Falta de sedativos e anestésicos chega ao limite em hospitais filantrópicos

O problema da escassez de sedativos e anestésicos entrou em situação crítica em hospitais filantrópicos de todo o Brasil, informa a CMB (Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas). Os estoques das entidades estão no limite e, em muitas instituições, há medicamentos para menos de uma semana. O uso de anestésicos está sendo poupado para casos de urgência e/ou maior gravidade.

Em razão disso, alguns hospitais estão reduzindo os atendimentos, como exames e cirurgias eletivas, outros estão fechando temporariamente centros cirúrgicos e unidades específicas, como de atendimento à pacientes com queimaduras e de procedimentos de transplantes. Há instituições que não estão conseguindo mais receber pacientes por não terem como atendê-los sem o suporte dessas medicações.

A questão torna-se ainda mais delicada no atual momento da pandemia, uma vez que os medicamentos para sedação são utilizados no processo de intubação em pacientes com complicações decorrentes da Covid-19.

Os laboratórios responsáveis pela fabricação dos itens alegam falta de matéria-prima para a produção. Entre as razões para a dificuldade, justificadas pelas indústrias, estão a alta dos preços dos princípios ativos, geralmente importados, que subiu com a elevação do dólar e a crescente demanda mundial por esses tipos de medicamentos, em função da pandemia.

O presidente da CMB, Mirocles Véras, ressalta que a situação é de extrema preocupação e faz um apelo às autoridades. “A falta desses medicamentos é extremamente preocupante, pois está ocasionando a interrupção dos atendimentos em hospitais de todo o país. Precisamos urgentemente de uma solução e pedimos o apoio do Ministério da Saúde, Ministério Público Federal, Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Conasems (Conselho Nacional de Secretários de Saúde), deputados estaduais e federais e governadores, para que juntos possamos encontrar rapidamente uma saída e agilizar a solução da compra e distribuição dos insumos que são imprescindíveis”, salienta Véras.

Redação

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