cursos de Gestão de Saúde Pública e Gestão Hospitalar do Centro Universitário Internacional Uninter


 

Artigo – Luvas de procedimento: São necessárias?

As luvas de procedimento também já estão em falta na maioria das farmácias do país. Agora, será que elas oferecem alguma proteção ao cidadão comum com relação ao covid-19?

Não, não se recomenda o uso de luvas para sair às ruas ou para pessoas que pertencem a serviços essenciais (exceto profissionais de saúde e por outros motivos) para se proteger do vírus.

Além de dar a falsa sensação de proteção a quem está usando, o plástico das luvas retém o vírus por mais tempo que a pele. O vírus não irá penetrar a sua pele então não há necessidade das luvas neste sentido. Ele contamina você quando entra em contato com as suas mucosas (olhos, nariz e boca). Com luva ou sem luva o mais importante é não colocar as mãos na boca, no nariz ou nos olhos.

Quem está de luvas não costuma lavar as mãos ou higienizá-las com álcool durante o uso pode até aumentar a probabilidade de contágio.

O que protege mesmo é o isolamento. E caso precise sair por alguma razão essencial lave as mãos sempre que ou as higienize com álcool gel ou álcool 70%.

Bianca Gastaldi é graduada em Medicina pela Universidade Federal de Santa Catarina, Especialista em Dermatologia pela Associação Médica Brasileira e pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, Membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Sócia Efetiva da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD), Membro da American Academy of Dermatology (AAD) e Membro da Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia (SBLMC)


 

Coronavírus: por que devemos ficar em casa?

Diante de tantas incertezas quanto ao Coronavírus (Covid-19), é preciso que a população mantenha a calma e se informe sobre a melhor maneira de se prevenir contra o vírus.

O Covid-19, é uma doença respiratória causada por um vírus (o SARS-COV-2), e seu quadro pode variar de intensidade, em geral sendo muito semelhante a uma gripe. Alguns casos podem ser mais graves, como em idosos e em pessoas com doenças crônicas. Nessas situaçōes, pode ocorrer síndrome respiratória aguda grave (em que há uma grande dificuldade para respirar) e complicações. Em casos extremos, pode levar a óbito.

No Brasil, o vírus já está circulando por meio de transmissão comunitária, ou seja, quando não se sabe a origem da contaminação e, por isso, o isolamento social é a melhor maneira de prevenir a disseminação do mesmo.

A neurocirurgiã Danielle de Lara, explica que para reduzir os riscos de contrair ou transmitir o vírus, as pessoas devem seguir algumas dicas de prevenção, entre elas, o isolamento social. “Neste momento é de extrema importância que as pessoas entendam que não devem apenas se proteger, mas sim, proteger as pessoas com maior vulnerabilidade, como os idosos”, explica. “Ficando em casa conseguimos diminuir a propagação do vírus e, consequentemente, os impactos dessa doença sobre todos.”

Dentre as ações de prevenção estão:

– Isolamento social – ou seja, sair de casa apenas em casos inevitáveis;

– Caso precise sair de casa –  ao retornar, deixar os sapatos do lado de fora, trocar de roupas e tomar um banho;

– Lavar as mãos – as mãos devem ser lavadas frequentemente com água e sabão por, no mínimo, 20 segundos;

– Evitar tocar no rosto – o vírus é transmitido por meio de gotículas de pessoas contaminadas, ou seja, pode ser contraído por meio da boca, olhos e nariz;

– Higiene ao tossir ou espirrar – quando for tossir ou espirrar deve-se tampar com um lenço de papel ou cobrir com o antebraço. Descartar o papel e lavar as mãos e antebraços imediatamente;

– Limpeza – os objetos e superfícies devem ser limpos com frequência com álcool ou desinfetante;

– Evitar hospitais – pessoas com sintomas gripais leves (tosse, espirro, coriza, dor de cabeça) devem tomar analgésicos e permanecer em casa, isolados. Dessa forma, evita-se contaminar outras pessoas e até mesmo se contaminar com doentes mais graves que precisam de atendimento hospitalar.

“Pequenos hábitos podem fazer a diferença para a contenção deste vírus, é preciso que todas as pessoas fiquem atentas e sigam as medidas de prevenção”, finaliza a especialista.


 

ÉTICA E COVID-19

“Como humanos, nós gostamos de pensar que estamos no comando de nosso próprio espaço no Universo. Volta e meia, alguma entidade microscópica nos faz lembrar que não estamos”. Com essa frase de Neil de Grasse Tyson, astrofísico americano, temos um pensamento inicial para reconhecer nossa humildade diante da fascinante dinâmica de nosso planeta, com as maravilhas e os reveses biológicos da natureza.

O Covid-19 está aí, e muito se tem abordado sobre o assunto. O vírus é uma realidade e devemos nos unir em torno dos cuidados e das precauções para evitar sua propagação e combatê-lo. Temos certeza de que sairemos vitoriosos.

Vários profissionais estão trabalhando, incansavelmente, para conhecer melhor o vírus, para confeccionar medicamentos que o vençam, para tratar doentes, para manter a segurança da população, para manter os estoques em mercados, para transportar itens vitais, para decretar leis emergenciais e para instruir e orientar a população.

Com o avanço da tecnologia de comunicação, a informação circula em extrema velocidade. Nem sempre verídica. Nem sempre precisa.

É nosso papel, como cidadãos, não deixar que notícias falsas circulem. Precisamos investigar as fontes, verificar o conteúdo e conferir a credibilidade dos emissores das informações.

Os últimos dias têm mostrado o que as Fake News podem causar: medo, histeria, egoísmo, agressividade, desespero. Exatamente o contrário do que precisamos nesse momento.

Invocamos a ética e o bom senso, para que a sociedade possa se unir em torno da verdade. Se formos divulgar conteúdo aos nossos amigos e familiares, que seja de fontes confiáveis e responsáveis.

Dessa forma, o Instituto Ética Saúde selecionou uma lista de entidades de notório saber, de vários setores especializados da saúde, que contribuem com orientações e esclarecimentos confiáveis sobre o COVID-19, e as ações a serem tomadas para nossa proteção.

MINISTÉRIO DA SAÚDE – saude.gov.br

ANVISA – portal.anvisa.gov.br – Agencia Nacional de Vigilância Sanitária

CFM – portal.cfm.org.br – Conselho Federal de Medicina

COFEN – cofen.gov.br – Conselho Federal de Enfermagem

IDEC – idec.org.br – Defesa do Consumidor

ABIMED – abimed.org.br – Associação da Indústria Multinacional de Material Médico

ABIMO – abimo.org.br – Associação da Indústria Brasileira de Material Médico

ABRAIDI – abraidi.com.br – Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Produtos para Saúde

ABRAMED – abramed.org.br – Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica

ABRAMGE – abramge.com.br – Associação dos Planos de Saúde Privados

AMB – amb.org.br – Associação Médica Brasileira

ANAHP – anahp.com.br – Associação Nacional dos Hospitais Privados

CBDL – cbdl.org.br – Câmara de Diagnóstico Laboratorial

INTERFARMA – interfarma.org.br – Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa

FEHOSP – fehosp.com.br – Federação das Santas Casas de São Paulo

SOBECC – sobecc.org.br – Sociedade de Enfermagem e Centro Cirúrgico


 

Como controlar a ansiedade em tempos de coronavírus?

De repente a vida mudou e a liberdade de ir e vir foi interrompida abruptamente. E a pandemia de coronavírus, que assusta o mundo, trouxe também um surto de ansiedade. Segundo o psiquiatra Leonard Verea, especializado em doenças psicossomáticas, hipnose dinâmica e medicina do trabalho, a sensação de medo e impotência frente a algo desconhecido é o gatilho para grandes crises de ansiedade.

“Efetivamente, na escala de valores, a falta de informação gera uma sensação de insegurança, que por sua vez causará a tensão e, por fim, a ansiedade está instaurada. Toda essa angústia é o medo por não saber lidar com a situação inusitada que se apresenta”, explica o psiquiatra.

O grande desafio da humanidade em tempos de coronavírus será o autocontrole. Segundo Leonard Verea, a calma, o bom senso e a resiliência são os grandes aliados para enfrentar de forma mais positiva a situação atual. “Esse é um momento inédito na história da humanidade. Para que o sistema de saúde possa atender todas as pessoas doentes, precisamos controlar a propagação do vírus e, para isso, é importante seguir regras. Uma delas é o isolamento. As autoridades estão em busca do controle da propagação e, por isso, devemos nos comprometer em colaborar. Esse é um ato de respeito e humanidade”, enfatiza.

O isolamento social proposto, o fechamento de comércios, espaços de cultura e lazer, parques, restaurantes e a restrição de circulação nas ruas das cidades são medidas para evitar a aglomeração de pessoas e conter a propagação desenfreada do vírus. “As regras são preventivas e de proteção para a manutenção da saúde pública. No entanto, a ansiedade causada pelas medidas poderá levar alguns a sentirem pânico. O governo orienta para condutas que farão com que as pessoas aprendam ‘na marra’ a controlar a própria ansiedade porque não há alternativa. Pânico e histeria não levarão a nada nesse momento e apenas poderão piorar a situação”, sinaliza Verea.

Para controlar a ansiedade e não transformá-la em pânico, o médico orienta para algumas atividades e comportamentos que podem ajudar. “Ficar em casa deve ser encarado como uma ação positiva no controle da doença, uma contribuição para que o vírus não se propague de forma desenfreada e o sistema de saúde tenha condições de atender as pessoas doentes e em estados mais graves. Sinta-se bem com isso! Sinta-se partícipe de algo bom! Aproveite de forma saudável o isolamento. Estude, leia um livro, faça exercícios físicos. Pratique o autoconhecimento, exercite o questionamento de sua existência. Converse mais com o seu parceiro de vida. Se conhecer bem é uma arma extremamente eficaz contra a ansiedade. Use o que tiver em casa para ocupar o tempo de forma positiva”, orienta o médico.

Os noticiários são essenciais para manter a população informada. Além disso, as novas regras de conduta e comportamento orientadas pelas autoridades de todas as cidades chegam pelos jornais, televisão, rádio e internet. Porém, Dr. Verea afirma que o exagero no consumo de informações pode desencadear crises de ansiedade. “Ver o noticiário uma vez ao dia, um geral dos acontecimentos, já é o suficiente. Ficar ligado 24 horas causará mais ansiedade e o comportamento paranoico orientará para deixar de fazer coisas que são importantes para manter a sobrevivência, o equilíbrio e o bem-estar.”

O medo e a insegurança são sentimentos unânimes em toda a sociedade neste momento. A incerteza da possibilidade de conter o vírus, pensar na possível falta de abastecimento de alimentos, medicamentos e outros itens de primeira necessidade desencadeiam pensamentos e comportamentos paranoicos como explica o psiquiatra.

“Existe uma paranoia sobre o álcool em gel. Esse insumo foi desenvolvido para atender as necessidades de higienização das mãos dos profissionais de saúde nos hospitais. Por não ser volátil, estar em embalagens menores, é algo prático e rápido na limpeza. Com a epidemia do coronavírus, o álcool em gel tornou-se uma alternativa de higiene, mas não é a única. No entanto, a falta desse produto no mercado está causando ansiedade nas pessoas. E não há necessidade para isso! Água e sabão fazem uma excelente assepsia e são itens disponíveis na maioria das casas brasileiras. Os cuidados para evitar o contágio com o coronavírus são simples. Ficar em casa se possível, evitar aglomeração, fazer a correta higiene das mãos e manter-se calmo”, enfatiza Verea.

As pessoas idosas são as mais vulneráveis nesse panorama epidemiológico, o que gera pânico e ansiedade. As recomendações para diminuir o estresse entre os longevos é a assistência dos familiares e pessoas próximas, desde que mantenham as condutas de segurança para não comprometer a saúde deles. “Evitar o contato das crianças com os idosos, tirar roupas e sapatos ao chegar a casa e lavar bem as mãos são algumas das orientações básicas para evitar o contágio”, diz o médico.

Existe uma receita mágica para aprender a lidar com a ansiedade, bem como ainda não há vacina ou cura para o coronavírus. “Simplificar a vida, ter disciplina, seguir as regras, ajudarão as pessoas a amadurecerem e a lidarem melhor com o medo e a ansiedade. Estamos em uma guerra e nela sempre existem os prejuízos. A humanidade estará transformada quando tudo isso terminar. A solidariedade é uma grande ferramenta para diminuir a ansiedade nesse momento desafiador. Ajude o seu próximo! O ser humano não é solitário; ele é solidário”, finaliza o médico.


 

Coronavírus: quando considerar um caso suspeito?

Com a confirmação do status de pandemia do novo coronavírus (Covid-19), feita pela Organização Mundial de Saúde (OMS), pacientes com sintomas respiratórios estão cada vez mais em dúvida sobre como distinguir a doença de uma gripe ou resfriado simples, e quando procurar ou não atendimento médico.

De acordo com a infectologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo Dra. Michelle Zicker, as doenças que atingem o sistema respiratório costumam se manifestar de forma semelhante, o que dificulta uma avaliação somente considerando sinais e sintomas.

A especialista afirma que os principais sintomas da Covid-19 são febre, tosse e dificuldade para respirar. Ressalta, no entanto, que a população deve estar atenta a outras manifestações do corpo, como coriza, dor de garganta, congestão nasal, dor de cabeça, produção de escarro, dores no corpo, vômitos e diarreia.

“A recomendação é que somente pacientes que apresentem esses sintomas – febre, tosse e dificuldade para respirar – se dirijam às unidades de saúde. Pessoas que estejam com a saúde em dia, sem nenhuma manifestação clínica, ou com sintomas leves, como coriza, não precisam procurar atendimento médico como medida de ‘precaução’ de saúde”, orienta a Dra. Michelle.

Há algumas semanas, apenas pessoas que tivessem retornado de viagem ao exterior ou tido contato com viajantes eram consideradas como potenciais portadores do coronavírus. Entretanto, com o anúncio da transmissão comunitária do vírus em São Paulo e no Rio de Janeiro, o governo incluiu na lista de suspeita também aqueles sujeitos que vivem em cidades com ao menos um episódio confirmado e que sejam internados devido a uma Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).

A infectologista destaca também a necessidade de atenção com pessoas que correm maior risco ao contrair o coronavírus. “Pacientes com idade avançada ou com doenças crônicas de base podem evoluir com as formas mais graves da infecção e, portanto, devem ter cuidado intensivo com os hábitos de higiene e aglomerações”. E frisa: “na iminência de qualquer piora dos sintomas, deve procurar por reavaliação médica imediatamente”.

O diagnóstico se dá por meio de um teste específico para o Covid-19, disponível nas redes pública e privada. A recomendação para os médicos é que eles avaliem, primeiro, o quadro clínico do paciente e solicitem o exame somente para os pacientes que serão internados por SRAG. Os testes não são aplicados de forma geral e para todos os interessados.

Segundo a especialista, há estudos em andamento para avaliar a eficácia de vacinas e medicamentos para prevenção e tratamento do vírus respectivamente. “Contudo, algumas recomendações são feitas para os infectados com a doença, entre elas o isolamento domiciliar e o uso de alguns medicamentos para dor e febre”, explica.

Plano de contingência 

Para dar assistência a pacientes que apresentam sinais e sintomas compatíveis com a infecção pelo novo coronavírus, a Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo organizou um consistente plano de contingência.

As medidas da Instituição incluem espaço exclusivo para internação de portadores do Covid-19, no anexo da Unidade Pompeia, com 92 leitos (sendo 45 designados para UTI); pronto atendimento médico diferenciado para pessoas que sejam triadas com sinais e sintomas do vírus, à parte do pronto-socorro principal das Unidades da Rede; e ampliação de contato remoto entre familiares e pacientes, por meio de videochamadas, para diminuir a circulação de possíveis portadores do vírus. Além disso, tem instituído restrições a visitas hospitalares aos pacientes internados.

“Estamos aptos técnica, assistencial e estruturalmente para oferecer à população um atendimento de excelência, contribuindo no enfrentamento da transmissão do vírus em nível nacional”, ressalta a infectologista, membro do Comitê Interno à frente do plano de contingência da Rede São Camilo.


 

Artigo – Covid-19: orientações nutricionais para reforçar sistema imunológico

O nosso sistema imunológico tem como principal função a proteção contra infecções causadas por bactérias, vírus e outros patógenos. Fatores como genética, meio ambiente, estilo de vida, estado nutricional – ou mesmo a interação de todos esses fatores – influenciam o sistema imunológico, e isso pode explicar as grandes diferenças entre as pessoas neste quesito.

A nutrição tem sido estudada há décadas em seu importante papel na imunidade. Conforme ocorre com os outros sistemas corporais, o sistema imunológico depende de nutrientes adequados para seu bom funcionamento e estudos mostram que as células imunes podem ser particularmente sensíveis à ausência ou redução de certos nutrientes e componentes dos alimentos.

Pesquisas evidenciam que a deficiência ou inadequação nutricional está associada ao comprometimento da função imunológica, contribuindo para o aumento da morbidade e mortalidade por infecções. Dessa forma, melhorar o estado nutricional e a quantidade de vitaminas e minerais é essencial para garantir a saúde imunológica, seja por meio da ingestão alimentar ou de suplementos.

Alimentos indispensáveis para o sistema imunológico:

– Ômega-3: peixes (sardinha, atum, arenque, salmão selvagem), castanhas, amêndoas, nozes

– Compostos bioativos (antioxidantes e anti-inflamatórios): frutas vermelhas/arroxeadas, verduras, legumes e sementes em geral

– Prebióticos (cebola, alho, alho poró, chicória, farinha de banana verde, batata doce, batata yacon, biomassa de banana verde) e fibras (cereais integrais, frutas, verduras, legumes, sementes) para a saúde do intestino

– Selênio: principal fonte castanha do pará (recomendado 3 unidades/dia)

– Vitaminas do complexo B: levedura nutricional, sementes oleaginosas, cereais integrais

– Vitamina D: peixes de água salgada, ovos e manteiga

– Vitamina E: azeite de oliva extra virgem, castanhas, avelã, semente de girassol, abacate

– Vitamina A: cenoura, batata doce, folhas de brócolis, manga, couve

– Vitamina C: abacaxi, acerola, laranja, kiwi, goiaba, brócolis, frutas cítricas, frutas vermelhas, talos da couve, salsa

– Zinco: sementes como gergelim, chia, linhaça, castanhas, amêndoas, cereais integrais, casca da tangerina, feijões, principalmente feijão azuki

Os alimentos dessa lista devem fazer parte da composição diária da dieta. Suplementos nutricionais poderão ser indicados conforme necessidade individualizada. E deve-se evitar alimentos industrializados em geral, devido à baixa qualidade nutricional.

Além de manter um padrão saudável de alimentação, regular os níveis de estresse e sono também auxiliam no sistema imunológico. Níveis elevados de estresse contribuem para o aumento de cortisol circulante. Sabe-se que os níveis de cortisol interferem diretamente na qualidade do sono. Um sono inadequado pode causar menor eficiência das células imunitárias – ou, em outras palavras, baixar a imunidade.

Gislaine Engelmann é nutricionista clínica do Hospital Dona Helena, de Joinville (SC)


 

9 dicas para manter a qualidade da sua saúde mental

Momentos de epidemias globais costumam gerar sentimentos de tensão, estresse e desespero na população como um todo – é o caso que vem ocorrendo desde o estopim do novo coronavírus, doença viral que se alastrou pelo mundo todo. Essa situação pode abalar significativamente a saúde mental em todas as idades, causando um desequilíbrio nas habilidades socioemocionais.

Situações estressantes e desgastantes podem causar danos ao nosso cérebro; quando nos estressamos, acionamos uma resposta automática que o cérebro dá a toda situação difícil de enfrentar. A resposta a situações difíceis ativa uma parte do sistema nervoso que é responsável pelo controle do coração, dos pulmões, da pressão arterial e de tantas outras respostas que vão proporcionar ajustes necessários para que você tenha mais sangue nos músculos e mais oxigênio disponível para poder ter agilidade e força muscular. Nesse momento, temos a sensação de estar em perigo.

Segundo a neurocientista e PhD, Dra. Suzana Herculano-Houzel, “estresse é qualquer situação que o cérebro nota que exige resposta ou preparação para lidar com ela”. E é nesse momento que é preciso ter inteligência emocional para lidar com essas situações.

“Quando detecta estresse de qualquer tipo, o cérebro se prepara para lidar com ele. O estresse que é logo resolvido vai embora e nos deixa ao menos com uma sensação de alívio, senão de satisfação. Mas se o cérebro se prepara, se arma, planeja, pensa a respeito, tenta resolver e não consegue e começa a remoer a situação do estresse que não vai embora ou até começa a conviver com ele, o estresse a longo prazo vem com ajustes hormonais, fisiológicos e mentais que, se por um lado ajudam a nos manter vivos, comem cérebro e corpo por dentro”, diz Suzana.

Quando praticamos a ginástica para o cérebro, como as neuróbicas do Método SUPERA – maior rede de escolas de ginástica para o cérebro da América Latina – ou jogos educacionais, condicionamos nosso cérebro para que ele se organize e desenvolva habilidades cognitivas e socioemocionais, ideais para manter a qualidade de vida e o bem-estar nos momentos de crise.

“A ginástica para o cérebro proporciona oportunidades adequadas para o desenvolvimento humano na interação social, na expressão afetiva, na evolução da linguagem, na experimentação de possibilidades motoras, apropriação de regras sociais e imersão no universo cultural. Esses fatores trazem experiências social de qualidade, atenuando o quadro de estresse e, consequentemente, desenvolvendo a capacidade cognitiva”, conta Solange Jacob, diretora acadêmica nacional do Método SUPERA.

A fim de mantermos nossa saúde mental, a Organização Mundial da Saúde publicou algumas orientações por essa situação com mais inteligência emocional e bem-estar – principalmente, nos momentos de quarentena e isolamento social. Além de ajudar na prevenção da doença, isso faz com que saibamos lidar com sabedoria por esse momento atípico para a maioria da população.

Conheça as 9 dicas:

  • Cuidado com o excesso de informações: a internet é uma mão na roda na hora de conseguir informações; mas o excesso de notícias e as horas conectados podem causar preocupações e incertezas. Preste atenção nos gatilhos mentais; se isso lhe fizer mal, dê um tempo e foque atividades que lhe deem bem-estar. Compartilhe histórias positivas e filtre a quantidade e qualidade das informações.
  • Cuide da sua saúde física: procure manter a saúde do corpo com atividades físicas frequentes e uma alimentação equilibrada. Além disso, recomenda-se a prática de atividades relaxantes, como meditação, alongamento, ioga e etc.
  • Faça coisas que lhe trazem felicidade: que tal aproveitar o momento em casa para fazer tudo aquilo que a rotina agitada não lhe permite? Fazer um curso online, assistir aquela série, ler aquele livro que não tinha tempo, aprender uma nova receita, brinque com seus animais de estimação, faça neuróbicas, exercite seu cérebro… aproveite com qualidade o tempo que terá disponível.
  • Tenha resiliência: tente absorver os principais aprendizados da situação; seja realista e evite entrar em pânico. Pratique o autoconhecimento, descubra a melhor forma de passar por isso e lembre-se que não durará para sempre.
  • Coloque as coisas em ordem: sabe a arrumação do armário, dos arquivos do computador, das plantas da casa, dos e-mails não lidos – ações que são sempre deixadas para depois? Não deixe de fazer coisas que ocupem a sua mente e relaxam ao mesmo tempo.
  • Estabeleça uma rotina: com mais tempo livre em casa, é preciso ter disciplina para conseguir manter uma rotina. Tente realizar atividades em horários pré-estabelecidos e crie uma rotina de trabalho – seja no home office ou nos momentos de autocuidado. Isso lhe dará a sensação de organização e tranquilidade.
  • Mantenha o contato pessoal: converse com outras pessoas e interaja com aqueles que estão na sua casa – fale sobre seus sentimentos, sua rotina, seu estudo, seu trabalho. Não se isole!
  • Continue seu tratamento: não deixe de tomar suas medicações, caso esteja em tratamento médico e procure ajuda caso tenha complicações ou alterações de sintomas.
  • Procure ajuda profissional: se você perceber que está extremamente sobrecarregado, ansioso, medroso ou depressivo – procure ajuda especializada, como médicos, psiquiatras, psicólogos e o Centro de Valorização da Vida (188).

E não se esqueça: é temporário e é necessário para a saúde e bem-estar de toda a família. Quanto mais ficarmos tranquilos em casa, mais rápido esse momento passará!


 

Dentista ensina truques para evitar tocar a boca e o rosto e reduzir o risco de contágio com o coronavírus

O novo coronavírus é a principal ameaça em escala global dos nossos dias e já está levando milhões de pessoas a adotarem mudanças de hábitos consideráveis como a quarentena, melhorar a higiene pessoal e evitar tocar rosto, olhos e boca, que segundo os infectologistas são a principal porta de entrada do vírus.

O cirurgião dentista Dr. Gustavo Menegucci aponta a importância de cuidar para não levar a mão à boca e não se deixar vencer por tiques e manias involuntárias: “já dizia o grande sábio Confúcio, há 1400 anos atrás, que a boca é a porta de entrada de quase todas as doenças. Sabemos que no fim do século XIX, focos de infecção odontológica já eram relacionados com o início e progressão de várias doenças inflamatórias. Atualmente existe um consenso de que não há saúde sem saúde oral e que precisamos cuidar da nossa boca para prevenir doenças, inclusive o coronavírus. Tocar o rosto com as mãos constantemente e levar mãos e objetos à boca, sucumbindo a tiques involuntários é um convite a todos os vírus e bactérias para entrarem no seu corpo”, ressalta.

Para ajudar você a se prevenir de infecções e doenças como o coronavírus, controlando a sua ansiedade e melhorando a higiene bucal e pessoal, o Dr. Menegucci traz alguns conselhos úteis que farão a diferença. Confira:

1- Tenha um objeto em mãos

Se mantiver as mãos ocupadas, é menos provável que insista no hábito de tocar o rosto. Para controlar a sua ansiedade e manter as mãos ocupadas uma boa solução pode ser uma bolinha anti-stress, por exemplo.

Se tem por costume tocar no rosto enquanto está a raciocinar sobre alguma coisa no seu local de trabalho, tente habituar-se antes a mexer no relógio, num anel ou num elástico para o cabelo que tenha em redor do pulso.

2- Esfregue as mãos

Outro truque pode ser esfregar as mãos se elas estiverem paradas ou colocá-las no bolso até que necessite delas para voltar ao trabalho. Mas não se esqueça de lavar regularmente e desinfetar qualquer um destes objetos.

3- Lave as mãos com sabonetes aromatizados

Para assumir o controle de vez e parar de levar a mão ao rosto e próximo da boca é preciso detectar a origem desta mania. Para isso, experimente usar sabonetes com cheiros intensos para lavar as mãos. Assim, é mais provável que se aperceba da proximidade das suas mãos ao rosto de cada vez que as movimenta em direção à cara.

4- Cobrir as unhas com verniz azedo ou pimenta

Esta tática é um pouco mais radical, mas costuma ser aplicada com sucesso em crianças e adultos. Cubra as unhas com um verniz azedo ou com extrato suave de pimenta. A tarefa de não tocar no rosto, sobretudo nas mucosas, pode ser especialmente difícil para quem tem o hábito de roer as unhas.

Caso esta técnica ancestral não funcione, usar luvas. Esta última opção pode ser boa porque, ao tocar com o tecido em qualquer outra parte do rosto, isso travará o movimento.


 

Artigo – COVID-19: Não é tempo de acelerar, basta não parar e ficar em casa

O Coranavírus é uma realidade e mudou a rotina de todos, inclusive a minha. Logo eu que sempre digo para mim mesmo e para todos que me seguem nas mídias sociais: “Vamos. Não pega leva com você. Você pode mais”. Esse pensamento que eu acredito é uma verdade, mas não nessa situação específica. Agora não é hora, não é tempo de se cobrar tanto. Não, enquanto temos a nossa realidade, a nossa rotina alterada por cota desse vírus. Agora, para todos que podem, é momento de ficar em casa, rever as atividades, cuidar ainda mais da família.

Afinal, você colocaria a vida de uma pessoa que ama em risco? Estamos passando por uma situação bem complexa no mundo todo, trata-se de uma pandemia. Quando você não para, não se recolhe, não faz o isolamento, coloca as pessoas, inclusive, um ente querido em risco. Um familiar seu pode vir a óbito por conta disso. O ciclo de vida desse ente pode dar-se por encerrado na Terra por causa de um vírus que, quem sabe, poderia ter o contagio evitado. Com o isolamento, podemos fazer com que essa transmissão não aconteça, mas é preciso entender que quarentena não é férias. Não é porque você não vai trabalhar em seu ambiente normal que você pode aproveitar esse período para ter atitudes irresponsáveis. Temos habilidade cognitiva suficiente para perceber que a coisa está exponencial, piorando a cada dia.

Precisamos usar nossa inteligência, criatividade e, acima de tudo, responsabilidade. Defendo sempre que, em primeiro lugar na nossa vida vem a saúde, depois a família e só então devemos pensar no trabalho. Mas nessas horas de incertezas, percebemos o quanto nossa rotina é importante, e o quanto instáveis nos sentimos por não saber o que fazer. Apesar de persistência, foco e hábitos serem guias essenciais para o sucesso dos nossos projetos, em tempos como os que estamos vivendo agora, não podemos pegar tão pesado conosco. Pegar leve significa protegermos nossa saúde mental e psicológica, além da convivência familiar.

O peso da rotina na exceção

Você sabia que a cobrança de manter a mesma rotina em situações diferentes pode ser um gatilho para desenvolver transtornos? Segundo estudo do The American Journal of Psychiatry, 19% das pessoas pesquisadas tinham transtorno de ajustamento que persistiam três meses após a mudança, muitas vezes por tentar, forçadamente, seguir a rotina acostumada, gerando dificuldade para dormir, ansiedade e até depressão, por exemplo. Por isso, entender que precisamos nos adequar as situações é muito importante.

Estamos vivendo uma exceção, então lide com a situação como uma exceção, ela não é constante. Se permita fazer diferente. Se não der para ir para a academia, faça os exercícios em casa; se não conseguir fazer sua atividade física diária por ter outras funções novas, tudo bem, a situação pediu que você atendesse outra demanda.

Vou dar um exemplo para vocês de como a minha rotina mudou, e não tem problema nenhum nisso, a situação pede adaptação: no meu dia a dia, a minha rotina de entrada é muito importante. Começo meu dia com uma rotina de entrada de TLA, ou seja, toca o despertador, eu levanto e me envolvo com água, seja um banho, ou o simples ato de lavar o rosto. Normalmente faço as minhas lives às 5h07 da manhã e sigo para fazer os meus exercícios matinais.

No entanto, nesse momento, a academia estava fechada, a do meu condomínio também. Moro em Santos, mas não posso e não devo correr na praia, pois a orientação é evitar sair de casa.  A saída é manter a prática em casa, mas não é todo dia que isso dá certo. Tem dia que o meu filho acorda, minha esposa tem que levantar-se diversas vezes para amamentar. Então com tanta alteração, tenho decidido ficar com o meu filho durante a manhãs que forem necessárias, assim minha esposa pode descansar. E está tudo bem. A situação pediu que eu alterasse a minha rotina, e se amanhã, por algum outro motivo, não der também, tudo bem de novo.

Quem tem criança em casa sabe que os pequenos sentem toda essa energia diferente, e as vezes não conseguimos pensar em uma atividade mirabolante, educativa e lúdica para ocupar o tempo. Se precisar usar a tecnologia, por exemplo, como um recurso pontual nessas horas, não se cobre, você não será o “pior” ou um “irresponsável” por isso. Use todas as ferramentas que tem disponível, vá no seu tempo. O estresse e tensão gerados pela vontade de manter uma rotina externa, dentro de casa, pode trazer maiores consequências.

Mas atenção, não se cobrar pela mudança da rotina não é ficar parado. É aceitar e se reinventar.  Não deixe suas obrigações de lado, apenas as adapte e faça no seu tempo, você dá conta. Os hábitos e rotinas foram afetados drasticamente, portando se cobre menos com as coisas que você vai deixar de fazer para fazer o que está aparecendo no meio do caminho, porque quarentena não é férias. E aproveita para ficar atento a todas as recomendações do Ministério da Saúde, como lavar sempre as mãos, desinfetar os objetos que vieram de fora, e principalmente, ficar em casa (quem conseguir).

Joel Moraes é ex-nadador da seleção brasileira, mestre em esportes pela EEFE-USP e autor do livro Esteja, viva, permaneça 100% presente. Foi coordenador geral do Instituto Neymar e professor universitário.  Atuou no esporte nos mais variados setores como: gestão de imagem de atletas, eventos e treinamento. Atualmente, Joel Moraes é empresário, investidor e influencer digital, que tem como missão fazer pessoas comuns se tornarem atletas de alta performance em suas vidas


 

Psiquiatras falam sobre medos e incertezas causados pelo isolamento social

Diante do crescente número de casos do coronavírus, as autoridades de saúde têm cada vez mais feito um apelo à população para que, com exceção dos que trabalham em serviços essenciais, as pessoas se resguardem em isolamento social. A recomendação, fundamental para evitar a disseminação do vírus, pode causar, no entanto, medos e incertezas em muitas pessoas e resultar em distúrbios emocionais e transtornos psiquiátricos.

“A maioria tem reagido com responsabilidade diante da recomendação de quarentena, mas aí, vêm as dificuldades. Há pessoas sofrendo com o aumento da ansiedade, medo de ficar sem atendimento, sem remédio, sentindo-se desamparadas, ou seja, mais do que nunca precisando de apoio e orientações”, fala o psiquiatra Dr. Luiz Alberto Hetem, um dos idealizadores do PQU Podcast, voltado para os psiquiatras em formação.

Um artigo feito por pesquisadores do King’s College, de Londres, publicado em fevereiro na renomada revista médica científica The Lancet, mostra revisão de 24 estudos  que investigaram o impacto psicológico da quarentena durante epidemias no passado – incluindo SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave) e Ebola. A maioria dos estudos revisados relatou efeitos psicológicos negativos, como sintomas de estresse pós-traumático, confusão e raiva. Os estressores incluíram maior duração da quarentena, medos de infecção, frustração, tédio, suprimentos inadequados, informações inadequadas, perda financeira e estigma.

Por conta de mudanças bruscas na rotina, parte importante do tratamento de transtornos mentais de grau grave e moderado, que envolve justamente o desenvolvimento de uma rotina saudável, pode se perder, explica o psiquiatra Dr. Vinícius Guapo, também idealizador do PQU Podcast. “É importante facilitar a comunicação virtual entre familiares e amigos que possam auxiliar no manejo do estresse; ocupar o tempo dentro de uma rotina diária, que contém agenda de atividade que leve em conta e respeite o horário de dormir e acordar, de reflexões e sem se esquecer de incluir nela momentos de lazer”, lista Guapo, completando que também é importante que as autoridades de saúde pública mantenham linhas claras de comunicação com as pessoas em quarentena sobre o que fazer se sentirem algum sintoma.

“Assistir séries, estudar e aproveitar para fazer cursos online também são boas alternativas para manter a cabeça ocupada de maneira construtiva”, acrescenta Hetem.

Os especialistas destacam ainda a importância de reforçar o senso de altruísmo e solidariedade, lembrando ao público os benefícios da quarentena para a sociedade em geral. “O sentimento de que outros se beneficiarão com seu sacrifício ajuda a mitigar o estresse do isolamento social”, pontua Guapo.

Problemas na pós-quarentena

A revisão de estudos feita por pesquisadores do King’s College de Londres mostra que a perda financeira causada pela interrupção de atividades profissionais pode ser um estressor quando o período de resguardo chegar ao fim. Nos estudos revisados, a perda financeira resultante da quarentena foi considerada um fator de risco para sintomas de distúrbios psicológicos, como raiva e ansiedade, que se manifestaram vários meses após a quarentena.


 

O psicológico em tempos de isolamento social

A pandemia do Coronavírus está modificando a rotina de todos. Além do reforço nos cuidados de higiene para a prevenção da doença, o cotidiano das famílias e das empresas foi modificado. Segundo a psicóloga do Hospital São Vicente, Rose Benedetti, a primeira orientação é tentar manter calma.

“Esse tipo de medida de isolamento pode levar as pessoas a se sentirem estressadas, com ansiedade, solidão, tédio, frustração, juntamente com o sentimento de medo. Procure manter-se ocupado e conectando-se com pessoas que você goste”, orienta Rose.

Mesmo em home office ou sem aulas, é importante criar uma rotina diária. Vale incluir atividades prazerosas, que nem sempre temos tempo de fazer pela correria da semana, como ler, assistir a filmes, jogar.

Outra dica importante é não ficar o tempo todo lendo informações que nem sempre procedem. “Busque fontes confiáveis e determine um período para se atualizar, conversando sobre outros assuntos também, evitando assim o desgaste emocional”, diz a psicóloga.

Apesar da situação ser complexa e trazer insegurança, principalmente pelo receio da perda de emprego ou falta de recursos, é importante ver esse período de isolamento social não apenas pelo lado negativo. “Ele pode representar um novo ritmo de vida, novas formas de contato e, principalmente, a possibilidade de convívio com a família que, às vezes pela rotina, fica prejudicada. É hora de reavaliar nossos valores, necessidades e prioridades. Ao invés de ganância e egoísmo, trabalharmos a compaixão”, complementa.


 

Especialistas esclarecem dúvidas sobre os principais cuidados para pacientes oncológicos em meio a pandemia do coronavírus

As notícias em relação à pandemia do novo coronavírus, o Covid-19, que determinou um verdadeiro fechamento geral sem precedentes pelo mundo, têm confundido e assustado a população. Não há motivo para pânico, afirmam especialistas, mas toda cautela é necessária. Especialmente entre os grupos de risco, que representam a maioria entre as vítimas fatais da doença, que já chegam a 10 mil em todo o planeta.

Além de idosos, hipertensos e diabéticos, imunodeficientes e pessoas com imunossupressão também estão entre eles. E pacientes oncológicos podem ser incluídos nesse último grupo, dependendo do estágio e tipo de tratamento, segundo o oncologista clínico Carlos Gil, do Grupo Oncoclínicas. Para estas pessoas, afirma ele, o cuidado de prevenção precisa ser redobrado e o contato constante com o oncologista ou hematologista responsável pelo tratamento é fundamental.

“O paciente oncológico precisa consultar o seu médico, pois só ele saberá qual o estágio e as condições do tratamento e qual o nível de exposição e cuidados é preciso ter. Em geral, o tratamento de combate ao câncer não será interrompido e, mesmo que haja a interrupção por algumas semanas, ela não afetará o prognóstico final ou sucesso do tratamento”, diz Gil.

“O paciente oncológico precisa consultar o seu médico, pois só ele saberá qual o estágio e as condições do tratamento e qual o nível de exposição e cuidados é preciso ter. Em geral, o tratamento de combate ao câncer não será interrompido e, mesmo que haja a interrupção por algumas semanas, ela não afetará o prognóstico final ou sucesso do tratamento”, diz Gil.

A infectologista Tatiana Fiscina de Santana, também do Grupo Oncoclínicas, reforça ainda a importância, independentemente da condição de saúde, da população em geral seguir as recomendações que vêm sendo adotadas em todo o mundo: lavagem frequente de mãos, com água e sabão, e isolamento social.

“Essa é a única forma que sabemos que comprovadamente vai conseguir frear a transmissão do vírus. Precisamos tomar essa responsabilidade para nós e evitar o máximo de contato social possível e lavagem frequente das mãos. A recomendação é para todos. É claro que pessoas que passam por tratamento oncológico precisam redobrar a atenção, evitar ainda mais fortemente o contato com outras pessoas. Mas essas são as melhores ações que todos podem tomar”, afirma a médica.

Separamos as principais recomendações dos especialistas em relação aos cuidados e precauções para pacientes oncológicos.

Quem tem câncer está necessariamente no grupo de risco?

Não necessariamente, diz o Dr. Carlos Gil. Segundo ele, é preciso diferenciar quem está ativo no tratamento, ou seja, passando por sessões de quimio, radio ou imunoterapia, que estão, de fato, no grupo de risco, por estarem temporariamente imunossuprimidos, de quem está inativo, na fase de acompanhamento. Esses não estão no grupo de risco.

“Essa é a avaliação de maneira geral. Mas cada caso precisa ser discutido junto com médico responsável pelo tratamento da pessoa, pois há exceções e particularidades. Na crise do corona, os pacientes oncológicos precisam ter suas questões individualizadas”. Os grupos de maior risco, dentro do escopo dos pacientes oncológicos, são aqueles recém transplantados e os que fazem uso de medicamentos imunossupressores, como corticóide, afirma o médico.

Quem está no grupo de risco, como dito pelos especialistas, precisa reforçar aquelas medidas que já são para toda a população, com a lavagem frequente de mãos e o isolamento social. “Mas higienizar objetos pessoais e superfícies da casa com água sanitária, como maçanetas, mesas, controles remotos, por exemplo, além de evitar o compartilhamento de utensílios domésticos, são algumas cautelas extras que devem ser tomadas”, reforça a Dra. Tatiana.

Quais as cautelas para os acompanhantes?

Acompanhantes também precisam ter mais cautela que o normal, já que estarão em contato com pacientes de risco durante o seu trabalho, diz a infectologista. “O ideal aqui é que ele faça o isolamento social junto com o paciente e utilize aparatos como luva e máscaras durante o ofício. Além, é claro, da higiene frequente das mãos”, reforça.

Os que não podem fazer o isolamento social junto com o paciente oncológico devem evitar horários de pico em transportes públicos e, claro, manter todas as recomendações também quando estiver fora do trabalho. “Em caso de qualquer sintoma, ele deve se ausentar e fazer a quarentena”, diz a Dra. Tatiana.

O uso de máscara previne a contaminação?

Não. Os especialistas e o Ministério da Saúde são unânimes nesse ponto. A máscara só deve ser usada por quem apresente sintomas para evitar que contamine os demais. Alguns profissionais também são aconselhados a fazer o seu uso.

Paciente oncológicos devem tomar a vacina da gripe?

Em geral, sim, afirma o Dr. Carlos Gil. “Novamente, é necessário conversar com o seu médico, pois a vacina vai ser distribuída em locais com alguma aglomeração de gente. Quem está passando por tratamento fica mais vulnerável, mas a recomendação é de tomar a vacina, que passará a ser distribuída novamente nos postos de saúde a partir da semana que vem”.

A orientação geral é para que se evite filas e reunião com muitas pessoas, ou seja: o ideal é ir fora dos horários de pico. “E, caso outras pessoas estejam presentes, manter distância de 1,5 metros um do outro e evitar contato físico com superfícies. De qualquer forma, antes e depois, sempre lavar as mãos”, reforça a Dra. Tatiana.

Quem tem cirurgia oncológica marcada precisa adiá-la?

Depende, comenta o Dr. Carlos Gil. “Cirurgias que não são essenciais e que não vão atrapalhar a evolução do tratamento devem ser adiadas, para que os pacientes não fiquem no hospital, local de mais fácil contaminação”, comenta.

A decisão deve ser feita, reforça ele, pelo médico que já acompanha o tratamento.

É preciso evitar os ambulatórios que fazem quimioterapia?

Na maioria dos casos, o tratamento não será interrompido. Os ambulatórios responsáveis pela quimioterapia devem se preparar para receber esses pacientes, tomando todas as precauções possíveis de higienização e evitando conglomerações de pessoas, além da orientação dos seus funcionários, aparamentando-os com luvas e máscaras, por exemplo.

Caso haja confirmação do diagnóstico de coronavírus, o que é feito?

Com a confirmação do diagnóstico no paciente oncológico, o tratamento em geral será suspenso até a evolução do quadro, independente do paciente estar assintomático. Se os sintomas do corona estiverem ativos, ele deve ficar em absoluto isolamento. Em nenhum caso, ele poderá receber medicamentos imunossupressores até se recuperar do vírus. “O médico que acompanha o seu caso irá definir o momento ideal em que o tratamento deverá ser retomado. Em geral, após a recuperação completa”, afirma o Dr. Carlos Gil.

Pacientes em tratamento não devem ir a emergências.

O paciente oncológico que apresentar sintomas não deverá ir imediatamente para emergências. “Ele deve primeiro contactar o seu médico, para saber a necessidade real de ir nesses ambientes, já que eles são lugares potencialmente contaminadores dessa e de outras doenças”, afirma o oncologista.

Aliás, a recomendação é para todos que apresentem sintomas leves. “Não devemos sobrecarregar o sistema: as pessoas só devem ir às unidades de saúde se apresentarem sintomas mais graves, como falta de ar e cansaço extremo”, aponta Tatiana.

Remédios contra coronavírus apenas com prescrição médica.

Muitas pessoas têm buscado a hidroxicloroquina, remédio anti malária e para outras doenças, depois que estudos foram aprovados pelo FDA (equivalente a Anvisa brasileira) nos Estados Unidos. Especialistas e o Ministério da Saúde desaconselham a sua utilização e fazem apelo para que as pessoas não comprem a medicação, já que doentes crônicos necessitam da droga e têm tido dificuldade de encontrá-las no mercado.

“Qualquer automedicação é potencialmente perigosa e não existem, até o momento, remédios que previnem ou curem o coronavírus, nem vacinas. Só realizem tratamentos sob orientação médica. Não há motivo para pânico, mas cautela e conscientização. Essa é uma crise que, eventualmente, vai passar. Precisamos apenas assumir nosso papel para acelerar e minimizar os efeitos. Há esperança”, reforça o Dr. Carlos Gil.

Para mais informações, acesse: www.grupooncoclinicas.com/noticias/corona-virus


 

COVID-19 – Lave bem as mãos (e alimente-se melhor!)

Com a rápida disseminação do novo coronavírus, a busca por ferramentas de prevenção à doença cresce a cada dia. Álcool em gel está em falta nas farmácias pelo Brasil, bem como máscaras de proteção. Lavar as mãos virou regra e até ao isolamento foi preciso recorrer.

Porém, muitos se esquecem de cuidar de uma das maiores forças contra o COVID-19: a imunização. Atentar-se à defesa do organismo, especialmente daqueles que se encaixam no grupo de risco, é essencial para evitar o contágio.

O Dr. Daniel Magnoni, consultor da iniciativa Nutrientes para a Vida (NPV) e presidente do Instituto de Metabolismo e Nutrição (IMeN), explica como a alimentação saudável é vital nesse processo. “Pessoas que se alimentam adequadamente têm mais chance de se proteger. A imunidade nunca pode ser deixada de lado, pois ela é crucial para o nosso bem-estar”, afirma.

De acordo com o especialista, os alimentos que ajudam a melhorar a defesa do organismo são aqueles que contêm proteínas, zinco e selênio, como carne de frango, carne de vaca, peixe, queijo, ovo, leite, soja, feijão, ervilha, entre outros. Deve-se evitar, porém, alimentos mal lavados ou de origem incerta.

Falando em zinco e selênio, ele destaca a importância de uma terra bem adubada, com o manejo responsável e sustentável dos fertilizantes, pois eles repõem nutrientes essenciais ao ser humano. É isso é fundamental, ainda mais agora, que reforçar a imunidade é salvar vidas.

Enquanto proteínas relacionam-se ao processo de crescimento, reparo e manutenção dos músculos, o zinco garante o bom funcionamento do sistema nervoso e imunitário. O selênio, por sua vez, atua retardando o envelhecimento e prevenindo alguns tipos de doenças.

O Dr. Magnoni destaca que, no caso dos idosos, uma dieta regulada torna-se ainda mais necessária. O consumo de proteínas, nesses casos, deve ser estimulado a fim de possibilitar maior resistência às infecções. Os idosos, assim como indivíduos no pós-operatório ou em tratamento de câncer, podem necessitar, inclusive, de suplementação nesse sentido.

Para estimular a imunidade, outras ações como praticar atividades físicas com frequência, manter o sono em dia, hidratar-se constantemente, evitar o consumo de álcool, reduzir o estresse e controlar os níveis de glicemia e colesterol também podem ajudar. Quanto melhor o funcionamento do sistema imunológico, mais rapidamente será a recuperação das defesas do organismo a partir da atuação dos macrófagos e leucócitos.

Não existem exames que avaliem os avanços da função de proteção do corpo, mas a medição da dosagem de albumina, pré-albumina, zinco e selênio mostram se o paciente está dentro dos padrões considerados normais.

Além desses cuidados, toda precaução é pouca em tempos de coronavírus: manter-se em ambientes ventilados, evitar contato com pessoas potencialmente transmissoras e higienizar as mãos de forma correta e com frequência são imperativos nos dias atuais.


 

Agravamento de fobias em época de novo Coronavírus

O Brasil é o país com o maior número de pessoas ansiosas do mundo, com 18,6 milhões de brasileiros ansiosos, segundo a OMS. E agora, em meio a uma pandemia em que precisamos nos isolar pensando em nós e no próximo, como nossa saúde mental irá reagir? O isolamento somado as constantes notícias e incertezas sobre o futuro intensificam os distúrbios emocionais que afetam diretamente nossa imunidade. O que fazer? Com o advento do coronavírus, muitas atividades tiveram de ser cessadas, especialmente as que envolvem relacionamento humano, que é o caso da psicoterapia. Neste período de crise, em que muitas dúvidas e angústias emocionais podem emergir, é fundamental manter a saúde emocional em ordem, até para que tenhamos consciência e sensibilidade para lidar com a situação de maneira serena.

É importante diferenciarmos o que é medo de fobia. Medo é uma emoção extremamente importante, é um mecanismo de proteção, pois evita que fiquemos expostos a situações de risco. São normais e transitórios e ocorrem comumente nas pessoas. Enquanto fobia é um medo desproporcional, exagerado, irracional diante de determinada situação ou objeto. Causa um sofrimento e prejuízo considerável na vida desses sujeitos.
Normalmente as pessoas fóbicas sofrem por ansiedade antecipatória, sentem a necessidade de estar no controle e apresentam medo da morte. As ameaças à saúde desertam o medo (medo da morte).

Frente a situação que estamos vivenciando, algumas fobias podem ser mais impactadas como:

Namofobia
Envolve a fobia de ficar longe de aparelhos eletrônicos. Devido ao alto uso durante este isolamento, muitas pessoas podem acabar desenvolvendo essa dependência, mesmo após o final da quarentena.

Agorafobia
Pessoas que apresentam essa fobia (medo de estar em locais públicos abertos e com grandes aglomerações) podem ver o seu sintoma se intensificar ou ressurgir nesse momento, impedindo ou dificultando a saída de casa mesmo sendo para uma situação emergencial. Pode apresentar um medo que venha a ocorra um ataque de pânico e não ter ninguém para socorrê-la.

Claustrofobia
O medo de estar em locais fechados, como aviões, elevador, espaços pequenos também podem vivenciar novas crises neste momento.

Fobia hospitalar
Ter medo de hospitais, médicos e consultórios é um grande desafio durante uma epidemia. Pessoas com essas fobias podem intensificar o quadro pelo medo de contrair a doença e ter de ir em algum ambiente médico.

Fobia Social (Interações sociais cotidianas causam uma ansiedade irracional — medo do julgamento ou avaliado por outros pessoas)
Ao mesmo tempo em que nos aproximamos dos aparelhos, existe um distanciamento social muito grande e não apenas físico, mas também mental. Os noticiários alimentam o medo da aproximação e cada vez mais as pessoas associam o convívio social a uma ameaça — o que, a longo prazo, pode prejudicar o quadro fóbico.
Quando falamos em fobia social é importante lembrarmos que ela é o transtorno de ansiedade mais comum e que, em tempos de isolamento, quem já possuí essa fobia precisa se prevenir contra a depressão. Isso porque, segundo estudos, a depressão é muito comum após o desenvolvimento da fobia social. Por que? O isolamento pode gerar um quadro de solidão e tristeza, que, sendo prolongada, pode evoluir para uma depressão. Por isso, é necessário que neste período, tenhamos ainda mais cuidado com nossa mente.


 

Artigo – Uma luz no fim do túnel: Wuhan se recuperando

Nesses tempos de pandemia, vale a pena trazer boas notícias: a população de Wuhan, cidade chinesa que foi berço da pandemia do coronavírus, foi autorizada pelo governo a retomar sua rotina de trabalho, inclusive, o transporte público da região voltou a funcionar após dois meses de paralisação.

O fim das restrições veio depois que o Ministério da Saúde do país anunciou, nesta segunda-feira, 23 de março, que nenhum novo caso de Covid-19 foi notificado nos últimos cinco dias na cidade, em que vivem mais de 11 milhões de habitantes.

Ainda que nenhum novo caso tenha aparecido em Wuhan, a cidade registrou nove mortes no dia 22 em decorrência do coronavírus. No país inteiro, no mesmo período ocorreram 39 novos casos confirmados, sendo a maioria de pessoas que voltaram de viagens internacionais.

Agora, os moradores de Wuhan que apresentam bom estado de saúde podem se deslocar dentro da cidade por meio de ônibus e metrô – mas, para isso, precisam identificar-se à polícia. Para a voltar a trabalhar, os habitantes necessitam de um atestado médico que garante que a pessoa não é portadora do vírus.

Até então, toda a população estava proibida de sair dos limites do município desde o dia 23 de janeiro, quando teve início a quarentena naquela cidade. Agora, as viagens voltaram a ser permitidas aos que comprovarem que estão saudáveis.

Com o quadro da pandemia ao que parece controlado, pode-se dizer que a China ainda é um país muito afetado pelo coronavírus, com cerca de 82 mil contaminações e mais de 3 mil mortes. Só a Itália supera os números chineses: foram mais de 6 mil mortes, embora pareça ocorres uma queda no número diário de mortos e de infectados.

Para nós brasileiros, resta seguir as determinações das autoridades sanitárias, cientes de que ainda temos um longo caminho a percorrer.

Vivaldo José Breternitz é doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, professor de Planejamento Estratégico e Sistemas Integrados de Gestão da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie


 

Artigo – A chama acesa do coronavírus: A relação entre a pandemia de COVID-19 e a epidemia do tabagismo

Qual a relação entre o coronavírus e o tabagismo? Declarado pela OMS como epidemia global, o tabagismo é uma doença que já matou 100 milhões de pessoas no mundo no século XX (mata mais de 7 milhões de pessoas todos os anos). Já o coronavírus, declarado como pandemia em 2020, com quase 168 mil casos, registrou mais de 6 mil mortes em poucos meses.

Em razão da preocupação global com a epidemia do tabagismo, a OMS aprovou o Primeiro Tratado Internacional de Saúde Pública – A Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, em 2005, com a adesão de mais de 180 países. Políticas públicas tem sido desenvolvidas em várias nações para conter tal epidemia, dentre elas, a adoção de legislação de combate ao fumo, de embalagens padronizadas de cigarros, de proibição de publicidade e patrocínio, proibição da comercialização de cigarros eletrônicos, aumento de impostos, dentre outras.

Relatório da OMS sobre tabaco destaca atuação brasileira: “O Brasil é um dos primeiros países do mundo a alcançar o mais alto nível das seis medidas MPOWER de controle do tabaco, ou seja, M = monitor tobacco use and prevention policies (monitoramento do consumo de tabaco e das políticas de prevenção); P = protect people from tobacco smoke (proteção das pessoas da fumaça do tabaco); O = Offer help to quit tobacco use (oferecer ajuda para deixar o consumo de tabaco); W = Warn about the dangers of tobacco (advertir sobre os perigos do tabaco); E = Enforce bans on tobacco advertising, promotion and sponsonship (aplicar as proibições da publicidade, promoção e patrocínio do tabaco); R = Raise taxes on tobacco (elevar impostos sobre o tabaco).

Isto significa conseguir implementar as melhores práticas no cumprimento das estratégias preconizadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Desde que começou a monitorar o uso do tabaco, em 2006, o Brasil reduziu seu número de fumantes em 40%, de 15,7% para 9,3% da população.”

O Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, em sessão extraordinária da Comissão Geral da Câmara dos Deputados, sobre a Pandemia por Coronavírus, afirmou que embora no Brasil a prevalência do fumo tenha sido reduzida após a implementação de muitas dessas medidas, na China e na Europa, o índice de tabagista aumentou nos últimos tempos.

Será que o elogiado programa de controle do tabagismo brasileiro deverá ser um diferencial na mortalidade pelo coronavírus no país, se comparado com países como a China e a Itália?

Para o Centro de Apoio ao Tabagista, organização da sociedade civil carioca, cujos membros estudam o tema tabaco há décadas e trabalham com o foco no controle do tabagismo, “segundo diversos estudos recentes, o tabagismo é de longe o principal fator de risco para os casos complicados e óbitos chineses por COVID-19. Alguns deles falam em risco 14 vezes maior. A cada dia que passa, temos a certeza de que combater todas as formas de combater o uso de tabaco e a dependência química em nicotina foi uma sábia escolha, tomada há décadas, da Saúde Pública brasileira.”

No entanto, em recente artigo, a Knowlegde Hub for Waterpipe Tobacco Smoking, com escritório regional na Universidade Americana de Beirute, Faculdade de Medicina de Beirute, Líbano, publicou pesquisa sobre o aumento do risco de infecção por COVID-19 entre fumantes e entre usuários de narguilé. Entre suas conclusões estão: “fumar aumenta o risco de infecções bacterianas e virais, e os fumantes têm um risco de 2 a 4 vezes maior de doença pulmonar pneumocócica invasiva, uma doença associada à alta mortalidade. O risco de influenza é duas vezes maior e mais grave em fumantes, em comparação com não fumantes.”

Eles ressaltam que “ainda não há evidências robustas para sugerir um risco aumentado de infecção entre fumantes; no entanto, a análise das mortes por coronavírus na China mostra que os homens têm maior probabilidade de morrer do que as mulheres, algo que pode estar relacionado ao fato de muitos homens chineses fumarem mais do que as mulheres. Entre os pacientes chineses diagnosticados com pneumonia associada ao COVID-19, as chances de progressão da doença (inclusive até a morte) foram 14 vezes maiores entre as pessoas com histórico de tabagismo em comparação com as que não fumavam. Esse foi o fator de risco mais forte entre os examinados.”

O uso do narguilé, tema da campanha do Dia Nacional de Combate ao Fumo de 2019, foi objeto de estudo cuja conclusão ressalta que “possui uma característica peculiar: um único cachimbo pode ser usado por várias pessoas simultaneamente. Tal fato reforça o aspecto da socialização do cachimbo, algo muito atraente, especialmente para os jovens, o que é corroborado com dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), Manual de Orientações Dia Nacional de Combate ao Fumo 2019.”

Nota-se que o narguilé é uma forma de tabagismo praticado em grupos. A mangueira é passada de pessoa para pessoa, e o mesmo bocal é geralmente usado por todos os participantes.

Segundo o site da Knowledge Hub for Waterpipe Tobacco Smoking, “mesmo que o tubo e o bocal sejam utilizados apenas por um cliente de cada vez, deve-se observar que os canos de água e mangueira são geralmente reutilizados por outros clientes de fumo no mesmo dia, o que pode ser prejudicial à saúde, por contaminação com microrganismos infecciosos. O risco de transmissão de agentes microbianos infecciosos através de cachimbos de água é alto”. Neste sentido, algumas medidas foram tomadas por países da região do Mediterrâneo oriental, Irã, Kuwait, Paquistão, Catar e Arábia Saudita, como a proibição do uso de shisha (ou narguilé) em locais públicos, em vista do risco potencial de infecção por COVID-19.

Por fim, tema de muitas discussões no Brasil e nos EUA, o cigarro eletrônico também é fonte de doenças pulmonares. De acordo com reportagem do VivaBem (UOL), “a doença pulmonar relacionada ao uso do cigarro eletrônico ganhou um nome: Evali, uma sigla em inglês para “lesão pulmonar associada ao uso de produtos de cigarro eletrônico” ou vaping. A denominação foi dada pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês)”.

Estudo publicado pelo periódico Thorax revelou que “o vapor desses cigarros eletrônicos pode ser responsável por desativar as principais células do sistema imunológico no pulmão e aumentar as inflamações no organismo.”

Assim, conhecendo um dos fatos que pode causar o aumento da chama recém acesa do coronavírus no mundo e no Brasil, resta-nos continuar no caminho das medidas de redução do tabagismo e coibir as novas modalidades de propagação do vício entre jovens e novos fumantes, como o cigarro eletrônico, o narguilé ou qualquer outro dispositivo que aumente os riscos de doenças crônicas e a mortalidade.

Renata Domingues Balbino Munhoz Soares é advogada, professora e coordenadora do Grupo de Estudo “Direito e Tabaco” da Universidade Presbiteriana Mackenzie. É doutora em Direito Político e Econômico e autora do livro “Direito e Tabaco, Prevenção Reparação e Decisão”


 

Coronavírus na gestação: gestantes devem ficar em casa, mas não podem perder consultas de pré-natal e exames

A orientação do Ministério da Saúde para todos os brasileiros, diante da pandemia da Covid-19, causada pelo coronavírus, é que todos fiquem em suas casas, evitando contato com outras pessoas. Para as gestantes, a orientação é a mesma – mas, elas precisam de cuidados que vão além disso. A obstetra Mariana Rosario, membro do corpo clínico do hospital Albert Einstein e pesquisadora da Faculdade de Medicina do ABC, comenta que as gestantes são naturalmente imunodeprimidas, pela própria condição da gravidez. “O corpo humano baixa a imunidade da mulher para que ela não crie anticorpos que rejeitem o feto, um ‘corpo estranho’ que está em desenvolvimento. Por isso, ela tem baixa imunidade. Trata-se de um período em que o organismo fica propenso a adquirir doenças virais e bacteriológicas com mais facilidade e também não consegue combatê-las adequadamente. Como as gestantes não podem ser tratadas com medicamentos comuns, porque a maioria deles não foi testada nesta população, é difícil tratar algumas doenças sem causar mal ao bebê. Imagine num caso como o do coronavírus, que não tem nem sequer medicamento próprio ainda! Então, o melhor conselho é evitar a contaminação”, alerta a médica.

A médica também aconselha as gestantes a tomarem a vacina contra a gripe, que começa a ser disponibilizada nos postos de saúde e clínicas particulares. “Sempre evitando as aglomerações e horários de pico de atendimento, claro”.

Pré-natal não pode parar

Apesar de o conselho ser o de ficar em casa, o pré-natal e os exames das gestantes não podem ser interrompidos. Por isso, a Dra. Mariana segue um protocolo, em seu consultório, que permite que elas sejam atendidas:

– As consultas são realizadas com intervalo de 1h00 a 1h30, o suficiente para que haja toda a higienização do ambiente.

– Apenas a médica e uma assistente recebem a gestante, que é aconselhada a ir sem acompanhantes.

– A Dra. Mariana atende usando máscara, já que circula por hospital, na realização de partos, e essa medida serve para evitar a contaminação das pacientes.

– No próprio consultório, a médica já realiza o ultrasson, de maneira a minimizar a ida a laboratórios.

– Se for preciso colher exames laboratoriais, ela aconselha as gestantes a marcarem horários em laboratórios que sejam mais vazios e informarem da gestação.

“A ideia é que as gestantes não precisem procurar hospitais. Por isso, meu consultório e celular ficam à disposição, caso elas precisem de algum atendimento emergencial”, diz a especialista.

Para sair de casa…

Na hora de sair de casa, não é necessário que a gestante use máscaras e luvas. “Apenas quem precisa usar são os profissionais de saúde e quem está com suspeita de contaminação ou já contaminadas”, diz a médica.

Se for ao supermercado, tem que seguir um protocolo de higiene:

– O ideal é que o supermercado higienize as esteiras dos caixas. Fique atento e peça isso ao estabelecimento.

– Coloque todos os produtos em sacos plásticos.

– Ao sair de do supermercado e entrar em casa, higienize as mãos com álcool em gel.

– Ao chegar em casa, higienize cada saquinho de supermercado com álcool, antes de guardá-lo no armário.

– Deixe a roupa usada na lavanderia da casa, para que ela seja lavada.

– Tome banho assim que guardar as compras.

– Não esqueça de lavar as mãos várias vezes ao dia e, caso não seja possível, utilize o álcool em gel.

Na hora do parto…

Dra. Mariana informa que os próprios hospitais recomendam o mínimo de pessoas na sala de parto, neste período de pandemia. Apenas a médica e uma assistente – sem a presença de doulas e até de enfermeiras – está sendo o protocolo adotado para o parto. O acompanhante da mãe tem sua saúde avaliada antecipadamente, já que pessoas que voltaram de viagem recentemente ou que têm alguma suspeita de contaminação não podem presenciar o nascimento do bebê. “Visitas ao recém-nascido também estão proibidas nos hospitais e eu recomendo fortemente que não sejam feitas nas casas também, de maneira que a doença não se propague”.

A Dra. Mariana Rosario diz que, neste momento, a gestante deve ficar em casa o máximo que puder. “Principalmente no final da gestação, é necessário que ela se mantenha em casa o máximo possível e se preserve. Se puder fazer suas compras online, melhor, para não ter contato com o público externo”, finaliza.


 

Diabéticos são mais vulneráveis ao coronavírus

O Covid-19, ou coronavírus, é considerado mais grave em pacientes idosos ou com problemas crônicos de saúde. Os relatórios da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde listam algumas patologias que podem agravar o caso e aumentar o índice de mortalidade. Uma delas é o diabetes.

De acordo com o endocrinologista Fabiano Lago, os pacientes se tornam mais vulneráveis pelo excesso de glicose no sangue. “O diabetes é um fator de risco para várias infecções e não é diferente com o coronavírus. O excesso de glicose tende a reduzir as células de defesa do corpo, o que afeta o sistema imunológico, deixando-o mais sensível à doença”, explica. Segundo ele, essa imunidade mais debilitada também ajuda a camuflar os sintomas do coronavírus, que vai penetrar no corpo de forma grave e silenciosa, atrasando o diagnóstico, o que torna o paciente um possível propagador da doença.

Entre as recomendações que podem auxiliar os pacientes diabéticos na prevenção do Covid-19 estão o controle da glicemia, o equilíbrio constante na dieta e nas atividades físicas e a vacinação para outras infecções virais e bacterianas. “O paciente, assim como o restante da população, também deve lavar as mãos e pulsos; usar álcool 70; evitar de tocar nos olhos, nariz e boca; manter distância de pelo menos um metro de pessoas espirrando ou tossindo; e evitar sair de casa caso apresente algum sintoma de gripe”, ressalta o endocrinologista da Estância do Lago – Spa & Wellness.


 

 

Redação

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