Falta de abastecimento de insumos, fechamento de aeroportos, aumento nos fretes e até rodízios municipais são entraves enfrentados pelo setor

Entidades do segmento saúde expediram, na terça-feira (12), um ofício ao ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, sobre os problemas enfrentados pelo setor no que se refere ao transporte de produtos para saúde, diagnóstico e medicamentos.

O ofício foi assinado pelas entidades: Abimed, Abimo, Abradimex, Abraidi, Abramed, ANAHP, CBDL, CMB, CNSaúde, FBH, Fehosp, Interfarma e Sindusfarma.

“A busca de alternativas para o atual ‘apagão aéreo’ em determinadas regiões é algo primordial, uma vez que vários laboratórios estão sem conseguir ter o mínimo de regularidade ou previsibilidade não apenas no recebimento de kits de diagnóstico, como até mesmo no transporte de amostras de sangue”, comenta o presidente executivo da CBDL – Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial, Carlos Eduardo Gouvêa.

O documento elenca uma série de entraves como a falta de abastecimento dos insumos nas regiões norte e nordeste devido à frequência reduzida de voos para essas regiões. Entre as cidades com dificuldades no transporte aéreo estão Macapá (AP), Boa Vista (RR), Rio Branco (AC), Porto Velho (RO), Belém (PA), São Luís (MA), Manaus (AM), Fortaleza (CE), Recife (PE) e Salvador (BA).

Além disso, o texto aborda o fechamento da operação de alguns aeroportos em regiões com grande densidade demográfica como Goiânia (GO), Londrina (PR) e Uberlândia (MG). E ainda, o cancelamento de alguns voos já planejados para cargas perecíveis (medicamentos biológicos, reagentes e amostras destinadas a exames laboratoriais relacionados à Covid-19).

O aumento exorbitante no valor dos fretes também foi mencionado, uma vez que as empresas estão tendo que pagar, para transporte nacional ou internacional, tarifas expressas para priorizar cargas que já deveriam ser priorizadas, por razão de saúde pública.

Os rodízios municipais também foram destacados, uma vez que as leis municipais não são claras no que se refere à isenção de profissionais e trabalhadores do setor da saúde. Para o setor, há necessidade de uma intervenção mínima por parte do Governo Federal.

No ofício, as entidades apresentaram propostas para coibir o agravamento da situação dos produtos biológicos e perecíveis, que necessitam de condições especiais de refrigeração e transporte.

Entre as medidas, a elaboração de um protocolo que considere os produtos de saúde, medicamentos e amostras biológicas destinadas a exames laboratoriais, como carga prioritária nos transportes domésticos em todos os modais.

Além disso, participação do setor saúde junto ao Grupo de Trabalho a ser criado pelo Ministério da Infraestrutura e coordenado pela ANAC para estudar medidas de retomada dos voos e solução de problemas.

As entidades do segmento saúde também propõem um fretamento de aeronaves de carreira, por parte do Governo Federal, destinado ao transporte de produtos de saúde, medicamentos e de diagnóstico para regiões com maior deficiência na malha.

E solicitam ainda, auxílio na definição de hubs internacionais para garantir o fluxo de insumos e produtos oriundos do exterior, que têm enfrentado restrições não somente devido à redução da malha viária internacional, como também políticas de limitação às exportações, casos da Índia e China, por exemplo.

“A expectativa é unir esforços entre o poder público e toda a cadeia de valor de saúde, e compartilharmos as soluções que puderem ser desenvolvidas, seja no compartilhamento de aviões fretados, em combinações de modais aéreo+terrestre ou até mesmo em cooperações locais para estoques de segurança e onde for possível”, conclui Gouvêa.

Redação

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